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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Encontro Inesperado


Em 1996, indo ver um filme na Cinemateca Brasileira, que havia mudado a pouco a sua sede de local, saindo da rua Fradique Coutinho, indo para o atual endereço, Largo Senador Raul Cardoso, próximo a rua Sena Madureira, como na época não conhecia bem a região perguntei para um transeunte que estava na rua, ele não conhecia onde ficava o endereço da Cinemateca, então resoveu voltar para o estabelecimento que havia saido para perguntar, achei muito divertido a atenção que ele teve. Pelo sotaque logo percebi se tratar de um estrangeiro, enquanto aguardavamos o rapaz da escola que nos atendeu com a informação onde ficava o endereço, ele me fez várias perguntas, principalmente por ser muito novo, tinha 17 anos, e na mão tinha um livro, a biografia do cineasta Alberto Cavalcanti.
Lembro-me das perguntas até hoje, foi diversas, mas todos sobre o Brasil e os brasileiros. O porquê os brasileiros não gostam de ler, o significado do carnaval entre outras.
As respostas eram as de sempre, livros caros, carnaval uma festa popular e outras respostas água com açucar.
A cada resposta ele falava da Espanha, sua terra natal, das bibliotecas sempre cheias, sendo que no Brasil ele percebera na época que as nossas bibliotecas estavam sempre vazia. Com tal argumento não tive resposta, acabei concordando da falta de hábito do brasileiro pelos livros.
No final da conversa não consegui o tal endereço, o tempo passou e perdi o filme, Sol Sobre a Lama (1963) de Alex Viany, que até hoje ainda não o vi, mas está lembrança e o telefone ficaram comigo, nunca liguei.
Passado uma década e meia, frequento bibliotecas para pesquisas para a faculdade e vejo que as bibliotecas estão cheias, pessoas de diversas idades as frequentam para diversos fins, ver filmes, ler livros, pesquisar, encontrar amigos, teatro, enfim, o brasileiro mudou, utiliza esse espaço que para muitos era um local cheio de livros e sem graça.
Toda vez que vou a alguma delas, Vergueiro, Mário Andrade, Santo Amaro, entre outras me dá uma alegria em ver pessoas bonitas confraternizando com os livros e amigos.
Gostaria de encontrar aquele espanhol e falar com orgulho como o brasileiro melhorou na última década e meia e ainda continua se divertindo no carnaval e futebol sem precisar trocar a diversão pelos estudos e vice versa.

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