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domingo, 25 de maio de 2014

PUÇERA OU O PODER DAS PALAVRAS

Depois de um dia de trabalho voltando para casa me deparei com uma cabine onde havia uma placa com alguns dizeres e uma palavra estava escrito de maneira incorreta: Puçera!
Parei e fiz menção de tirar uma foto e publicar na internet para fazer graça, só que ao ver que a cabine pertencia a um senhor de barba fiquei com vergonha de querer fazer graça com algo tão bobo, que desisti na mesma hora. Afinal erros de português todos cometeram e com que direito tenho eu de julgar a forma como aquele senhor se comunica. Já que vi o erro poderia ter feito uma placa nova e explicar o erro e dar a sugestão de troca. Não o fiz, nem uma coisa e nem outra, afinal nada disso me diz respeito, continuei meu caminho cuidando da minha própria vida, deixando a vida dos outros para lá.
Esse jogo de consciência foi desperto graças ao vídeo que havia recebido dias antes sobre o conto “O Cego e o Publicitário”. Afinal, comunicação é o ato de expressar algo e o outro entender, fácil assim!

O CEGO E O PUBLICITÁRIO

Havia um cego sentado na calçada em Paris, com um boné a seus pés e um pedaço
de madeira que, escrito com giz branco, dizia:
" Por favor, ajude-me, sou cego ".
 
Um publicitário, da área de criação, que passava em frente a ele,
parou e viu umas poucas moedas no boné.
Sem pedir licença, pegou o cartaz, virou-o,
pegou o  giz e escreveu outro anúncio.
Voltou a colocar o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora.

Pela tarde o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola.
Agora, o seu boné estava cheio de notas e moedas.
O cego reconheceu as pisadas e lhe perguntou se havia sido ele
quem reescreveu seu cartaz, sobretudo querendo saber o que havia escrito ali.
O publicitário  respondeu:
" Nada que não esteja de acordo com o seu anúncio, mas com outras palavras ".
Sorriu e continuou seu caminho.
O cego nunca soube, mas seu novo cartaz dizia:

"HOJE É PRIMAVERA EM PARIS E EU NÃO POSSO VÊ-LA"

sexta-feira, 23 de maio de 2014

IMAGINA NA COPA!

Oh frase maldita, que vem martelando em meus ouvidos! Toda vez que acontece algo um anencéfalo profere essa frase idiota como se para expressar preocupação como o Brasil será visto pelos “gringos” e se esse espetáculo do futebol mundial fosse à coisa mais importante do mundo. Afinal é só um torneio de aproximadamente um mês e que daqui a quatro anos será em outro lugar.
Ao ouvir a tão malfadada frase vem outras em minha cabeça – ‘pra morrer basta estar vivo’, ‘país rico é país sem pobreza’, e outras pérolas do gênero, cunhada por algum imbecil que não quer dizer nada e usa frase de efeito como no programa humorístico “Zorra Total”, ‘sem pé nem cabeça’ ficando o ‘samba do crioulo doido’.
Preocupação zero se a Copa será um bom espetáculo, o negócio é usar uma muleta para poder criticar e jogar a culpa pela ineficiência da educação, saúde, transporte e tudo o mais. Não vejo ninguém se dispondo a ajudar uma clínica de repouso de idosos, hospitais, instituições de caridade, só servem para reclamar e criticar.
Conhecendo o brasilário – sei que será necessário feriado nos dias de jogo do Brasil e telão espalhado pela cidade para ver o jogo e talvez algum espetáculo de música para amainar os ânimos e tudo acabar em festa.  
É para terminar cito Nelson Rodrigues:

"O brasileiro não está preparado para ser 'o maior do mundo' em coisa nenhuma. Ser 'o maior do mundo' em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade."


"O povo é um débil mental. Digo isso sem nenhuma crueldade. Foi sempre assim e assim será eternamente."

quinta-feira, 22 de maio de 2014

SENÃO...

Durante duas décadas tive algumas experiências em setores trabalhistas diferentes, de contabilidade à farmácia, segurança pública à privada e diga de passagem bem privada mesmo como diria Danilo Gentili. Em todas essas experiências tive a primazia de pedir demissão, em uma das Empresas que tive a oportunidade de trabalhar cheguei a fazer acordo e continuar trabalhando e nesse tipo de acordo há a devolução de quarenta por cento do fundo de garantia, um acordo entre cavalheiros.
Esse tipo de transação não é algo correto, uma maneira de burlar as Leis trabalhistas e o governo e todos saem ganhando de alguma maneira, o funcionário por sacar o fundo de garantia e o patrão por ganhar os quarenta por cento desse mesmo fundo.
Durante alguns anos trabalhei com uma mulher que desde o inicio de suas atividades se destacou pela qualidade do seu trabalho, uma pessoa atenciosa, anotava todas as dicas que lhe era passada e sempre pró ativa, o sonho de qualquer empregador. Mas tudo um dia finda e com essa funcionária não foi diferente. Como havia prestado concurso público lá se foi essa grande funcionária, porém para não prejudicá-la resolveram fazer o acordo ao invés de ter que pedir demissão e assim todos sai ganhando.
Seria bom se fosse verdade, na hora da devolução dos quarenta por cento acabou não acontecendo e a confusão foi armada, os ânimos se alteraram e a indignação se fez presente.
Nada do que aconteceu me deixou de cabelos em pé, em parte pelo “jeitinho brasileiro” de levar vantagem em tudo e tanto faz que um dia se escracha. E, também como são as relações patrão-trabalhador no dia a dia. Muitos funcionários descontentes aprontam tudo que pode até não poder mais e são mandados embora e sacam o fundo de garantia integralmente e recebe o tempo de casa, deixando para trás rastro de sujeira que outros são obrigados a limparem.  E se baseando nessas pessoas que aprontam todas até conseguir o que querem e no final se dão bem não achei absurdo a não devolução dos quarenta por cento do fundo de garantia.
Honestidade foi à palavra que mais ouvi nesses dias por causa da não devolução, e quando um mau funcionário age de maneira errada até serem despedidos também não são honestos e isso acontece continuamente e não causa celeuma como foi o caso da funcionária.

No ‘frigir dos ovos’ não sou a favor de nenhum dos dois casos, creio sim que devemos levar em consideração o histórico de cada funcionário e ser imparcial para que não haja injustiça, onde um  mau funcionário acaba tendo mais benefícios que um bom funcionário. 

domingo, 18 de maio de 2014

SEM TEMPO E ESPAÇO...

Há muito tempo havia deixado a literatura de lado, me preocupando somente com livros técnicos. Perdi o interesse pela leitura, comecei a ler “Um Dia”, de David Nicholls e abandonei a leitura na metade do livro, perdi o interesse. Em parte pela adaptação cinematográfica que superou o próprio livro e pela falta de interesse próprio.
Depois disso enterrei de vez a leitura de romances passando a me dedicar somente a livros técnicos, revistas e jornais. Mas algo aconteceu depois que assisti ao filme “Onde a Terra Acaba (2002)”, de Sérgio Machado, apaixonei pelo personagem principal, o diretor do grande filme “Limite (1931)”, o mítico Mário Peixoto.
A primeira vez que assisti ao filme “Limite” tinha havia ficado impressionado com a imensidão e vazio existencial que o filme me provocara. As imagens, a música e algumas sequências que não havia entendido e até mesmo os fragmentos danificados tinha causado um sentimento de perda, abandono, entrega, um vazio existencial.
Ao assistir o documentário do Sérgio Machado pude conhecer melhor o diretor da obra-prima máxima do cinema brasileiro e me deparei com um personagem incrível, rico e com uma força inimaginável. Durante o filme tornei-me amigo, cúmplice do Mário Peixoto. O mesmo já havia ocorrido ao assisti o material extra do DVD “O Cangaceiro (1953)”, de Lima Barreto, onde em uma entrevista fiquei encantado. Dessa vez não só a admiração fez-me refém, algo inexplicável aconteceu como se fôssemos amigos de longa data, e depois de vários anos encontrasse-o ao virar a esquina.
Durante o filme pude experimentar novamente a sensação de ler “Macunaíma” de Mário de Andrade, sem tempo e espaço, livre como se a qualquer momento pudesse transpassar a barreira do imaginável e entrar no filme tal qual o filme do Woody Allen “A Rosa Púrpura do Cairo (1985)”.
Ao ver o filme fiquei curioso com um livro que o diretor lançara na década de trinta e que anos mais tarde reeditaria e lançaria. Pesquisando na seara da internet encontrei um exemplar numa Sebo no centro da cidade. Não resisti e no dia seguinte fui até a loja de livros antigos e adquiri o mesmo e não me fiz de rogado e comecei a lê-lo no mesmo instante.
Fiquei impressionado logo com o título “O Inútil de Cada Um – trecho de diário – O ruído persegue”, tal como o autor o livro é emblemático. A leitura é como o filme “Limite”, grandioso nas pequenas coisas, no que não se vê. É uma obra para sentir, cada descrição é única, infinita, solta no espaço, ao lê-las sinto escapar entre os meus dedos, fluído que se perde.
 Ao fim de cada capítulo tenho a sensação de estar novamente lendo o livro “Água Viva (1973)”, de Clarice Lispector ou assistindo ao filme “O Som ao Redor (2012)”, de Kléber Mendonça, algo intangível se apodera e perco minhas forças e impassível sou possuído pelo personagem e vivo cada lembrança como se a mim pertencesse.

A cada capítulo torno-me cúmplice do personagem, do autor, de todo o universo que rodeia ambos, onde tempo e espaço se funde e não sei mais dizer quem sou eu, qual vida me pertence e qual eu devo seguir, sonho e realidade é uma coisa só. E assim sinto-me amigo do diretor/ escritor Mário Peixoto. 


sábado, 10 de maio de 2014

A VOZ DOS COVARDES

Vinte anos depois e o que deveria ser uma catarse, uma libertação de velhos fantasmas. No entanto, os fantasmas do passado voltaram e me assombrar.
Recebi notícias não muito agradáveis a respeito de tão malfadado texto, e no mesmo momento pensei em excluir e fingir que nada havia acontecido, mas fechar a porta de uma casa em chama não apaga o fogo decidi deixar o texto como fora publicado, mesmo não concordando com o teor como foi escrito e assim fui tomado pela honestidade de como foi concebido e coloquei ponto final.
O assunto me incomodou deveras e refleti a respeito e cada vez que pensava sentia meu estômago embrulhar, minha alma gelar e uma raiva se apoderar. Nada que estava escrito era novidade e ao escrever fiz de espontânea vontade e sabia de antemão que deixaria de pertencer a mim. O que me deixou extremamente irritado foi como, onde e por quem o texto fora utilizado. Aproveitar o que dissera de maneira covarde e com segundas intenções para atacar outros, fazer chacrinha.
Escrevi e não nego nada do que coloquei em cada linha, só não concordo ser “a voz dos covardes”, que não tem coragem de dizer o que pensam e utiliza de artifícios escusos.
Sinto gosto amargo na boca de ver outros fazerem ‘bonito com chapéu alheio’ de maneira porca e sem um mínimo de consideração, sem pensar nas consequências dos atos. O mesmo pode ser dito a meu respeito.
Escrever o que aconteceu comigo durante um período da minha vida não reflete a realidade definitiva, entre o fato e a lembrança existe a “linha de sombra” como no livro de Joseph Conrad, outras verdades não poderia contá-la por não me pertencer e no texto não citou o período historio, antes e durante para que tudo aquilo acontecesse. Foi um período conturbado para todos, não tiro minha responsabilidade, fui imaturo, etc, etc e tal.

Não vou usar esse texto para desculpar de algo que não tenho arrependimento de tê-lo feito e muito menos querer desculpar a falta de tato alheio. Nesse ínterim ficou evidente a falta de caráter alheio ao fazer uso de algo há que não lhe pertence de maneira tão indigna e o pior dei azo ao azar!

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Certas propagandas...





Certas chamadas publicitárias de tão engraçadas que não deveriam ser levadas a sério, um caso clássico disso é a imagem da casca da banana para conscientizar o uso da ligeira afim de evitar acidentes, mas alguém anda escorregando em cascas de bananas. Pelo menos não conheço ninguém que teve essa sorte. Este tipo de propaganda de tão ridículo chega a ser engraçado.
Há maneiras mais inteligente de conscientizar a população de ter educação e jogar lixo nas lixeiras. 

Amolecendo Corações - II

Domingo sem nada para fazer, um calor que mais lembra a antessala do inferno de tão quente, procuro algo para ocupar o tempo, ligo o computador e em seguida coloco um CD de música popular brasileira e deixo rolar, vez ou outra mudo de música e volto ao computador.
O calor cada vez mais e minha paciência cada vez menor, desligo tudo.
Recomeço novamente, procuro material de estudo e tento organizar abandonando a tarefa logo em seguida. Mas parece que as formigas nas calças não me deixam sossegado e procuro mais alguma coisa para fazer, decido pegar um filme e ligar o aparelho de DVD, escolho sem convicção um filme que comprei em um dos meus arroubos de consumista.
Comprei o filme mais pela indicação de prêmios que contém na capa e não pela sinopse, que não me lembro de ter lido. O filme em questão é “A minha versão do Amor”(Barney’s version), com Paul Giamatti, um ator que não tenho nenhuma simpatia e que toda vez que vejo que está em um filme acabo não assistindo. Dessa vez acabei comprando e assistindo, sem muita convicção a princípio. No decorrer do filme meu interesse foi aumentando e na metade da história estava totalmente preso e o ponto alto que me conquistou de vez foi o momento que a música “Dance me to the end  of Love”, Leonard Cohen.

Tal qual o filme “Bonequinha de Luxo” (Breakfast at Tiffany’s), com Audrey Hepburn, fui pego de surpresa e levado à lona, acabei quase chorando, não que o filme fosse um dramalhão, só que algo me deixou desestabilizado, talvez seja a música...

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Há 20 anos...

Há exatos 20 anos comecei a trabalhar, na época tinha 15 de idade. Não foi um dia memorável, acabou ficando registrado na memória como um verdadeiro inferno em minha vida. Ouvi os piores desaforos, fui tratado mal e meu salário era o pior do lugar. E não trabalhava menos que ninguém, fazia trabalho de adulto, tanto que três anos mais tarde ao fazer o Serviço Militar foi uma porta de saída da qual sonhava há muito tempo. Durante os três anos não foram somente lágrimas também tive momentos bons, aprendi a conviver em sociedade, a ser mais flexível, a trabalhar e a partir disso pude vivenciar momentos que antes não tinha tido oportunidade. Era um caminho sem volta.
Antes de começar a trabalhar na contabilidade Exata, propriedade do Senhor Antonio de Almeida Ferreira, minha rotina era de casa a escola e da escola para casa e quando saia era com a família, não conhecia o mundo fora desse eixo. E de repente no dia 01 de fevereiro de 1994 tudo isso iria ruir desestabilizando tudo que conhecia.
Foi um período de grandes incertezas em minha vida e como autodefesa eu fiquei mais arisco do que de costume e isso ficou evidente logo de saída. Em contrapartida meu irmão que sempre teve o gênio mais fácil acabou se tornando um dos queridinhos do dono. Tanto que o registro em carteira dele aconteceu dois meses antes do meu, e o meu registro somente ocorreu porque perguntei se iriam me registrar ou me dispensar. Isso aconteceu no final do mês de julho daquele ano. E acabou acontecendo no dia 1 de agosto, sete meses depois de começar a trabalhar.
Antes de continuar a contar esse período que infelizmente me trás recordações não tão boas devo lembrar que esse emprego eu não consegui por mérito próprio. Foi um acordo de família, o que muitos chamam de ‘tartaruga de poste’, estava lá porque colocaram uma vez que não iria conseguir um sozinho, devido minha timidez.
A esposa do Senhor Antonio, Ana Maria Ferreira de Paula era uma cliente de minha mãe, que prestava serviços de costureira e que indicou o nome do meu irmão e o meu para trabalhar no escritório.
Antes mesmo de começarmos no escritório ouve um ardil para ver qual de nós dois era o melhor para trabalhar no escritório. Fomos convidados para passar alguns dias no chalé que ele tinha próximo de Paraná, nesses dias pediam tudo que é tipo de favores. Meu irmão e eu fazíamos tudo de bom grado. Meu irmão se destacou, trabalhava mais e era espontâneo e eu o contrário disso.
Quando retornamos para casa a Ana Maria conversou com minha mãe perguntando qual ela preferia que trabalhasse no escritório. Minha mãe preferia que fosse eu, não por favoritismo e sim por conhecer minha dificuldade pelo excesso de timidez, sabia que dificilmente conseguiria um emprego sozinho.
Houve empate, então ficaram com os dois, um por favoritismo e o outro por pena. A partir daí minha vida foi um inferno, o Senhor Antonio fez o que pode para que eu desistisse do emprego, não poupou esforços, e eu por minha parte resisti bravamente, mais por medo do que por bravura, pois sabia se perdesse o emprego meus pais iriam me matar e não conseguiria outro com facilidade. Aguentei muitas humilhações, salário mais baixo e insultos de todos os tipos. Nessa época ouvia o Senhor Antônio gritar a todo pulmão que era um incompetente, burro ou sei lá o quê, a que estava trabalhando lá, por favor, aos meus pais.
Certa vez fui proibido de executar o meu trabalho, o arquivo. Ficava a maior parte do tempo de braços cruzados e quando o Senhor Antônio não estava no escritório pedia para ajudar os demais e vez ou outra era flagrado. Numa dessas ajudas pedi para ser auxiliar da Roseli, que penalizada com minha situação resolveu me ensinar o serviço de escriturário.
Depois desse período fiquei trabalhando sob a responsabilidade da Roseli e minha vida começou a ter um rumo e para minha alegria o serviço militar obrigatório bateu em minha porta e lá fui eu voluntário. Quando fui convocado para prestar o serviço militar foi a maior alegria e definitivamente estava livre do Senhor Antonio.
Hoje, vinte anos depois não tenho saudades daquele lugar, infelizmente tenho mais péssimas recordações do que boas. Sei da importância em minha vida desse primeiro, da experiência, do amadurecimento e infelizmente recordo perfeitamente das humilhações que lá passei.
Vinte anos depois ainda consigo me lembrar do gosto amargo de algumas palavras...


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

só um beijo e nada mais...

Não estava com nenhuma vontade de falar do fim da novela “Amor a Vida”, do Walcyr Carrasco, Rede Globo, em horário nobre. Não resisti e resolvi escrever qualquer porcaria...
Assisti alguns capítulos e toda vez que a novela ficava repetitiva parava e depois voltada a assistir.
De certo essa novela teve muito exageros, o autor colocou muitas histórias paralelas e muitas ficaram sem fim, perdeu o fio da meada e alguns personagens que começou de uma maneira terminou totalmente diferente do que havia começado, perdendo o foco e o sentido geral.
Não consigo definir um personagem do bem nessa novela, todos sem exceção têm alguma ‘culpa no cartório’ como diz popularmente.  Talvez a personagem da Paola de Oliveira que é a boazinha da história, mas que é muito chata e uma mosca de padaria.
O personagem Felix roubou a cena o tempo todo e no final não poderia ser diferente, enfim aconteceu o tão falado e esperado beijo, fora de contexto, soou falso e despropositado, tiveram oportunidades melhor para colocar o ‘tal beijo’. Não foi o primeiro beijo entre iguais que a televisão passou, antes já havia acontecido numa novela do SBT entre duas mulheres e antes numa minissérie da própria Rede Globo.  Ainda prefiro a piada que diz que o primeiro beijo gay ocorreu na novela “Sete Pecados”, de 2008, entre Claudia Jimenez e Rodrigo Phavanello, pura maldade!

O melhor do final da novela foi exatamente que terminou e os comentários que fazemos durante as cenas quando acontece os erros e exageros da trama novelística carrasquiana.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

...Somos Amigos, Combater o Mal...

Fim de um ciclo e início de outro, assim anuncia as cartas e minha ansiedade vai às alturas e nesse momento só posso esperar e nada melhor do que assistir alguns filmes. Se fosse à década de 90 iria a uma locadora de filmes e voltaria carregado de fitas VHS e fiaria de molho em frente ao vídeo, agora posso comprar filmes em DVD, ver pela internet, etc.
Parei em uma barraquinha de camelô e comprei alguns filmes de terror e mal coloquei os pés em casa e já fui ligando o aparelho de DVD e coloquei o primeiro filme que iria assistir naquele final de semana, onde sábado era feriado pelo aniversário da cidade de São Paulo.
Primeiro assisti “A Entidade”, seguido pelos filmes “Invocação do Mal”, “Mama”, “A Mulher de Preto”, “A Morte do Demônio” e por fim “Evocando Espíritos”, todos os filmes ruins, considerei meu final de semana perdido.
Ao ver esse festival de filme de terror, que para minha surpresa causara terror de tão ruim, lembrei-me de um desenho que trata desse assunto e que há muito tempo gostaria de assistir. Então, fui eu mais uma vez procurar na internet o bendito desenho. O tema do desenho não era o que mais me despertava interesse, o que gostaria era ouvir a música que um dos personagens cantava para outro.
O desenho era nada mais e nada menos do que “Ursinho Puff”, que hoje é chamada de “Ursinho Pooh”. O desenho citado é “Ursinho Puff no Cinema” e o personagem com medo do filme de terror é o pequenino Leitão e o Tigrão explica que tudo não passa de sombras numa tela ... e canta: “Já vi um monstro da maldade, comer uma casa uma cidade, com a maior voracidade, pra mim é um folguedo,  só vejo monstro  onde eu ando,  alguns nadando outros voando, mas nunca me viram recuando, pois tigre não tem medo, não são de nada são de mentirinha é só uma luz que nos seduz e salta lá da tela, fique tranquilo despreocupado, pois não nada a temer quando o tigre está ao teu lado, O monstro é feio é horroroso é rancoroso E pegajoso, Mas eu não vou ficar nervoso pois eu sou corajoso, É tudo truque é tapeação só pra causar mais sensação, E quanto mais nos assustar mais eles vão lucrar, Esses monstrinhos são de mentirinha, É só uma luz que nos seduz e salta lá da tela, Fique tranquilo despreocupado, Pois não há nada a temer quando o tigre  e o puff e eu também estou ao teu lado, Estar com amigos estar bem acompanhado”.

E toda vez que me lembrava desse desenho cantava o refrão assim: “Somos amigos, Combater o mal, Não há perigo...” achando que estava certo, bastou achar o desenho no “Youtube” para ouvir a música para matar a saudades do desenho, pelo menos alguma coisa que vi nesse final de semana para salvar a pátria!

Amigo Personagem III - parte II

Fortunato Botton Neto
Estava lendo “Um Dia”, de David Nicholls, um romance de dois personagens entediantes, que lá pela metade do livro não suportei ler mais.
Assisti ao filme e fiquei apaixonado pela história, afinal o casal do filme são representados pelos atores Anne Hathaway e Jim Sturgess que são lindos, mas durante a leitura do livro em nada me fazia imaginar os personagens tão bonitos como no filme, a mulher era baixinha, gorda e desleixada e chata e o homem só vinha em minha cabeça o Otaviano Costa, me senti lendo a biografia desse ator-apresentador, então perdi o interesse e abandonei a leitura e resolvi reler “Dias de Ira – Uma História Verídica de Assassinatos Autorizados”, de Roldão Arruda, ainda continuo com a mesma sensação de “Amigo Personagem III”, os meus personagens preferidos do livro ainda continuam sendo os mesmo, somente agora ao ler novamente essa obra desse grande escritor consigo deixar a emoção da primeira leitura e olhar detalhes que antes havia passado despercebido, cada nuance do texto e o que muitas vezes é dito nas entrelinhas.

Ler esse livro é uma viagem no tempo, é captar algumas coisas que há muito deixou de existir. Dias desses depois do trabalho andei a esmo pelo Centro e passei onde alguns crimes ocorreram, respirei o ar pesado da cidade no fim de tarde, olhei os prédios onde outrora alguns personagens moraram e morreram. Pode parecer mórbido fazer um roteiro assim, passar por locais onde ouve crime violento. Isso não me causa nenhum constrangimento chega a dar certa satisfação poder esquadrinhar o ambiente que outrora pertenceu a outros e agora são fantasmas que habita meu imaginário.
Condomínio São Luís Plaza, residência do eletricitário Arnaldo Vieira Neves

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

E as Chuvas Chegaram

Hoje ao acordar ao som do despertador, notei que o tempo havia parado e que poderia ficar mais tempo deitado apenas sentindo minha respiração e meu corpo sorumbático.
Levantei a duras penas e desliguei os despertadores que insistiam em berrar minhas obrigações matinais, aproveitei e tirei o relógio da parede, uma vez que estava parado não iria resolver muita coisa, nem para enganar esse pobre ser macambúzio que escreve essas linhas deitado novamente em sua cama de casal, sozinho.
Trabalhei normalmente, cumpri todas minhas obrigações e fim de expediente, retornei para casa e eis me aqui, mas antes disto coisas terríveis aconteceram e sobrevivi para contar.
Vindo eu para meu santo lar como todos os dias, utilizo o transporte público que para variar estava extremamente lotado e para piorar o quadro todas as janelas fechadas devido à chuva que resolveu castigar a zona sul de São Paulo. Ao descer no ponto próximo a minha residência fico todo encharcado, mas respirando ainda.
Ao entrar em casa dispo minha roupa molhada e acondiciono com todo carinho no chão do quarto mesmo, ao som de palavras carinhosas, todas mais do que sabida por qualquer brasileiro mediano com raiva. Recolho e coloco no sexto de roupa suja.
Ligo a televisão e deixo em um programa jornalístico mundo-cão, onde só passa desgraça e vejo o repórter Luiz Bacci apresentar as notícias mais escabrosas com sua maneira habitual, péssimo.
Uma dessas reportagens me chama atenção, uma lotação no meio de uma enchente e pessoas tentando evadir pelas janelas. Uma cena totalmente surreal.
O que prendeu minha atenção não foi à inundação ou pessoas ilhadas, nada disso, todo ano é essa mesma coisa, virou lugar comum, todo inicio de ano tem enchentes, desmoronamentos e tudo que não presta e este ano promete mais ainda – A Copa do Mundo. Mas voltando ao assunto, o que mais me chamou atenção foi que a lotação tinha inscrição de Cidade Júlia e que o bairro que estava alagado é próximo de casa.

Agora que descrevi o meu dia do acordar ao estar novamente em minha cama de casal sozinho o que de tão terrificante ocorreu que merecia perder tempo em ficar escrevendo? Nada, afinal tudo o que está acontecendo ocorre ano após ano no mesmo período e eu inclusive já escrevi crônicas nessa mesma época do ano relatando chuvas de verão que causa estrago, dessa vez só estou fazendo isso para registrar mais uma vez o que todos já sabem. E dormir sozinho também não é nenhuma novidade, faço isso tão bem desde que nasci, só que com essas noites quentes de verão está muito difícil de suportar.

domingo, 12 de janeiro de 2014

FIM DE CURSO E TCC

Depois de quatro anos cursando Farmácia pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) chegou ao fim.
Muitos falavam em estar aliviados, felizes e etc. Não consegui sentir nada disso, o cansaço era tamanha que não tinha reação nenhuma, a única coisa que tinha era o desespero em passar em todas as provas, coisa que infelizmente não aconteceu, tive que recuperar duas notas, sem falar da pressão da apresentação do Trabalho Conclusão de Curso – TCC.
Já havia há muito largado de mão o meu TCC, já não aguentava mais ter que ler artigos e fazer resumos a respeito da bactéria Helicobacter pylori. Foi bem interessante, mas muito cansativo. Agora que já passou de um mês que passei por tudo, ainda não consigo ter a alegria que muitos demonstraram, ainda estou descansando, reorganizando minhas ideias, respirando aliviado e tentando ver os benefícios da profissão que escolhi.
Durante esse período li muitas coisas postadas nas páginas do Facebook, tais como: ‘agora me sinto farmacêutico’, entre outras disparidades. Só me sentirei assim quando tiver nas páginas da minha carteira de trabalho registrado a profissão e o salário de tal, antes disso só é termino de um curso de quatro anos e que não precisar entregar quase todo meu salário à faculdade.

Mesmo antes do término do curso já sabia que teria a promoção para farmacêutico na empresa que trabalho, só que promessa pode cair no esquecimento, uma vez que não tenho papel nenhum assinado garantindo o que me foi prometido. 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Saudade Eterna

’No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto’.


Aos 35 anos atingi o patamar que o escritor e poeta Fernando Pessoa descreve na poesia “Aniversário”, a cada ano um dos membros da família parte deixando eternas saudades.
 Esse ano foi à vez da tia Celinha, tão jovem ainda, resolveu nos deixar, restando somente à lembrança e uma filmagem que eternizou um beijo endereçado à mim.
Todas as recordações que tenho da minha Tia não são lineares, e tudo que é multifacetado se torna difícil de descrever.
 A última vez que estive com ela foi por volta do ano de 2006, depois a distância acabou por impossibilitar novas visitas, mas sempre recebia notícias. E quando recebi a péssima notícia que seria necessário fazer uma cirurgia acreditei fielmente que tudo iria transcorrer normalmente, uma vez que já a vida lhe reservou lutas e sacrifícios e que Ela bravamente venceu todas.
Infelizmente achou por bem não lutar mais, resolveu repousar eternamente, depois de uma vida inteira de luta, mas que valeu um grande prêmio: uma família bem estruturada e filhos responsáveis que estiveram ao seu lado todo tempo.

Certa vez li que as pessoas que amamos não morrem, vivem eternamente em nossos corações e que deixar de viver é só não ser visto, então Tia Celinha a Senhora será eterna, porque há muitos corações que há ama muito e basta lembrarmos-nos de Ti para ver que Valeu à pena! 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Rio de Janeiro - 31 de dezembro de 2013

Não resisti e resolvi contar minhas peripécias na cidade maravilhosa. Não foi uma viagem igual as demais, aconteceu coisas que não estava no meu projeto, que pra falar a verdade não tinha nenhum, o único que tinha desde que havia descoberto que poderia ir para o Rio é que deveria ir para o Rio e ponto final. Confesso que a “dança Creu” tem cinco velocidade e que a princípio não estava nenhum pouco tentado a ir. Estava mais propenso a ficar, mas uma obrigação moral e cívica me impelia ao Rio de Janeiro.
Cinco dias torrando ao sol, numa cidade abafada, com tudo custando os olhos da cara, dormindo em um quarto minúsculo e almoçando nos famosos “pé-sujo”, foi desgastante, sem dizer a ladroagem de alguns comerciantes em cobrar valores exorbitantes de garrafa de água chegando a 150% a mais do valor normal.
Nem tudo foi uma prova de paciência, fiz coisas que me deu prazer, ficar à toa sem eira nem beira, nem ramo de figueira, foi uma diversão à parte, conhecer pessoas com suas histórias insólitas, entre outras coisas.
É indescritível ver a queima de fogos de artifício na praia de Copacabana, foi simplesmente linda e o melhor espetáculo aconteceu logo em seguida.
Algumas pessoas afoitas e alegres quiseram começar o ano tomando banho, de roupa e tudo! Até aí normal, o pior é que tinha rapazes muito educados e com a bexiga cheia se aliviando beira-mar, enquanto o banho rolava solto. De repente aparece um rapaz trançando as pernas, pára, e projeta o corpo cambaleante para frente e solta um jato de vômito na água do mar. Água vai e água vem, urina e vômito se junta ao banho. Isso que é começar o ano novo bem, um belo banho!

sábado, 4 de janeiro de 2014

Balanço 2013

Findo 2013 e tudo recomeça novamente. Tinha muito para escrever nos últimos meses do ano passado e acabou não acontecendo.
Cada evento que fora importante e seus desdobramentos gostaria de descrever em detalhes tudo que aconteceu e minha percepção de cada fato. Passou!
Hoje tenho todo tempo a minha disposição para descrever tudo, em detalhes, com a sensação que tudo provocou em mim. Acabou!
Sei que escreverei alguma coisa a respeito dos momentos finais do curso de Farmácia, da virada de ano no Rio de Janeiro e nada escreverei sobre assuntos nebulosos nessas fases.
Pelo menos os três meses finais de 2013 pude viver com os nervos à flor da pele, prestes a ter um colapso nervoso devido a tantas expectativas.
Três fatos nesses três meses merecem destaques, o termino do TCC (trabalho conclusão de curso) e sua apresentação, o fim do curso de Farmácia e a virada do ano no Rio de Janeiro, cada um aconteceu fatos interessantes ou pelo menos curioso de se contar. Só que agora não estou mais com vontade para narrar esses fatos, pode ser que daqui à uma hora algo ou alguém me faça lembrar algo e a narrativa se torne abundante e escrevo com riqueza de detalhes tudo que aconteceu inclusive o que senti nesses momentos.
E mais a mais não é de importância alguma esses eventos, a não ser para mim mesmo, mas a necessidade de compartilhar parece imperar no ser humano, por mais idiota que seja o fato gostamos de compartilhar, dourar a pílula, enfeitar o pavão como dizem popularmente.
Claro que esses fatos que talvez venha narrar nessas páginas já foi dito para as pessoas mais próximas, sendo assim não novidade mais.

Como dizia o famoso escritor (...) “Há mais mistério entre o céu e a terra do que imagina nossa vã filosofia”, ou qualquer coisa assim. Trocando por miúdo, há muito mais para ser dito do que foi e que será.