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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Beijo ou Rita Cadillac

Amigos personagens, alguns tirados das páginas de livros, estórias em quadrinhos, filmes ou mesmo personagens que existiram e alguns que ainda continua a existir.
Nada é impossível nessa aglutinação de personagens, todos fazem parte de um mundo à parte, não necessariamente eles precisam ser aquilo que espero deles, mas todo de alguma maneira tem que me cativar.
Uma dessas personagens que ainda vive é a tão insólita Rita Cadillac, ela mesma, a Chacrete, que sobreviveu as demais e ainda continua aparecendo aqui e acolá.
Já a tinha visto algumas vezes na televisão, não me lembro dela no programa do Velho Guerreiro, lembro de algumas vezes que ela participava de alguns programas entrevistando borracheiros, numa dessas entrevistas deitava numa roda de caminhão e mandava o japonês da oficina abrir os olhos. O tempo passou é quase nunca a via na televisão. Até que surgiu o filme “Carandiru”, a febre Cadillac voltou com tudo e programas vespertinos passaram apresentá-la quase todos os finais de semana e na época alguns shows foram agendados e alguns deles eu fui ver de perto tudo aquilo ao vivo e a cores.
Não me arrependi, ela é um mulherão com todos os predicados e adjetivos, faz jus a fama que tem – um verdadeiro Cadillac.
O que mais me impressionou nela não foi só o aspecto físico, foi a capacidade de conduzir um show com poucos elementos e somente ela no palco levar a turma de homens no recinto a loucura.
No teatro que se apresentara era uma espelunca da pior espécie, o tão conhecido e decadente Teatro Orion, situado na Rua Aurora reduto da prostituição do Centro Velho. Há garotas bem mais novas e que tira qualquer homem do sério, mas nenhuma com a força de Rita Cadillac.
Cantava, abaixava, puxava algum homem para o palco, fazia as brincadeiras de teatro rebolado e deixava alguns beijar a parte que todos queriam: o seu Bumbum.
Antes de terminar a apresentação desceu do palco e agradeceu um por um com beijo no rosto e os mais ousados com o “famoso beijo” e quando ia me atrever a beijá-la um cara me atrapalhou e tive que me contentar em beijá-la somente no rosto.
Para encerrar a apresentação deu autografo, nos cartões haviam caído no chão, então “sutilmente” abaixou para autografá-los, virando sem dobrar os joelhos, a visão do esplendor e uma salva de assobios romperam no ar, ouvia se fiu-fiu a todo instante. O primeiro foi o meu que lembrei de uma entrevista que ela dera no rádio e falara que se passasse na rua e ninguém fizesse um fiu-fiu ficaria em depressão, então lembrando disso e vendo tal visão fiz o tão esperado fiu-fiu e todos embalaram a distribuição de autógrafos com outros assovios e gritarias.
E para o “grand finale” virou e deixou que alguns desse o famoso beijo e nisso eu havia me levantado para ir até o palco e enfim beijar também, só que ao levantar apareceu um velhinho, bem velhinhos e ela vira e diz “Vai aguentar vovô, então beija e seja feliz!”, fiquei encabulado com a cena e o contraste iria ser muito grande, logo depois de um velho, eu de vinte poucos anos beijá-la  iria achar que era o neto do tal velho, desisti e morri na vontade.
Depois disso vi algumas vezes e não consegui chegar perto do palco, mas talvez ainda consiga dar o tal beijo, espero!

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