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sábado, 31 de dezembro de 2011

Velhas Novas Músicas

Final de semana, nada de novo para fazer, então faço o que é velho mesmo. Último dia do ano e com o espírito embalado pelo livro que estou a ler, pego um CD que comprei e começo a escutar as músicas dele, são músicas que não tocam mais nas rádios e poucos atualmente tem o previlégio de escutar, são músicas da década de 30 e 40, a maioria sambas, choros e marchas, todas gravadas por Carmen Miranda e cantores da época. Algumas não chego na metade, outras ouço até o fim. Algumas dessas músicas seria impossível de ser regravadas nos dias atuais, alguns termos causariam mal estar a muitos e outros seriam de uma inocência ímpar sem igual, sem contar algumas expressões que há muito deixaram de ser usadas, teríamos que ter um dicionário de expressão popular às mãos para poder entender o que estão dizendo.


Infelizmente as cantoras e cantores sempre fazem as mesmas “homenagens” cantando o que todos cantam mudando somente a voz, nada mais.

Muito das músicas que ouvi seria muito bem adaptadas ao estilo mais intimista como ouvi uma versão de “Teus Olhos”, com Aurora Miranda e arranjo moderno do Diego Souto, ou um toque de Jazz ou Blues a algumas das canções calhariam muito bem e pronto teríamos um monte de novas velhas músicas.

Seria um retrô ou melhor um som vintage, já que seriam dadas algumas modificações na interpretação das músicas e atualização das canções, evitando o caracteristico da época. Vi algo parecido no filme “A meia-noite me Paris”, onde um ator vivendo Cole Porter canta “Let’s do it” ao piano e procurando pela seara da internet encontrei várias versões para esse clássico, da interpretação da Ella Fitzgerald a uma versão do Chico Buarque com Elza Soares, “Façamos”, todas elas muito interessante.

Também já encontrei versões que literalmente estragaram a música ou pelo menos não ficara adequadamente bem adaptada, exemplos são “Codinome Beija-Flor”, do Cazuza, que certa feita escutei numa versão forró, péssimo. “Menino Bonito”, dos Mutantes que fora gravado pela cantora Wanderléia na década de 80 e se tornou datado, sendo que a gravação dos Mutantes continua moderna apesar de ser bem mais antiga. A versão da Wanderléia é boa, só que tem todos os elementos da década de 80.

Acontece o contrário, de uma música na versão original não ficar tão bem e outro cantor dar um toque todo especial a interpretação, isso fica claro ao ouvir a gravação de uma música do Tom Jobim “Canta, Canta Mais” que na voz da Vânia Bastos foi uma das mais lindas que ouvi até hoje.

Portanto, nossos cantores deveriam deixar de lado os “homenageados” de sempre e vasculhar o baú das velhas canções e desenterrar velhas canções e buscar novos estilos de interpretação sem medo de errar, esquecendo por um momento o popular, senão daqui a pouco estarão todos gemendo baboseiras como “Ai, aí se eu te pego, ai ai..” Somos muito mais do que essas besteiras auditivas.



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