Algumas vezes ouvi dizer que gatos tem sete vidas, ladrões também e que mulher tem vida de sete gatos. Não me parece que todos gatos compartilha dessa sorte, uns mais e outros menos.
Acordo, faço todos os preparativos para ir ao trabalho, tanho, barbear, café da manhã e ao sair de casa quase piso num vômito fétido de um bichano estirado ao lado de tal líquido.
Fezes se espalharam pelo quintal, um líquido vermelho também, e o mal cheiro empesteia o ar, parece cena de filme de terror.
O gato retorcido lembra luta pela vida, sofrimento e desespero por perder uma a uma, sem nada a fazer.
Não me pareceu ser vítima de doença ou moléstia contagiosa, estava mais para envenenamento, dada as circunstância que encontrei o pequeno felino.
Gatos não fazem parte dos animais de minha preferencia, prefiro os caninos, os galináceos e por fim as chinchilas, roedores malucos e dramáticos. Também não significa que desejo as mortes dos felinos, uma coisa não é o contraponto da outra.
Não fiquei penalizado com a situação do infeliz bichano, foi-me indiferente, talvez porque o tenha visto como um ladrão que fora roubar alimento na casa alheia e encontrou a morte. E veio morrer no meu quintal, ao invés de morrer onde comera o alimento ou na casa do seu dono.
Sete vidas de felino e sete vidas de gatuno não foram suficiente para poupar-lhe as entranhas. Talvez não tenha sido nada disso, não sou legista dos felinos para saber a causa morte, suponho apenas, a única coisa que sei é que tive que recolher os restos mortais do felino e colocar no tambor de lixo e limpar o quintal antes de sair para o trabalho, correndo o risco de chegar atrasado e levar uma repreenda por não ser um funcionário tão constante como deveria ser.