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sexta-feira, 3 de junho de 2016

QUILHÃO

"Quando um companheiro não atura o outro, intriga-o. Quando um patrão não atura o empregado, despede-o". (João do Rio)

Reunião de emergência.
O desconforto paira no ar.
Todos os presentes olham o interlocutor com olhos cobiçosos, tentando adivinhar a chuva de raios e trovões que se avizinha.
Ao começar o 'discurso da montanha' todos se entreolham e nesse momento não precisa de palavras para saber o que cada um estão pensando. E não preciso dizer que todos estavam de comum acordo.

Administrar conflitos no local de trabalho não é tarefa fácil, a balança não pode pender para nenhum dos lados, a imparcialidade deve ser a tônica para o fim da contenda.
Não existe inocentes em ambos os lados, as vítimas nem sempre é a pobre coitadinha como faz-se acreditar. Cada um tem 'culpa no cartório'. 
Quem preside a reunião bem sabe disso e fica na 'corda bamba, Tenta com a 'toques de dedos' expor os prós e contras do comportamento dos envolvidos e entender melhor a reclamação da vítima.
Muito diz que diz e o resultado é sempre o mesmo: dedos são apontados na cara dos presentes e num arroubo sebastianista tupiniquim faz a paz reinar, salvando a pátria, tentando disfarçar que o 'rabo' a ser salvo é de quem esbraveja. 
Qualquer palavra mais áspera pode desencadear reação inesperada e por tudo a perder, então façamos o seguinte - fingimos que 'foi sério' e assim colocamos uma pedra em cima do assunto! E todos saímos ganhando. Os empregos serão preservados e os empregadores permanecem com seus comandados. Já que os mais competentes tem 'gênio do cão', seja pela auto-confiança de sua capacidade ou pelo prestígio que conquistou ao longo dos anos pelo servilismo obtuso.
Afinal, tem que ter quilhão para suportar e fazer-se de desentendido para não mandar enfiar no rabo todo o discurso barato e cheio de incoerências que leva 'nada a lugar nenhum'.
Verdadeira perda de tempo, afinal cada um tem seu quinhão e nada do que foi discursado passou do 'dito pelo não dito'. Bem sabemos o que fala sentado não se confirma de pé e assim vamos vivendo com um falso respeito de ambas as partes. 


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