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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Extremismo

Não sei se estou numa fase de Síndrome de Hard Har Har ou talvez esteja somente desesperançado com tudo que vejo dia a dia no jornal. A cada dia que ligo a televisão ou leio jornal ou uma revista de grande circulação chego sentir uma tristeza profunda n'alma. Tanto que neste último final de semana me recusei a assistir televisão, preferindo ficar alheio a todos os noticiários. Para evitar qualquer contato com a realidade liguei a televisão no canal do Youtube e fiquei assistindo a antiga novela do autor Sílvio de Abreu, "Sassaricando", valendo boas risadas com tamanha leveza e me fazendo retornar o tempo de infância quando a novela era reprisada.
Depois de assistir pelo menos 30 capítulos no sábado fui dormir e no domingo ainda estava querendo me abster de qualquer problemas e resolvi assistir aos filmes do grande cineasta Charles Chaplin lançado pelo jornal Folha de São Paulo - 'Coleção Folha Charles Chaplin', composto por 20 volumes. Assisti alguns curtas do início da carreira desse grande ator, diversos dos anos 1910. Vários do ano 1914, a precisos 102 atrás e fiquei olhando as peripécias e percebi que o mundo desde que é mundo sempre ouve seus espertinhos, ladrões, covardes, etc etc etc. O que era pra fazer rir, só me fez ficar ainda mais desesperançado. Claro, é um filme de comédia pastelão, e sei que não sou tão inocente em acreditar que um filme é espelho da realidade, também sei que a arte imita a vida e se naquele tempo já existia os espertinhos de todo tipo e mais de cem anos depois estamos da mesma maneira apesar de tantos avanços, fui dormir e deixar isso pra lá. Acordei e nada fez com que dissipasse o mau humor e pensamentos soturnos me acompanhou durante o trajeto de casa até o trabalho. Fiquei indagando comigo mesmo qual seria o caminho a seguir, ou largamos tudo pra lá e vivemos como um autômato ou partimos para a luta armada e seguimos o exemplo dos extremistas do Velho Mundo e Oriente Médio.
De repente senti um olhar furar o bloqueio a que estava envolto e parei de pensar e olhei quem me olhava e me deparei com uma criança de apenas 'uns quatros' anos de idade que me olhava e sorria como se pudesse ler em meu rosto toda a minha preocupação. Era tão angelical que dissipou todas as nuvens negras que pairavam em minha cabeça. Deixou-me desarmado e com vergonha de pensar em tudo ou nada e volvei novamente minha alma e percebi que um milagre ocorreu, já não estava tão pesado e segui para o trabalho mais leve.
Um olhar e inocente sorriso foi o suficiente para melhorar o meu dia. Talvez isso seja a eterna esperança. 

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