Powered By Blogger

sábado, 31 de dezembro de 2011

Promessa de Ano Velho

Escrever nunca foi uma das minhas melhores coisas, comecei por acaso, o faço como passa tempo, por isso a falta de rigor em tudo que escrevo, não tenho uma disciplina em escrever periodicamente e ter um português esmerado, faço como se estivesse andando.

Tinha uma ideia em escrever pelo menos cem textos, curtos, médios ou grandes no ano que acabou, ficou só no projeto, estava perto disso, até uma grande decepção em escrever. Escrevi textos que nunca havia escrito, de um momento para outro passei a ser dono de textos que não eram meus e isso causou um mal estar em mim que fiquei desgostoso em escrever qualquer coisa, passado algum tempo voltei a publicar algumas coisas e mesmo assim o fiz como uma criança faz quando toma um medicamento, coloca na boca e engole fazendo careta se o gosto for amargo e esse era.

Naufaguei na minha tentativa de terminar o ano com cem textos publicados, fiquei somente com a vontade de parar, nunca mais escrever nada, poupar a internet de mais um que escreve bobagens, superei essa fase.

Vez ou outra escrevo alguma coisa, as vezes escrevo muita coisa ao mesmo tempo e vou publicando aos poucos, ficando tempos inativos, sem ao menos entrar no site e ver como está minha criação, deixando meu filhote abandonado.

Dessa vez não vou criar meta, promessas ou nada do gênero, o que vier é lucro, se conseguir escrever bem e se não conseguir amém, possa ser que acabe ficando inativado por falta de uso ou acabe ultrapassando a marca dos cem.

Enquanto isso vou recolher os cacos que sobraram do ano passado e seguir minha vida, escrevendo ou não!

Velhas Novas Músicas

Final de semana, nada de novo para fazer, então faço o que é velho mesmo. Último dia do ano e com o espírito embalado pelo livro que estou a ler, pego um CD que comprei e começo a escutar as músicas dele, são músicas que não tocam mais nas rádios e poucos atualmente tem o previlégio de escutar, são músicas da década de 30 e 40, a maioria sambas, choros e marchas, todas gravadas por Carmen Miranda e cantores da época. Algumas não chego na metade, outras ouço até o fim. Algumas dessas músicas seria impossível de ser regravadas nos dias atuais, alguns termos causariam mal estar a muitos e outros seriam de uma inocência ímpar sem igual, sem contar algumas expressões que há muito deixaram de ser usadas, teríamos que ter um dicionário de expressão popular às mãos para poder entender o que estão dizendo.


Infelizmente as cantoras e cantores sempre fazem as mesmas “homenagens” cantando o que todos cantam mudando somente a voz, nada mais.

Muito das músicas que ouvi seria muito bem adaptadas ao estilo mais intimista como ouvi uma versão de “Teus Olhos”, com Aurora Miranda e arranjo moderno do Diego Souto, ou um toque de Jazz ou Blues a algumas das canções calhariam muito bem e pronto teríamos um monte de novas velhas músicas.

Seria um retrô ou melhor um som vintage, já que seriam dadas algumas modificações na interpretação das músicas e atualização das canções, evitando o caracteristico da época. Vi algo parecido no filme “A meia-noite me Paris”, onde um ator vivendo Cole Porter canta “Let’s do it” ao piano e procurando pela seara da internet encontrei várias versões para esse clássico, da interpretação da Ella Fitzgerald a uma versão do Chico Buarque com Elza Soares, “Façamos”, todas elas muito interessante.

Também já encontrei versões que literalmente estragaram a música ou pelo menos não ficara adequadamente bem adaptada, exemplos são “Codinome Beija-Flor”, do Cazuza, que certa feita escutei numa versão forró, péssimo. “Menino Bonito”, dos Mutantes que fora gravado pela cantora Wanderléia na década de 80 e se tornou datado, sendo que a gravação dos Mutantes continua moderna apesar de ser bem mais antiga. A versão da Wanderléia é boa, só que tem todos os elementos da década de 80.

Acontece o contrário, de uma música na versão original não ficar tão bem e outro cantor dar um toque todo especial a interpretação, isso fica claro ao ouvir a gravação de uma música do Tom Jobim “Canta, Canta Mais” que na voz da Vânia Bastos foi uma das mais lindas que ouvi até hoje.

Portanto, nossos cantores deveriam deixar de lado os “homenageados” de sempre e vasculhar o baú das velhas canções e desenterrar velhas canções e buscar novos estilos de interpretação sem medo de errar, esquecendo por um momento o popular, senão daqui a pouco estarão todos gemendo baboseiras como “Ai, aí se eu te pego, ai ai..” Somos muito mais do que essas besteiras auditivas.



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Diga-me

Diga-me uma palavra, ou faça um comentário a respeito de alguém que advinharei o que passa pela sua alma, saberei muito mais de você do que possa imaginar.


Afinal de contas ouvi em uma novela na Globo, “É o costume da sala que se leva a praça”, as pessoas somente expressa o que sente ou tem vontade, outra expressão que ouvi certa vez dizia que “cada um só pensa no que gosta”.

Então não há mágica nenhuma em conhecer uma pessoa através de suas opiniões ou do tipo de palavra que usa no dia-a-dia, cada um é o pensa e como age. O corpo fala a todo instante.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Rita Cadillac, cinema e outros Enganos


Cinema Ipiranga, um dos grandes templos do cinema de outrora, cheguei a frequentar sua sala espetacularmente grande, com seu cheiro de mofo e cadeiras que rangiam a todo momento, mas isso fazia parte da graça em estar num cinema velho e mal cuidado como aquele.

Seus últimos anos passavam filmes do circuito comercial, só que a preço bem popular, dava para ver toda a programação em cartaz sem gastar muito e por incrível que pareça sua sala nunca ficava cheia, talvez o cheiro de mofo e as cadeiras cantantes incomodasse deveras o povão de uma maneira geral. Vi em sua tela muitos filmes antes que baixasse a porta e não me arrependi, hoje acho graça da má conservação de maravilha que era aquele local tão bonito.

Um dos filmes que fui assistir lá foi o grande sucesso do Hector Babenco, “Carandiru”, sobre a penitênciária de mesmo nome e que tinha uma cena interessante, Rita Cadillac cantando “É bom para o Moral”, que não ouvi como tal, durante a cena percebi algo estranho - Rita dançando na boquinha da garrafa, dança que seria somente inventada após 1996, e como o filme se passa no ano de 1992 quando ocorreu o massacre dos presos, seria uma incompatibilidade historica, Rita teria inventado a tal dança? Não, no filme biográfico “Rita Cadillac – a lady do povo”, fica claro que era uma invenção do diretor ficando fora o contexto historico do filme. Mas não foi a dancinha da garrafa que chamou minha atenção, foi a letra da música, eu havia entendido que era algo sobre o exame Papanicolau, achei legal uma artista como a Cadillac alertar as mulheres da importância do tal exame preventivo, apesar de não ver contexto para ela cantar tal música numa cadeia. Cheguei em casa todo empolgado, falei com todos que a Rita tinha uma música que falava da importância para as mulheres fazerem o exame papanicolau, ninguém acreditou.
- Como a Rita Cadillac???

Pela falta de fé geral pesquisei a música na internet e descobri que não tinha nada com o Exame feminino, todos estavam certos, a música é muito divertida e respeita a língua portuguesa, usa corretamente – o moral.

A sonoplastia inaldíveis dos filmes não era exclusividade do cinema Ipiranga, anos antes no cinema Astor na avenida Paulista não entendi nada do que dizia os atores do filme “Eu, Tu, Eles”, um filme com atores cariocas vivendo personagens nordestinos, só escutava chiadeira com resmungo, as imagens eram belas, infelizmente até hoje não sei o que diziam.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Carmen por Ruy Castro

Passei o semestre inteiro louco para que passasse logo nas provas e ficasse livre o quanto antes, não que desgosto de estudar, pelo contrário, gosto dos desafios e aprendizados, mas o fato de querer que o semestre chegasse ao fim estava realcionado com um desejo acalentado algum tempo, desde que comprara o livro-biografia da cantora Carmen Miranda, escrito pelo grande Ruy Castro. Dele já havia lido a biografia do escritor Nelson Rodrigues .

Poderia começar ler o livro a qualquer momento, mas deixei para fazê-lo em momento oportuno, onde poderei ler cada paragráfo com tranquilidade e aproveitar cada momento do livro, sem ter a preocupação de ter que parar a leitura para ter que estudar para uma prova ou coisa e tal.

Estou gostando muito do livro, não é um dos melhores do Ruy Castro, certas partes do livro Ele se comporta como um fã e não como um escritor isento do amor de seu fã pelo ídolo. É difícil ficar indiferente a explosão que é a cantora Carmen, outros contextos ficaram nbebulosose mal explicados, alguns trechos parecem que foram suprimidos para não causar mal estar ou derrubar o mito criado. Pode ser apenas impressão, as vezes sinto um toque de “A estrela Sobe”, de Marques Rebello.

O que me impressiona no livro como a década de 30 foi profícua em criação musical e muitas dessas músicas resistiram ao tempo chegando intactas até os dias atuais, outras de alguma maneira foram postas de lado, não por serem ultrapassadas, mas por falta de releituras.



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Coeficiência da Ignorância

Cheguei a uma conclusão, ignorância é proporcional a força do jovem e a idade do velho.

A ignorância dos mais novos está relacionada com a força que tem e na pessoa mais velha a quantidade de anos vividos. Ambos são ignorantes,só que cada um na sua natureza.

Todos os dias lido com pessoas ignorantes, e cada um deles podem ser classificados em níveis, vai do ignorante iletrado ao com diploma na mão. Como já dizia o jornalista Aparício Torelli, o Barão de Itararé, 'diploma não encurta orelha de ninguém'.

O diploma só dá um certo status a orelha do individuo, quanto mais anos de estudo eleva ao quadrado e multiplica ao cubo a soberba ignorante do indivíduo.

Escrever a ignorância alheia categoricamente é se achar de uma inteligencia excepcional, nada disso. Compreende-se ignorância não o fato de não saber, mas o não querer saber ou saber mais.

Muitos profissionais padecem do mal da soberba ignorante, achando que o que sabe é o suficiente para conquistar o mundo, deixa seus conhecimentos acima de todos, como algo imutável, imponderável, acima do bem e do mal.

Conhecimento é uma rede de informações que tecemos continuamente, que além de agregar conhecimentos novos tem que relembrar os mais antigos para não cair no esquecimento.

Algumas pessoas comuns e detentores de diplomas se contentam com pouco, acreditando que o que sabem é suficiente para fazer um mundo melhor, mais tranquilo e feliz.

Não existe fórmula mágica para resolver todos os problemas, desde os primórdios até os dias atuais, o que impera é a troca de informações e os pontos de vista revisto. Ignorar a realidade em busca da pílula de ouro é o erro de muitos, por mais dura que seja a realidade é o caminho mais seguro para se trilhar.

Ignorância está ligada intimamente com a soberba, todos, com diploma ou não, tem orgulho da ignorância que tem!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Essa Natureza incontida!


Quer me insultar continue me elogiando da maneira como tens costume fazer.
Toda vez que me escarra na cara uma crítica amarga e mordaz sinto toda a felicidade do mundo, estão embutidos aí os melhores elogios que meus ouvidos tem o prazer de captar, soam como música, deixando claro o quanto divertido e falsos os elogios e verdadeiras as críticas.
Nada que dizem a meu respeito é novidade para mim, conheço bem os meus defeitos e também minhas qualidades. Por isso mesmo não concordo com o que pensas ao meu respeito, sou muito mais do que um mero elogio ou uma velhaca crítica, não costumo me definir para não me limitar.
Não sou bom e nem ruim, sou filho do tempo, regido por momentos e inconstante por natureza.
Me limito a minha natureza que ainda contida, se esparrama e devasta os incautos ao redor.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Vez ou outra

Vez ou outra escuto a mesma música várias vezes até não poder mais, leio o mesmo poema até perder o encanto, o faço consciênte de como irrito as pessoas ao redor, repito várias vezes o mesmo gesto até cansar o membro exercitado, fico estuporado, sem força.
Não sei o que se passa, desde algum dia que não sei qual estou com vontade de escutar uma velha música, 'Só pro meu prazer', do Leoni. Baixei num desses sites e estou a dois dias escutando a mesma música sem parar, repete, repete e repete, escrevo essas linhas ao som da tal música e pelo visto não vou parar tão cedo, afinal "noite e dia se completam e eu faço a cena que quiser"

sábado, 3 de dezembro de 2011

Síndrome de Coca-Cola

Não é novidade que gosto muito do escritor Nelson Rodrigues, um dos melhores e mais modernos. Seus textos são datados, muitos das preocupações de seus personagens deixaram de ter importância no mundo atual, mas como tudo em Nelson Rodrigues é contraditório, ele continua mais atualissímo do que nunca.
O que mais gosto em sua leitura são as frases de efeitos, sejam elas nos textos ou que foi proferidas por ele.
Entre tantas uma das que mais me chama atenção é "Toda unanimidade é burra!".
O conceito continua o mesmo, o velho chavão que a 'voz do povo é a voz de Deus' é ir para o caminho mais fácil, é esteriotipar pessoas e situações.
Nem todo homem é igual e muito menos as loiras são burras. Desinteligente e preguiçoso é que acredita nessas asneiras.
Rotular tudo é descartar o cerne, é incutir no erro de que somos uns iguais aos outros, infelizmente somos parecidos e totalmente diferentes, temos algumas caracteristicas parecidas e é só.
Como diz a professora de Bromatologia, comemos e bebemos marketing, o importante não é o que está sendo ingerido e sim a propaganda envolvida. A síndrome de Coca-Cola é o caminho mais fácil para lidar com os problemas sem nos preocuparmos em ir ao cerne, ficando apenas na superficialidade.
Igualando à todos como se fosse uma massa homogênea, fácil de entender.

sábado, 19 de novembro de 2011

Enquanto Durmo

Meu corpo repousa em silêncio, meu sangue corre em minhas veias, bombeando meu coração. Por vezes  viro para um lado, me agito e volto a calmaria de antes.
O mundo trancorre inalterado, horas correm como um rio no seu curso a desaguar no mar, morte e vida se processa durante o sono.
Envelheço enquanto durmo. Acordo e já estou um dia mais velho, não me esforço para envelhecer, ação expontânea, ocorre em repouso sem que possa fazer nada para parar o seu poder de destruição.
Dormir já não é mais um ato inocente, agora sei!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Rubro como Sangue

Depois de alguns contra-tempo fiquei desestimulado, escrever não era tão bacana, tudo se transformou em algo novo e desagradável, as palavras podem sangrar as vezes e isso é dolorido.
Muitas coisas observei e sem coragem de passar para o papel deixei se perder nas brumas do esquecimento, lembro-me de retalhos de imagens efêmeras e nada mais. Não era importante, se não ficaria vivo na memória como sangue escarlate, latejaria como dedo destroncado, pulsaria como uma veia e desesperaria como a perda da sanidade.
Enfim, estou sobrevivendo os mandos e desmandos de um mundo que castiga os incultos, incaltos e desinteligentes. Sigo sem ter tempo para ressentimento, respiro fundo e prendo a respiração num ritmo cadenciado, mais perfeito que a marcha de soldado em tempos de outrora...

sábado, 22 de outubro de 2011

Nota Triste


Não recordo se foi a Clarice Lispector quem disse que escrever dói, ou talvez  viver dói, não recordo, o fato é que os dois doem.
Há vários dias não escrevo nada, somente observo e nada consigo escrever, tudo que faço é pela força que rege o mundo, deixo o muno me conduzir, o instinto me conduz, não penso, somente sinto, nesses dias tive vontade de beber formicida com guaraná como li certa vez.
Escrevo para existir, a cada linha digitada é um pedaço de mim que passa a ter vida própria, se torna independente, sendo de interpretação diversa da que concebi.
A cada texto publicado tenho a sensação que nunca será lido, ficará perdido no espaço sem função nenhuma.
Escrever é um ato de vaidade, é querer que as pessoas compreendam a vida através dos nossos olhos, façam parte da nossa vida, mesmo que indiretamente. Tamanha é minha vaidade que sempre olhos as estatísticas de quem visualizou minha página e qual foi o público e tenho a grata surpresa de alguém na Alemanha, Estados Unidos, Portugal e outros países terem acessado a minha página, não sei se dão ao trabalho da leitura, escrevo em português e nunca há comentários, se são leitores não comentam o que escrevo, positivamente e negativamente, fico sem saber a opinião de quem leu, então creio que não tenho leitores e sim visitadores de páginas, que já é um presente, tenho sempre visitas.
A única pessoa que lê minhas publicações é minha irmã caçula, lê e comenta algumas publicações, fico com vergonha, porque coloco impressões das minhas observações, podem estar totalmente equivocas, fico tranquilo são só impressões.
Nenhum dos meus amigos nunca comentaram a respeito do que publico, não lêem ou se o façam não comenta a respeito, para não dizer que nunca houve comentário, houve um único de textos que erroneamente foram imputados a mim, textos que não escrevi, minha inventibilidade não chega a tal ponto, sempre fui tímido e minha experiência de vida não se pode dizer tão abrangente como nos tais textos.
Infelizmente para minha vaidade tive textos comentados e não eram os meus, vou ter que me contentar com os comentários da minha irmã, pelo menos é uma opinião de quem realmente lê textos meus e de forma sempre carinhosa.
Depois dos textos que não me pertence fiquei com medo de publicar qualquer coisa, descobri da forma mais cruel que escrever dói, principalmente quando não escrevemos nada.
Como dizem os populares: “periquito come milho e papagaio leva a fama”!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

CONTRAPONTO OU A MORTE DO GATO

Algumas vezes ouvi dizer que gatos tem sete vidas, ladrões também e que mulher tem vida de sete gatos. Não me parece que todos gatos compartilha dessa sorte, uns mais e outros menos.

Acordo, faço todos os preparativos para ir ao trabalho, tanho, barbear, café da manhã e ao sair de casa quase piso num vômito fétido de um bichano estirado ao lado de tal líquido.

Fezes se espalharam pelo quintal, um líquido vermelho também, e o mal cheiro empesteia o ar, parece cena de filme de terror.

O gato retorcido lembra luta pela vida, sofrimento e desespero por perder uma a uma, sem nada a fazer.

Não me pareceu ser vítima de doença ou moléstia contagiosa, estava mais para envenenamento, dada as circunstância que encontrei o pequeno felino.

Gatos não fazem parte dos animais de minha preferencia, prefiro os caninos, os galináceos e por fim as chinchilas, roedores malucos e dramáticos. Também não significa que desejo as mortes dos felinos, uma coisa não é o contraponto da outra.

Não fiquei penalizado com a situação do infeliz bichano, foi-me indiferente, talvez porque o tenha visto como um ladrão que fora roubar alimento na casa alheia e encontrou a morte. E veio morrer no meu quintal, ao invés de morrer onde comera o alimento ou na casa do seu dono.

Sete vidas de felino e sete vidas de gatuno não foram suficiente para poupar-lhe as entranhas. Talvez não tenha sido nada disso, não sou legista dos felinos para saber a causa morte, suponho apenas, a única coisa que sei é que tive que recolher os restos mortais do felino e colocar no tambor de lixo e limpar o quintal antes de sair para o trabalho, correndo o risco de chegar atrasado e levar uma repreenda por não ser um funcionário tão constante como deveria ser.



terça-feira, 27 de setembro de 2011

Algumas Mulheres

Trabalho desde os 15 anos, já estive em diversos lugares, fazendo toda sorte de serviço. Desde esse tempo nunca passei por maus bocados como vivo hoje em dia. Não que minha vida tenha se transformado em um inferno, mas está longe de ser um paraíso na terra como muitos acreditam.

Trabalhei com público diversos, um só tipo, variava do segmento que estava. No Exército, predominantemente o contingente é masculino, segurança idem. Já no meio farmacêutico o contingente predominante é o feminino, o curso também é.

Parece o paraíso trabalhar com a maioria feminina, ledo engano, somente potencializa os defeitos e qualidades. Tudo se torna mais pessoal, cada palavra, gesto, tudo deixa de ser algo impessoal e passa a ter uma dimensão maior.

O humor é alterado a todo instante, os buchichos não cessam e cada momento há uma novidade. Não que trabalhar com a maioria masculina seja uma maravilha, também não é, acontece os mesmos problemas, só que escala menor. Existe o fofoqueiro de plantão, o dolorido, o carrasco, o estressado, tudo igualzinho, somente não é levado com tanta freqüência para o lado pessoal, e se for paciência, que vá chorar na cama que é lugar quente e macio. No caso feminino não, basta uma palavra para se ver rios de lágrimas correrem sobre uma face sofrida, como se uma violência, uma agressão com requinte de crueldade.

Para muitos deve ser o paraíso ter que agüentar o mal humor alheio, para mim não vejo prazer nenhum nisso, mal humor por mal humor já basta o meu!

Antes que me esqueça, como já dizia Nelson Rodrigues: “Tem certas mulheres que causam câncer”.

Termino com a conclusão de que trabalhar onde o contingente seja predominado por algum tipo de sexo não presta, um é menos pior que o outro, mas também não presta. O ideal é ter um público misto e alguns setores devem ser planejados a terem pessoas que levem menos em consideração o lado pessoal e sim o profissional, deixando de estressar quem evita ser estressado.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mendira bem dita, Verdade mal dita II

Acreditar que a voz do povo é a voz de Deus, é uma besteira grande, mas também não podemos generalizar e fazer ouvidos moucos para os dizeres populares, alguns tão em voga, que constantemente ouvimos alguém proferir, para exemplificar uma história ou finalizá-la.


Tais como “Onde há fumaça, há fogo”, sempre é pronunciado quando queremos certificar o disse-que-disse das comadres de plantão.

Outros tantos são comuns e sempre concordamos com eles, como “mentira tem pernas curtas” e “é mais fácil pegar um mentiroso do que um cocho”, nesse último serve para ilustrar mais de um caso.

A bendita mentira, a maldita verdade, tudo é questão do que procuramos encontrar, mentir é uma arte, só os melhores conseguem fazer com tão perfeição que não deixa rastro e de tão perfeita acaba se tornando uma verdade acima de qualquer suspeita.

Mas essa arte é para poucos, temos muitos atores e atrizes que trabalham tão mal, que são chamados de “tartarugas de poste”, só estão lá porque alguém os colocou.

Não quero julgar a qualidade de atuação de ninguém, prefiro ser um observador do cotidiano e das pessoas que de certo não terão grande projeção, fazendo parte da grande massa e desaparecendo com o tempo, como um paralelepípedo sob o asfalto.

A sina do escorpião será sempre a mesma, picar mesmo sem intenção de ferir, faz parte da sua natureza dar a ferroada fatal, para isso foi-lhe dotado uma calda com tal instrumento. O mesmo posso dizer de quem mente, mentir por coisa boba dá o mesmo trabalho que mentir em situação grave.

Cheguei acreditar certa vez que mentira servia para acobertar o sofrimento alheio, ledo engano, serve somente para encobrir nossas falhas e preservar o nosso orgulho e para vender a imagem de bons moços aos incautos.

Argumentei que mentir era um ato de generosidade, preocupação com o sentimento alheio e coisas mais, e agora a mesma defesa cai por terra, nada do que restou foi a dissimulação, o egoísmo e a prevaricação.











domingo, 25 de setembro de 2011

Mr. Chips Moderno ou Professores em Ação

Assisto um filme antigo de 1939, ano que foram lançados vários clássicos. A muito que estava interessado num filme desse ano, o “Adeus Mr. Chips”.

Não conhecia a estória do filme, só sabia que é considerado um dos melhores da sétima arte. Encontrei-o em DVD e comprei por uma bagatela de dez reais e enfim pude assistir o filme e ver qual era sua estória.

O filme conta a estória de um professor inglês introspectivo de 1870 a 1939, durante os anos em que dedicou-se aos alunos e a escola não conseguiu a promoção para diretor, sendo preterido diversas vezes, só conseguindo como substituto do diretor que estará afastado pelo período em que estiver servindo durante a primeira guerra mundial.

Um filme muito interessante e envelhecido, tudo nele remete ao passado, a um mundo que não existe a pelo menos uns 100 anos. Mesmo outro que também se passa no meio escolar, “Ao Mestre com Carinho”, também é um filme datado, envelhecido pelo tempo, seus problemas raciais eram problemas de primeira onda.

Outro que fala do professor e seus alunos é o “Sociedade dos Poetas Mortos”, um filme bonito e sentimental, e creio que foi o último a colocar o tema assim, daí em diante foram feitos filmes de escolas realistas, onde a realidade não tem nada de romântica ou bonita, pelo contrário, faz os demais filmes parecerem comédias infantis passadas entre alunos e professor.

“Elefante” e “Entre os Muros da Escola” são dois desses exemplos que nos tira a respiração ao ver a crueldade de pessoas jovens e experientes.

“O Anjo Azul” e “A Fita Branca”mostram o professor não como vítima ou como um ser lutando para conquistar seu espaço na escola, o que vemos nesses dois filmes são a soberba do intelectual de gabinete, o professor orgulhoso que não aceita a opinião de quem está aprendendo, como se o ensino não fosse uma 'via de mão dupla' – como já li: o aluo aprende com o professor e o professor com o aluno.

Com todos os anos passados nos bancos escolares, recendo todo tipo de informações, uma das que aprendi foi a filtrar o que é bom do ruim, aceito o que me é dado, mas isso não significa que irei levar para minha vida. Utilizo só o que me convém, o restante registro para poder registrar nas provas e ponto final.

Em contrapartida, meu aproveitamento é bem maior prestando atenção na aula, do que nos alunos diletantes que só sabem reclamar e estudar que é bom nada.

Afinal de contas, relações interpessoal sempre é muito difícil, principalmente quando todos se julgam serem os donos da razão!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Normal

O fato de achar tudo normal é que para ser anormal tem que ser realmente algo anormal.

Nada me parece fora do comum se é feito com dignidade e respeito. Não existe trabalho ou vontade que possa se classificar de anormal, salvo exceção as patológicas, que mesmo assim não as considero anormais, é sim patológicas e ponto final.

Toda vez que um fato chama atenção e me perguntam o que acho falo que é normal, e sempre dizem e se fosse sua mãe ou irmã? Seria normal?

Mesmo assim seria normal, desde que houvesse dignidade e respeito nada poderia ser anormal, afinal de contas são pessoas adultas e sabem dos riscos que correm com as atitudes que elas escolhem, não posso suprimir as vontades alheias de ninguém.

Qualquer coisa que elas ou amigos venham fazer, nada, nada mesmo, poderá fazer mudar minha opinião, respeito a escolha de cada um e seus desejos e não sendo por essas escolhas e desejos que deixaram de ser pessoas que fazem parte da minha vida, direta ou indiretamente.

Como todo ser humano tenho minhas limitações, seja de caráter ou de conceitos, e convivo muito bem com eles, fazendo o possível de manter o respeito e a dignidade perante todos.

Quem muitas vezes criticam as opiniões alheias ou não aceitam as diferenças existentes, fazem as mesmas coisas e mascaram e vive uma mentira que só faz mal a própria pessoa.

Considero normal, muitas esquisitices, porque nenhuma delas me atinge pessoalmente, não ofende minhas espectativas e muito menos cria desilusão na minha vida, não importo porque não tem importância para meu crescimento pessoal.

Afinal, o melhor é não ser um Normal, já dizia Os Mutantes.

domingo, 18 de setembro de 2011

Rigoletto em São Paulo

Domingo, final de semana, cinco horas da tarde, eu me encontro no Teatro Municipal de São Paulo, para ver a ópera de Verdi, Rigoletto, peça comemorativa  ao centenário do Teatro.    
                              Dou voltas e admiro a restauração do teatro, vejo as pessoas, não encontro ninguém feio, só gente bonita, olho para o espelho na parede e me vejo e gosto da minha imagem, também bonito e com certa graça.

Já instalado na poltrona, espero o início da peça, as luzes se apagam, dois focos de luz se acende em direção ao palco, a plateia aplaude, fico impressionado, agora é chique aplaudir as luzes.

Findo o primeiro ato, intervalo, uma taça de vinho Cabernet Sauvignon, volto para a poltrona para o início do segundo ato. Novos aplausos, agora consigo ver o maestro no fosso comandando os músicos, decepção os aplausos não era para as luzes e sim para o maestro.

Terceiro e último ato, a tão esperada “La donna è mobile” é um espetáculo à parte e no fim chego a conclusão que o velho ditado brasileiro está certo “fogo morro acima, água morro abaixo e mulher quando quer dar ninguém segura”.
Foi uma das melhores noites que tive, a primeira ópera ninguém nunca esquece...



sábado, 17 de setembro de 2011

writing in red

The red lines reminds me of a time where that need nothing to be happy, every word was just a word, could mean nothing to me than his presence.
The fact that we are far means nothing, never really knowing that we share our ideas, fears and joys. We live very long under the same umbrella, protected by force majeure, which protects everyone.
Cling to the unseen powers that nothing can bring disappointment and delusion. Create worlds of perfect beings is mere illusion, to accept the faults of others, and we have ours!
The truth is not a part of the elephant as the six wise men have decreed, but in the seventh round as wise noted.
Only time we see what is behind us, what really matters, how wrong we are or certainly was.
I agree again with Nelson Rodrigues, "Young people, get old."

sábado sapeando

Sábado, jogado no sofa, com a televisão ligada, mudo de canal, começo a ver um filme, mudo o canal, vejo uma entrevista, mudo de canal e sigo assim várias vezes, paro num desses programas de calouros, onde uma menina de pernas finas, cabelo loiro e olhos azuis cantando música sertaneja, aquelas do tempo e que minha avó era moça, achei graça e mudei de canal, cantava mal. Continuei "sapeando" e vi algo que achei ser imagem de arquivo e não era, uma entrevista do Ariano Suassuna, jurava que o velho escritor já estaria morto e enterrado, fiquei assistindo e gostei, apesar do jeito revoltado e intectualizado dele. Bem melhor que ver a menina da perna fina cantando, pelo menos foi uma diversão à parte.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

História Efêmera

Desde a pré-adolescência me apaixonei por história, graças a uma professora, a Ana Maria Zacarelli de Andrade, excelente professora e muito bonita. Não era um dos melhores alunos, minhas notas não era a das melhores, ficava na média, nem mais, nem menos. Minha preocupação era não reprovar o ano letivo. Isso era um detalhe ao amor que sentia em descobrir os fatos históricos, andar pelas ruas era um fascinante passeio pela história viva, aquela que não são contadas em livros, no centro velo de São Paulo, gostava de observar os velhos casarões, as ruas de paralelepípedos, os antigos cinemas, as obras de artes, enfim tudo que estivesse aos meus olhos.
O tempo passou, os anos de garoto ficaram no passado e hoje é história que não está nos livros de história, somente em minha mente. Continuo andando pelas ruas e vejo a modernidade engolindo o passado, os casarões estão sendo demolidos para dar lugar a prédios ou pior ainda virar estacionamentos, os cinemas de rua estão todos fechados e os que resistem em ficar aberto exibem filmes para adultos, transformados em um ambiente não recomendado para ver um filme, os paralelepípedos estão cada vez mais sendo encapados pelo asfalto, que em dias de chuva são arrancados exibindo o velho e bom paralelepípedos.
Enfim, o que hoje é presente amanhã será história e de certo não fará parte de nenhum livro de história e morrerá junto com quem as viu morrerem.



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ordenar al azar

A veces tenemos suerte, vamos a la deriva en barco y sólo se dan cuenta nuestros problemas cuando no hay nada que hacer, muchos tienen muchas soluciones diferentes, muchos buscan la solución mágica en las religiones y los demás pierdan la esperanza, teniendo el Prora vida.
Todo lo que se podría evitar con la planificación a todos como se dice en la física y la química, si nos podemos caminar y caminar y nos detenemos, si dejamos que se sientan, luego que se acueste a dormir, trate de gastar menos energía de lo posible, el proceso es la menos espontánea pasar
energía.
Así que lo que sufrimos es que cuanto más fácil es hacer lo correcto, que todos de alguna manera decidió abandonar las instalaciones que pasan menos con la energía y todo el mundo iba a vivir más y mejor.
Los sueños son sueños siempre, hay trabajo sin esfuerzo, todo en la vida consiste en las ganancias y pérdidas en el principio del camino hay muchas dificultades y tienden a girar, si tenemos la peor suerte, cada minuto perdido complicaciones está tomando proporciones gigantescas y la pérdida de
control de la situación.
Ninguna religión uso, la magia o cualquier otra fórmula mágica, la única manera de que no hay organización y dejar de creer que los demás a resolver los problemas. Cada uno tiene su propia vida a la atención, entonces el cuidado de la vida de otros es imposible, al menos para el pueblo se comprometió a no dejar desaparecer la vida.

domingo, 11 de setembro de 2011

Exageros


Definitivamente essa não foi uma boa semana para mim, começa a semana e eu cansado, muito trabalho e na faculdade descubro que no dia seguinte vai ter laboratório de Bromatologia e que devo levar repolho roxo e banana. No fim da aula e caminho para casa entro em um supermercado e compro o tal repolho e meia-dúzia de bananas. Pesava mais do que o necessário, então pedi para minha santa mãe cortar pela metade o repolho para aliviar o peso.
No laboratório descubro que não era necessário tantas bananas, uma só era o suficiente, carreguei peso à toa, no caminho de volta para casa comi todas.
Dia seguinte, hora do almoço, uma colega de trabalho pede para que eu faça uma marmitex..., fiz o favor para pobre moça, só que desta vez exagerei na dose e coloquei mais comida que um pedreiro vindo da etiópia poderia comer. Paguei a diferença no dia seguinte. Azar o meu, exagerei na dose.

sábado, 10 de setembro de 2011

Cinema Ipiranga



Saio muitas vezes pelas ruas fotografando prédios, pessoas, situações, tudo que de alguma maneira chama minha atenção, essa foto é do antigo cinema Ipiranga, situado na Avenida de mesmo nome, no centro velho de São Paulo.
Hoje, passando por lá vi o prédio e lembrei do início dos anos 2000, quando ia muito nele para assistir alguns filmes e pagar muito menos. Tinha seus contratempos também, as cadeiras eram velhas, rangiam, tinha um cheiro de mofo e a decadência era visível.
Valia à pena estar lá para ver um filme, era uma experiência única estar num cinemão da velha guarda, poder fazer parte da sua sala gigante, sentir o quão majestoso fora em outras épocas, subir suas escadarias de marmore.
Está fechado a alguns anos, infelizmente, foi uma pena que não passou por reforma como seu vizinho da frete, o cinema Marabá que teimosamente continua passando filmes.
Vez ou outra sai alguma notícia que o espaço será transformado em lanchonete, teatro casa de show ou cinema mesmo, enquanto nada acontece espero um dia poder entrar novamente em sua sala, somente quem teve o prazer de ver um filme num desses antigos cinemas sabe como é bom estar dentro de uma sala gigante vendo um filme, muito diferente dos cinemas de shopping, que geralmente são pequenos.

Mentes recicláveis

Consciência ecológica o modismo do momento, pessoas e empresas tem-se adotado o discurso qe polui cda vez menos o meio ambiente, procura de todas as formas vender uma imagens de responsáveis verdes. Divulgam que fazem reciclagem de lixo, gasta menos água no banho dariamente, alguns deixam de tomar banho todos os dias para ficarem com a consciência limpa – provavelmente ouviremos daqui alguns anos alguém dizer: “fique com o corpo sujo, mas a consciência limpa, ajude a natureza”

Gasta se menos água num banho do que lavando carro ou usando a 'vassoura hídrica' para varrer as calçadas. O problema não está na utilização dos plásticos de uma maneira geral, a sacolinha de plástico, não é o errado, o que não está correto é quem descarta as tais sacolinhas de maneira inadequada.

O mundo mudou, e a escola continua a mesma, temas atuais está cada vez mais distantes dos alunos de uma maneira geral, segue se o mesmo método de várias gerações.

Temas como natureza, educação de transito, política, saúde, economia deveria fazer parte do curriculo de qualquer aluno do ensino fundamental.

Ao invés de ter Geografia, porque não Geopolítica, História deveria passar a ser História e atualidades, Ciências e sim Ciências e Saúde, abordando temas relacionados com a atualidade, apresentação de seminários, leituras de jornais e artigos, capacitando os alunos a terem uma visão critica da atualidade e por fim a tal consciência ecologica fazer parte do cotidiano e não como moeda de troca.

Toda vez que leio ou ouço propagandas de empresas que frisam sua “consciência ecológica”, prova só a ignorância do termo, uma frase não muda em nada a cultura geral, a frase é colocada como um meio de extirpar a culpa e assim viver em paz, mas nada fazem para ensinar as pessoas como fazer para poluir menos.

E também, nunca aparece na mídia empresas que se auto proclama “amigas da natureza” promoverem palestras em colégios públicos ou multirões para reciclarem os lixos, limpar beiras de rios, represas, etc.

Como diz minha mãe - papel aceita tudo e falar é fôlego, então, escrever e falar qualquer um faz, mas colocar a mão na massa e fazer a diferença poucos fazem.


Egoismo da minha parte

Egoismo é uma palavra dúbia, é utilizada de forma depreciativa quando não podemos servir os interesses alheios. Muitas vezes não podemos dispor do tempo livre, seja por nenhum motivo ou por compromissos, já nos olham de maneira feia e alguns tem a ousadia de reclamar pela falta de colaboração.
Em algumas pessoas falta o bom senso de ver que nem sempre será possível abrir mão de outros compromissos.
Estudar, estar com a família, amigos ou simplismente estar à toa não é um ato de egoismo, pois cada coisa na vida tem seu momento de acontecer e ser.
Não me peça aquilo que não posso fazer!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Aluno(a) diletante e o vestido da Professora


“Cada terra tem seu fuso e cada um o seu... bom senso”.
Bom senso nos é dado na medida certa, nem mais nem menos, já dizia Descartes. Não conheço ninguém que se julgue menos sensato que o vizinho, e quanto mais sensatez uma pessoa apresenta fica cada vez insensatas.
Bom senso, sensatez, nunca vem só, geralmente está ligada a um aspecto social, religioso ou qualquer outra coisa.
De uma maneira geral todos os religiosos são pessoas sensatas, seja um fundamentalista do oriente médio ou um cristiano (cristão) ocidental. Sem exceção todos tem bom senso para dar e vender e vendem muito bem!
São pessoas que gostam de regular o que os outros vestem, falam , pensam e gostam, cerceando o direito de escolha e por fim o bem senso alheio.
Um fato que me chamou atenção nas última semana foi uma reclamação de um aluno(a) de uma professora estar usando um vestido, diga se de passagem que o tal vestido não era de mal gosto como de uma aluna que ficou famosa por tal vestimenta, nada lembrava a cor berrante e o mal gosto do modelo, estava vestida decentemente e bem despojada.
Alguém que não teve a coragem de identificar-sefoi reclamar com a coordenadora do curso por não achar que a professora tinha postura de professora.
Mas afinal o que é postura de professor?
Cada aluno pode achar normal ou anormal algum tipo de postura. Eu por exemplo, acho uma falta de postura se uma professora ao invés de falar AC como sendo 'antes do calendário, dizer 'antes de cristo', apesar de cristão e viver sob a cultura cristã não gosto de pautar minha vida e conhecidos de história ligada somente ao cristianismo, isso é uma parte do todo.
Voltando o âmago da questão, não houve ameaça alguma em a professora usar vestido, o que o aluno(a) deveria se ater era no conteúdo da aula e não na vestimenta da profissional.
Fico triste em ver que ainda existem fascistas escondidos dentro de pessoas jovens que deveriam ter uma nova postura para enfrentar tempos novos e seus desafios. Ao invés de ficar presos ao passado, com o desejo latente de colocar todos dentro de um uniforme, sem personalidade e identidade.
Sugiro que se quiserem não ver uma mulher de vestido em sala de aula, que façam seus estudos em uma unidade militar, talvez assim não precisará se preocupar com a vestimenta alheia e sobrará tempo para os estudos.

domingo, 4 de setembro de 2011

Perdas


Perdi algumas coisas na vida, já nasci perdendo. Perdi os dentes de leite, uma vaga num colégio público, a inocência, a vergonha, chances importantes, empregos, amizades, viagens.
Deixei de conhecer o continente Europeu por não ter um passaporte, ficou perdido França e Inglaterra, que de certo não verei em tão pouco tempo, sabe lá Deus quando terei a chace de conhecê-las.
Conhecer o velho continente é um sonho antigo, quero ainda conhecer Portugal, escutar a sonoridade do português lusitano, rio Tejo e comer uma boa bacalhoada portuguesa. Tomar chá na Inglaterra num dia cheio de neblina e ver o por-do-sol na França, na Alemanha poder beber um bom copo de chope.
Assim que puder ir para a Europa, são dois países que não quero deixar de conhecer, Portugal e Alemanha, um pelo interesse natural que tenho, descendente de portugueses, sinto correr nas veias toda cultura de gerações que os lusitanos trazem consigo a séculos de história tão negligenciada por todos. No caso da Alemanha, me fascina o povo alemão em todos os aspectos, palco dos principais fatos da história, onde de alguma maneira começa ou termina, Primeira, Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria, todas de maneira geral passaram pela sua história como fato preponderante. Essa força alemã é de uma força muito grande.
Enquanto isso, vou ficando em terra brasilis aceitando a oportunidade que bateu em minha porta e não pude aproveitar, e para piorar não iria pagar nada por isso.

sábado, 3 de setembro de 2011

Aluno Relapso


Tinha que ler um artigo e fazer uma apresentação do seu conteúdo, esqueci completamente e quando a aula se iniciou fiquei com cara de bobo perante a professora que me olhava com os olhos maiores que o do lobo mal vestido de vovozinha. Mesmo assim tive sorte, não fui o único da sala que havia esquecido dos artigos, salvo exceção de um ou dois alunos que começaram a ler e abandonaram o texto antes de terminar.
Revolta à da professora, deixou uma parte da aula para os alunos relapsos se prepararem e apresentar o conteúdo dos artigos.
O que deveria sair ruim foi melhor que o encomendado, os alunos reunidos estudando, se preparando para apresentar, discutindo pontos importares dos artigos, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.
Como sempre “tudo deu certo no final” e a professora pode enfim ficar satisfeita, ou melhor, menos contrariada, já que sentiu-se preterida pelos alunos mais uma vez. A outra foi quando os alunos decidiram não assistir a aula dela preferindo estudar para a prova de química.
Memória é frágil, confiar nela podemos ficar em grandes apuros, o certo é usar lembretes em papel, no celular ou qualquer outro meio e assim evitar constrangimentos com a professora.

sábado, 27 de agosto de 2011

Esquecer-te a mim




Escrevo um textinho que ninguém vai ler.
Ando pelas ruas vendo paisagens que ninguém vê.
Converso quem pessos que não são ouvidas.
Falo com quem não me escuta.
Leio autores não lidos.
Estudo o que não é importante.
Visto roupas não vistosas.
Ando na contramão.
Sigo você com o meu olhar.
E você não me vê passar.
Faço uma prece pensando em você.
Tento parecer inteligente para te impressionar.
Devoro tudo que você gosta.
Me transformo em você por segundos seguidos.
E, não sou notado.
Talves devesse deixar de ser você.
Seguir qualquer caminho.
Libertar você de mim.
Matar seu mundo vagabundo que insiste em me matar.
Fazer as mesmas coisas que todos.
Casar, ter filhos, pagar contas e esquecer você.
Não consigo nada.
Você é a coisa mais sem sentido que conheço.
Enquanto não me encontro te procuro.
No inferno nos achamos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sucesso Relativo


Quero a fórmula mágica capaz de curar todos os males da alma e do corpo, a panaceia capaz de devolver a juventude e fazer do ser mais idiota o mais sábio.
Todo dom e inspiração só acontece depois de muitos anos de estudo e trabalho, nada acontece da noite para o dia.
Os gênios antes mesmo de sê-los estudam bastante para entende todo o mecanismo de ação de um processo. Muito suor transcorre em noites insones, dedicação aos antigos estudos para produzir novos e ser reconhecidos como tais.
Em países desenvolvidos sucesso é sinonimo de muitas conquistas no campo pessoal e profissional, contrário de países em desenvolvimento onde vencer significa trapacear alguém, no caso de homem e mulher tem que ter dado para alguém influente.
Tom Jobim já dizia “que sucesso no Brasil é ofensa pessoal”, mexe com o brio de muitas pessoas, e todo esforço para conseguir atingir um objetivo é invalidado pelo tão famoso 'dom' que nascemos com ele, fazendo com que cada dificuldade vencida seja somente um acaso de sorte na seara do destino.
Esforço pessoal e muita luta para vencer é tarefa ingrata, que muitos não trilham e detratam os que seguem os caminhos das pedras.
Vencer pela malandragens, levar vantagens em tudo é o mote para os oportunistas de plantão. Muitos são parasitas que vivem as custas do trabalho alheio a base de chantagem emocional.
Sucesso na verdade é algo como a felicidade, não passa de conceitos relativos, cada um tem o seu!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Paz Mundial


Levanto, me arrasto até o chuveiro, deixo a água cair e levar meu sono ralo a baixo.
Engulo um café preto e saio rápido, muito rápido para não perder a condução, cheia, cheia não - lotada.
Tropeço num pombo morto, com a asa quebrada, sangue espalhado pelo esfalto gasto, penas espalhadas, tudo se espalha dentro de mim também.
Símbolo de paz mundial está agora destruida, numa manhã fria e cinzenta.
Não posso mais acreditar na pacificação das favelas do Rio de Janeiro, na paz na Líbia, na África, no Mundo.
Uma pomba jaz aos meus pés e eu atrasado não paro para rezar pela sua alma de paz, ando mais rápido e desvio da asa arrancada para não sujar meu sapato que gosto muito.

sábado, 20 de agosto de 2011

Acúmulo ou o cúmulo


Correria para todos os lados, a cidade não para, todos de um lado para outro. Dias, meses, anos se vão nessa loucura, vidas dedicadas a trabalhos são muitas vezes diluídas em busca de salários para pagar as contas e ter uma vida digna.
Não é normal viver sob pressão o tempo todo, ou trabalhar até o limite do esgotamento. Nada justifica perder a saúde em busca de dinheiro para depois gastar o dinheiro em busca de saúde.
Trabalhar de mais não é mérito para ninguém, o trabalho não dignifica o homem, o que dignifica é a consciência de cumprido a missão da melhor maneira possível.
Excesso de trabalho significa que alguma coisa não está conforme, ou está faltando funcionários ou há má distribuição de função.
Há setores mais complicados que outros e funcionários sem competência para exercer um cargo. Dificuldades sempre será vencidas pelos funcionários capacitados, o que não ocorre para funcionários incompetente.
Muitos são peso morto, não produzem o que devem, e acaba sobrecarregando o colega ao lado.
Reclamar não adianta muita coisa, matar o bendito colega não vale a pena, se matar está fora de questão, seguir adiante e continuar pagando as contas é o que sobra no final das contas.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

aborto de uma oportunidade

Desistir antes mesmo de ter se dado a chance de lutar para que o sonho se concretizasse, abortar ideias, chances, amizades, um filho. Infelizmente muitas pessoas que conhecemos se encontra nessa situação, deixando esmorecer-se pelo desanimo e vivendo a sombra do que poderia ter sido.
Na faculdade, trabalho e outros lugares que frequento pessoas vão deixando obras abandonadas, perdendo tempo, dinheiro e adquirindo decepções e rancores por não ter conseguido superar as dificuldade, que no entanto, não eram tão dificéis assim.
Antes mesmo de desistir devemos tentar superar todas barreiras e só assim aprender com a experiência

domingo, 14 de agosto de 2011

Dias dos Pais ou Má Criação


Já vi algumas cenas que embrulhou meu estomago, algumas realmente me deixou enojado com tamanha crueldade da situação.
Era final de semana, próximo da avenida 9 de julho, vi um morador de rua retirar de dentro de um saco de lixo macarrão e transferir para outro saco para depois comer.
Fiquei ao mesmo tempo sem ação e com o coração partido. Outras vezes ocorreu o mesmo sentimento, só que acompanhado de indignação.
Quase todos filhos em algum momento da vida já se sentiu revoltado com os pais, mas nada que não seja passageiro e a vida continua. Alguns casos de divergências entre pais e filhos vão parar nas páginas policiais, independente da classe social.
Trabalhei com um rapaz que tinha vergonha do pai que tinha, só porque era feirante e certa vez chegou a maltratar o pobre senhor só porque foi levar o alimento que o lazarento havia esquecido em casa. Hoje, alguns anos depois deparo desta vez com uma garota que sempre que pode maltrata a mãe por telefone, lembrando-me as velhas histórias dos filmes do Mazzaropi.
A atriz Bette Davis disse “Se você nunca foi odiado por seu filho, então você nunca foi pai”, ser pai não é ser amigo e a responsabilidade que eles carregam para nos direcionar no caminho certo é um fardo pesado.
Já tive raiva dos meus genitores e mesmo tendo minha diferença não costumo tratá-los mal na frente de estranhos ou conhecidos, posso ser imprudente muitas vezes com eles, perdendo a paciência e fazendo tudo o que eles não ensinaram e de certo desaprovam.
Talvez no berçário quando nascemos nossos pais recebem uma cartilha com indicações de como ser pais e infernizar a vida dos filhos, aprontando tudo o que os pobres infantes não aprovam, mesmo sendo para o próprio bem e a maneira de irritar-nos. Afinal, conheço os meus pais a tanto tempo que sei que tudo o que eles fazem e aprontam são pensando alguma coisa, menos em mim, brincadeira.
De certo seremos no futuro como nossos pais com as mesmas qualidades e defeitos como já cantava Elias Regina.
Criamos a ilusão que nossos pais são os super heróis capazes de resolver todos os problemas e que estão imunes aos maus comuns que todos somos sujeitos.
Nada poderá fazer para nos proteger pela vida toda, cada um de nós tem a responsabilidade de seguir o caminho ou o destino como muitos acreditam existir, sem medo de errar e com a convicção de cada ensinamento foi nos concedido para sermos melhores sempre e parte fundamental do que somos é legado para nós por essas pessoas especiais que são nossos pais.
Tive a sorte de não ter uma mãe, ter várias e não ter um só pai, ter outros que me trataram e continuam tratando como um verdadeiro filho, muitas vezes como filho caçula, coisa que nunca fui.
À todos os pais que participaram da educação dos teus filhos e dos filhos dos outros também, Feliz Dias dos Pais!!!
PS: E aos pais que não dedicaram nenhum tempo aos filhos, vão para o inferno!!!






















sábado, 13 de agosto de 2011

Churrascaria


Tilintar de talheres e risos acompanhados de olhares discretos, que no entanto se revelam indiscretos. O que o outro come e a quantidade, um exercício silencioso de conhecer os hábitos alheios sem invadir a privacidade. Um mundo paralelo acontece dentro de um restaurante, alguns olhares se cruzam, e falam sem precisar de palavras.
Todo ambiente irradia uma atmosfera de concessão, o prazer em poder apreciar um bom alimento, tendo ao lado pessoas bonitas e bem vestida, despreocupadas .
Entro pela primeira vez numa churrascaria e não como nenhum pedaço de carne vermelha. Ataco o setor de salada e comida japonesa, tudo isso acompanhado de uma boa e brasileira caipirinha.
Uso o indicador de mesa como descanso para o copo de caipirinha, começam a oferecer todo tipo de carne. Fico sem entender nada, com minha cara de espanto, sou logo advertido que não se trata de um descanso de copo e sim um sinalizador para os garçons.
Gafes à parte, me divirto em uma churrascaria comendo comida japonesa e salada.
Vou embora com uma sensação de missão cumprida, finalmente estive numa churrascaria e não coloquei nenhum pedacinho de carne vermelha na boca.
As vacas puderam dormir em paz, diferente dos vegetais e peixes, nenhum passou por mim despercebidos.



Cabelo de Cacatua



Metrô, horário de pico, um único banco vazio, de repente acontece a dança das cadeiras, um rapazola com cabelo de cacatua foi mais agiu e deixou uma menina a ver navios.
Sem nenhuma dor na consciência fez a viagem inteira sentado, sem olhar para os lado e tão pouco se preocupou em segurar a bolsa da pobre moça.
O vagão fica mais e mais cheio e a moça olha os bancos com um certo desalento, sabendo que ficará em pé até chegar a estação que terá que descer.
A viagem transcorreu normalmente, estação por estação. Sendo anunciada no alto-falante - estação Sé, alguns começaram a levantar-se dos bancos e começaram se dirigir para a porta de desembarque, alguns lugares ficaram vagos e alguns sendo ocupados por quem estava de pé, a moça preterida pelo rapazola com cabelo estilo Neimar ficara em pé ignorando um banco próximo dela.
Já na estação Sé as portas do vagão se abre e as pessoas começam a descer, o rapazola levanta tão agiu como antes e sai sem olhar para trás.
A moça ignorando outros bancos vazios se acomoda no lugar vago pelo rapazola,com um sorriso satisfeito no rosto, alisa a bolsa e não vejo mais nada, saio rápido do vagão, as portas vão fechar, me viro e a composição já em movimento leva a moça para o seu destino.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cidade de DEM ou Sem Limites


A tempos perdi o costume de ver filmes na televisão e vez ou outra assisto um trecho e se muito algumas partes.
Domingo à noite, depois do Fantástico, começa o filme brasileiro “Cidade de Deus”, já havia assistido antes, alguns anos atrás. Sabia que era um filme barra pesada, sangue e violência para todo lado, fazendo com que o filme “Pixote – a Lei do Mais Fraco parecesse com filme infantil.
Quando vi pela primeira vez o filme do Hector Babenco fiquei impressionado com tamanha crueldade como crianças eram lançadas ao mar de lama da criminalidade.
Com o filme do Fernando Meirelles todos os outros parecem filmes sobre criança feito para criança se assustar e deixar de fazer besteiras.
A crueldade explode em cada cena, não existe momento algum do filme onde tem poesia, em cada cena que descortina em nossos olhos ficam uma sensação de angústia de saber que outros tantos na realidade seguem as sendas do crime.
Paulo Lins e José Louzeiro escreveram grandes obras, que mostra com toda crueldade a realidade de muitas crianças jogadas as margens da vida.
Entre os anos de 1981 e 2002, a violência aumentou assustadoramente, os filmes são um reflexo da mudança no contexto politico, sócio-cultural do país.
Coisas boas aconteceram também, no início da década de 90, houve a criação da ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, que serviu para direcionar como as crianças devem ser tratadas, assegurando mais dignidade a quem muitas vezes não são amparadas como devem.
Quando era criança e algumas vezes pude acompanhar meu pai ao centro da cidade, via garotos que eram denominados de “trombadinha” - davam trombadas (encostavam) nas pessoas e levavam a carteira ou o relógio e saim correndo, para comprar ou trocar por drogas. Drogas essas que ainda não era o tão famoso crack de hoje, e sim cola de sapateiro ou esmalte, que ficavam inalando em plena luz do dia. Via essas imagens e ficava curioso o que era que eles estavam fazendo e para que serviam aquilo.
O tempo foi passando e durante toda a década de 90 essas crianças foram sumindo da rua, que foi logo ocupadas por “trombadões” que roubavam qualquer um a luz do dia. Não se via mais aquelas crianças inalando cola ou esmalte em sacolas próximas da boca e nariz, e andando feitos zumbis pelo centro velho.
A ECA foi um grande avanço para a cidadania dessas crianças, mesmo ainda termos problemas. Nessas décadas pude perceber uma melhora considerável e mesmo assim muito tem que ser feito ainda.

Pode parecer absurdo e realmente é, a Justiça do Rio de Janeiro proibir a exibição de um filme sérvio, só porque um partido político, DEM, viu apologia a pedofilia e outras barbaridades.
Ainda Não vi o conteúdo do filme do diretor Srdjan Spasojevic, mas na primeira oportunidade espero assistir, e também espero que o filme “A Siberian Film – terror sem limites”, seja mais forte que o nosso genuíno “Cidade de Deus” e que assuste mais que as imagens que os usuários de crack nos presenteiam nas ruas.
Talvez se os Democratas parassem de perder tempo com ficção e prestassem atenção a realidade as cidades teriam menos casos de violência e todos viveriam em paz e obras assim não representaria perigo para ninguém, talvez nunca venha a representar, somente para as mentes sujas.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sangue em gotas


Não recordo a primeira vez que tive vontade de doar sangue, lembro que tinha por volta dos dez anos e já tinha vontade de fazer tal ação. Comentava-se na época que quem doava sangue ficava com o sangue grosso e teria que ser doador para o resto da vida.
Mesmo assim não ficava preocupado em ter que doar sangue para o resto de minha vida. Quando completei dezoitos anos pude então doar sangue pela primeira vez. Estava no Exercito e tinha que tirar sangue para exames e não consegui doar sangue, ocorrendo minha primeira doação meses depois.
No dia 28 de outubro de 1997, estava no Exército, foi pedido voluntários para doar sangue para a mãe de um Cabo que estava precisando de sangue por causa de uma cirurgia. Levantei a mão e peguei uma ficha e escolhi o Hospital das Clínicas, como muitos disseram só escolhi esse Hospital pelo nome da onde ele se localiza, Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, o que em parte foi verdade.
Quando cheguei a porta do hospital perguntei a um segurançazinho que estava parado como dois de paus, com cara de paisagem, onde ficava o ambulatório de doação de sangue, o cretino me olhou de cima a baixo e disse que eu não iria aguentar pois era muito magro. Tremi todo e mantive a coragem, tinha alguém precisando do meu sangue e não era um imbecil como aquele que iria atrapalhar uma vontade que tinha desde criança. Entrei, doei e a única coisa que me incomodou foi furar o dedo para exame, o resto normal, indolor e nada mais
Muitos mililitros de sangues nesses anos foram doados a pessoas que nunca poderei saber quem os recebeu, pode ser rico, pobre, seja lá quem for, o importante que receberam, seja em forma de sangue, plaqueta ou de outras maneiras.
Para que essas pessoas necessitadas recebam o tão precioso líquido, o doador muitas vezes tem que passar por uma odisséia para deixar 450ml nos bancos de sangue espalhados em diversos hospitais. Muitas vezes é feito de uma forma legal, ao contrário de outras. Algumas vezes quase saí correndo dos ambulatórios, não pelo medo das agulhas, pelas atendentes e suas perguntas cretinas.
Não vejo tanta necessidade para tais perguntas, já que não existe mais 'grupo de risco' e sim comportamento de risco. As benditas perguntas só classificam as pessoas em determinado comportamento. Não me importo com as tais perguntas, desde que a entrevistadora não seja como foi a da última vez que fui doar sangue. Arrogante, sem educação e sem um pingo de sensibilidade para fazer perguntas como aquelas. Infelizmente no Hospital das Clínicas não foi uma vez que profissional de tipo fez de uma entrevista investigativa um ato de grosseria.
Gosto de fazer perguntas também, saber o destino da bolsa de sangue, qual o processo até chegar o destino final, a utilização das plaquetas, para que serve e por aí.
Hoje não doou tanto sangue como doava no inicio, já não tenho paciência para aguentar as mesmas perguntas sem fundamento, principalmente por ser um doador com mais de 50 doações voluntárias. Sei o que pode e não para ser um doador, e cada vez mais vejo como é preconceituosa as perguntas e a arrogância do entrevistador.
Não vou ser canalha em ficar repetindo a falta de profissionalismo de alguns, existem os bons profissionais que faz a entrevista ser menos penosa possível, e é por pessoas assim que ainda não desisti de continuar doando sangue.