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domingo, 24 de julho de 2011

O Antigo Mundo do Zé do Caixão


Final de semana e muitas coisas para fazer, desde andar à toa a partir para o trabalho doméstico. Decido por uma paixão antiga - ver filmes, escolho uma seleção do Zé do Caixão. Não tenho nenhuma preferencia pelos filmes do José Mojica Marins, já assisti alguns em outros tempos, no Centro Cultural São paulo e em fita VHS. Há algum tempo foram lançados alguns títulos em DVD, adquiri os títulos que encontrei. De fato são filmes bastantes originais, alguns beirando ao experimentalismo total.
No famoso “A meia-noite levarei a sua alma”, somos apresentado ao dono de uma funerária que se considera o homem perfeito a busca da mulher perfeita para fazer o filho perfeito. Se não for o primeiro terror brasileiro é um deles, muito interessante, em “Esta noite encarnarei no teu Cadáver”, nada de novo acontece nessa continuação, a mesma busca, cenas, nada difere do anterior.
Outro filme que foge um pouco dos dois anteriores “Ritual dos Sádicos/ O despertar da Besta é o mais interessante dos títulos lançados em DVD, três histórias que expõem muito mais as condições humanas do que as outras histórias fantásticas. Em “O Estranho mundo do Zé do Caixão”, três histórias que se perdem, desperdiçando um bom argumento.
Nenhum deles se perde tanto como “Delírios de um Anormal”, o argumento do filme é muito interessante, um psiquiatra famoso perturbado em sonho pelo Zé do Caixão, perdendo o interesse por ser uma colcha de retalho.
Em todos eles faltam de uma organização geral, efeitos especiais sempre deixando a desejar, aranhas, cobras, sapos e imagens de santos de macumba compõem o mundo fantástico do Zé.
Ao contrário do se já escreveram o terrir não foi criado pelo diretor Ivan Cardoso e sim pelo José Mojica Marins, seus filmes na verdade não são terror é a mais pura comédia. É impossível deixar de rir em cenas banais, como mulheres hipnotizadas, apanhando ou gritando de terror por causa de aranhas que passeiam pelo seu corpo.
O personagem Zé do Caixão não gosta de mulher, todas são maltratadas e descartadas como seres inferiores. Os homens que aparecem nos filmes sofrem menos do elas, todos filmes elas apanham do malvado Zé do Caixão e seu sonho de ter o filho perfeito não é concretizado.
José Mojica Marins é um gênio sem dúvida, tal como foi Ed Wood, seu brilhantismo reside na originalidade e na falta dela também, os filmes de ambos nos fazem sentir superiores a que estamos vendo, fazendo com que apontamos erros e como deveria ser feita a cena para que ficasse boa.
Do primeiro filme do Zé do Caixão aos dias atuais muitas mudanças ocorreram, efeitos especiais, montagem, fotografia e roteiro.
De lá para cá a mulher evoluiu e se em um filme atual a mulher for tão maltratada como foram nos filmes anteriores nunca há de achar a mulher perfeita, hoje elas exstem, trabalham, sabem o que quer, não pedem licença. Tudo aquilo que o Zé do Caixão não admitiria, pois se considera o ser superior.
Em sua essência os filmes do Zé do Caixão, desperta em nós a paixão pelo cinema na sua mais pueril forma, a de um menino apaixonado por filme.

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