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sábado, 31 de dezembro de 2016

Do Fim ao Começo...

Próximo de mais um ano que vai escorrendo nas areias do tempo me encontro em um sofá perdido e com um vazio que daria para colocar todo o Universo e sobraria espaço para o Espaço.
Felizmente não tenho do que reclamar, depois de um furacão que quase me devorou pude aproveitar momentos agradáveis num pequeno paraíso e para presente de 38 verões recebi a melhor notícias que alguém possa ter. Como a satisfação não é minha companheira de berço fico querendo mais e padeço do grande mal.
Um ano conturbado e que passei por todas as dificuldades sem esmorecer e com garra. Superei os momentos mais tumultuados e o saldo foi positivo e no entanto não consigo me livrar desse garrote, padecendo aos poucos.
Talvez Fernando Pessoa tenha escrito o que sinto:
"Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime". 

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Inicio e final do dia

Indo trabalhar notei dois rapazes conversando nulidades, coisas de trabalho, pessoas, esportes, etc. Quando chegou na estação de desembarque passei perto dos dois rapazes e ouvi um falar: "- Aquele viadinho do esporte..." e o outro completou "Hypólito, Diego Hypólito...", saí do vagão do metrô e achei graça do jeito do brasileiro, a pessoa pode ser ótimo profissional, mas se algo chamar atenção vira rótulo. E a vida do rapaz só diz a respeito a ele mesmo.

Assistindo a alguns jogos chego a torcer contra os atletas do Brasil, não por não ser patriótico ou por predileção em especial a algum outro time. O fato que faz torcer contra são os benditos comentaristas, tais como Walter Casagrande, Hortência Marcari, Daiane dos Santos e tantos outros palpiteiros de plantão. 

E hoje infelizmente perdemos a melhor medalha de ouro do Brasil, a icônica Elke Maravilha, essa grande artista dispensa comentários. E assim terminei o meu dia que foi cheio de situações e pessoas de dar nojo. Também pelo maneira como começou... 

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Extremismo

Não sei se estou numa fase de Síndrome de Hard Har Har ou talvez esteja somente desesperançado com tudo que vejo dia a dia no jornal. A cada dia que ligo a televisão ou leio jornal ou uma revista de grande circulação chego sentir uma tristeza profunda n'alma. Tanto que neste último final de semana me recusei a assistir televisão, preferindo ficar alheio a todos os noticiários. Para evitar qualquer contato com a realidade liguei a televisão no canal do Youtube e fiquei assistindo a antiga novela do autor Sílvio de Abreu, "Sassaricando", valendo boas risadas com tamanha leveza e me fazendo retornar o tempo de infância quando a novela era reprisada.
Depois de assistir pelo menos 30 capítulos no sábado fui dormir e no domingo ainda estava querendo me abster de qualquer problemas e resolvi assistir aos filmes do grande cineasta Charles Chaplin lançado pelo jornal Folha de São Paulo - 'Coleção Folha Charles Chaplin', composto por 20 volumes. Assisti alguns curtas do início da carreira desse grande ator, diversos dos anos 1910. Vários do ano 1914, a precisos 102 atrás e fiquei olhando as peripécias e percebi que o mundo desde que é mundo sempre ouve seus espertinhos, ladrões, covardes, etc etc etc. O que era pra fazer rir, só me fez ficar ainda mais desesperançado. Claro, é um filme de comédia pastelão, e sei que não sou tão inocente em acreditar que um filme é espelho da realidade, também sei que a arte imita a vida e se naquele tempo já existia os espertinhos de todo tipo e mais de cem anos depois estamos da mesma maneira apesar de tantos avanços, fui dormir e deixar isso pra lá. Acordei e nada fez com que dissipasse o mau humor e pensamentos soturnos me acompanhou durante o trajeto de casa até o trabalho. Fiquei indagando comigo mesmo qual seria o caminho a seguir, ou largamos tudo pra lá e vivemos como um autômato ou partimos para a luta armada e seguimos o exemplo dos extremistas do Velho Mundo e Oriente Médio.
De repente senti um olhar furar o bloqueio a que estava envolto e parei de pensar e olhei quem me olhava e me deparei com uma criança de apenas 'uns quatros' anos de idade que me olhava e sorria como se pudesse ler em meu rosto toda a minha preocupação. Era tão angelical que dissipou todas as nuvens negras que pairavam em minha cabeça. Deixou-me desarmado e com vergonha de pensar em tudo ou nada e volvei novamente minha alma e percebi que um milagre ocorreu, já não estava tão pesado e segui para o trabalho mais leve.
Um olhar e inocente sorriso foi o suficiente para melhorar o meu dia. Talvez isso seja a eterna esperança. 

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Só um Convite...



As vezes, só as vezes, sinto um desejo incontrolável de apenas um convite. 
Um convite apenas...
massa,
peixe ao molho de alcaparra,
vinho, 
conversa fiada,
depois debruçar na varanda do terraço,
na noite escura.
Sentir o vento frio tinir no peito magro e o mormaço do vinho nas têmporas embebe.
Deixar a língua solta, tal qual imberbe 
alma incontestes
Um convite apenas...
Balsamo nessa tormenta de navio, conservando o romântico n'alma uma velha canção francesa a completar o som da solidão de um convite.
Se o tempo em um breve hiato poderia alegrar o cristalino com celuloide e 
cochilar em quadros e diálogos.
Um convite apenas...
Não pelo saudosismo ou resgate do que não foi,
apenas de um convite a quem se quer bem.
...
Escrevendo declino do convite infecundo 
que não natimorto ao menos
A necessidade esvanece.
Resignação,
desesperança,
aceitação,
conformismo, não, nada, somente a premente de um convite.
Um convite apenas...


domingo, 12 de junho de 2016

Namastê - O amor não acontece

Lendo um pequeno livro sobre mitologia e autoconhecimento fico encantado como o autor casa os dois universos e faz com que um não se sobrepõe ao outro. O mito de Zéfiro e Clóris, o poder do amor e sua transformação me faz refletir.
Não estou preocupado com o amor, nunca estive, gosto de estar sozinho e a solidão não me faz mal, gosto de viver livre, leve e solto, sem eira nem beira, nem ramo de figueira. 
As vezes deixo fluir e saio do meu posto de observador e deixo me atingir por essa energia e talvez pela falta de familiaridade em lidar com tais sentimentos acaba morrendo sem antes de acontecer.
Os ventos que passam ainda destrói as flores nos campos, mudando as trilhas e cursos dos rios, sem que ainda possa fazer nada para mudar seu poder ou transformar em um recomeço.
Nesse dia dos namorados percebo o desespero de algumas pessoas por estar sozinha e as piadas que muitos fazem disso: 'no dia do índio não passo com índio, árvore, finados e etc.
Certa vez disseram que eu era uma pessoa com ideais românticos,  na época protestei dizendo que de romântico não  tinha nada, hoje passado alguns anos vejo que sim tenho ideais românticos sem ser romântico, porque sei que não temos o poder de mudar ninguém  e que a vida deve acontecer naturalmente, não sou do tipo afobado.
A última tentativa posso definir com uma saudação: - "Namastê" e algumas mensagens trocadas e total falta de interesse de insistir que algo pudesse acontecer.
Boa conversa, risadas e idéias e nada mais, talvez esse seja o grande mal, tudo perfeito até demais.

Tragédia

Tem algumas coisas que não tem explicação, simplesmente acontecem.
Algumas tragédias deixam todos consternados e procuramos de alguma maneira aliviar a carga que se abate sobre as pessoas em vã tentativa. Não será com perícia ou um simples abaixo-assinado que não chegou acontecer vai tirar a dor e deixar as pessoas mais felizes.
Acompanhando pela televisão e jornal a tragédia que se abateu com os universitários na Mogi-Bertioga, alguns questionamentos vem à mente.
Primeiro as condições físicas do transporte, as condições da estrada e do tempo, uma vez que é uma região bem característica  pela neblina. Assisti a várias reportagens e todas pontuadas pelo sentimento de perda e dor pelas vítimas e também de revolta e em alguns casos de culpa, ou melhor, de achar um culpado pela tragédia.
Um dos parentes de uma vítima apontou o condutor como sendo imprudente e logo em seguida foi divulgado um 'abaixo-assinado' para tirar o motorista da linha. O documento ainda estava em branco e não possuía o nome do motorista. Entrevista dizem que alguns alunos não gostava do motorista e que desejava que ele não ficasse mais fazendo esse trajeto.
Durante o velório de uma das vítimas seu irmão foi entrevistado por uma emissora de televisão e disse que sua irmã havia discutido com o motorista só porque queria descer em determinado lugar e o motorista não havia concordado, ponderando que só poderia deixá-la em certo lugar.
Não defendendo o motorista, uma vez que não estava lá e muito menos conhecia os autores da contenda, mas das coisas que mais desestabiliza um profissional é discussão.
Meu pai ganhou o sustento da família atrás de um volante e não gostava de trabalhar em linha urbana porque o abuso dos passageiros eram alarmantes. Preferindo fazer viagens rodoviárias sendo que o respeito dos passageiros era maior.
Por crescer vendo essa realidade e com a entrevista do parente de uma das vítimas é até natural que além das dificuldades natural da estrada e algum possível problema mecânico o lado psicológico possa também ter influenciado no acidente.
O parente ainda disse que a tal vítima havia dito antes que não teria ido a faculdade dois dias antes para não morrer na estrada e que naquele fatídico dia teria que ir para entregar o trabalho final.
Isso me faz lembrar um fato estranho que aconteceu comigo quando estuda, certa vez estava voltando do curso de química e um rapaz que estava próximo da porta de saída do ônibus, sem querer encostou a mão na minha cabeça, de repente senti um sono profundo, tão pesado que minhas pálpebras não conseguia se levantar, uma energia poderosa havia me subjugado. O rapaz ainda pediu desculpas e descemos quando o ônibus parou no ponto e praticamente juntos atravessamos a avenida.
Um carro grande passou por nós e ficou olhando feio, entrou na próxima rua e quando descíamos uma rua paralela esse carro parou e saiu alguns homens armados e mandou o rapaz parar, revistando-o e jogando-o dentro do carro e saindo em disparada.
Fiquei branco e andei rápido sem olhar para trás e comentei o ocorrido em casa. Nunca tinha passado por tal experiência e até aquele momento não acreditava que a energia negativa de uma pessoa poderia me atingir do jeito que me senti e o que aconteceu logo a seguir só comprovou que o rapaz trazia consigo essa energia negativa. Outros fatos posteriores fez-me crer que existe sim energia e que podemos ser influenciados por elas.




sábado, 11 de junho de 2016

Escândalo e Infantilidade

Onde está o senso de humor das pessoas. O que está acontecendo com o sério e com o idiota, onde começa um e termina o outro, parece que perderam o 'jeito' para fazer a 'coisa' de maneira como era feito antes. Áureos tempos do jornal "Notícias Populares" que fazia isso de maneira profissional, agora temos um bando de amadores metidos a sabichões e que ainda por cima colocam uma aura de seriedade a uma série de notícias idiotas que não passariam de roda pé de pasquim de péssima qualidade.
Usar horário nobre para discutir o caso do cantor MC Biel e uma jornalista ou mesmo co-relacionar as idiotices que esse cantorzinho falou para a jornalista com o grave problema que é o abuso sexual sofrido pelas mulheres é de uma ignorância tão grande e sem sentido. Uma vez que as letras cantadas por grande parte desses MCs é de uma baixaria da pior espécie.
A opinião desse cantor não difere em nada das letras dos funks proibidos que eles  ouvem ou cantam e menos novidades para a tal jornalista, que pelas perguntinhas que havia feito estava longe de uma profissional preocupada em saber como era a criação e qual a importância desse segmento no cancioneiro popular e sua influência na juventude que terá acesso a esse tipo de música. Pelo contrário estava mais preocupada em querer saber da fama sexual do cantor e quando ouviu impropérios ficou ofendida.
Não acredito que ela seja tão boba que não sabia o universo a qual participa esses jovens cantores e suas letras tão depreciativas, sobretudo com as mulheres. Caso ela não conhecesse, caberia fazer o que muitos chamam de lição de casa, estudar antes. Nada justifica a grosseria do rapaz e também o papel de vítima da jornalista. 
Não seria prudente entrevistar alguém se não conhecemos o mínimo do que ele é e faz e antes de mais nada a história do próprio jornalismo.
Sem ser saudosista tenho saudades dos bons e velhos tempos que podíamos ler o velho jornal "Notícias Populares" e dar risada, onde sabíamos separar o sério do não sério. Infelizmente o brasileiro perdeu o que mostrar e como mostrar, separar uma notícia séria de qualquer idiotice.
Entrevistar um cantorzinho de funk é pedir para ouvir idiotices e impropérios. Querer levar isso como algo sério é muito infantil. 

terça-feira, 7 de junho de 2016

Nada de Nada

Ao chegar  em casa faço como muitos brasileiros, para não dizer todos, antes de mais nada ligo a televisão e procuro algo interessante para assistir. Geralmente assisto a telejornal, já que o meu trabalho ocupa todo o meu dia e nos poucos momentos de folga prefiro ler um livro, ver outro tipo de mídia, ouvir música ou conversar com algum colega. 
Um dos programas que gosto de assistir é o "Roda Viva", da rede de televisão Cultura. Em 30 anos de duração e com pouca mudança continua um dos melhores do gênero. Os seus entrevistadores e entrevistados são heterogêneo, talvez seja isso o grande sucesso e longevidade do programa. 
Na última segunda-feira, 06 de junho, o entrevistado foi o ministro das Relações Exteriores José Serra.
Fiquei decepcionado com o que ouvi do ministro, ou melhor, do que deixei de ouvir. Resumindo não falou nada, somente se esquivou, fazendo declarações inócuas, sendo realmente um 'bom político', muito bom mesmo. Nunca vi alguém fazer uma política tão boa, como foi a dele com as perguntas que deixaria qualquer mortal morto de vontade de correr. Falou, falou e não disse nada. Saiu pela tangente e não tomou partido nem do próprio partido PSDB.
Afinal, quando alguém de tal magnitude é convidado a fazer declarações esperamos no mínimo algo interessante e não falatório que leva nada a lugar nenhum, também não queremos ouvir especulações vazias fazendo com que todos nos sentimos uns idiotas completos.
Esperava mais, infantilidade da minha parte, o ministro não iria expressar nada que pudesse ir contra sua imagem e os votos futuros.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

QUILHÃO

"Quando um companheiro não atura o outro, intriga-o. Quando um patrão não atura o empregado, despede-o". (João do Rio)

Reunião de emergência.
O desconforto paira no ar.
Todos os presentes olham o interlocutor com olhos cobiçosos, tentando adivinhar a chuva de raios e trovões que se avizinha.
Ao começar o 'discurso da montanha' todos se entreolham e nesse momento não precisa de palavras para saber o que cada um estão pensando. E não preciso dizer que todos estavam de comum acordo.

Administrar conflitos no local de trabalho não é tarefa fácil, a balança não pode pender para nenhum dos lados, a imparcialidade deve ser a tônica para o fim da contenda.
Não existe inocentes em ambos os lados, as vítimas nem sempre é a pobre coitadinha como faz-se acreditar. Cada um tem 'culpa no cartório'. 
Quem preside a reunião bem sabe disso e fica na 'corda bamba, Tenta com a 'toques de dedos' expor os prós e contras do comportamento dos envolvidos e entender melhor a reclamação da vítima.
Muito diz que diz e o resultado é sempre o mesmo: dedos são apontados na cara dos presentes e num arroubo sebastianista tupiniquim faz a paz reinar, salvando a pátria, tentando disfarçar que o 'rabo' a ser salvo é de quem esbraveja. 
Qualquer palavra mais áspera pode desencadear reação inesperada e por tudo a perder, então façamos o seguinte - fingimos que 'foi sério' e assim colocamos uma pedra em cima do assunto! E todos saímos ganhando. Os empregos serão preservados e os empregadores permanecem com seus comandados. Já que os mais competentes tem 'gênio do cão', seja pela auto-confiança de sua capacidade ou pelo prestígio que conquistou ao longo dos anos pelo servilismo obtuso.
Afinal, tem que ter quilhão para suportar e fazer-se de desentendido para não mandar enfiar no rabo todo o discurso barato e cheio de incoerências que leva 'nada a lugar nenhum'.
Verdadeira perda de tempo, afinal cada um tem seu quinhão e nada do que foi discursado passou do 'dito pelo não dito'. Bem sabemos o que fala sentado não se confirma de pé e assim vamos vivendo com um falso respeito de ambas as partes. 


sexta-feira, 27 de maio de 2016

Estupro Coletivo da Sociedade

Infelizmente desde que me conheço por 'gente' vejo noticiado o mar de lamas que é a política no Brasil e dos filhos dessa 'mãe gentil'. 
Crimes hediondos não é invenção nova, temos casos horríveis na história desse velho Brasil, desde a conquista desse continente ocorreram massacres dos 'gentis' que aqui viviam e na atualidades dos presídios estão lotados com os mais variados criminosos e seus crimes.
Alguns chegam a causar repulsa quando noticiado, tais como parricídios, infanticídios, maus-tratos a incapazes e um que causa estranheza na atualidade - o estupro.
Essa estranheza se dá pela facilidade com que todos hoje tem em conhecer alguém e ter um relacionamento, mesmo que efêmero. Não conheço um homem sequer que nunca tenha ido a um lupanar ou no bom e velho português -   'PUTEIRO'.
Uma jovem de apenas 16 anos foi vítima de estupro coletivo praticado por 'uns trinta marmanjos' armados numa favela. 
Essa notícia parece ser tirada num dos livros do escritor Nelson Rodrigues, em uma época que o moralismo era bem diferente do que vivemos na atualidade, as moças em sua maioria casavam virgens e os homens diferenciavam mulheres 'perdidas' das 'que eram pra casar'.
No livro "Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas Ordinária" a personagem principal paga por uma curra, mas em seu delírio de escritor não chegou a tamanha barbárie como foi noticiado com essa jovem de 16 anos.
Li o livro, vi a peça e os filmes baseado nessa obra do Nelson Rodrigues e somente na última adaptação é que temos algo parecido com o que aconteceu. 
Talvez a incapacidade de discernimento e respeito pelo próximo está fazendo com haja um retrocesso a mais bestialidade possível. 
Esses pilantras não cometeram um crime covarde somente com essa moça, todos de uma maneira nos sentimos currados também, seja, pela violência física, da falta de caráter ou da compaixão que deveriam sentir, só pelo fato de ter saído de dentro de uma mulher, mesmo sendo uns verdadeiros 'filhos da puta' .
Respeito é bom e todos necessitamos ser respeitados... 

   

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Sexta-Feria 13

Semana turbulenta e para os mais crentes a sexta-feita ainda tinha ser 13, considerada de azar para muitos, ou como li: - O azar não está na sexta-feira ser 13, e sim ser 13 nas urnas.
Só que essa semana não foi exatamente uma semana 13, qual número do Partido dos Trabalhadores. Foi exatamente o contrário, a então presidente da República fora afastada e seu vice assumiu interinamente. 
Sei que é prematuro deixar alguma opinião a respeito disso, só que tenho cá por mim  que agora vai melhorar, não pelo novo poder instalado, que acredito que não difere muito do que foi afastado, o fato é que agora percebe-se que o novo comandante tem a boa vontade da tripulação. E como diz num ditado popular: "Quer conseguir um amigo, ache um inimigo em comum", e todos tem a presidente afastada como esse pária a ser combatido a qualquer maneira.
Ao conversar com amigos e andar pela cidade vejo o descontentamento geral pela desorganização que impera. Desde a ascensão do Partido dos Trabalhadores ao poder sinto uma certa desorganização geral. Muitos com interesses escusos tem se aproveitado de um governo popular/ populacho para aprontar das suas,  tais como invasões e desorganização de todo tipo. Basta andar pelas ruas e ver a quantidade de trabalhadores ambulantes clandestinos, invasões de prédios, sujeira, assaltos e todo tipo de expertise.
Agora quem sabe teremos um governo que realmente vai governar e colocar ordem na casa, colocando essas corjas no seu devido lugar e fazendo o Brasil sair da crise e quem sabe voltar a crescer, e para ser otimista, a tão sonhada reforma política. Só nos resta esperar dias melhores e que essa maré de azar termine nesse dia 13 junto com o governo que está suspenso.

Fingimento

"Tu fingistes que me amastes
Eu fingi que acreditei.
Foste tu que me enganastes
Ou fui eu que te enganei?"

No início da década de noventa tínhamos uma pequena mania quando findava o ano, alguns alunos compravam cadernos e pedia para os amigos escreverem alguma mensagem ou simplesmente colocasse sua assinatura, e depois esse caderno era guardado e com o tempo acabava se perdendo ou sendo jogado fora.
Não recordo se no final de 1991 ou 1992 segui o modismo da época e comprei um caderno também e pedi alguns alunos e professores que deixassem uma mensagem e uma mensagem dessa guardei de cabeça. Uma garota chamada Rose escreveu o pequeno poema. Ao lê-lo quis saber o porquê havia escrito isso. Ela respondeu que escreveu qualquer coisa.
Passado várias décadas esse pequeno poema nunca foi esquecido e uma simples pesquisa encontrei-o impresso num Almanaque do ano 1949.
Ainda esse pequeno poema me seduz, seja pela matreirice ou singeleza de suas palavras.
Uma coisa ainda é certo, esse pequeno poema ainda conduz minha vida, muitas vezes finjo e me deixo enganar, seja para agradar ou para me agradar. Infelizmente, muitas pessoas não partilha dessa visão e sem ter a menor educação ou percepção que o fingimento não é para causar sofrimento faz o inverso, investiga, causa sofrimento e não tem a menor educação de fingir também. Nem sempre a verdade nua e crua é redentora, cada pessoa tem o direito a ser individual e compartilhar sua história, alegrias e sofrimentos  com quem lhe aprouver.
Muitas vezes fingi que acreditei e fingistes também e não me arrependo de nenhuma decisão tomada porque sei que foi para proteger 'por amor', como na boa e velha bel canção "Codinome Beija-Flor".

domingo, 8 de maio de 2016

Anotação avulsa

Procurando algumas livros encontrei um que havia lido a muito tempo atrás, "Ozualdo Candeias - Pedras e Sonhos no Cineboca", de Moura Reis. Já havia assistido a quase todos filmes desse diretor e quando a Imprensa Oficial lançou a Coleção Aplauso Cinema Brasil para resgatar a memória destes personagens que fizeram a história das artes no Brasil, li diversos livros e este ficou jogado a um canto. E dias desses procurando dois livros do Fernando Sabino encontrei esse do Ozualdo Candeias e ao folhear encontrei uma anotação a lápis que havia feito na época que tinha lido o livro.

Anotação avulsa

Marizete era  baixinha, cabelos ruim, igual a seu gênio como diziam, sempre que apontavam para ela era com um risinho no canto da boca: - Ela têm o capeta no corpo.
O que lhe falta em altura sobra em braveza. E por aí à fora não faltava comentários.
Os colegas de trabalho da Marizete resolveram 'armar um churras' na casa de uma colega, a Valnete, branca como leite, dona de um par de coxas que mal cabia no par de calças do uniforme. Todos sabiam que Valnete fazia milagre para acondicionar tudo o que tinha em tão pouco pano.
O 'churras' estava animado e todos entornando suas 'brejas' goela abaixo e o pagode comendo solto.
Pagode de pobre termina invariavelmente em convulsão, pancadaria e vez ou outra no departamento de polícia. No animado balança-esqueleto não fugiu à regra, lá pelas tantas todos com o cu cheio de cachaça começa a troça geral e uma das vítimas foi exatamente 'o pequeno demônio'. Marizete não leva desaforo pra casa e desce do salto e a mão na cara de uma das popozudas de plantão, a Raimunda.
Confusão armada, Raimunda que já havia se encrencado com Marizete em outros tempos por causa de um motoboy que prestava serviço na empresa, não deixou por menos, agarrou pelos cabelos que Marizete levara horas alisando, entre tapas, arranhões e unhadas as duas rolaram pelo chão.
Ninguém se metia na confusão das duas colegas, homens presentes não se atrevia a separar as duas e as mulheres gritavam, também nada fazendo. O pequeno capiroto cresceu e mostrou suas garras, lanhando a cara da Raimunda e dando sopapos orelhas a torto e a direito.
Enquanto o tempo fechava, Valdete não perdeu tempo e se atracou com o marido da pequena Marizete num quartinho insalubre e fez o serviço completo não economizado nada. barba-cabelo-bigode e pentelhos.

Mais algumas palavras escritas de forma ilegível e fim. Não recordo de ter escrito isso, mesmo sendo a minha letra, e também não recordo qual parte do livro ou qualquer episódio tenha me inspirado a escrever isso.

Pequenas obscenidades II

Soldado do Exército

Não só nos bancos escolares aprontávamos todas à custas de boas gargalhadas, com o passar dos anos fatos e mais fatos contribuíram para boas gargalhadas.
Durante o período do Exército teve diversas histórias impagáveis, uma dessa era de um soldado que ao se arrumar ficava alisando a calça em frente ao espelho, mas o problema não era essa vaidade desmedida, era que a parte alisada. Virava de costa e alisava a região glútea várias vezes e sempre passava algum militar e dizia: - Esse cara fica no espelho olhando pra bunda e batendo 'punhenta ' pensando ai se eu te pego! ou ainda diziam: - Feia, mas gostosa. No que outro sacanamente perguntava: - Quem? Sua bunda!

Namoro de Fim de Semana

Uma colega de trabalho certa vez peguntou matreiramente se o meu final de semana havia sido bom, se tinha namorado muito.
Sacanamente respondi: - Mais do que queria e menos do que devia! 
A pobre garota perdeu as estribeiras e fechou a cara o resto da semana, talvez o marido da pobre garota havia feito o mesmo.

Essa garota gostava de fazer perguntas desconcertantes, no que respondia da mesma maneira. Outra vez me perguntou como fazia manter o peso.
Respondi maliciosamente:
- Têm três coisas que faz a pessoa pode fazer para emagrecer: regime, exercício e sexo. 
Ela: - Você engordou nos últimos tempos!
- É que não fazemos tudo isso sempre...

Mandioca

Trabalhar com certas pessoas é de embrulhar o estômago, de amargar mesmo , uma dessas pessoas é uma mulher solteirona que infelizmente tenho contato direto. Vez ou outra os ânimos se exaltam e é necessário respirar fundo para não perder as estribeiras.
Não tenho primazia de seus humores, um outro rapaz perde a paciência constantemente com ela. E após uma sessão de impropérios, o rapaz perdeu a compostura e disse nervoso:
- Mina, vou te dar uma mandioca! 
A solteirona quase caiu pra trás e não perdi a deixa, desse dia em diante sempre o chamo de 'feirante'

Essa mesma mulher em um de seus arroubos colocou seu nome na cadeira para que ninguém sentasse ,no que todos olharam e ficaram de cara de bobo sem entender nada, no que lembrei das molecagens do tempo da escola quando desenhavam obscenidades nas cadeiras. Quem sabe se desenhasse uma daquela figura ninguém sentasse em sua cadeira.
Outra colega rindo respondeu: - Engano seu, tem muita gente que vai querer sentar sim!

  



Pequenas obscenidades

Ao recordar os velhos tempos da escola muitas histórias vem à tona, algumas infantis e outras que chegam a impressionar pelo teor sacana que elas tem.
Algumas expressões dessa época me assalta de repente e desato num riso e cada vez mais outras histórias vem à mente.
Quando as molecadas queriam sacanear alguém ou alguma situação gritava em coro: - Vai rodar à banca!, ou seja, vai dar pra todo mundo.

Margarida

Certa vez,  Edgard, aluno gordinho e 'sarrista' havia faltado às aulas e como fazia quase uma semana sem dar as caras reunimos os garotos da sala e fomos à casa dele saber notícias. Chegando lá fomos recepcionados pela sua genitora que ficou emocionada com o carinho e prova de amizade dos garotos que estudavam com seu filho. Então, vendo nossa preocupação explicou o que havia acontecido: seu filho havia machucado quando tocava as partes íntimas num movimento bem conhecido, prendendo o pequeno amiguinho no zíper da calça jeans, como havia ficado vermelho e inchado levou-o ao médico, ficou até parecido uma margarida!
Entreolhamos e agradecemos a informação, depois de dar meia-volta e ir embora todos que estavam presentes desataram num riso e o pior estava por vim. No dia seguinte quando o Edgard chegou na escola e entrou na sala de aula todos os moleques batento na mesa começou a cantar: -Tão grande com um pequenininho, tão grande com um pequenininho, parece uma margarida!

O Inspetor

No intervalo das aulas os garotos se reuniam em circulo para ler o jornal "Notícias Populares" ou cantar algumas versões sujas de músicas ou músicas proibidas, como a tão famosa 'Teco do Tereco Teco', 'Gererê' e 'Vou fazer uma feijoada', cada um cantava um ponto. Nessa última música todos cantava um ingrediente ou utensílios a ser usado no preparo da tão famosa feijoada e não podia repetir o refrão e quando terminava e o aluno não tinha mais o que falar todos gritavam em uníssono: - Ele vai dar o rabooooo!!! Só que além disso, todos não falava de dar a 'orelha', esperando que eu cantasse isso, e quando acontecia rompiam num riso sem fim, afinal tinha orelhas de abano.
E quando começávamos com essa brincadeira o inspetor de alunos ticava tiririca da vida e mandava todos circular ou tomava o jornal ameaçando levar todos à diretoria e dar suspensão.

Carteira Escolar

Uma peraltices que os moleques faziam nos velhos tempos da escola era riscar as carteiras escolares, com desenhos de todo tipo, palavras e as chamadas 'colas' na hora das provas.
Um desses desenhos eram um 'pinto', geralmente feito na cadeira dos alunos que saia da sala e na volta sem ver a malandragem dos seus coleguinhas sentava em cima e a risada começava. Para evitar se a próxima vítima antes de sentar olhávamos e passava a borracha quando era feito à lápis e se fosse feito de caneta o caso era trocar a cadeira ou na falta de outra era riscar o desenho e sentar em cima.




A paixão da vida... II

Ao ler a "A Riqueza da Vida - Memórias de um Banqueiro Boêmio"(2006), de Armando Conde, faço uma viagem no tempo e volto ao tempo da escola, relembro de velhas paixões, além da gênese do meu peculiar gosto pelas artes e história. 
A responsável pelo meu eterno interesse pela história e seus personagens foi a professora Ana Maria Zacarelli de Andrade, excelente professora, que imprimia nos alunos a paixão pelo saber. Isso em uma escola pública de periferia que sabia das dificuldades enfrentadas pelos seus alunos para estar ali. Nada disso impedia essa professora de ministrar uma aula de qualidade, deixando muitas vezes a programação de ensino preconizado pelos ditames impostos e nos fazer ter olhar crítico da história e atualidade.
Em 1994, ano em que comecei a trabalhar tive que mudar de turma e estudar à noite, sendo outra professora que ministrou as aulas de história, algo engessado para dizer o mínimo de tão maçante, éramos obrigados a ler parágrafos e mais parágrafos e decorar para fazer as provas e nada mais. 
Justamente no ano em que aprenderíamos sobre a história do Brasil à partir do Golpe Militar de 1964, A outra professora não seguiu a programação, omitindo essa parte da história e quando o fazia era sempre dizendo o lado negativo de um governo militarista e nada mais.
Como a professora Ana Maria havia nos ensinados a não acreditar em tudo que é oficialmente ensinado, procurei ler matérias a respeito do assunto.
Li muitas coisas e o que impera é sempre a barbárie dos "porões da ditadura", mas como dizia Marques Rabelo: - 'Quem fala dela, passou por ela, tem portanto todo o empenho em desacreditá-la, em mostrar-se vítima'. Não que existe só inocentes ou só culpados, cada um deve procurar o que melhor lhe convém e é preciso atentar nas extremas sutilezas da vida.
Lendo o livro do banqueiro Armando Conde nos revela outra visão desse período, não aquele que é comumente dito em verso e prosa por todos. 
Problemas de toda ordem existia, também existia a vontade de um Brasil forte e coeso, organizado, e unido, tanto que o governo através de incentivo fiscal e grandes projetos tentaram modernizar o Brasil. Não vivi nesse período e o que sei é a respeito de leituras e mais uma vez volto a citar o Marques Rabelo; 'verá a pimenta que usam e a capacidade de seu rabo', então tudo isso é favas contadas e o que podemos aprender e não cometermos os mesmos erros do passado.
Livros assim dão a tônica verdadeira da história e seus personagens e não a história oficiosa que estamos acostumados. 
A cada capítulo fico impressionado com o autor, de forma desprendida vai tecendo sua história verdadeira, que chega a ser politicamente incorreta para os padrões atuais, mas a esse respeito cito o jornalista Apparício Torelly, o Barão de Itararé: 'Este mundo é redondo, mas está ficando chato'.

sábado, 7 de maio de 2016

A paixão da vida...

Em 1991, aos 12 anos de idade me apaixonei perdidamente por uma colega de sala de aula, naquele momento o mundo parou e só tinha olhos para aquela menina magra, sorridente e de fartos cabelos lisos, chamada Karina da Silva Gonçalves.
Foi dessas paixões que deixam marcas profundas, mesmo não sendo correspondido, descobri outras paixões que guardo até o momento.
Na época tinha "orelhas de abano" que foram corrigidas quando estava servindo o Exército, quase uma década depois sem gastar um vintém. Esse defeito na época da escola não tirava meu sono, tanto que achava elas charmosas e só fiz a cirurgia plástica pela insistência de colegas de caserna. 
Era alvo constante de sarro dos colegas de sala de aula e para não ficar por baixo mirava também nos defeitos alheios e retribuía as gentilezas recebidas. Com a Karina não era diferente, todos a chamavam de magricela, e o vento levou, graveto, etc. Como os demais, ela me chamava de dumbo, teco-teco, cabana, orelhão, entre outros apelidos. Coisa de moleques travessos que hoje todos conhecem como "bullying", que na época era somente sarro mesmo.
Nessa mesma época a Rede Globo de Televisão anunciou que iria reprisar o filme "...E o Vento Levou (Gone With the Wind - 1939)", e como esse era um dos seus apelidos malsã, resolvi assistir e caso não gostasse do filme nunca mais a chamaria assim.
Não conquistei a garota, mas o filme se tornou uma nova paixão e depois passei assistir todos filmes possíveis, de qualquer época e lugar. Um dia liguei a televisão e havia começado um filme em preto-branco, brasileiro, muito bem feito, outra paixão instantânea, era o filme "O Cangaceiro - 1953". 
Daí em diante tudo que se relacionava a filmes passei ter interesse, música, livro, teatro,  pintura, artistas e meu universo foi se alargando e com isso passei a compreender melhor a vida como um todo.
E nessa ânsia de eterna paixão busco conhecer cada vez mais, seja, através das artes ou do simples fato de observar pessoas comuns e seus dilemas. 
A leitura passou ser uma constante em minha vida, principalmente as biografias, com a qual aprendia através das experiências alheias e entender os dilemas que muitas vezes afligia minha alma. Biografias de famosos e anônimos passaram ser um bálsamo e alguns desses livros pararam em minhas mãos sem eu mesmo escolher, simplesmente aconteceram de adquirir e começar a leitura.
Um desses livros foi o já citado em crônica "Campinas, São Gotardo e Muitas Histórias", de Carlos Lodi, agora estou lendo um livro que encontrei em uma dessas feiras de rua - Livros na Cidade (www.livrosnacidade.com.br), "A Riqueza da Vida - Memórias de um Banqueiro Boêmio", de Armando Conde, ao qual paguei uma bagatela e mesmo assim pensei duas vezes antes adquirir. Li a orelha do livro e não foi o suficiente para prender minha atenção, só comprei pelas fotos, em especial a foto que o biografado está ao lado do último presidente militar João Figueiredo, um personagem icônico da nossa história.
No trajeto de casa iniciei a leitura e já na primeira página fui fisgado pela maneira suave e jovial como está escrito o livro, desde então não consigo parar de ler. 
A história moderna do Brasil sendo contada por um personagem sem pecha de historiador e já no  primeiro parágrafo dá o tom do discurso que iremos encontrar em cada capítulo: a arte de conversar.
Estou lendo bem devagar, como se ouve um amigo que não se vê há muito tempo...

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Dilma Rousseff e o Impeachment das Bananas

Nas últimas semanas o clima político do Brasil ficou exaltado, direita versus esquerda e não falta acusações de todos os tipos. Quem aponta o dedo tem muitos processos ou também são alvo de investigações. Todos falam e no final não dizem nada. 
A votação para indicar a presidente Dilma Rousseff ao impeachment foi deplorável. O discurso pobre e com excesso de erros de português foi uma vergonha à parte. Pessoas sem moral brandava à todo pulmão um direito a qual não deveria, uma vez que estava lá pela eterna maracutaia do nosso sistema político, onde um candidato consegue arrastar vários outros para o Congresso só porque teve excesso de votos.
Muito tem se falado da recente democracia brasileira, que se livrou somente em 1985 do Golpe Militar de 1964, mas com discurso simplório e simplista. Uma vez, que no Brasil, não ouve e ainda não há uma democracia propriamente dita. Retrocedendo no tempo em 1889, trocou-se uma Monarquia obsoleta por uma "Democracia Militarista", depois uma "Democracia Café com Leite" - oligarquia dos coronéis, sendo substituída por um novo golpe-militarista, chamado "Estado Novo" e substituído por um governo militar, do então Eurico Gaspar Dutra, somente depois disto começa a malfadada Democracia Brasileira que duraria até 1964, com mais golpe Militarista perdurando até 1985 e somente em 1990 começa realmente a tão sonhada Democracia Brasileira e mais uma vez a escolha popular foi por água à baixo dois anos depois. Idas e vindas no tempo podemos perceber que a maturidade dos brasileiros, ricos e pobres, estão longe de manter um governo tão longevo como foi a Monarquia, que também era criticada em sua época, como sendo a Monarquia das Bananas. Triste trópicos, quando poderemos deitar em berço esplêndido e resistir bravamente os ventos da nossa ignorância à respeito de escolha dos nossos Governantes.
Não se enganam não, caro leitor, quando não sabemos escolher, escolhem por nós e não escrevo isso pensando nos salvadores da pátria brasileiros, desde a mais remota história, quando ainda éramos colônia de Portugal, nossa independência se deu ao interesse inglês, nossa tão malfadada República também não fica atrás de interesses alheios e assim por diante. E para os mais leigos, o golpe de 1964 teve apoio do querido e todo poderoso Estados Unidos da América. E assim caminha a política por aqui nos trópicos, de topada e empurrão e os patetas vão as ruas protestarem a favor e contra o governo que está num mar de lamas.
Então, o que fazer??? ou o que não fazer??? Afinal, palpiteiro todo lugar tem, solução que é bom fica aquém ou à  deus dará. Ligo a televisão e vejo o governo amedrontado brandando golpe à torto e a direito e os contra o governo atacando e vendendo uma panaceia que o gosto já sabemos de cor e salteado, a culpa pelos futuros fracassos será do governo anterior que deixou o País em ruína completa. Muda os personagens e o enredo continua o mesmo e os "brasilários" irão votar nos seus "tiriricas" achando que pior não fica!
Glenn Greenwald fala bonito e com propriedade de um ganhador do prêmio Pulitzer e profundo conhecedor da história atual do Brasil, mas peca ao ser superficial ao analisar a história brasileira sem levar em consideração os pormenores dos rincões dessa grande colcha de retalho chamado Brasil e sua eterna "Monarquia das Bananas" que ainda persiste em viver dentro de cada brasileiro.
Não fiz esse texto em prol da Dilma Rousseff e nem contra, gostaria que a Democracia finalmente imperasse nessa terra de brava gente brasileira, ou, infelizmente mãos mais poderosas mais uma vez  irão forjar novos grilhões e não teremos um D. Pedro a fazer versos à uma nova Independência das Bananas, mas Independência. Ou no pior dos casos um governo Militar com ares de democracia, onde trocam os presidentes a revelia da população. Se continuar assim, pode ficar pior sim!

domingo, 10 de abril de 2016

Dicotomia, palavra feminina...

Certas opiniões me deixa impressionado, tamanha a profundidade ou falta dela. Vez ou outra ouço algumas mulheres reclamando que seus parceiros não ajuda nos afazes domésticos ou quando o fazem é daquele jeito.
Sou da seguinte opinião: - quem educa o homem é a própria mulher, salvo exceção alguns casos. Se algum garoto expressar vontade de fazer "algo feminino", as educadoras vão ralhar na hora e mandá-lo fazer "coisas de homem" e ponto final.
Não conheço nenhuma mãe que se sente à vontade em comprar uma boneca, fogãozinho ou qualquer brinquedo que lembre os afazeres domésticos para seus filhos. Bolas, carrinhos, vídeo-game, etc. são os brinquedos de escolha para os garotos, nada disso lembrando as tão malfadadas tarefas diárias que todas reclamam que ainda falta ajuda da ala masculina. Então, não me venha com essa patrulha feminina em cima dos filhos das outras, sendo que com os próprios filhos não há essa educação e além do mais se a mãe fica sabendo que seu filho cuida da casa para esposa já é motivo de birra, uma vez que em casa não fazia nada e agora para agradar a mulher virou capacho!
Sou a favor sim, da revolução na educação de adultos e consequentemente a das crianças de maneira geral. Ademais, para criança não existe isso ou aquilo, somente o que é ensinado e sua finalidade.
Mas enquanto isso vamos levando essa hipocrisia e reclamando daquilo que deixamos de fazer, seja por pré-conceito ou achar que quem vai receber os benefícios de uma educação não será nós mesmos.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Ilhados...

Pelo trajeto, as vezes o olhar se perde no horizonte, ao redor pessoas de todos os tipos vão e vem perdidos em seu mundo interior, se esbarraram, discutem, sorriem, trocam olhares, se frustam, criam esperanças  e continuam seguindo seu destino.
Leio algumas histórias nessas pessoas e percebo em seus olhares como estamos todos ilhados em nós mesmos, soterrados em vidas que não permitimos acontecer, com problemas muitas vezes imagináveis, nada real.
Trago uma certa esperança de que tudo se modifique, algo mágico possa resgatar do mar de lamas que muitas vezes estamos submersos. Talvez queira que meu lado infantil se sobrepunha o lado racional e um salvador da pátria possa nos redimir, inclusive a mim mesmo, das frustrações, desesperanças e o que muita vezes sinto não ter força ou mesmo capacidade física e até moral para (...)
É nós outros que muitas vezes me encontro... identifico... perco... me acho!

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Memórias Desenterradas ou O Ser Onírico



In memoriam Mário Peixoto
Poucos são os livros que me faz lê-los aos poucos, cada capítulo como se fosse um novo livro, não pela falta de continuidade, mas pelo ato do prazer de sorver cada palavras e sensações provocadas pela maestria dos seus autores. Um desses poucos livros é "O Inútil de Cada Um - Itamar", de Mário Peixoto. 
A cada capítulo crio novos capítulos internos e revivo outras vidas, de um tempo em que era vivo e tinha sonhos. Em especial no capítulo 11 "O Ruido persegue - Íncubo", logo na abertura tenho um choque ao ler 'O único prolongamento que continua os seres - e se assim mesmo a isto podemos chamar - é outro ser!
Com essa introdução fez-me voltar no tempo e sentir uma tristeza por não mais poder sonhar com a imortalidade, mesmo o sangue ainda pulsando na veia, onde a matriz da vida não pode processar mais vidas, somente morte e destruição.  
Gerações se encerra num sonho que findou sem a insofismável seiva da vida, sem carne, sem nome, que ao apoiar em meu ombro ombro nenhum, sinto o peso em meus que nunca há de cessar enquanto a campa não fizer repousar.
Instantes latentes volta a assaltar em perfume, flashes, reminiscências toscas de um passado que ainda vive tal como no capítulo sem nexo do presente e do passado.
Trago no peito lembranças do passado, os segredos que sei de cor tão sepultado junto aos cacos de um sonho que não se concretizou.
Nada disso me entristece, aceito, ou melhor não luto contra o luto que assolou minha alma. Parece lúgubre tal capítulo, não o é - creiam me, pelo contrário, emana vida, vida de outrora, sonhos insepultos que nos faz reviver a vida enquanto havia vida.
Leio cada palavra, conexão do instantâneo que preenche o tempo contendo o futuro, com salutar e verídica amargor de apenas o ser.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Final de semana no Rio de Janeiro

Mirante Dona Marta com o "tal guia"
Aproveitando o feriado do aniversário de São Paulo, Eu e minha família fomos ao Rio de Janeiro. No dia 23, chegamos à cidade e resolvemos ir ao Corcovado, como todos os turistas, e para nossa decepção ocorreram alguns “contratempos”. Fomos de carro, logo na subida fomos abordados por um grupo de rapazes trajando camiseta vermelha e com crachá pendurado no pescoço, fomos informados que estava proibido a subida de carro particular desde 2007 e que só poderia se fosse guiado por um deles até o ponto chamado Paineiras. Até aí nada demais, o problema é que fomos obrigados a pagar 23 reais por pessoa que estava no carro e quando confrontamos o “tal guia” ele disse que realmente não era proibido, mas não precisaríamos pegar a fila maior, podendo usar uma ao lado, indo direto ao caixa (algo muito estranho essa prioridade). Depois que o guia recebeu de minha família 110 reais foi embora dizendo que o dinheiro era para ser dividido entre os outros “guias” da ONG da qual ele fazia parte. Não nos deu nenhum recibo, sumindo logo em seguida.
Mas o pior não foi somente se sentir coagido ao ter o carro interceptado por “esses guias”, o local chamado Palmeiras Corcovado foi de uma experiência terrível, minha mãe passando mal pelo calor, não tinha a menor condição de permanecer na fila para ir até o topo do Corcovado, então começou a tortura maior, para sair da fila, um local sujo, sem portas de saída de emergência e nenhum segurança ou controlador de acesso para ajudar as pessoas que estavam na fila aguardando as vans. Com muitas dificuldades conseguimos sair da fila, desistindo de ver o Cristo Redentor de perto.

Gostaria de protestar contra a extorsão que sofremos desses “tal guias”(ONG) e pela falta de recibo do “serviço prestado” e pela falta  de condições da instalação do ponto Paineiras Corcovado, um prédio sem nenhuma segurança (principalmente por não ter nenhuma saída de emergência).