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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Rita Cadillac, cinema e outros Enganos


Cinema Ipiranga, um dos grandes templos do cinema de outrora, cheguei a frequentar sua sala espetacularmente grande, com seu cheiro de mofo e cadeiras que rangiam a todo momento, mas isso fazia parte da graça em estar num cinema velho e mal cuidado como aquele.

Seus últimos anos passavam filmes do circuito comercial, só que a preço bem popular, dava para ver toda a programação em cartaz sem gastar muito e por incrível que pareça sua sala nunca ficava cheia, talvez o cheiro de mofo e as cadeiras cantantes incomodasse deveras o povão de uma maneira geral. Vi em sua tela muitos filmes antes que baixasse a porta e não me arrependi, hoje acho graça da má conservação de maravilha que era aquele local tão bonito.

Um dos filmes que fui assistir lá foi o grande sucesso do Hector Babenco, “Carandiru”, sobre a penitênciária de mesmo nome e que tinha uma cena interessante, Rita Cadillac cantando “É bom para o Moral”, que não ouvi como tal, durante a cena percebi algo estranho - Rita dançando na boquinha da garrafa, dança que seria somente inventada após 1996, e como o filme se passa no ano de 1992 quando ocorreu o massacre dos presos, seria uma incompatibilidade historica, Rita teria inventado a tal dança? Não, no filme biográfico “Rita Cadillac – a lady do povo”, fica claro que era uma invenção do diretor ficando fora o contexto historico do filme. Mas não foi a dancinha da garrafa que chamou minha atenção, foi a letra da música, eu havia entendido que era algo sobre o exame Papanicolau, achei legal uma artista como a Cadillac alertar as mulheres da importância do tal exame preventivo, apesar de não ver contexto para ela cantar tal música numa cadeia. Cheguei em casa todo empolgado, falei com todos que a Rita tinha uma música que falava da importância para as mulheres fazerem o exame papanicolau, ninguém acreditou.
- Como a Rita Cadillac???

Pela falta de fé geral pesquisei a música na internet e descobri que não tinha nada com o Exame feminino, todos estavam certos, a música é muito divertida e respeita a língua portuguesa, usa corretamente – o moral.

A sonoplastia inaldíveis dos filmes não era exclusividade do cinema Ipiranga, anos antes no cinema Astor na avenida Paulista não entendi nada do que dizia os atores do filme “Eu, Tu, Eles”, um filme com atores cariocas vivendo personagens nordestinos, só escutava chiadeira com resmungo, as imagens eram belas, infelizmente até hoje não sei o que diziam.

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