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sábado, 6 de fevereiro de 2010

AMOLECENDO CORAÇÕES


Não havia assistido ao filme, Bonequinha de Luxo, de 1961, tinha uma vaga ideia de algo superficial, modismo de época.
Há pouco tempo encontrei em promoção o DVD deste filme, resolvi levar pra casa e assisti-lo.
Foi uma surpresa agradável, realmente vale a pena ser um clássico do cinema.
A estória em si é um conto de Cinderela. Claro, que no final a mocinha encontra o amor de sua vida.
Todo filme romântico que se preza é assim, não há novidades nisso, e muito menos que a elegância e beleza da protagonista é de parar o trânsito.
Vale à pena mesmo é pelo tom melancólico do filme, do inicio ao fim esse clima predomina, apesar de ser uma comédia ligeira.
A tristeza dos personagens, a vida vazia deles não difere em nada da atualidade, sempre procuramos um lugar ao sol.
Na parte final, quando desiludida ela ainda tenta se apegar ao sonho de ser rica, assim resolvendo todos os problemas cotidianos é eletrizante. Qual vale mais naquele momento, uma vida estável ao lado de uma pessoa sem amor ou o puro e reconfortante amor?
Não saberia responder, ainda não tenho dinheiro e nem amor, o que vier em primeiro é vantagem.
Isso é a diferença do filme, a falta de pudor de colocar o dinheiro versus ao sentimento, sem um acusar o outro de ser melhor ou pior, somente uma escolha.
A falta de perspectiva dos personagens é de cortar o coração, até o bichano do filme parece ser algo tão solitário, a espera de carinho.
Tantas tristeza não caberia a um filme romântico com toques de comédia ligeira, mas essa mistura improvável é que dá o gosto ao filme.
Me peguei torcendo pelo amor dos protagonistas, em certos momentos tive até vontade de derramar lágrimas, coisa que nunca fiz por filme nenhum.
A vontade é de proteger a personagem, ser pai, irmão, marido e tudo o mais.
Acabei ficando sentimental, nunca me aconteceu antes, eu juro, talvez seja o mal da idade...

ASSIM CAMINHA MAZZAROPI


Outro dia revendo o filme “Assim Caminha a Humanidade”, com Rock Hudson, Elizabeth Taylor e James Dean, fiquei fascinado com a maneira vulgar dos novos ricos, no caso os texanos que enriqueceram com o petróleo. A personagem da Liz Taylor vinda de outra localidade dos Estados Unidos tem um certo refinamento, diferente das mulheres texanas.
Mas o que me chamou a atenção no filme não foi a vulgaridade dos novos ricos, foi o estilo americano de viver, totalmente diferente do brasileiro.
No filme “Jeca Tatu”, do Mazzaropi, mostra um homem simples, do interior do Brasil e suas desditas, uma comédia e nada mais. Ledo engano, esse filme diz tanto do brasileiro como o filme “Assim Caminha a Humanidade” do povo estadunidense.
Passagem quando o personagem do ator James Dean recebe de herança um pedaço de terra e outro quando o personagem vivido pelo ator Rock Hudson apanha de um comerciante, só porque defendeu a permanecia de mexicanos numa lanchonete, mostra claramente como eles reagem.
No filme do Mazzaropi seu personagem troca sua propriedade aos poucos por comida. Um fazendeiro compra os títulos do comerciante e expulsa o Jeca Tatu das terras, incendiando a casa dele.
O filme Jeca Tatu, foi baseado num conto do Monteiro Lobato, mas não é só uma ficção literária, casos como o do Coronel Delmiro Gouveia, que foi assassinado com três tiros no alpendre de sua moradia, mostra como age o povo brasileiro, pra não dizer o povo da América-latina.
No caso, do filme norte-americano, se fosse brasileiro o personagem que recebe a herança seria atocaiado e no caso da lanchonete seria incendiada e fim de assunto.
Não que o povo norte-americano seja melhor e mais racional que os povos da america-latina, nada disso, insanidade existe em todo lugar.
O que me fez refletir sobre uma situação e outra é que ambos os filmes foram feitos na década de 50 e ambos se passa no interior de cada país.
Lógico que no cinema Americano, nunca vemos eles falarem mal de suas culturas. O brasileiro não tem nenhum pudor a esse respeito, mostra de forma explicita todas as mazelas.
Não vou engrandecer ninguém, porque 'cada povo com seu uso e cada roca com seu fuso'.

ESCREVINHAR

Nunca gostei de escrever, qualquer redação de 15 linhas, que as professoras de português solicitavam me deixava de cabelo em pé, nunca consegui atinar nada com nada. Fui um bom leitor, sempre gostei de ler, matar minha curiosidade foi sempre e continua sendo o meu forte. História era a matéria que era apaixona e continua sendo.
Escrever é difícil, colocar no papel o que entendi, explanar sem ser repetitivo e não cometer erros de português foi e continua sendo uma constante para o meu bloqueio. Mas lembro do que diziam as minha professoras de português – só se aprende fazendo – ainda não consegui aprender!
De lá pra cá muitas águas rolaram, a internet surgiu e ficou popular, como gosto de ler, sempre me deparo com absurdos de todo tipo, então perdi a vergonha dos meus erros, já que será mais um absurdo .
Minhas notas nas redações eram sempre medianas, somente uma vez tirei a melhor nota da sala, não que minha redação fosse a melhor, era um tanto infantil e estéril, mas o tema não fazia jus a mais do que isto.
Tirar a melhor nota da sala foi analisar o tipo de livro que tive que ler naquele semestre e o perfil da professora, com essas informações fiz a redação nesse padrão, tirei a nota maior, descontando os erros de português.
Outro grande problema era a falta de vivencia para explanar um assunto, como poderia falar de algo que mal conhecia, não conseguia dar uma opinião a respeito de nada que fosse longe da minha realidade ou que acredita não fazer parte dela.
Com o passar do tempo vi que nada do que acreditava estar longe de mim fazia e continua fazendo parte da minha vida, nada acontece por acaso, tudo está interligado, desde uma guerra no Oriente Médio ao buraco no asfalto da minha rua.
Exageros à parte, pude perceber que o tempo me ajudou a deixar de ter uma visão micro para uma macro.
Quando adolescente, infelizmente, não conseguia entender o que a professora queria chegar. Havia uma falta de comunicação, não entendia nada o porque falar da primavera, férias escolares ou outras bobagens da época, poderíamos dissertar sobre temas que estavam na mídia, política, entre outros.
Com certeza também não iria funcionar, não tinha o conhecimento sobre o assunto.
Sempre ouvi dizer que o leitor é sempre um bom escritor, duvido!, escrever demanda um conhecimento de novas palavras e uma clareza de entendimento muito grande e tem que ter desenvoltura para o texto não se tornar massante. Ler basta de ter atenção e ser curioso, claro que quem lê mais fica familiarizado com tudo isso, receber é sempre prazeroso, colocar a mão na massa é sempre trabalhoso.
Gosto de ler os livros do Machado de Assis, Nelson Rodrigues e Raduan Nassar, cada um com estilo diferente, o Nelson na escrita é o mais popular, Machado de Assis é muito acadêmico e o Raduan Nassar é o mais emblemático. Cada um no seu estilo, mas jamais conseguiria ter a competência de cada um deles.
Escrever tornou se diferente na era da internet, erros de português não é o fator determinante de um bom texto e sim sua clareza de idéias, antes era o conjunto completo, ficou mais pobre, mas enriqueceu no conteúdo.
Não passei a gostar de escrever, escrevo para aprender a gostar, a frase das professoras tocou forte em mim, sei que é lugar comum certas frases, mas ditos populares tem sempre um fundo de verdade.