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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Medo Infantil

Nunca tive medo da solidão, como bom Capricorniano ficar sozinho é meu recanto de paz, o silêncio me faz refletir sobre diversos assuntos e geralmente nesses momentos de introspecção me divirto bastante, lembrando de muitas coisas que passam despercebidos das demais pessoas, algumas muitos sutis, que só um observador nato consegue perceber.
Como toda criança também tinha meus medos, não era de palhaço, homem do saco de lixo ou bicho papão. O medo que tinha era algo mais palpável, era de um objeto que ajuda a muitas pessoas – a cadeira de rodas e muletas, tinha verdadeiro pânico desses objetos.
Não tinha motivo nenhum especial para temer tanto esses equipamentos que ajudam a locomoção de quem precisam deles, simplesmente tinha e pronto.
Certa vez,quando criança, fui com meu e pai e irmãos visitar minha mãe no hospital e quando minha mãe quis apresentar uma mulher de quem havia ficado amiga, todos os meus irmãos foram correndo ver a tal mulher e quando a vi na cadeira de rodas, voltei para trás, andando de costas mesmo, tamanho era o medo que tinha daquele objeto.
Passado os anos meu medo não mudou em nada, somente no Quartel é que por fim meu medo terminou, recebi uma ordem para buscar um soldado que estava no hospital e para minha surpresa ele estava numa cadeira de rodas, pois tinha operado o joelho, tive então que empurrar a cadeira de rodas, no final da jornada do hospital até o alojamento vi o quanto meu medo era infundado, ter medo de um objeto que serve de transporte para quem precisa.
Durante a madruga, quando estava na guarita, pude refletir sobre meu medo e vi que inconscientemente o meu medo não era do objeto em si e sim da invalidez, ter que depender de alguém ou de um objeto.
Por gostar de estar sozinho tenho a necessidade de ser independente e fazer tudo, então só o fato de pensar em depender de alguém ou algum objeto é a morte para mim, sendo que a morte nunca foi um medo, tanto que nem penso nela, a hora que acontecer será o momento correto.
Desde criança tinha opinião diferente dos demais em casa, com seis anos de idade de comer carne vermelha, como e bebo com moderação e evito exageros de todos os tipos, uma preocupação inconsciente com o meu bem estar, principalmente em envelhecer com qualidade de vida.

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