domingo, 19 de setembro de 2010
DEIXAR DE FAZER
Da minha última postagem até agora tive diversos assuntos que gostaria de escrever, diversas áreas me interessaram, outras foram passageiras, deixei escapar todas, os dias seguiram sem culpa e remorso e os assuntos foram deixados de lado. Geralmente todos os assuntos eram relacionados como as pessoas lidam com as coisas efemeras da vida,vivendo a espera de grande fato para recordar no futuro.
A cada momento que passa percebo o que fica do tempo não são os grandes fatos que esperamos acontecer, mas nossa percepção dos fatos de uma maneira geral.
Nos assuntos que gostaria de escrever desde a minha última postagem, passaram pelo casos de crimes, política, volta as aulas na faculdade e lembranças das décadas de 80 e 90, acabei deixando de lado, algumas vezes realmente por falta de tempo e outras de vontade de digitar o que se passava em minha mente, ontem vendo alguns vídeos no youtube relembrei sem querer o inicio da década de 90, roupas, cabelo, gírias, medos, sonhos, perspectiva de vida e tudo o mais, como era diferente a percepção da realidade, como as coisas era de maneira diferente, apesar de não ter passado tanto tempo assim, viviamos sem celular, internet e tudo o mais que hoje é lugar comum para qualquer adolescente. Gosto de todo o conforto que a tecnologia me dá hoje e sinto falta de algumas coisas que deixaram de existir, amigos que partiram, animais de estimação que se foram, e a liberdade qu a vida de jovem lhe dá.
Fazer uma lista de grandes amigos que não vejo a dez anos, como sugere a música não seria muito bom, junto com os nomes iria relembrar velhos fatos, geralmente todos bons, e ficaria saudoso e com certeza um pouco triste por não ter tipo melhor percepção de tudo. Então volto os meus olhos para Sônia Lima cantando 'Sou Louca por Você', com cabelos e roupas tipicamente inicio dos anos 90, nunca pensei sentir saudades e cantar músicas que não gostava...
sábado, 10 de julho de 2010
DE VIRADA É MAIS GOSTOSO
Estava seriamente decidido a não escrever a respeito da Copa de Futebol, somente o meu repudio a tolice brasileira contra a Seleção Argentina, alimentando um sentimento vazio, que não traz beneficio algum.
Como as bizarrices de todos os tipos pude presenciar, deixar de escrever seria deixar de registrar o desnecessário.
Começo pela saudade que esta Copa não irá deixar em ninguém, ou melhor, somente no povo Sul-africano. O que deixará será o alívio de não mais ter que ouvir a tão horrível vuvuzela e outros barulhos do gênero.
A Seleção do Dunga, como foi comumente chamada, e não Seleção brasileira, também não deixará saudades.
Mal assisti aos jogos, todos muitos fracos, para o dito “futebol arte”, concordei com que foi escrito no Twitter “arte abstrata”.
Onde trabalho, o expediente foi interrompido durante a transmissão dos jogos em que o Brasil participava, e todos juntos torcendo como bons brasileiros, aos sons de gritos, buzinas, canções que enaltece o Brasil e sua paixão – o Futebol.
Pois bem, Brasil perdeu para Holanda, e pior, de virada, como diz popularmente “de virada é mais gostoso”, então foi!
Tristeza geral, xingo, revolta no ar, o sentimento brasileiro desfeito pelo placar de virada. As mulheres com seus adereços e maquiagens verde-amarelo desfizeram tudo como num passe de mágica, tão rápido que fiquei impressionado.
Na mesma fase que a Seleção brasileira foi eliminada a Seleção argentina também foi, muitos brasileiros voltaram a sorrir, como se a desgraça dos nossos 'hermanos' argentinos pudesse redimir o fracasso brasileiro. Brasileiros eternamente orgulhosos...
Último jogo da Copa de Futebol, Holanda X Espanha, nós Brasileiros estamos torcendo para nossos 'hermanos' espanhóis, porque o orgulho nos impede de torcer pelo time que jogou nossa convicção de vitória fora.
Nesta Copa torci para três times, Brasil, Portugal e Argentina e agora torço pela Holanda, talvez pela invasão Holandesa no Brasil, afinal, não sei o que uma coisa tem a ver com a outra, o que sei é que ao escrever estou escutando a música 'Cala Boca, Barbara', do grande Chico Buarque.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
ETERNAMENTE DESGRAÇADOS E SUPERIORES
O tempo passa tão de pressa, e quando percebemos muitas coisas aconteceram, e outras tantas deixaram de acontecer.
Antes de completar três longas décadas, tinha uma visão de mundo mais romântica, vivendo num mundo perfeito, onde todos eram bons e por necessidades eram levados a cometerem atos que dessoram e desqualifica os seres humanos.
Ao completar três décadas de vivencia fui assaltado pelo lado realista, pra não dizer pessimista, da vida. Descortinou uma verdade que há muito estava escondendo de mim mesmo, tudo se transformava, o sangue agora era vermelho escarlate. Não tive uma visão premonitória do presente e muito menos do futuro. Algo dentro de mim se partiu, agora cada rosto que vejo na rua traz angustia e medo, as pessoas estão doentes, confinadas dentro de si.
Cada sorriso é uma praga, uma escara, um vomito preso à ser expelido a qualquer momento.
Vejo sim, em cada uma dessas pessoas a vontade de matar o próximo ao lado, de roubar-lhes tudo que tem, de esquartejar as vísceras e deixá-las espalhadas no asfalto quente.
Pululam inveja, mesquinharia, pobreza da almas dessas pessoas.
O quadro geral de todo não é ruim, ainda existem os que fazem bem, apesar de estarem infestados de orgulho e vaidade até a têmpora, disfarçando para não pareceram superiores aos desgraçados.
Muitos desses desgraçados não são tão desgraçados assim, são de outra maneira, não da forma como todos os olhamos, como seres inferiores, precisando de cuidados.
A cada ida ao Centro Velho, vejo e meus olhos não me engana, gentinha se aproveitando da vaidade dos benfeitores da caridade e sendo um desgraçado pela preguiça e comodismo.
Homens fortes, mulheres sadias, tanto que muitas delas tem várias crias, ao invés de trabalhar ficam esmolando e sendo sustentados pelos transeuntes que se sentem bons e intimamente superiores aos bandos de desgraçados por profissão. Trabalhar que é bom poucos o fazem, preferem beber cachaça e a noite ganhar sopa e pão dos 'escolhidos por Deus'.
Na verdade o que ficou evidente foi o orgulho, vaidade, preguiça, inveja, todos velhos conhecidos do tempo de catecismo, levei tanto tempo para ver a realidade, pois me blindei dentro de mim, por orgulho do mundo perfeito que ganhei dos meus pais, sendo intimamente superior aos demais por não querer ver e compartilhar o mundo dos desgraçados.
Sigo em frente ciente do meu orgulho e da minha superioridade diante dos desgraçados de plantão e dos benfeitores que disputam interna e externamente para ser superiores em sua bondade de filhos escolhidos por Deus.
Somos iguais em desgraça e viveremos eternamente felizes por sermos superiores, intimamente, superiores uns aos outros.
domingo, 20 de junho de 2010
BICHOS
Quando criança, ganhei de presente um cachorro, o Duque, mistura de pastor alemão com pastor lobo, lindo, grande e todo amarelo, menos o focinho, de uma inteligencia sem igual. Ele tinha verdadeira adoração por todos em casa. Mas sempre me considerou o seu dono. Quando o ganhei tinha pouco mais de um ano de vida, então cresci junto com ele, como dois grandes amigos ou mais ainda, como bons irmãos.
Contam que nessa época montava no dorso dele, colocava meu pé na boca dele, dormia ao lado dele e éramos dois grandes amigos. Tanto que toda a vida dele ficamos juntos, mesmo quando meu pai teve que viajar para Rondônia, resolveu levá-lo também, o que aconteceu com a estadia meses depois em Minas Gerais na casa dos meus avôs. Onde íamos ele estava junto.
Sua alegria era vibrante, quando saiamos de casa e ao retornamos ele quase derrubava o portão de tanto sacolejá-lo, e quando entravamos em casa não tinha jeito, levávamos uma surra com o rabo dele, mas a alegria dele era tamanha, que só vendo.
Era muito esperto, e dava cada salto enorme, jogávamos osso ou qualquer petisco e ele saia do chão, bem alto mesmo. Durante doze anos foi meu grande amigo, sempre que podia vinha até minha cama acordar-me com uma lambida no rosto só para poder receber em troca cafuné que ele tanto gostava. Era um moleirão, uma criança, um amigão, que quando precisava defendia a casa e seus habitantes. Não foi uma, foi várias mordidas em pessoas que de alguma maneira ou outra foi desonesta.
Mas, como tudo que é bom dura pouco, ele se foi, deixando muitas saudades e lembranças boas.
Outros animais de estimação que tive foi um bichinho que fiquei encantado assim que os vi pela primeira vez, na época tinha seis anos de idade, e estava em Minas na casa da minha tia, quando vi um frango que minha tia iria matar, quando comentei 'olha tia, como é lindo o olho dele', minha tia ficou tão enternecida com isso que me presenteou com um casal de galináceo 'garnizé'. Desde então passei a ter mais uns amigos de estimação. Sempre que morriam ganhava outros, e todos tinham o mesmo nome, das galinhas eram sempre Titita e dos galos Chiquinho, foram vários, lembro-me de quase todos. Uma das Tititas tinha a crista tombadinha e era minha preferida, a mais bonita de todas.
Outra toda branquinha certa vez vindo do colégio gritei no portão de casa – mãe – ela veio correndo, se entendia o significado da palavra não sei, mas o fato de conhecer minha voz e vim correndo foi a maior alegria que tenho até hoje.
Já o último amiguinho que tive foi um que certa vez vi num pet-shop e fiquei encantado, uma mistura de coelho com rato, ou qualquer coisa do gênero, anotei o nome da espécie na minha mão, chinchila. Um sentimento esquisito se apoderou de mim, ao mesmo tempo rejeitava aquela criatura estranha, mas sentia-me enternecido de vê-lo comendo com as mãozinhas junto à boca.
Muitos anos depois comprei um, nunca dei um nome para ele, sempre o chamava de chinchila ou alguma forma carinhosa, ele era uma tentação que só vendo, tudo ao redor dele ficava destruído, roía tudo, os fios da máquina de lavar roupa, cds, livros, o que estivesse ao seu alcance.
Quando morreu chorei e chorei muito, como acontece com todos meus amiguinhos.
Resolvi comprar outra chinchila, mas desta vez não aconteceu a mágica que ocorrerá com os demais, a personalidade distante desse novo amiguinho não me cativou e também não deixou-se cativar, o tempo que ele permaneceu comigo foi diferente de todos os demais.
Como os demais também trouxe alegria a esse velho coração, com sua personalidade, sua maneira resmunguenta e desconfiada ele conseguiu demonstrar ser um amiguinho e tanto, deixando eu acariciá-lo por alguns minutos somente.
Todos foram de grande importância, pois lembro-me de cada um deles com recordações boas, e dizem que quando vamos morrer nossos animais de estimação vem nos acompanhar, se isso for verdade espero que venha todos, pois tenha muitas saudades de todos.
sábado, 12 de junho de 2010
IGNORÂNCIA E MEDIOCRIDADE
Torcer pelo Brasil nessa Copa de Futebol é o que se espera de todos os brasileiros. Não sou diferente dos demais, torço pelo Brasil, mas se perder não vou sofrer e muito menos ficar decepcionado. Meu amor pela pátria não é menos, também não considero patriotismo torcer por futebol na Copa, seria um 'Policarpo Quaresma'. Desnecessário!
Mais desnecessário é a quantidade de comerciais de televisão ridicularizando os argentinos, como se falar mal dos argentinos ou futebol praticados por eles faz com que nós brasileiros sermos melhores.
Não acredito em nada disso, a tal rivalidade com os 'irmãos platinos', nada me diz, outra rivalidade idiota criada por meia dúzia de imbecis, entre paulistas e cariocas, é de uma pobreza de espírito, caráter e moral, sim, pobreza geral, somente alguém muito pobre dessa forma pode incentivar por qualquer motivo essa rivalidade sem sentido.
Gosto do bom futebol, uma boa partida é algo espetacular, bom de se ver e faz bem aos sentidos. Claro que tenho minhas preferencias, gosto do Corinthians, fico chateado quando perde, também fico quando vejo uma partida muito ruim. E não é por torcer pelo Timão é que sou estúpido por achá-lo o melhor do mundo ou que todas as partidas que ele participa tem que ser vitorioso, seria bom se fosse assim!, mas sou pela competência e não pelo passionalismo infantil.
Vou torcer para o Brasil ver o vitorioso na Copa, caso a Argentina for a campeã ficarei feliz também, porque com certeza o campeão merecerá, pois fez por merecer, espero. E, também pela arrogância tupiniquim.
Ao escrever essa crônica, estou acompanhando o jornal na televisão e ouvindo cada besteira dita sobre o povo e futebol argentino, e para minha alegria na hora do intervalo, um comercial de cerveja onde retratam os argentinos como pessoas esquisitas e com um corte de cabelo 'década de 80' fora de moda. Mas, para alegria dos argentinos e dor de cotovelo dos brazucas hoje a seleção da Argentina, comandada pelo craque Diego Maradona saiu vitoriosa contra a Nigéria, 1 a 0.
Na próxima terça-feira, 15/06, a Seleção Brasileira vai estrear na copa, espero que saia vitoriosa, se ocorrer o contrário seria uma piada de mal gosto para os 'melhores do mundo'.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
CONHECENDO NOVOS ESCRITORES
Já escrevi que não fui um bom escritor nos velhos tempos de colégio, também os temas não era nada agradável, escrever sobre as férias, primavera, ou qualquer outra nulidade me deixava de cabelo em pé, sem contar com os erros de português que persistem até hoje.
Já ler não, sempre foi um prazer, li dos clássicos aos poucos recomendáveis, e como leitor acabei adquirindo o habito de ir aos sebos para garimpar livros fora de catálogo, encontrei livros muitos bons. Um desses que encontrei por acaso, foi de um escritor não conhecido do grande público, o que é uma pena!, pois escreve muito bem, o Sr. Carlos Lodi. "Campinas, São Gotardo e muitas Histórias" é de uma graça, que só 'os marinheiros de primeira viagem' possui, a leveza do texto, a familiaridade como descreve os 'causos' é de uma beleza pura e madura.
Com tantos anos de leitura, acabei criando 'olho clínico' para o que é bom e o que é ruim, e textos bons são aqueles que quando terminamos de ler fica o gostinho de quero mais, e os livros do Sr. Carlos Lodi é assim, 'livre, leve e solto', sem compromisso com a estética dos textos complicados, que geralmente são valorizados como sendo o ápice da intelectualidade.
Agora, estou lendo outro livro dele, "Reminiscências - crônicas manauenses", um encanto, bem mais pessoal, onde relembra amigos, volta a contar 'causos' de família e muitas lembranças, resgatando um pedaço do Brasil, que agora não pertence somente a ele, agora a todos que tem o prazer e previlégio de ler os livros.
Mas, como tudo que é bom tem prazo de validade, 'livros tem páginas de validade', depois que chegamos a última página nos resta procurar novos Carlos Lodi, em sebos, livrarias, bibliotecas, para descobrir novas páginas de bons textos.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
ONDE ANDARÁ II?
Não sei o que nos leva a gostar de certos atores e atrizes. Quando esses tem fama o suficiente é fácil gostar, pois consegue os melhores papéis do cinema ou televisão.
Tem alguns que me chamaram atenção, tais como o Sílvio Júnior, que já escrevi a respeito dele, outros mais antigos me desperta a curiosidade. Um brasileiro chamado Fábio Cardoso, ator da década de 50 e também Miro Cerni. Uma pena que há pouca coisa a respeito deles na internet. Outro ator que sempre me despertou a curiosidade é um norte-americano Kerwin Mathews, falecido em 2007, famoso na décade de 50 e 60, pelo Sinbad e Gulliver, seus melhores papéis no cinema.
Já atores como Rock Hudson e Cary Grant, por ter sido estrelas do cinema americano já conheço bem a vida deles.
Sempre me interesso pelos menos conhecimentos, já que torna um desafio descobrir o paradeiro deles, no caso Kerwin Mathews, Rock Hudson, Cary Grant, Miro Cerni, todos já falecidos, mas o que gostaria de saber é dos vivos e também de detalhes dos demais.
Sei que não passa de cultura do desnecessário, mas cada louco tem uma mania, a minha é essa, gostar de saber o paradeiro de certos atores de outrora.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
O QUE VOCÊ DIZ É VERDADE?
Gostaria realmente de saber quem é idiota o suficiente de ser réu confesso nos dias atuais?
Creio que somente os muito idiotas, ou se for inegavelmente inegável, mesmo assim negar é o caminho mais seguro, por exemplo os Nardoni, se eles confessam o crime será sujeito a pena que cabe, mas ao contrário vai recorrer sempre negando a autoria, nisto vai conquistando os à favor e os contras, ou seja, a dúvida é uma das melhores coisas que existe.
Livros, filmes, contos se baseiam nisso, que o diga o velho e bom Machado de Assis, assim nasceu o grande clássico da literatura “Dom Casmurro”, que é permeado pela dúvida do início ao fim e é cantado e prosado mais de 100 anos depois de sua publicação.
Um conto do Machado de Assis, “Suje-se gordo”, além da dúvida fala a respeito de negar até o fim, outro escritor brasileiro Nelson Rodrigues dizia que o 'homem até de cuecas, ainda tem uma explicação”, ou seja, negar gera dúvida, e assim gera impunidade.
Não escrevo isso para provar que conheço os autores brasileiros e tão pouco que estou à par dos noticiários atuais, nada disso, o fato é que aconteceu um fato pitoresco no local de trabalho,uma falsificação aparentemente sem importância, mas que por trás existia um contrato. Começou caça as bruxas, não preciso nem dizer que a situação ficou tensa e muito menos que a ética foi jogada pela janela. Em busca da verdade foi utilizado o terror psicológico, qual trabalhador não tem medo de ficar desempregado, sutilmente foi sugerido a delação, e como nenhuma dessas artimanhas psicológicas surgiram efeitos foi apelado para auto-delação, também não surtiu efeito. Nada adiantou prometer que nada iria acontecer, pois com certeza a falsificação teria uma explicação plausível ou no mínimo inocente, e tudo seria resolvendo apesar do mal que havia causado, serviria de lição para evitar erros futuros(?).
Não acredito em nada disso, como alguém que não teve um mínimo de pudor para falsificar, seja lá qual for o motivo, vai ter consciência em se auto delatar, só porque outras pessoas sairiam prejudicadas?, pouco provável.
E além do mais, cedo ou mais tarde será demitida, e antes o respeito dos colegas deixaria de existir, e qualquer erro seria o primeiro a ser apontado, sem contar que qualquer promoção seria preterido, ou seja sua permanência no local de trabalho seria inviável.
O que mais me espanta é ainda terem pessoas que acreditam na inocência e bom caráter alheio, pelo visto não tem o habito da leitura e não conhece uma frase do Machado de Assis “Mais forte que o amor materno, é o amor próprio”.
domingo, 4 de abril de 2010
OFENSAS AO DIZERES
Poucas coisas me ofendem, e isso sempre foi assim, quando criança não era diferente.
Algumas delas são a mentira e a falta de educação, de respeito, etc.
Parece velho chavão escrever isso, todos concordam de uma forma ou outra.
Não acho que a mentira seja um grande mal, todos de uma forma ou outra já mentiu, mas o ruim é quando ela vem acompanhada de falta de respeito, educação, …
No dia a dia, sempre presto atenção como as pessoas ficam ofendidas quando a realidade é dita, geralmente tem-se que suavizar a realidade com uma mentira confortadora, como se isso fosse menos doloroso aceitar a vida como ela é.
A realidade não me ofende um milimetro, até gosto de pessoas com senso de realismo aguçado, mas gosto muito mais dos que tem educação o suficiente para ter discrição e não fazer desse realismo algo intragável, devemos sempre lembrar que o remédio faz bem a saúde, mas teu gosto é amargo, então pra que despejar o vidro inteiro goela abaixo das pessoas, não seria mais saudável dar em doses.
Vejo todos os dias pessoas em busca da Terra do Nunca, desejando esconder os problemas em baixo do tapete, e não conseguindo começam a apontar defeitos alheios, como se dessa forma fosse possível extirpar ou atenuar os próprios problemas.
Ledo engano, nada pode ser pior que cuidar da vida alheia, geralmente quem faz isso deixa de cuidar da própria vida, e o que estava ruim vai piorar.
Sou tido como esquisito, doido, metido a besta, arrogante ou no melhor dos comentário, 'antes de conhecer você achava que você era diferente'. Mas diferente em quê?
Não entendo a colocação das pessoas, o único motivo de ser diferente é que geralmente não participo de algo que não me interessa, tenho outros interesses, leio,escrevo, vejo filmes entre outras coisas. Diga-se de passagem que muitos acham intediante.
Gosto de estar só, numa meditação descompromissada, não tenho a necessidade de estar rodeado o tempo todo para ser feliz, ficando só evito ouvir e dizer o que não convém, não que meu estilo de vida seja baseado em medo de ser inconviniente. Como já disse, dizer ou ouvir a realidade não me ofende, o que ofende é como ela é dita.
A diversas maneiras de dizer algo a alguém, olhar, gestos, palavras, silêncio e muitas dessas ofendem e para evitar ofensas desnecessários fico onde serei respeitado e onde o que é real está por todos os lados: minha família, um lugar onde a mentira felizmente e fraca, a realidade forte e a educação o sinalizador da boa convivencia.
ALÉM TÚMULO
Chico Xavier é um personagem singular no mundo religioso, mesmo tendo passado alguns anos de sua morte, ainda consegue despertar o interesse das pessoas. Com o filme do diretor Daniel Filho, uma ótima adaptação, com excelentes atores, o filme mostrou que é possível fazer uma obra de qualidade com parcos recursos. Filmes de época sempre é difícil, reconstituir um período não é coisa fácil, e o diretor fez bonito.
Uma coisa me chamou atenção, ao terminar o filme uma coisa inédita, que nunca tinha visto nesses anos de ida aos cinemas, principalmente quando o filme é brasileiro, o público ficou até o fim e em silêncio, saiu do cinema como se estivesse saído de uma sessão espírita presidida pelo próprio Chico Xavier, foi bonito de ver o respeito que o Francisco Cândido Xavier desperta nas pessoas, mesmo tendo desencarnado há alguns anos.
Daniel Filho sempre soube que um filme sobre Chico Xavier seria um tiro de bilheteria, pois o Brasil é o país mais adepto ao Kardecismo, isso é evidente na quantidade de livros espíritas que é lançado e vendido, Zíbia Gasparetto é um fenômeno de vendas.
Bezerra de Menezes – Diário de um Espírita, foi um filme modesto, teve boa bilheteria, a velha e famosa “boca-à-boca”, conseguiu atrair o público para ver o filme nos cinemas. Antes o filme Joelma, 23° Andar, de 1979, foi bem recebido pelo público do Sudeste brasileiro, uma adaptação do livro “Somos Seis”, de Chico Xavier e é considerado o primeiro filme espírita do mundo, claro que Hollywood fez filmes onde havia espíritos, tais como Topper – Um Casal do Outro Mundo, Um Espírito Baixou em Mim, mas um filme baseado em psicografia foi o primeiro.
Em breve será lançado uma nova psicografia do Chico Xavier, clássico “Nosso Lar”, um campeão de vendagem, que li e gostei muito.
Independente do cunho religioso, o que vale é a mensagem de 'paz e amor', como sempre proclamou Chico Xavier e são filmes que não ofendem a inteligência e moral de ninguém, pode não se acreditar nos dogmas religioso, mas ficar indiferente a bandeira branca levantada em dias difíceis, seria compactuar com a falta de amor e o fanatismo cego e sem sentido.
domingo, 28 de março de 2010
Ocaso de Uma Estrela
Quem já ouviu falar de Cristina Aparecida Vieira das Neves, ou simplesmente Tina Neves?
sábado, 6 de fevereiro de 2010
AMOLECENDO CORAÇÕES
Não havia assistido ao filme, Bonequinha de Luxo, de 1961, tinha uma vaga ideia de algo superficial, modismo de época.
Há pouco tempo encontrei em promoção o DVD deste filme, resolvi levar pra casa e assisti-lo.
Foi uma surpresa agradável, realmente vale a pena ser um clássico do cinema.
A estória em si é um conto de Cinderela. Claro, que no final a mocinha encontra o amor de sua vida.
Todo filme romântico que se preza é assim, não há novidades nisso, e muito menos que a elegância e beleza da protagonista é de parar o trânsito.
Vale à pena mesmo é pelo tom melancólico do filme, do inicio ao fim esse clima predomina, apesar de ser uma comédia ligeira.
A tristeza dos personagens, a vida vazia deles não difere em nada da atualidade, sempre procuramos um lugar ao sol.
Na parte final, quando desiludida ela ainda tenta se apegar ao sonho de ser rica, assim resolvendo todos os problemas cotidianos é eletrizante. Qual vale mais naquele momento, uma vida estável ao lado de uma pessoa sem amor ou o puro e reconfortante amor?
Não saberia responder, ainda não tenho dinheiro e nem amor, o que vier em primeiro é vantagem.
Isso é a diferença do filme, a falta de pudor de colocar o dinheiro versus ao sentimento, sem um acusar o outro de ser melhor ou pior, somente uma escolha.
A falta de perspectiva dos personagens é de cortar o coração, até o bichano do filme parece ser algo tão solitário, a espera de carinho.
Tantas tristeza não caberia a um filme romântico com toques de comédia ligeira, mas essa mistura improvável é que dá o gosto ao filme.
Me peguei torcendo pelo amor dos protagonistas, em certos momentos tive até vontade de derramar lágrimas, coisa que nunca fiz por filme nenhum.
A vontade é de proteger a personagem, ser pai, irmão, marido e tudo o mais.
Acabei ficando sentimental, nunca me aconteceu antes, eu juro, talvez seja o mal da idade...
ASSIM CAMINHA MAZZAROPI
Outro dia revendo o filme “Assim Caminha a Humanidade”, com Rock Hudson, Elizabeth Taylor e James Dean, fiquei fascinado com a maneira vulgar dos novos ricos, no caso os texanos que enriqueceram com o petróleo. A personagem da Liz Taylor vinda de outra localidade dos Estados Unidos tem um certo refinamento, diferente das mulheres texanas.
Mas o que me chamou a atenção no filme não foi a vulgaridade dos novos ricos, foi o estilo americano de viver, totalmente diferente do brasileiro.
No filme “Jeca Tatu”, do Mazzaropi, mostra um homem simples, do interior do Brasil e suas desditas, uma comédia e nada mais. Ledo engano, esse filme diz tanto do brasileiro como o filme “Assim Caminha a Humanidade” do povo estadunidense.
Passagem quando o personagem do ator James Dean recebe de herança um pedaço de terra e outro quando o personagem vivido pelo ator Rock Hudson apanha de um comerciante, só porque defendeu a permanecia de mexicanos numa lanchonete, mostra claramente como eles reagem.
No filme do Mazzaropi seu personagem troca sua propriedade aos poucos por comida. Um fazendeiro compra os títulos do comerciante e expulsa o Jeca Tatu das terras, incendiando a casa dele.
O filme Jeca Tatu, foi baseado num conto do Monteiro Lobato, mas não é só uma ficção literária, casos como o do Coronel Delmiro Gouveia, que foi assassinado com três tiros no alpendre de sua moradia, mostra como age o povo brasileiro, pra não dizer o povo da América-latina.
No caso, do filme norte-americano, se fosse brasileiro o personagem que recebe a herança seria atocaiado e no caso da lanchonete seria incendiada e fim de assunto.
Não que o povo norte-americano seja melhor e mais racional que os povos da america-latina, nada disso, insanidade existe em todo lugar.
O que me fez refletir sobre uma situação e outra é que ambos os filmes foram feitos na década de 50 e ambos se passa no interior de cada país.
Lógico que no cinema Americano, nunca vemos eles falarem mal de suas culturas. O brasileiro não tem nenhum pudor a esse respeito, mostra de forma explicita todas as mazelas.
Não vou engrandecer ninguém, porque 'cada povo com seu uso e cada roca com seu fuso'.
ESCREVINHAR
Escrever é difícil, colocar no papel o que entendi, explanar sem ser repetitivo e não cometer erros de português foi e continua sendo uma constante para o meu bloqueio. Mas lembro do que diziam as minha professoras de português – só se aprende fazendo – ainda não consegui aprender!
De lá pra cá muitas águas rolaram, a internet surgiu e ficou popular, como gosto de ler, sempre me deparo com absurdos de todo tipo, então perdi a vergonha dos meus erros, já que será mais um absurdo .
Minhas notas nas redações eram sempre medianas, somente uma vez tirei a melhor nota da sala, não que minha redação fosse a melhor, era um tanto infantil e estéril, mas o tema não fazia jus a mais do que isto.
Tirar a melhor nota da sala foi analisar o tipo de livro que tive que ler naquele semestre e o perfil da professora, com essas informações fiz a redação nesse padrão, tirei a nota maior, descontando os erros de português.
Outro grande problema era a falta de vivencia para explanar um assunto, como poderia falar de algo que mal conhecia, não conseguia dar uma opinião a respeito de nada que fosse longe da minha realidade ou que acredita não fazer parte dela.
Com o passar do tempo vi que nada do que acreditava estar longe de mim fazia e continua fazendo parte da minha vida, nada acontece por acaso, tudo está interligado, desde uma guerra no Oriente Médio ao buraco no asfalto da minha rua.
Exageros à parte, pude perceber que o tempo me ajudou a deixar de ter uma visão micro para uma macro.
Quando adolescente, infelizmente, não conseguia entender o que a professora queria chegar. Havia uma falta de comunicação, não entendia nada o porque falar da primavera, férias escolares ou outras bobagens da época, poderíamos dissertar sobre temas que estavam na mídia, política, entre outros.
Com certeza também não iria funcionar, não tinha o conhecimento sobre o assunto.
Sempre ouvi dizer que o leitor é sempre um bom escritor, duvido!, escrever demanda um conhecimento de novas palavras e uma clareza de entendimento muito grande e tem que ter desenvoltura para o texto não se tornar massante. Ler basta de ter atenção e ser curioso, claro que quem lê mais fica familiarizado com tudo isso, receber é sempre prazeroso, colocar a mão na massa é sempre trabalhoso.
Gosto de ler os livros do Machado de Assis, Nelson Rodrigues e Raduan Nassar, cada um com estilo diferente, o Nelson na escrita é o mais popular, Machado de Assis é muito acadêmico e o Raduan Nassar é o mais emblemático. Cada um no seu estilo, mas jamais conseguiria ter a competência de cada um deles.
Escrever tornou se diferente na era da internet, erros de português não é o fator determinante de um bom texto e sim sua clareza de idéias, antes era o conjunto completo, ficou mais pobre, mas enriqueceu no conteúdo.
Não passei a gostar de escrever, escrevo para aprender a gostar, a frase das professoras tocou forte em mim, sei que é lugar comum certas frases, mas ditos populares tem sempre um fundo de verdade.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
INFINITO MAR
Agora vejo todas as cores, cheiro,...
Parece tolice dizer o que todos já sabem, ou melhor, alguns já sabem, com certeza e não tenho medo de dizer, outros tantos nunca pararam para admirar o mar.
Nunca havia parado para sentir a brisa vinda do mar, todas as vezes que vinha a praia era para me embebedar junto aos amigos.
Sinto-me extremamente só, não tenho motivo para me sentir assim, estou sempre rodeado de pessoas, risos fáceis ecoam ao meu redor, nunca fico sozinho, em casa tenho esposa, filhos, amigos, vizinhos, todos ficam sempre junto a mim e somos felizes. Uma felicidade infantil, onde um comentário, do mais inocente causa comoção a todos.
Ontem saí de manhã, indo ao trabalho, como de costume. Minha rotina nunca é alterada, mas ontem foi diferente. A muito não faltava. Não sei precisar bem o que me levou a desistir de ir ao trabalho, simplesmente não fui, nada de especial na minha escolha, somente uma escolha pura, nada mais.
Andando eu pelo calçamento, vendo a areia branca, o ir e vir do mar, pássaros voando, pessoas correndo, crianças brincando, a vida acontecendo. Nada mais me perturbou que a sensação de liberdade ilimitada.
Ser livre é o sonho de todos. Agora que me encontro livre não sei o que fazer com minha liberdade.
Talvez fosse melhor ser prisioneiro da minha feliz existência, não perceber coisa alguma. Viver sem notar o mar.
Agora é tarde, como posso esquecer-me do teu verde esmeralda, teu rugido rouco e do soprar de tuas narinas. Definitivamente não posso.
A beleza escraviza os deslumbrados, pois agora sei que minha felicidade estava no deslumbramento de ser o centro das atenções. Algo se rompeu dentro de mim, caiu a venda dos meus olhos, descobri que existe algo imenso, forte, poderoso que está além de mim, não poderei dizer o que é, também não o sei, sinto, toda sua força. Força essa que me deixa fraco.
Agora os risos tornaram-se flácidos e frívolos, os afagos uma forma desesperada de atenção, nada mais me satisfaz. Abatido sigo em frente, sem ilusão, consciente da vida, o que foi ontem é hoje e será amanhã.
Respirar virou minha maior alegria, já não vejo velhos costumes importância de outrora. Pessoas, árvores, animais e objetos inanimados como parte de mim, grandes irmãos que me completa e me fazem seguir adiante sem medo do desconhecido.
Ao ver o mar aprendi a respeitar o que não posso compreender, mesmo que isso fira a minha vaidade.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
ONDE ANDARÁS SÍLVIO JÚNIOR?
Muitos não há de lembrar-se desse ator, ele não participou de nenhum clássico popular, os filmes que ele trabalhou nunca passou na sessão da tarde e muito menos quem o viu em cena não foi junto com os pais.
Então o porque do interesse de saber o paradeiro desse obscuro ator?
Não se trata dele em si, mas do que ele carrega junto de si. Não é nenhum tesouro, muito menos segredos que interessa a toda humanidade, então o porque de ser dele?
Sílvio Júnior foi um dos galã da Boca do Lixo, cinema praticado no Brasil nas décadas de 70 e 80, mais precisamente galã da chamada fase Explícito da Boca do Lixo, iniciada com o filme “Coisas Eróticas”, de 1981.
Cinema da Boca do Lixo, era localizado no bairro da Luz, local do baixo meretrício de São Paulo, como nas ruas desse bairro tinha uma gama grande de produtoras de cinema, o cinema feito lá passou a ser chamado dessa forma. Na década de 70, no auge da repressão militar a valvula de escape era os filmes eróticos, que eram feitos pelas produtoras, com baixo custo e que rendiam muito, ficou conhecido como ‘pornochanchada’.
Já a década seguinte o cinema deixou de ser erótico e passou para o explícito, graças a filmes como ‘O Império dos Sentidos’ e ‘Calígula’, filmes tidos como filmes de artes.
O cinema brasileiro ficaria marcado como filmes de péssima qualidade e sujos, não que antes fosse diferente, mas o preconceito se acirrou e só com a retomada do cinema nacional na década seguinte com o filme ‘Carlota Joaquina, a Princesa do Brazil’, de Carla Camurati e com o filme ‘Qu4trilho’, de Fábio Barreto, o filme brasileiro voltou a ser querido novamente pelo público brasileiro.
Passado a euforia do cinema erótico brasileiro, muitas atrizes passaram a odiar tais filmes, e fazem de tudo para esquecer que fizeram parte dessa fase do cinema. Um dos poucos a lançar luzes sobre essa fase é o diretor de cinema Alfredo Sternheim, no livro ‘Cinema da Boca – Dicionário de Diretores’, e o diretor Ozualdo Candeias, no livro ‘Uma rua chamada Triunfo’. Ambos os livros focam o período anterior ao explícito da década de 80.
O Explícito brasileiro durou praticamente uma década, no início da década de 90, com o fim da Embrafilme, empresa estatal, o cinema brasileiro como um todo foi a bancarrota.
Em 1995, surgiu a produtora Brasileirinhas, produzindo filmes pornos de péssimas qualidades, sem estórias e com atores e atrizes que não passam de máquinas de sexo sem sentido.
Quem já viu um filme explícito brasileiro produzido na década de 80 sabe que tinha certas qualidades se comparando com os produzidos apartir da década seguinte.
O fato não é a qualidade dos filmes em si, o que me chama atenção é o pudor como o assunto é tratado, os dois livros deixa claro que o cinema práticado na década de 80 pelas produtoras é pura e simplismente comercial e que todos devem esquecer como produto menor.
Sílvio Júnior não foi o único dessa fase do cinema a ter sumido, outros faleceram, seguiram caminhos tortuosos na vida. Walter Gabarron faleceu de câncer, Eliana Gabarron virou evangélica e outros tantos seguiram rumos não sabidos.
Essa época do cinema brasileiro é pouco ou nada documentada. A Imprensa Oficial, tem lançado livros com o intuito de documentar a vida cultural brasileira através de depoimentos.
Fico a pendar, o porque não deixar o preconceito de lado e tratar o assunto seriamente. Um dos poucos lançamentos a respeito de quem viveu essa época é justamento o diretor Alfredo Sternheim que já citei e o ator David Cardoso, que participou ativamente como diretor e produtor de filmes explícitos. Ele faz questão de colocar uma virgula nesse período e seguir adiante.
José Augusto Iwersem seria a pessoa indicada para entrevistar atores, diretores e produtores, já que é um estudioso dos bastidores dos filmes de sexo explícito daquela época.
Ignorar um movimento cultural é excluir uma parte da história, querer romantizar e condicionar a verdade. Se existiu, deve-se ter olhar crítico e analisar todo o contexto sem julgamentos.
Querer saber onde anda o ator Sílvio Júnior, o Silvio Pelicer Filho, é tirar um ranço de cima de uma parte viva da história, que todos fingem que não existiu.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
MORAL DE ONTEM E SEMPRE
Abílio Pereira de Almeida
Sei pouco desse autor teatral, estou em vantagem, a grande maioria nunca ouviu falar dele, e o pior, grande parte dos novos atores também não.
Será que era um autor tão ruim assim, ou datado, ou não merecesse ser lembrado pós morte. Nada disso, tuas peças não envelheceram, alguns assuntos sente o peso da poeira, nada mais.
Não sou ator, nunca vi uma peça dele ser encenada, e muito menos li qualquer coisa que ele tenha escrito. Então como posso estar aqui escrevendo a respeito do que não conheço.
Não se esqueçam que sou cinéfilo, e para piorar a situação, sou fascinado pelo cinema nacional. Bingo!, pra quem não adivinhou, vou contar, bem baixinho, pra virar segredo: Eu vi filmes baseados nas peças dele!
Agora que vocês sabem desse meu segredo, vou contar os nomes dos filmes: “Terra é Sempre Terra, Sonhando com Milhões, Moral em Concordata e Dona Violante Miranda”.
As peças do Abílio Pereira de Almeida, está interligada pela moral, ou melhor, até onde a moral existe para nos beneficiar. Terra é Sempre Terra, filme dos Estúdios Vera Cruz, filmado em 1951, baseado na peça Paiol Velho mostra a moral ou a falta dela, de três angulos, o rapaz boa vida que perde a fortuna nas mesas de jogos, a mulher adultera e o capataz ambicioso.
Moral em Concordata, filme de 1958, com Odete Lara e Maria Della Costa, baseado na peça de mesmo nome, mostra a moral entre irmãs, uma amante e a outra dona de casa. Sonhando com Milhões, com Odete Lara e Dercy Gonçalves, baseado na peça Moeda Corrente no País, a moral vem ao encontro de um funcionário público honesto. E, o filme Dona Violante Miranda, novamente com Odete Lara e Dercy Gonçalves, ambas amigas do autor, é a melhor ou a mais contundente peça do Abílio, foi escrita para Dercy Gonçalves, que faz jus ao texto. A moral aqui se apresenta numa casa de tolerância e homens de moral ilibada.
Como podemos ver não temos como fugir do tema MORAL, algo tão difícil nos dias de hoje, talvez aí reside o por que de ser um autor esquecido.
A última vez que me lembro de ter ouvido falar numa peça dele, já faz quase uma década, os alunos do Macunaíma iriam encenar várias peças de despedida do curso e uma delas era Santa Marta Fabril S/A, peça que a Odete Lara brilhou nos anos 50. Não pude assistir, tinha que trabalhar, perdi. E nunca mais tive o previlégio de ver uma de sua peça encenada.
Como já disse a moral é o mote principal de todas elas, nos filmes fica evidente a moral que rege o momento que foi escrita ou filmado, mas pra surpresa geral nada mudou, continua a mesma coisa. O brasileiro continua o de sempre. Se pegarmos qualquer situação das peças dele e discutir com jovens, adultos e velhos teremos o mesmo resultado, temops que preservar a moral e os bons costumes.
Um funcionário público seria idiota se não aceitasse a oferta para arquivar um processo, a mulher que sofre deve mudar de vida e ter alguém que paga suas contas, um fincionário dedicado deve aproveitar as chances que aparece, e casar com a filha de uma cafetina não há nada demais, todos poderia concordar em maior ou menor grau, mas quando deixa de ser o outro a praticar isso e passamos a ser nós, tudo muda. Não!, eu não tenho nada contra quem faz, mas não teria coragem, o que os outros vão pensar, etc.
As opiniões nessa hora muda completamente, temos dois julgamentos, a nosso respeito e a respeito alheio, nunca nos enxergamos nos outros, somos sempre nossos mesmo espelho.
Nelson Rodrigues é discutido em verso e prosa por expor a família de uma forma crua e nua nos contos e peças. Abílio Pereira fez o mesmo, mas não com a família e sim com cada um de nós, com aquilo que imaginamos ser para os outros e nunca para nós mesmos.
Procurar paças editadas dele nas livrarias é coisa de lunático ou melhor de saudosista, resta a alguns curiosos como eu o prazer de ver aos filmes branco e preto e admirar a beleza eterna da Odete Lara e a graça irreverente da Dercy Gonçalves.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Crônica das enchentes anunciadas
De fato há algo de errado, não com as tragédias que ocorrem todos os anos por causa das chuvas intensas, mas como encaramos o fato. Geralmente justificamos a tragédia como acidente, etc. Sim, é um acidente, causado por fatores que fogem do nosso controle, entretanto a controles que não estamos fazendo!
Primeiro: em cada cidade existe homens preparados, ou quase isso, para exercer cargos importantes e de grande valia para a população local. Claro que nenhum político é um super-homem para resolver todos os problemas, mas não devemos esquecer que são pagos para sanar grandes partes deles, antes que o mundo vem abaixo.
Segundo: como a população é sempre esquecida, acho que está na hora das eleições mudar de data, mês de outubro e novembro não é muito boa, não! Sugiro que seja transferida para janeiro ou março, no mais tardar em abril. Calma, paciênte leitor, explico melhor: O inicio do ano é perfeito, pois temos que pagar vários impostos, IPVA, IPTU, e contas e mais contas!, alé das tragédias que se repete todo final de ano. Isso deixara deixará a mente do eleitor fresquinha como alface no inico de feira.
Não que isso seja uma panacéia, e com certeza os políticos mudariam o discurso, mas ficaria evidente o que dizem e o que está acontecendo ao redor. Pense bem, mês de outubro ou novembro não são meses chuvosos, não temos muitas contas a pagar e o ano quase todo se foi com os benditos programas eleitorais gratuitos.
Terceiro e último, ufa!, explicando o porque deveria se chamar ‘crônica de uma morte anunciada’, todos nós sabemos que vai ocorrer, quando e porquê, mas nos tornamos incapazes de fazer algo para mudar.
Gabriel Garcia Marquez nunca pareceu tão realista como no inicio desse ano, tantas tragédias anunciadas, Ilha Grande em Angra dos Reis, São Luiz do Paraitinga e algumas eternas inundações que permeam as grandes cidades, será que teremos que viver eternamente sabendo como e quando vai acontecer e fingir que nada vai aontecer!
domingo, 3 de janeiro de 2010
NELSON RODRIGUES DE VESTIDO
Domingo, inicio do ano, todos que conheço estão na praia, ao invés ficar de bode, apesar de ser capricórnio, resolvi escrever. Muitas coisas irrelevantes passam pela cabeça.
De súbito vem o vestido da discórdia em minha mente, mas será por que o vestido da Uniban me pegou de assalto dessa forma, não uso vestido e também não está nos meus planos de usar um, e pior se for igual aquele, em momento algum da minha vida e nem nas próximas encarnações, porque se existe uma coisa boa é nascer homem, se aliviar em pé e em qualquer canto é uma das melhores coisas do mundo, só raspar da do pescoço pra cima também, mas deixando de lado as vantagens de ser homem, voltemos ao santo vestido.
Uma peça vulgar, sem valor, que pode ser comprada nas lojas do Brás, e convenhamos de extremo mal gosto, mas como gosto não se discute, resolvi esquecer o tal vestido e me preocupar com algo melhor.
Olhando meus pertences, encontrei o livro ‘O Anjo Pornográfico – A vida de Nelson Rodrigues’, que li em 1994, aos 15 anos de idade, minha fixação pela idade.
Juro que não imaginei o Nelson Rodrigues usando um vestidinho rosa como o da Geisy e muito menos ele estudando na Uniban e também não passou pela minha cabeça que a Geisy fosse leitora ou conhecesse o mundo rodriguiano.
Mas pensando bem, parece que ela foi tirada de uma das estórias do escritor. Uma suburbana, como dizem os cariocas da gema, em São Paulo ela é mesmo da periferia, para piorar da periferia do ABC, Diadema, que não entra na sigla, por que será?
Garota da periferia ou melhor suburbana, que na sua mais vulgar vivencia vê seu mundo se transformar por causa da moralidade brasileira.
Quem nunca leu Nelson Rodrigues acha que os livros dele é pura safadeza, promiscuidade e aberrações sexuais, ledo engano. Claro, ler a obra completa dele não é muito edificante, principalmente a fase ‘maldita’ do escritor. Sugiro a biografia escrita pelo grande Ruy Castro, que além de destrinçar a vida também o fez com a obra.
Mas deixando a vida do grande Anjo Pornográfico em paz, já que ele nunca usou ou pelo menos não usaria tal vestido, creio, voltemos a Geisy ou melhor a moralidade dos brasileiros.
Não vou ficar discorrendo sobre a obra do Nelson Rodrigues, vou me basear na peça ‘Otto Lara Resende ou Bonitinhas, mas Ordinária’. Quem já viu a peça, ou leu o livro, ou pelo menos viu o filme, lembra-se da frase atribuida ao escritor-jornalista mineiro Otto Lara Resende, “O mineiro só é solidário no câncer”, o mote principal do filme.
O correto seria ‘O brasileiro só é solidário no câncer’, somente quando a desgraça se avizinha é que nos unimos ou desagregramos de vez.
A comoção geral que o vestido causou mostrou que os mesmos valores descrito por Nelson na década de 60 com a peça ainda nos rege fortemente.
E não somente o brasileiro, o povo americano em geral, na peça ‘Gata em Teto de Zinco Quente, de Tennessee Williams, não difere muito. Agora complicou geral, o que tem a ver vestido da Geisy, com Bonitinha, mas Ordinária e Gata em Teto de Zinco Quente?
A Geisy, não é bonita como Elizabeth Taylor e Vera Fischer, atrizes que participaram dos filmes baseados nas peças. Geisy e as duas peças aparentemente não tem nada ver mesmo, mas voltamos a moralidade. Nas peças, o que se discute é a moralidade reinante.
Não seria viver de aparências, como muitos acreditam, mas valores que carregamos, que nos é legado de geração a geração.
Aceitar o vestido da discordia ou não, não é somente um ato de gosto ou preconceito, mas de valores. Muitos diziam aceitar o tal vestido, mas quando indagados se daria um vestido igual para filha, recusava usando as mais diferentes desculpas.
Legal, a filha dos outros tudo bem, as nossas não! Ou como a piada da diferença do viado para o homossexual – viado é o filho dos outros e homossexual o nosso. Assim é o brasileiro, aceita parcialmente tudo, é um povo sem preconceito, não moralista e festivo, onde tudo é carnaval!
Aceitar parcialmente as coisas, não é mais do que aceitar as mudanças para o alheio, mudar valores dentro de casa não pode para não ofender aos mais velhos ou a moral e os bons costumes. Nestas peças, brasileira e estadunidense fere nosso sentido de proteção, pois fere a instituição mais sagrada religiosamente e moralmente, a família.
Sendo eu brasileiro, nascido depois da ‘revolução sexual’, era digital, e tantos outros al, deveria achar normal alguém ter o mal gosto de vestir um vestido cafona e curto, mas o fato não está no gosto realmente e sim na falta de valores. Muitos dos valores morais deixaram de existir realmente, outros permeam nossas vidas, mas valores como etiqueta de vestir, ter educação, acredito que esses valores não precisa deixar de existir.
Vendo aos filmes baseados nas peças, fica evidente o que muitos classificariam como hipocrisia, mas me parece ser educação – realmente o dito popular está certo ‘ roupa suja se lava mesmo em casa’, e fora de casa deveriamos resgatar valores perdidos, um deles é como se vestir para determinadas ocasiões, isto está longe de ser hipocrisia ou moralidade canhestra.
Pra encerrar, o vestido da Uniban, um trecho do conto “O Homem da cabeça de papelão”, de João do Rio: “Cabeças e relógios querem-se conforme o clima e a moral de cada terra”.
30 RESPIRA e 1
Inicio do ano, 2010, estou empolgadíssimo!, por diversos motivos, primeiro é que recentemente passei dos trinta, agora como diz minha irmã, quando perguntarem pela minha idade tenho que responder: Tenho TRINTA, respirar e completar E 1, juro que não gostei!.
Outro motivo, é que cheguei a conclusão que já não estou tão novinho como gostaria de estar, ainda não fiz o que quase todos homens na minha idade deveria fazer, casar, ter filhos, enfim tudo o mais!
Comecei o ano preocupado com a idade, minha e dos outros, xeretando no Orkut encontrei um colega de escola que não vejo a uma década, juro que fiquei impressionado, ele está completamente diferente, claro, eu também estou, mas como sou ordinário vou colocar fotos para ver como está diferente mesmo, só que quando eu tirei as fotos deles em 1997, já havia pelos menos 4 anos que tinha perdido contato com ele.
Os cabelos se foram, a barriga cresceu, casou, tem filho, enfim ficou adulto. E eu por minha parte, ainda não casei, sem filhos, sem barriga e com os cabelos!
Será que terei somente o prazer de plantar uma árvore e escrever um livro???
É nesses instantes de bobeira que vemos que o tempo está correndo como um cavalo indomado pelas pradarias da vida.
Não tenho a ilusão de ser um eterno Peter Pan e também não gostaria mesmo, adquirir experiências é uma das melhores coisas da vida, mas isso poderia acontecer independente do tempo passar, quanto mais rápido achamos que ele está passando é aí que mais aprendemos, e deixamos de aproveitar melhor.
Será que um dia vou acordar e ver que nem essa força de homem possuo mais, que todos os meus iguais já se foram, e que novos estão ocupando todos os espaços?
Felizmente a vida é feita de escolhas, isso implica em erros e acertos.
A VIDA IMITA A ARTE
Vendo alguns clássicos, vejo que o buraco é mais em baixo. Deixando o romantismo de lado e vamos a análise:
Quem nunca assistiu o filme ‘Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard) de 1950, deveria fazê-lo o quanto antes, outro que também deveria ser obrigatório passar na sessão da tarde é o ‘O que terá Acontecido a Baby Jane?’ (What Ever happened to Baby Jane?), de 1962.
E o que tem essas duas tragédias a ver com o cidadão comum - nada, mas com as celebridades de ontem, hoje e sempre, tem tudo a ver. Mas nós reles mortais também somos importantes, pois assistimos todos os dias a derrocada de uma centenas delas.
Mas o restolho não me interessa, prefiro as de grande porte, tais como Suzana Vieira ou Simony, por exemplo.
Vamos destrinchar esses cadáveres televisivos. Uma atriz de outrora, sonha em voltar a brilhar novamente e no outro caso uma apresentadora-cantora mirim também sonha em voltar aos velhos tempos de glória. O que tem a ver com a Suzana-sem-noção-Vieira e com a Simony-pimpão. Aparentemente nada, nenhuma delas filmou em Hollywood, nenhuma merece que façam um clássico de suas vidas. Mas vamos para autópsia.
A Sem Noção, está sempre se apresentando em todos os programas como se ainda tivesse vinte e poucos anos, fazendo da vida pessoal uma sessão de episódios dignos de uma Norma Desmond, que ao invés de mostrar que está no auge da experiência, beleza, saúde e disposição, mostra que está velha, desesperançada ou seja em decadência total.
No outro caso, aparentemente não tem nada a ver mesmo, eterna menina Pimpão não está velha como Baby Jane, mas dias desses estava eu sapeando os canais e vi algo muito bonitinho, ‘Ursinho Pimpão’ sendo ressucitado. Já não basta o próprio Pimpão, agora vem acompanhado de filhotes. Retornando a infância na década de 80, ver o pimpão soltar a voz era muito bonito, mas hoje ver um pimpão velho e desesperado pra voltar a ser o que era é de morte, e o pior usando os pimpãozinhos.
No filme ‘O que terá acontecido a Baby Jane?’, tem a cena que ela se veste de Baby Jane-criança e canta ‘I’ve writte a letter to Daddy”, daqui a pouco vamos ter o previlégio de ver Simony vestida de garotinha do Balão Mágico cantando Usinho Pimpão.
Tem coisas que deveriam ficar bem resolvida na vida das pessoas, a idade é uma delas, para isso existem psicanalistas. Ambas ficaram presas na década de 80.
Uma tão boa atriz e a outra cantora, pena que deixaram de explorar o talento para tentar viver o que não existe mais.
P.S.: Os cadáveres foram meramente ilustrativos, nenhum deles sofreram maus tratos!
O MÁGICO DE OZ NÃO CUMPRE LEIS
Vendo ao filme ‘O Mágico de Oz’, em família, sempre surgem comentários engraçados. O filme é um clássico na maneira mais correta da palavra, em todos os sentidos.
Infelizmente se tornou um filme datado, não pelas imagens, que são de um futurismo brilhante. O que o transforma em um filme datado é a quantidade de ingenuidade contida nele, qualquer pessoa atenta vê várias atrocidades cometida do inicio ao fim do filme.
Uma garota, supostamente órfã, que é criada por um casal de tios velhos, aí entra o que conhecemos como ‘o netinho criado pela vovó’ – mimado, uma educação frouxa, isso se explica logo no inicio do filme quando a garotinha Dorothy entra assustada por que a vizinha velha e solteirona reclama por o cachorrinho Totó invade a sua propriedade, quando a vizinha vai reclamar os direitos a que a ela concerne, vemos uma falta de respeito, começando pelo Tio que debocha da vizinha, da Tia que tem vontade de falar 'certas coisas', mas como boa Cristã não pode, e da total falta de respeito da Dorothy.
Se achando injustiçada Dorothy resolve fugir, pouco se importando com ninguém, um ato de extremo egoísmo, encontra um charlatão, que é bom caráter, só em filme mesmo.
Como um tufão se aproxima, todos da fazenda se abrigam, mesmo preocupado com o sumiço da garota, entram no abrigo e dane-se a pobre Dorothy.
Aí, começa a parte mágica da história, o desejo mais íntimo da Dorothy vem à tona, ou seja, de matar a vizinha rabugenta, que no mundo de Oz é representada pela Bruxa. Dorothy provoca o acidente que leva a óbito a Bruxa má do Leste, um crime culposo, onde não se tem intenção de cometer o ato. Na terra mágica ela é glorificada por cometer tal ato, independente se a Bruxa é má ou não, não podemos glorificar um ato extremo desses.
Dorothy impressionada vê aparecer a Fada do Bem, que de bem não tem nada, está mais pra Sa-Fada, explico:
Ao matar a Bruxa, a irmã ‘mais malvada’ como futrica a Fada Boa, reclama pelo ocorrido, e vai pegar os sapatinhos vermelho, que por direito é dela, já que a Bruxa morta não deixa herdeiros direto, mas nessa hora a Fada Boa furta o sapatinho e coloca no pé da Dorothy.
Além de fazer terror psicológico, roubo, formação de quadrilha e corrupção de menores, isto tudo em uma cena.
A Bruxa malvada luta o tempo todo pelo que é de direito dela. No final do filme a Bruxa tem sua moradia invadida por um bando, constituindo em invasão de propriedade, e é assassinada pela doce e inocente Dorothy, novamente utro culposo, mas nesse caso demos um desconto já que ela agiu em legitíma defesa de um amigo. Dorothy virou definitivamente uma assassina!
Como se vê os Bons e os Maus usa do mesmo artifício, a diferença é que a Bruxa é orgulhosa, a Fada é Vaidosa, ambas usa do mesmo expediente para obter aquilo que quer, mentira, manipulação, falta de escrúpulo, e sigilo de informação.
Se a Dorothy fosse cria dos tempos modernos iria analisar tudo isso, ao invés de sair feito uma boba pela estrada de tijolos amarelos iria negociar, quem iria fazê-la voltar para casa teria o sapatinho vermelho, nada mais justo. Devemos abrir licitação para obter algo a preços justos e condições vantajosas. Mas Dorothy sofre de um grande mal, o Deslumbramento, mal de todas as pessoas simplórias.
Passou-se 70 anos do lançamento do filme, e muitas coisas de lá pra cá não mudaram, existem os Vaidosos, os Orgulhosos e os Deslumbrados.
A Bruxa tem orgulho pela inteligência e maldade; a Fada é pura vaidade, vive de aparências, isso fica evidente quando ela explica a Dorothy que existe Bruxa Boa e Bruxa Má, as Boas são bonitas diferentes das Más. Já a Dorothy do inicio ao fim do filme não passa de uma garotinha deslumbrada, que acredita em tudo, que tem a ilusão que o mundo é como ela gostaria que fosse.
Ao assistir ao filme fiquem atentos com a quantidade de abusos as leis, e depois imaginem como seria o filme respeitando as leis, e bom divertimento!
Cada marca de expressão na minha face foi adquirida não por desleixo e sim pela inflexão do tempo, inimigo dos jovens. Gosto de estar como estou hoje, sentindo o peso do tempo, sem direito a cometer os mesmos erros comigo e com outros, ter de acertar sempre, agradar a todo instante, ser responsável, bom filho, bom namorado, bom profissional, ter que acertar as expectativas alheias. Tudo isso me agrada muito. É o preço de ser adulto, independente, inteligente. Mas o fato de seguir muitas vezes as regras não me faz um frustado, culpado por negar tudo que muitas vezes gostaria de fazer, ou simplismente um cara resignado. Estou feliz, tudo que tenho está dentro de mim, o que faço ou represento, como as pessoas gostam, está fora, nada pode mudar as coisas boas que venho adquirindo ao longo do tempo, pessoas, sensações, emoções, verdadeiras amizades de ontem, hoje e sempre.
Sou um conjunto de experiências, que todos ao meu redor me ajudaram ter.
Quando se passa dos 30, não temos mais tempo pra brigar com ninguém, querer mudar o mundo e muito menos querer que os outros mudem para nos agradar.