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sexta-feira, 15 de julho de 2011

No pé d'ouvido


Acordo no meio da noite e não consigo voltar a dormir, isso nunca me acontece, fico preocupado, sei que amanhã terei um dia daqueles, sexta-feira, o dia mais tumultuado para mim.
Rolo de um lado para outro da cama. Minha cabeça em turbilhão, por mais que eu tento nada acontece, minha mente funcionando melhor do que nunca. Fatos e fotos aparecem e desaparecem num átimo e o sono que é bom nada.
Recordo velhas histórias, e tendo entender a importância delas em minha vida, o que passou, passou.
Lembro das aulas de um advogado, da voz dele dizendo “matar talvez, roubar jamais” e explicando que matar pode ser por legítima defesa, num ímpeto de raiva, acidente ou para defender alguém, mas roubar nada justificava.
A voz dele faz eco em minha cabeça “ladrão tem que levar uns tapas no pé d'ouvido de policiais, já que não levou em casa”. Acho graça dessa lembrança e meu sono mais uma vez se afasta de mim.
Sento na cama, pego meu netbook e começo a digitar para ver se assim o sono se restabeleça.
O advogado era um dos melhores professores do curso, sempre agitado e falando muito rápido fazia com que todos dessem risadas das suas frases. Hoje insone essas frases me vem a cabeça sem motivo aparente e ainda acho graça e concordo com o ponto de vista dele. Matar alguém sempre causa repulsa só de pensar, se ocorrer num acidente ou se for para legítima defesa própria ou de outrem se torna coerente e aceitável, já roubar realmente nada justifica. Roubar é falta de caráter, não tem justificativa que explica tamanha falta. Quando o sujeito é pego em plena atividade do roubo sempre tem uma justificativa, das mais fuleiras, apelam para a compaixão alheia, dizendo que roubava para dar de comida aos filhos ou que nunca teve quando criança ou se o cinismo for maior, se declara doente – cleptomaníaco.
Muitos dizem que ladrão rico é cleptomaníaco e pobre é sem vergonha mesmo, independente da classe socioeconômica de cada um precisa de uma avaliação de um profissional para atestar se a pessoa sofre de algum transtorno ou não.
Conheço quem já viu o sol nascer quadrado, por roubo, levou uns bons “pés d'ouvido” e que não foi falta de ensinamento dentro de casa, sempre teve os melhores exemplos e toda vez que fazia algo de errado era corrigido. A experiência fica e a desconfiança também, pois quem foi rei nunca perde a majestade.
Escrevendo vem à mente o refrão de uma música “me bate, me xinga, me chama de bandido, direita, esquerda no pé do meu ouvido”, bem é por aí que vemos a opinião geral, “dói, um tapinha não dói, só um tapinha...”.
Deve ser a tara de alguns levar um esfregaço de policial, bem no pé d'ouvido.
E ainda sem sono...

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