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sábado, 7 de julho de 2012

Corinthians, Clara Nunes e RR Soares

Meus hábitos são sempre os mesmos, como já foi dito em casa nasci velho e por incrível que pareça isso nunca foi um empecilho, gosto da rotina, talvez tenha a ver com meu signo, capricórnio, signo da terra, pautado pelo trabalho e sacrifício.
Trabalho, se não vou estudar estou em casa, vejo filme, leio livros e as vezes ando a esmo, sem compromissos, gosto de as vezes ir a cemitérios para ver túmulos, fotos e datas, coisa que muitos acham mórbido, mas me faz ver como a vida é passageira.
Essa semana que passou foi interessante, ao sair do serviço, desviava minha rota só para descer na Avenida Paulista para poder simplesmente andar e admirar os prédios, as pessoas, o movimento em geral. No dia que o Corinthians iria disputar à Libertadores a estava em festa Paulista, corintianos por todos os lados fazendo a maior algazarra. Depois da vitória parecia final de Copa do Mundo, São Paulo estava em festa, nos noticiários do dia seguinte o assunto era a vitória do timão.
Em meio a esse burburinho comecei a fazer algo que gosto muito, comecei a ler o livro “Clara Nunes – Guerreira da Utopia”, de Vagner Fernandes, uma biografia da cantora Clara Nunes. E o que tem isso a ver com o Corinthians, televisão, Paulista, Semana? Nada.
O fato de ser corintiano, gostar da cantora Clara Nunes, de andar pela Paulista, de ver televisão é só um gosto pessoal, mas não posso me furtar de observar algumas coisas e acabar ligando um fato ao outro.
Primeiro o protetor do Corinthians é o São Jorge, também protetor da Clarinha, ambos atinge um público popular.
Ao começar escrever não isso que estava pensando, queria descrever o que vi na televisão e achei um absurdo o que vi. Como já disse gosto de ver televisão como todo bom brasileiro, fico sapeando até ver algo que me interessa, numa dessas passagens por canais vi uma imagem insólita, a de um desenho onde uma personagem negra, velha, gorda, mal humorada, dentro de um comércio que vende artigos religiosos conspirando, parei e prestei atenção no desenho, era uma negra feiticeira que só pensava em obedecer às forças do mal e era contra a filha que estava se convertendo ao evangelho e todo tempo a velha negra dizia que as forças do mal que era certo.
 Esperei para ver que programa era aquele que tinha a coragem de mostrar um material tão depreciativo. De inicio vi que era um programa evangélico, achei que fosse de uma seita religiosa e para minha surpresa não era a que espera,era a do cunhado.
RR Soares, um pastor inteligente cometeu a ignorância de mostrar um desenho que fala mal da religião que descende dos africanos e inclusive dos negros.
Findo o festival de preconceito mudei de canal e vi outro pastor, agora da igreja do cunhado divulgando que na igreja matriz vai haver banho de luz, reposição de energia. Enquanto um condena a prática da religião afro e o outro tenta de toda maneira seguir o caminho que há muito os afros descendentes já praticavam.
Futebol, religião, música, televisão e livros todos reunidos em uma semana, ligados por um fio invisível, que faz ver como a vida é um seguimento e não compartimento.

Cenas da Semana

No terminal Barra Funda um senhor de cabelos brancos, porte esguio, andar rápido levava consigo um mimeografo, um aparelho     que há muito não via, lembrei do tempo de criança quando as professoras nos davam as provas com cheiro de álcool, até a cor azul do papel extenso que ficava registrado nas folhas deu uma certo saudosismo.
Na saída da composição do metrô da linha azul em direção a linha vermelha outra cena que chamou a minha atenção foi de um homem branco, alto, gordo, com cara de idiota, daqueles que jogam pedra e esconde a mão, ao sair esticou a mão até uma mulher que estava a sua frente, encostou em suas nádegas, para não dizer bunda, só que a mulher não percebeu que havia passado e seguiu seu caminho em paz. O cara era tão babaca que aquela bunda não valia o crime e o seu ato foi tão inválido que ela nem percebeu o que o tonto havia aprontado.

Outra cena que vi indo trabalhar foi de um morador de rua escovando os dentes, achei interessante a cena, geralmente não são pessoas que nos remete uma imagem de limpeza e higiene, fiquei impressionado com o cuidado que o homem tinha em manter a saúde bucal da melhor maneira possível. Fato relevante já que estive próximo de pessoas que exalam um odor desagradável pela boca, deveriam tomar o exemplo do morador de rua e evitar o odor desagradável.

Desde criança sempre gostei de roupa xadrez, qualquer tipo de xadrez, do miudinho ao grande. Qualquer cor, azul, amarelo, marrom e em especial o vermelho. Ganhei uma camisa de flanelinha xadrez, linda, feita sob medida. E não por falar ficou linda em mim. Como fui convidado para comemorar de passar para o sexto semestre sem nenhuma dependência, usei minha camisa xadrez e pelo caminho pude notar como o xadrez voltou com força total, a para todos os gostos e tipo, São Paulo parece estar de uniforme, talvez seja as festas juninas que de certa forma remete o xadrez ao povo do interior, só que dessa vez notei que o xadrez deixou de ser considerado algo de pessoas velhas e caipira, todos estão usando, dos jovens aos idosos.
Não tem como passar pela Avenida Paulista sem esbarrar pelo menos com um jovem usando pelo menos uma peça em xadrez, especialmente as camisas.

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