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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mendira bem dita, Verdade mal dita II

Acreditar que a voz do povo é a voz de Deus, é uma besteira grande, mas também não podemos generalizar e fazer ouvidos moucos para os dizeres populares, alguns tão em voga, que constantemente ouvimos alguém proferir, para exemplificar uma história ou finalizá-la.


Tais como “Onde há fumaça, há fogo”, sempre é pronunciado quando queremos certificar o disse-que-disse das comadres de plantão.

Outros tantos são comuns e sempre concordamos com eles, como “mentira tem pernas curtas” e “é mais fácil pegar um mentiroso do que um cocho”, nesse último serve para ilustrar mais de um caso.

A bendita mentira, a maldita verdade, tudo é questão do que procuramos encontrar, mentir é uma arte, só os melhores conseguem fazer com tão perfeição que não deixa rastro e de tão perfeita acaba se tornando uma verdade acima de qualquer suspeita.

Mas essa arte é para poucos, temos muitos atores e atrizes que trabalham tão mal, que são chamados de “tartarugas de poste”, só estão lá porque alguém os colocou.

Não quero julgar a qualidade de atuação de ninguém, prefiro ser um observador do cotidiano e das pessoas que de certo não terão grande projeção, fazendo parte da grande massa e desaparecendo com o tempo, como um paralelepípedo sob o asfalto.

A sina do escorpião será sempre a mesma, picar mesmo sem intenção de ferir, faz parte da sua natureza dar a ferroada fatal, para isso foi-lhe dotado uma calda com tal instrumento. O mesmo posso dizer de quem mente, mentir por coisa boba dá o mesmo trabalho que mentir em situação grave.

Cheguei acreditar certa vez que mentira servia para acobertar o sofrimento alheio, ledo engano, serve somente para encobrir nossas falhas e preservar o nosso orgulho e para vender a imagem de bons moços aos incautos.

Argumentei que mentir era um ato de generosidade, preocupação com o sentimento alheio e coisas mais, e agora a mesma defesa cai por terra, nada do que restou foi a dissimulação, o egoísmo e a prevaricação.











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