Hoje ao acordar ao som do despertador,
notei que o tempo havia parado e que poderia ficar mais tempo deitado apenas
sentindo minha respiração e meu corpo sorumbático.
Levantei a duras penas e
desliguei os despertadores que insistiam em berrar minhas obrigações matinais,
aproveitei e tirei o relógio da parede, uma vez que estava parado não iria
resolver muita coisa, nem para enganar esse pobre ser macambúzio que escreve
essas linhas deitado novamente em sua cama de casal, sozinho.
Trabalhei normalmente, cumpri
todas minhas obrigações e fim de expediente, retornei para casa e eis me aqui,
mas antes disto coisas terríveis aconteceram e sobrevivi para contar.
Vindo eu para meu santo lar como
todos os dias, utilizo o transporte público que para variar estava extremamente
lotado e para piorar o quadro todas as janelas fechadas devido à chuva que
resolveu castigar a zona sul de São Paulo. Ao descer no ponto próximo a minha
residência fico todo encharcado, mas respirando ainda.
Ao entrar em casa dispo minha
roupa molhada e acondiciono com todo carinho no chão do quarto mesmo, ao som de
palavras carinhosas, todas mais do que sabida por qualquer brasileiro mediano
com raiva. Recolho e coloco no sexto de roupa suja.
Ligo a televisão e deixo em um programa
jornalístico mundo-cão, onde só passa desgraça e vejo o repórter Luiz Bacci apresentar
as notícias mais escabrosas com sua maneira habitual, péssimo.
Uma dessas reportagens me chama
atenção, uma lotação no meio de uma enchente e pessoas tentando evadir pelas
janelas. Uma cena totalmente surreal.
O que prendeu minha atenção não
foi à inundação ou pessoas ilhadas, nada disso, todo ano é essa mesma coisa,
virou lugar comum, todo inicio de ano tem enchentes, desmoronamentos e tudo que
não presta e este ano promete mais ainda – A Copa do Mundo. Mas voltando ao
assunto, o que mais me chamou atenção foi que a lotação tinha inscrição de
Cidade Júlia e que o bairro que estava alagado é próximo de casa.
Agora que descrevi o meu dia do
acordar ao estar novamente em minha cama de casal sozinho o que de tão
terrificante ocorreu que merecia perder tempo em ficar escrevendo? Nada, afinal
tudo o que está acontecendo ocorre ano após ano no mesmo período e eu inclusive
já escrevi crônicas nessa mesma época do ano relatando chuvas de verão que
causa estrago, dessa vez só estou fazendo isso para registrar mais uma vez o
que todos já sabem. E dormir sozinho também não é nenhuma novidade, faço isso
tão bem desde que nasci, só que com essas noites quentes de verão está muito
difícil de suportar.
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