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quinta-feira, 30 de junho de 2011

30 de Junho ou Programa para o inverno


Não parece, mas já passamos da metade do ano, o mês de julho já está a nossa porta e não há nada que possamos fazer para fazê-lo recuar mais um pouco e nos deixar curtir a metade do ano em paz.
Agora começa realmente o frio, que para sair da cama e entrar em baixo do chuveiro é um sacrifício humano que devemos fazer toda manhã.
Para quem é de festa popular as quermesses é uma boa pedida, com seus vinhos quentes e muitas comidas típicas a base de milho e para quem não é há outras opções também divertidas e gastronomicamente de encher os olhos, a boca e esvaziar os bolsos, sem contar nos quilos a mais que fazemos de tudo para perder na primavera para causar sensação no verão.
Claro que nem tudo é trevas nesses dias de inverno, onde acordar se torna um sacrifício, andar ao vento significa nariz vermelho e mãos doloridas, há o lado romântico. É a melhor época do ano para ter um 'cobertor de orelha' para esquentar as noites frias de inverno, jantar a dois, beber um bom vinho, comer fundie de vários sabores, dormir juntinho, de preferencia de conchinha, assistir a um bom filme comendo pipoca ou simplesmente não fazendo nada .
E, para quem não tem a sorte de ter alguém ao lado, pode ler um bom livro, com uma chicara de chocolate, assistir a televisão, reunir-se com os amigos para jogar 'vídeo-game', brincar com os bichinhos de estimação ou dormir embalado pelo edredom na solidão da alcova sem perder a dignidade, porque como diz o velho ditado 'antes só do que mal acompanhado'.
E para quem não quer um programa romântico ao lado da pessoa amada, e também nada de programa solitário, há a opção passar esses dias de inverno ao lado dos familiares comendo sopinha feita pela mamãe, jogando conversa fora.
Para finalizar, se a preguiça passar longe vale fazer exercícios, como já dizia o personagem Seu Madruga “o melhor para acabar com frio é o exercício”.

Um pouco de infantilidade


Sinto uma felicidade infantil ao terminar um trabalho ou um texto que eu gosto, seja o trabalho mais fútil ou o texto mais mau escrito e cheio de erros, fico feliz como se fosse uma obra prima. Minha vaidade vai a mil por hora, volta a ter seis ou sete anos, quero falar, exibir, mostrar o quanto estou contente.
Durante essa catarse chego a esquecer que faço parte de um digníssimo grupo, o dos adultos. Mas dura pouco, sempre tem um adulto por perto para me lembrar o papel ridículo que estou fazendo, apontam as minhas falhas e que já não tenho idade para certos arroubos.
Algumas vezes fico chateado pela infantilidade e imaturidade em querer dividir o meu momento pueril, de grande despojamento dos códigos que foram criados para cada idade.
Infelizmente tenho aprendido a guardar minhas pequenas felicidades comigo, criando segredos, inventando meios de não deixar os adultos de plantão perceberem meu momento de glória infantil. Represo cada emoção que tenho com minhas criações, que as vezes transborda me fazendo rir largo e solto deixando as pessoas ao meu lado com caras de patetas ou achando que estou beirando a loucura total, e se aventuram a me perguntar se está havendo alguma coisa, sempre dou uma resposta evasiva e continuo no meu momento único e criança abandonada.
De momentos como esse lembro do livro “A Linha de Sombra”, de Joseph Conrad, que fala a respeito da maturidade e suas vantagens e seu significado desagradável, contrário da inocência com seu charme e ilusões.
Concordo com os populares que dizem que não devemos deixar morrer a criança dentro de nós, viver eternamente na terra do nunca, sem piratas e crocodilos.
Afinal de contas “ame-me quando eu menos precisar, pois é quando eu mais preciso”, abram um sorriso para mim e veja minha felicidade como um resquício daquele menino que um dia foi e nunca mais o será.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Meu irmão e o Realejo


No final dos anos 90, 1998 para ser mais exato, convidei meu irmão a pular de body jump no ginásio do Ibirapuera, onde uma companhia estava apresentando esse divertimento, não recordo qual de nós dois foi o primeiro a pular, só recordo que ele queria pular novamente, no que recusei de pronto, pois tinha que ir ver uma peça de teatro.
A peça em questão era “Gata em teto de zinco Quente”, do Tennessee Willians e tendo a Vera Fischer como Maggie – a gata. Já conhecia a história, tinha visto o filme com Elizabeth Taylor.
Entre pular e ver a peça, meu caro irmão caçula foi minha companhia até o teatro, no caminho encontrei um homem de realejo, aquele com o periquito que tira a sorte, e como não gosto nada disso fui logo tirando a minha.
Por pura educação ofereci ao meu irmão que tirasse a dele que eu iria pagar. Foi uma péssima ideia, ele quase me engoliu vivo, me olhou como se estivesse apontando uma arma para cabeça dele e rispidamente recusou com um NÃO, cheio de exclamações.
Respeitei, afinal de contas, ele sendo evangélico seria natural não acreditar em sorte ou azar.
Passado mais de uma década, aproximadamente 12 anos, aquele garoto está completamente mudado, hoje não freqüenta igreja e acredita em leitura de mão.
Conheceu uma mulher que lê mão e passou acreditar nisso, na época só era evangélico por causa de rabo de saia também, toda vez que gosta de uma mulher muda completamente.
Somos diferentes em muitos aspectos e esse é um deles, sempre gostei da sorte e do azar, e nada disso é importante, gosto como um ato de curiosidade.
Toda vez que posso vejo a sorte nas cartas, geralmente faço quando estou precisando da opinião de uma pessoa alheia a minha vida pessoal, sei que há trambiqueiros, mas são esses os melhores, sempre mentem para nos conquistar e quem sabe não sejam tão trambiqueiros assim e podem adivinhar o futuro.
Outras formas de sorte, como jogar búzios me atrai pela parte visual do jogo, acho de uma beleza quem joga e a maneira como mexem com os búzios, tudo é surrealista, me lembrando uma cena do filme “Quando o Carnaval Chegar”, onde a cantora Maria Bethânia joga a sorte nos búzios e ouve atentamente os conselhos da velha senhora.
Não creio que possa ser errado ouvir conselhos de uma pessoa, não é tudo que ouço que vou acreditar e também não mudo de opinião só pelo rabo de saia do momento.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Gentileza


Estamos vivendo uma crise de identidade, perdendo um pouco a bondade e gentileza pela qual os brasileiros são conhecidos.
Não sei se esse mal é dos tempos modernos, não vive os tempos de outrora para saber se a educação e gentileza predominavam, o que posso afirmar que a cada ano que se passa sinto que os brasileiros estão cada vez mais descorteses.
Estava eu indo para o trabalho, dentro de um ônibus que mais parecia uma lata de sardinha de tão cheia e apertada que estava aquilo, depois de mais da metade da viagem em pé surgiu diante de mim um lugar vazio que fui tratando de sentar-me. Estava eu sentado pensando na vida, com o fone de ouvido devidamente em meus ouvidos, ouvindo uma música qualquer. Estava pensando em nada, deixando o tempo correr, já que não tinha outra opção.
De repente aparece uma moça muito feia, e começa a falar comigo, olho-a sem entender o que estava falando, então tiro meu fone de ouvido e faço a maldita pergunta: Quê???
No que a feiosa me responde: - Estou passando mal, posso sentar?
Juro minha vontade foi mandá-la para os quinto dos infernos e me deixar em paz. Quando dei por mim estava de pé e ela já sentada, com a maior cara de sono.
Em pé fiquei segurando minha pasta, ela não se deu o trabalho se poderia segurar minha pasta, isso me deixou furibundo, além de ceder meu lugar tive que segurar minha pasta, gentileza da parte dela foi zero.
A fulana não tinha cara de quem estava passando mal e sim de quem estava com sono, de quem foi para a gandaia e ficou por lá a noite toda.
Alguns pontos depois ela desceu e nem ao menos agradeceu por eu ter lhe cedido meu lugar de boa vontade.
Prometi a mim mesmo que da próxima vez só levantarei para mulher bonita que estiver passando mal, as feias que o diabo as carregue.
Ainda encontro vez ou outra pessoas que num ato de generosidade ainda pede para segurar minha pasta ou mochila, fazendo nos crer que talvez possamos reverter esta falta de educação que anda tomando conta das pessoas.

domingo, 26 de junho de 2011

Amigo Personagem


Quando li "Feliz ano Velho", do Marcelo Rubens Paiva, que havia comprado em uma Sebo, era uma edição que não havia a foto do autor. Durante a leitura do livro gostei tanto da história que imaginei o personagem igual ao autor, como veria depois em uma revista.
Não foi a única vez que fiquei amigo do personagem do livro que estou lendo, aconteceu outras vezes. Carlos Lodi, também se tornou meu amigão durante a leitura de suas reminiscências, fato que já narrei em outra cronica.
Agora estou lendo as melhores histórias de Fernando Sabino e já me tornei amigo dele também, a cada história é como se fossemos amigos de infancia. Durante suas histórias, ele cita um personagem que nunca li nada dele, mas que o conheço através do meu escritor favorito, Nelson Rodrigues, é o nada menos que o jornlista Otto Lara Resende, não sei se era um gênio como o Nelson e o Sabino assim o classifica, me parece pelo menos que era uma pessoa inteligente e divertida de ter por perto.
Ainda não tive coragem de ler nenhum texto dele, medo de não ver nenhum ser tão genial ou simplismente não gostar e pronto.
Graciliano Ramos, Jorge Amado, João Guimarães Rosa e Ubaldo Ribeiro são escritores geniais que não me tornei amigo de nenhum dos personagens deles, sendo que tanto a narrativa como os personagens considero de uma maestria sem igual, talvez falte neles a simplicidade dos marinheiros de primeira viagem ou a naturalidade de abordar temas do cotidiano de uma maneira simples, rápida e objetiva, como um bom jornalista sabe fazer.

Piada de mau gosto


Certa feita, estando de serviço, durante a parada, o tenente de dia - um alemão parrudo e metido a engraçado de quem não me lembro mais o nome, fez uma piada na época que causou riso de alguns e indignação de outros. No mesmo serviço estava dois soldados que trabalhavam na Seção de Mobilização comigo.
Pineres era quieto, tranquilo, boa praça, não se envolvia em maledicência de espécie alguma e naquele dia por infelicidade foi a vítima da piada de mal gosto do tenente.
Sendo ele negro, não um negro qualquer, mas de uma negritude intensa, se fosse branco seria um verdadeiro alabastro, pois não era e isso rendeu uma das piadas que o deixou sem graça.
No final dos anos 90, a Xuxa engravidara do empresário Luciano Szafir e dera a luz a uma menina, a Sasha. Rendendo uma das primeiras piadas a correr solta pela internet, e essa mesma piada foi contada substituindo o nome do Pelé, pelo do Pineres. Se não fosse constrangedor seria uma boa tirada do momento.
O Pineres nada fez, agiu como se nada houvera e continuou a vida sem maiores alterações.
Findo o serviço de guarda tivemos que voltar para a Seção, que era chamada carinhosamente de Sec Mob, o outro soldado não se contendo pela graça do dia anterior foi logo contando a novidade para todos.
Se a piada não agradou a todos, dessa vez foi pior,o chefe da seção não acreditou no que seus ouvidos de militar de mais de 30 anos de serviço prestados estava escutando. Incrédulo e indignado foi falar com o comandante da unidade, não estava certo tratar um soldado daquela maneira.
O piadista foi punido, ficou preso e toda vez que passava pelo pobre Pineres olhava-o como se ele fosse o culpado pela punição que ele havia recebido.
A expressão Afro-descendente ainda não era usual, as piadas como a que foi dita já havia algum tempo sido abolida, ou melhor, dita a boca pequena.

sábado, 25 de junho de 2011

Frases Feitas


As vezes as pessoas ficam irritadas com minha facilidade em dizer 'não' ou algumas frases de efeito.
No trabalho algumas frases que digo causam raiva na minha colega de setor. Quando a situação está para lá de complicada e as reclamações começam, abrevio o assunto dizendo 'que tudo no final dá certo', mesmo muitas vezes não acreditando no que digo. Já aconteceu de estar espumando de raiva e preocupação, minha colega de setor dizer está frase, no momento que foi proferida não achei graça nenhuma e tive impetos de gritar: 'vá para o inferno com essa frase feita', mordi língua e engoli o sapo de pernas escancaradas, e no final realmente deu certo.
Algumas frases caem bem em qualquer situação outras nem tanto, principalmente se elogiar uma garota ao compará-la a outra, qualquer frase nesse sentido me provou ser um erro grave, por mais que dissemos algo para amenizar a gafe inicial só piora a situação, então não indico tal prática.
Outra maravilha criada são os ditados populares que também gosto de utilizá-los, muitas vezes uso os de mal gosto que também já me causou alguns constrangimentos, dependendo do lugar e ocasião não é uma boa proferí-los.
Frases bonitas, edificantes e engraçadas dão uma certa graça e um ar de intelectualidade as pessoas imbecis.
Pior não é usar frases feitas e sim usar ou dizer de maneira errada e pior ainda é tentar criar uma a partir de outra, sempre dará errado.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Canários Sem Terra


Ontem entre pasmo e incrédulo assisto ao jornal da Globo sobre pássaros que foram apreendidos e se não forem aceitos pela Venezuela, terão que ser sacrificados.
Não podendo simplismente ser solto em terras brasileira, por não ser aves nativas poderão causar danos a nossa fauna e espalhar doenças que em nosso trópico pode não existir.
Pobres Canários da Terra, agora são Canários sem terra, despatriados e sem destino certo.
Quem sabe se vocês fossem terrorista italiano teria guarida em nossa terra e seriam aceitos como herói, mas infelizmente vocês pobres aves não lutam por um ideal morto, ideal que provou por si mesmo que nada se difere em nada do seu oponente, no final das contas ambos lutam pelo poder.
Da próxima vez que vier ao Brasil contrabandeados certifiquem que sua ideologia esquerdista estejam afiadas e a barba grande e não esqueça de trazer nos bolsos um velho cartão tingido de vermelho com o desenho de uma foice e martelo.
Caros amigos latinos vocês esqueceram que nós brasileiros não nos importamos com o sofrimento dos povos da América Latina, importamos sim é com os Europeus, se vocês fossem pelo menos italianos teriam a proteção desse povo tão caloroso, seriam clamados como redentor da liberdade e sua liberdade estaria assegurada.
Felizmente hoje, vi no mesmo jornal que não precisarão ser sacrificados podendo ser criados em cativeiro por criadores autorizados, ou seja, se a sua pátria mãe os receberem de braços abertos terão liberdade e viverão felizes para sempre, caso contrário permanecerá nesse solo em que tudo que se planta cresce e floresce e serão eternamente cativos, diferente do terrorista europeu, se ele voltar para sua tão amada Itália será um pássaro na gaiola e aqui gozará de liberdade, blindada pela utopia equerdista.
Minhas pequenas aves da terra nunca esqueçam de dizer a velha frase “Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás.”, quem sabe assim terão também sua liberdade assegurada.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Loucos aos montes


Como diz o velho ditado "de médico e louco todo mundo tem um pouco",de médico não sei dizer, mas de louco muitas pessoas não tem só um pouco tem bastante mesmo.
Falar sozinho, rir de piadas momentos depois que foi dita dentre outras esquisitices, é até normal.
Acordo cedo, infelizmente pego ônibus lotado, metrô idem e no trajeto me deparo coma mais inusitadas cenas e pessoas, muitas vezes fico a pensar o que se passa com essa gente.
E se não bastasse tanto no trabalho não foge a risca, tem alguns personagens se não existisse seria conveniente que alguém os criassem para sairmos da monotonia.
Uns beiram a falta de noção total, outros a da educação. Não tenho muita paciência com pessoas esquisitas e sem educação, lugar de loucos é no manicômio ou pelo menos em casa sob a tutela dos familiares.
Quando a loucura é engraçada ou pelo menos algo libertador é muito legal de se ver, ao contrário é quando essa loucura é um meio de fugir da responsabilidades dos afazeres, e desse tipo existe aos milhares - ou seja, falta de vergonha da pura.
No ambito de trabalho geralmente dou uns berros e fico malucode vez e tudo volta ao normal, os ditos loucos arregalam os olhos e a loucura desaparecem.
Descobri que um bom antidoto para loucos e sendo mais louco ainda, afinal de contas quem é que gosta de loucos, ninguém. Pode me acusar de preconcituoso em afirmar tal coisa, mas não vejo ninguém falar com orgulho que tem um filho com problemas mentais.
Mas não é de todo mal. Existem filmes, músicas e peças de teatro onde a loucura é explorada de diversas maneiras, afinal não há nada mais normal em não ser um normal, como na música dos Mutantes.

Fé ou Corpus Christi




Enfim um santo feriado, ops! - um feriado santo. Isso me faz lembrar com um certo riso no canto da boca a algumas expressões que ouço por aí, “católico de pia” - foi batizado e nunca vai a uma igreja, é o meu caso. Não tenho nada contra a religião alguma, só que não sou dado a religiosidades.
Certa vez uma japonesa me definiu como sendo espiritualista – que não se apega a dogmas e sim ao cerne de cada ensinamento.
Cada cultura religiosa tem sua contribuição para que o homem possa seguir adiante, mantendo a coerência e a fidelidade de um proposito maior.
Fico encantado coma fé das pessoas em Deus, na fé pura, sem partidarismo ou definições, porque quem se define se limita, como li certa vez num muro.
Um dia passando pela centro da cidade, ao redor da praça da República, um homem me pediu um cigarro, dei uns três, ele ficou agradecido e com seu sotaque carioca rezou um ponto de macumba do Beira-Mar, em agradecimento e para minha proteção, fiquei encantado com aquela demonstração de fé.
Outra vez que fiquei feliz ao saber que minha sobrinha Laura durante as suas orações pediu para que Deus me desse um beijo, foi tão emocionante saber que uma criança zela por mim, da forma mais carinhosa possível. Também aconteceram outros fatos, tais como o marido de minha prima orar por mim e outra prima me convidar a ir ao templo que frequenta.
Todas essas demonstrações de fé é de uma beleza inigualável, e independente da religião fico muito feliz de desejarem o meu bem e minha proteção.
Já perguntaram a minha mãe se eu tinha fé, no que ela respondeu que eu era um dos que mais tem.
Desde criança sempre fui acostumado a pedir a benção aos meus avós, tios, etc. E eles sempre respondiam com a mesma frase, “Deus lhe abençoe”, e com o tempo somente a alguns é que peço a benção, em parte por vergonha e em parte por desuso mesmo, é um dos costumes que deveriam permanecer.
Espero que nessa data e em todas mais que a luz divina reina nos lares de cada pessoa que visa a fazer o bem. Amém.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Opulência de Outrora


Morreu Wilza Carla - muitos não há de lembrar-se dela ou não chegou conhecê-la, há tempos que não está na mídia e seus filmes não passam na tv ou em cinemas, somente cinéfilos que gostam do cinema nacional há de se lembrar dela ou os que viveram na mesma época em que atuava.
Sempre fora acima do peso e isso não parecia ser um empecilho, pelo menos em filmes vendia sensualidade e alegria de viver.
Em tempos de controle de peso, onde vale tudo - de dietas milagrosas a redução estomacal, parece um absurdo elogiar alguém que sempre exibiu excesso de peso.
Outrora a beleza da mulher não estava relacionada as atuais, como as macérrimas, não magérrimas como cunham as mídias errôneamente, modelos. Alguns quilos a mais não era feio e não atraente, somente a partir do final da década de 80 é que passou a recriminar quem estivesse acima do peso ideal.
Antes ser macérrimo era vinculado a miséria, desnutrição e gordura o contrário, era sinônimo de saúde.
Hoje muitos consideram pessoas que estão acima do peso como doentes ou portadores do mal que o excesso de peso pode trazer, sabe-se que todo excesso não presta, seja a magreza ou a gordura exagerada. E nem todos gordos tem diabetes altas ou qualquer outro mal.
Wilza Carla pertence ao passado, foi filha do seu tempo. Hoje seria apenas uma personagem de comédias de mal gosto sábado a noite, repetindo o mesmo bordão, reforçando o modismo da magreza vigente.

sábado, 18 de junho de 2011

Temperamental comprando novas ideias

Muitas vezes me definem como temperamental, devido ao meu comportamento metódico,dizem que sou minimalista e não gosto de mudanças. Em partes concordo com algumas coisas, outras creio que é exagero da oposição.
Gosto de organização, não porque é divertido atazanar a vida alheia para que tudo permanece em seu devido lugar, sim pela praticidade de encontrar rápido o que necessito.
Muitas vezes aparecem pessoas querendo vender soluções para as mais diversas desorganizações e no final das contas nada muda,por vezes criam se mais bagunça e por fim retornando ao modelo antigo.
Não sou contra novos modelos de gestão, acredito que deve acontecer mudança sempre, renovar é sempre algo positivo para as pessoas e empresas. Sou cético a ideias revolucionárias, promessas que tudo será lindo maravilhoso.
Sou como São Tomé, 'tenho que ver para crer', isso deve-se em parte ao meu conservadorismo e em parte por saber que mudanças radicais nunca dão certo, como tudo na vida tem o tempo certo de maturação.
Meu conservadorismo não significa que não gosto de mudanças,como já citei gosto e muito, mas creio que toda mudança tem que ser feita aos poucos e continuar seguindo o que já existia,infelizmente não consigo jogar anos de situação e me adaptar da noite para o dia.
Métodos para acabar com a desorganização existe vários, muitos utilizados a muitas décadas outros recém criados e todos são bons, mas não devemos criar expectativas antecipadas sem testar a eficácia antes.

Post mortem


Diante da partida de um amigo, parente ou amiguinho de estimação, o sentimento é um só – o de tristeza.
É muito estranho perder alguém para nunca mais, todas as características de quem se foi não será encontrada em mais ninguém, podemos encontrar somente semelhanças.
Compreender uma perda assim é um processo doloroso que devemos agir com a razão mesmo o lado emocional esteja em frangalhos, se tiver que partir que seja de uma maneira indolor, digna e no momento que Deus determinou e não com sofrimento, desrespeitosa e pelas mãos de um marginal.
Não tenho interesse em saber se além túmulo existe vida ou se um paraíso ou inferno aguarda as pessoas, sou minimalista neste aspecto, gosto de viver cada momento em sua monotonia costumeira, não espero grandes momentos do dia-a-dia e muito menos que o o Deus venha e me arrebata milagrosamente.
A vida é feita de momentos e estes momentos feito de emoções e é essas emoções que levamos para o túmulo.
Concordo com a abertura do programa Sílvio Santos quando as colegas de trabalho dele cantam “do mundo não se leva nada, vamos sorrir e cantar...”.
Mesmo não tendo uma convivência muito próxima de ti vou guardar os poucos momentos que estivemos perto, o respeito que sempre tratou minha família ficará registrado para sempre, nunca esquecerei as vezes que estive em sua casa e fui muito bem acolhido.
Escrevo está crônica em homenagem a Ti, mesmo sabendo que nunca irá lê-la, faço das minhas palavras um ato de agradecimento o sentimento bom que guardo de Ti.
Pode parecer piegas estar escrevendo um post mortem para alguém que é um parente e de quem gostamos, seja lá o que for, seria desonesto da minha parte esconder o carinho e o respeito que sinto por ti.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Nulidade Oral


Chego a ter câimbras no estomago ao ouvir certas opiniões, como se estivessem torcendo todas as minhas vísceras violentamente.
Se tais opiniões é de pessoas com pouca ou sem nenhum estudo até relevo, uma má formação faz com que lê-se pouco e os conceitos de vida se tornam ultrapassados. Já pessoas que tem um bom convívio sócio-cultural é no mínimo inadmissível.
Estava eu assistindo ao telejornal quando uma pessoa ao meu lado começou a comentar as notícias, maldita hora que fui dar atenção, só ouvi besteira e grosseria descabida.
Primeiro tinha anunciado a morte do empresário Antonio Bertolucci, que foi atropelado quando andava de bicicleta, e depois foi a respeito do uso de tatuagem e do preconceito que ainda gera em algumas pessoas e ambiente de trabalho.
Fui nocauteado por uma sucessão de lorotas, todas sem fundamentos, verdadeiras falácias.
Concordar em querer proibir o uso das bicicletas numa cidade como São Paulo e ainda acreditar que quem tem tatuagem não é pessoa de bem é cretinice, para não dizer mais.
Andar de bicicleta além de ser um ato saudável, é politicamente correto e ter tatuagem não é coisa de bandido como algumas mentes estreitas ainda temam em acreditar. Seu uso é milenar, diversas tribos ao longo da história pintava o corpo e não havia transgressão alguma nisto.
Ter opinião que deve-se proibir o uso de bicicletas em algumas vias é o mesmo que dar o direito a motoristas irresponsáveis como o Ricardo Neis a cometerem atos de desrespeito a quem irá trafegar nas vias públicas, onde o direito e dever deve pautar a ação de todos.
Se quiserem proteger os ciclistas e motociclistas as leis deve ser clara e a punição a desobediência tem que ser rigorosa, já que é vida que está em risco.
Tatuagem é um gosto pessoal, cada um faz do seu corpo o que melhor lhe aprouver, ninguém é obrigado a gostar é obrigado sim a respeitar a vontade alheia, pois como um dos entrevistado da reportagem disse “a tatuagem não muda o caráter de ninguém”

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Calceta Moderna

Algumas expressões são ditas comumente nas empresas, tais como "Vestir a Camisa" ou ainda "Tem que ser pau pra toda Obra" e outras falacias do gênero.
Deveras as empresas não necessita do 'sangue e suor' de seus funcionários, que elas necessitam é de organização, a falta desse item imprescindível.
Falta de organização gera muitos transtornos e a produtividade sempre é afetada, sem contar com o moral de toda a equipe.
Muitas vezes é impossível e desumano vestir a tão famigerada 'camisa da empresa', e é nesse momento que todos os olhares inquisidores despejam lampejos de indignação sobre quem não pode ficar até mais tarde ou simplismente trabalhar no final de semana, de folga.
No dicionário de algumas empresas não existe uma palavra singela e que significa muito: FAMÍLIA.
Além de querer usurpar o pouco momento que os trabalhadores tem com seus familiares e amigos, também se acham no direito de não gostar se o funcionário ao fim da jornada de trabalho vai para a faculdade, sendo que deveria antes de mais nada dedicar-se integralmente ao santo trabalho de todos os dias.
Estudar em tempos tão desorganizados é um acinte ao empregador.
Trabalhar faz-se necessário, ter vida pessoal e se qualificar é primordial, devemos fazer tudo no momento correto, hora de trabalhar, de ficar em família, com os amigos e estudar, não devemos substituir uma atividade pela outra, é saudável respeitar o momento de cada situação.
Ademais como já dizia minha Vó "Cada coisa ao seu tempo!"

domingo, 12 de junho de 2011

Dia dos Namorados ou Sozinhas por Opção


Felicidade geral! Estamos no dia dos namorados, a terceira melhor data para o comércio.
Natal, dia das mães e enfim hoje é algo mágico na vida de todos.
Quem nunca teve ou pelo menos sonhou com o ser amado ao seu lado, alguém para ser chamado de seu, para dividirmos tristezas e alegrias, para sonhar junto.
Estar namorando, noivo ou casado é uma das melhores coisas que existe, pode ter a turma dos solteiros convictos, que no fundo gostaria também de estar acompanhado, pelo menos hoje, para fazer aquele programinha a dois e curtir esse friozinho na companhia do ser amado.
Conheço algumas mulheres que declaram estar sozinha por opção, talvez a dos homens, e sempre usa o velho chavão “antes só do que mal acompanhada”, ao invés de usar “antes bem acompanhada do que só”, fico sem entender o porque de tanto ranço, essa tão 'opção' só cria barreira a elas próprias, acaba tornando realidade e ficam realmente sozinhas.
Aliás, sozinhas geralmente não ficam, acabam ou saindo com pessoas não indicadas ou compram um animalzinho de estimação e transfere todo o amor e carinho a esses substitutos emocionais.
Há também aquelas que ficam amarguradas, virando uma férrea defensora do feminismo, tudo que o homem gosta ou quer passa a não prestar e deve ser punido pela canalhice masculina, esse tipo de mulher como não consegue um homem para chamar de seu começa a atazanar a vida dos homens da família, colegas de trabalho, da faculdade e de outros locais.
Independente disso, as pessoas podem ser felizes sem precisar da companhia dos outros, podem ser felizes sozinhas com seus animais de estimação e plantas, viver bem e realmente independente.
Voltando ao dias dos namorados e deixando as opções de lado, é uma data bonita, como as outras duas, faz-nos lembrar da pessoa que amamos e que sonhamos construir uma vida junto, ter filhos e ficarmos velhos e até que a morte nos separe, pode parecer brega declarar que sonho com algo assim, mas é sempre um porto seguro ter alguém a que amamos junto de nós.
Feliz dias dos Namorados a todos, e os que não tem namorado lembre-se, não é preciso ter um índio para ter um feliz dia dos índios.
O mais importante nessa data é namorar muito, se namore, namore seus familiares, amigos, animais de estimação, plantas, namore e ame todos muito.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Síndrome de Sassá Mutema"




Ligar a televisão é um programa básico de todo brasileiro mediano, não sendo nenhum espetáculo ver uma novela, jornal, filme ou o que estiver passando, muitas vezes ficamos vendo canais de ofertas para passar o tempo. E a cada canal a programação não difere muito uma da outra. As mesmices de sempre, nenhuma novidade, o que muda é o nome e o tempo, no resumo final as estórias e histórias são sempre as mesmas.
Hoje vendo televisão, na hora o intervalo, que chamamos de comercial, é apresentado uma propaganda política de um partido da oposição, que para variar falando mal do atual governo, de certo não deve ter conseguido nenhum cargo ou pasta Congresso Federal, então partiu para o ataque.
Qual a novidade nisto?, nenhuma!, então para quê falar de algo tão banal, de um partido da oposição falar mal da situação?
O que menos me interessa é a choradeira de partido e seus partidários, o que me intriga é a falta de vergonha do tal partido em passar a cada intervalo da programação para falar aquilo a que todos sabemos, o imposto que é praticado no Brasil é um dos maiores do mundo e não vemos nenhum beneficio em pagar tão alto o imposto.
Sim, e daí? O que podemos fazer?
Colocar fogo nos políticos e cortar suas cabeças e colocá-las no poste mais alto para todos ver como tratamos aqueles em que votamos para fazer algo por nos, por que somos tão indefesos que aceitamos tudo com grande resignação e precisamos de homens como o do partido da oposição para resolver o problema.
Nada disso, o que gostaria de ouvir é uma proposta concreta, madura e bem fundamentada para resolvermos esse problema.
Partidos alarmistas e salvadores da Pátria existe aos milhares e quando estão no poder age como os antecessores. Afinal de contas “Rei morto, Rei posto”, seja lá quem estiver no poder sempre terá uma justificativa plausível para manter as taxas de juros e impostos tão alto, como fazem os partidos da situação.

Justiça as avessas


Qual o beneficio em deixar alguém no Brasil que não vai acrescentar nada em campo algum. Somente porque tem a mesma ideologia, isso não traz lucro para ninguém.
Como tudo na vida é passageiro e transitório, até mesmo as ideologias caem por terra, o que parecia ser uma grande idéia, que de certo salvaria a humanidade acaba se tornando obsoleta e caindo em desuso, panacéia infelizmente não existe.
Criar uma crise diplomática por alguém que não vale à pena é imaturo e prova de carater dúbio. Da mesma forma que o governo não admite que outro Estado interfere em assuntos internos deveria também não intrometer em assunto interno alheio, se o guerrilheiro Cesare Battisti é um condenado pela justiça italiana o Brasil deveria respeitar a decisão daquele país e não impor como se fosse o dono da verdade. Se o cidadão italiano for inocente do que é acusado cabe a ele a contratar advogados para sua defesa e não ficar clandestino em um país, isso por si já é algo errado, se ele se condera inocente então lute por seus direitos.
É uma vergonha o Brasil dar guarida a alguém que foi condenado pela justiça de sua terra natal.
Momentos assim nos faz desacreditar na Justiça brasileira e seu povo, já que de alguma forma somos todos conivente com o Governo Federal em aceitar ou pelo menos fingir que não faz parte da nossa vida o problema que o nosso tão amado governo está causando.
Enfim, o que o nobre cidadão italiano vai fazer aqui de tão bom que merece tirar documento de estrangeiro para permanecer em Terras Tupiniquim?
Não sou xenófobo, mas estrangeiros como esse cidadão, sou a favor de deportá-lo e deixá-lo a disposição da Justiça Italiana.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Medo Infantil

Nunca tive medo da solidão, como bom Capricorniano ficar sozinho é meu recanto de paz, o silêncio me faz refletir sobre diversos assuntos e geralmente nesses momentos de introspecção me divirto bastante, lembrando de muitas coisas que passam despercebidos das demais pessoas, algumas muitos sutis, que só um observador nato consegue perceber.
Como toda criança também tinha meus medos, não era de palhaço, homem do saco de lixo ou bicho papão. O medo que tinha era algo mais palpável, era de um objeto que ajuda a muitas pessoas – a cadeira de rodas e muletas, tinha verdadeiro pânico desses objetos.
Não tinha motivo nenhum especial para temer tanto esses equipamentos que ajudam a locomoção de quem precisam deles, simplesmente tinha e pronto.
Certa vez,quando criança, fui com meu e pai e irmãos visitar minha mãe no hospital e quando minha mãe quis apresentar uma mulher de quem havia ficado amiga, todos os meus irmãos foram correndo ver a tal mulher e quando a vi na cadeira de rodas, voltei para trás, andando de costas mesmo, tamanho era o medo que tinha daquele objeto.
Passado os anos meu medo não mudou em nada, somente no Quartel é que por fim meu medo terminou, recebi uma ordem para buscar um soldado que estava no hospital e para minha surpresa ele estava numa cadeira de rodas, pois tinha operado o joelho, tive então que empurrar a cadeira de rodas, no final da jornada do hospital até o alojamento vi o quanto meu medo era infundado, ter medo de um objeto que serve de transporte para quem precisa.
Durante a madruga, quando estava na guarita, pude refletir sobre meu medo e vi que inconscientemente o meu medo não era do objeto em si e sim da invalidez, ter que depender de alguém ou de um objeto.
Por gostar de estar sozinho tenho a necessidade de ser independente e fazer tudo, então só o fato de pensar em depender de alguém ou algum objeto é a morte para mim, sendo que a morte nunca foi um medo, tanto que nem penso nela, a hora que acontecer será o momento correto.
Desde criança tinha opinião diferente dos demais em casa, com seis anos de idade de comer carne vermelha, como e bebo com moderação e evito exageros de todos os tipos, uma preocupação inconsciente com o meu bem estar, principalmente em envelhecer com qualidade de vida.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Pouco Amor não é Amor


Tenho um fraco pelo que me faz transceder de alguma forma, seja o sobrenatural ou a leitura de um livro ou qualquer outra maneira.
Muitas vezes consigo isso ao lado de alguém ou escutando uma música, e é assim que me sinto ao escutar Glory Box, de Portishead. Essa música me faz lembrar a Cibele Dorsa e a sua triste história.
Linda, rica e famosa e um fim trágico, primeiro o namorado se joga da janela do apartamente e depois ela.
Fico a imaginar o que leva duas pessoas tão bonitas a fazerem o que fizeram, nada poderia justificar a atitude de ambos, mas o amor envolvido faz-me transceder de alguma forma, sinto o amor nas fotos, relatos e no medo que a tragédia nos traz.
Lembro mais uma vez do Nelson Rodrigues - “O amor é eterno e, se acaba, não era amor. Quem nunca sonhou morrer com o ser amado, nunca amou ou não sabe o que é o amor. Pouco amor não é amor”, somente com essa frase explica o caso Cibele Dorsa/Gilberto Scarpa e perdoamos e torcemos para que ambos estejam na eternidade juntos.
Estamos próximos dos dias dos namorados e uma nostalgia da primeira paixão, do primeiro encontro, do primeiro beijo, por fim, me faz recuar e ver como foi bom passar por toda insegurança da falta de experiência e hoje de uma forma ou outra poder transceder ao ver um caso de amor, mesmo que seja uma tragédia, ouvir uma música ou ler um livro e ver que tudo é efemero e o que fica em nós é a sensação que temos das coisas, e essa sensação nos faz transceder em outros momentos.
Nunca fui um romântico inveterado, simplismente sou a favor e gosto do amor, do puro amor, amor sem definições, amplo e irrestrito, tem que ser eterno.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Encontro Inesperado


Em 1996, indo ver um filme na Cinemateca Brasileira, que havia mudado a pouco a sua sede de local, saindo da rua Fradique Coutinho, indo para o atual endereço, Largo Senador Raul Cardoso, próximo a rua Sena Madureira, como na época não conhecia bem a região perguntei para um transeunte que estava na rua, ele não conhecia onde ficava o endereço da Cinemateca, então resoveu voltar para o estabelecimento que havia saido para perguntar, achei muito divertido a atenção que ele teve. Pelo sotaque logo percebi se tratar de um estrangeiro, enquanto aguardavamos o rapaz da escola que nos atendeu com a informação onde ficava o endereço, ele me fez várias perguntas, principalmente por ser muito novo, tinha 17 anos, e na mão tinha um livro, a biografia do cineasta Alberto Cavalcanti.
Lembro-me das perguntas até hoje, foi diversas, mas todos sobre o Brasil e os brasileiros. O porquê os brasileiros não gostam de ler, o significado do carnaval entre outras.
As respostas eram as de sempre, livros caros, carnaval uma festa popular e outras respostas água com açucar.
A cada resposta ele falava da Espanha, sua terra natal, das bibliotecas sempre cheias, sendo que no Brasil ele percebera na época que as nossas bibliotecas estavam sempre vazia. Com tal argumento não tive resposta, acabei concordando da falta de hábito do brasileiro pelos livros.
No final da conversa não consegui o tal endereço, o tempo passou e perdi o filme, Sol Sobre a Lama (1963) de Alex Viany, que até hoje ainda não o vi, mas está lembrança e o telefone ficaram comigo, nunca liguei.
Passado uma década e meia, frequento bibliotecas para pesquisas para a faculdade e vejo que as bibliotecas estão cheias, pessoas de diversas idades as frequentam para diversos fins, ver filmes, ler livros, pesquisar, encontrar amigos, teatro, enfim, o brasileiro mudou, utiliza esse espaço que para muitos era um local cheio de livros e sem graça.
Toda vez que vou a alguma delas, Vergueiro, Mário Andrade, Santo Amaro, entre outras me dá uma alegria em ver pessoas bonitas confraternizando com os livros e amigos.
Gostaria de encontrar aquele espanhol e falar com orgulho como o brasileiro melhorou na última década e meia e ainda continua se divertindo no carnaval e futebol sem precisar trocar a diversão pelos estudos e vice versa.

domingo, 5 de junho de 2011

Qual a vantagem?

Nos últimos tempos a discussão sobre a descriminalização do uso da maconha está cada vez mais em pauta. Quase todos os programas vinvulam alguma nota a respeito, sejam falando das marchas ou do que algumas autoridades declaram a respeito do assunto. A última pérola foi do ex-presidente da República, o Sr. Fernando Henrique Cardoso.
Infelizmente foi declarações infelizes, opinião de intelectual de gabinete, de quem vai pelo caminho mais fácil e óbvio, ficando patente que está velho e cede a pirraça de um bando de marmanjos mimados que igual a criança nas mesmas condições consegue o que quer aos berros, e os pais impacientes e os avós vehos acabam dando para abreviar o problema. Evitando o estresse da situação, porque é mais difícil explicar que nem tudo que queremos é necessário.
Em nenhuma das discussões não vejo qual a mudança fisiologica o uso pode ocorrer no corpo, somente é discutido o problema social que a criminização causa no dependente.
Também acredito que tratar como um mero problema de justiça também é abreviar o assunto, o que gostaria realmente de ver autoridades e sociedade dscutindo não é o menos importante, seria importante chegar a um meio que ajudasse o dependente a se livrar da necessidade do uso e os meios de comunicação dar mais enfase a tansformação bioquímica que ocorre no organismo do usuário.
Enquanto continuarmos falando o óbvio e evitando o cerne do problema, vamos continuar a chover no molhado.
Afinal de contas, para quem é vantajoso descriminalizar o uso da maconha, para o usuário, o vendedor?