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sábado, 27 de agosto de 2011

Esquecer-te a mim




Escrevo um textinho que ninguém vai ler.
Ando pelas ruas vendo paisagens que ninguém vê.
Converso quem pessos que não são ouvidas.
Falo com quem não me escuta.
Leio autores não lidos.
Estudo o que não é importante.
Visto roupas não vistosas.
Ando na contramão.
Sigo você com o meu olhar.
E você não me vê passar.
Faço uma prece pensando em você.
Tento parecer inteligente para te impressionar.
Devoro tudo que você gosta.
Me transformo em você por segundos seguidos.
E, não sou notado.
Talves devesse deixar de ser você.
Seguir qualquer caminho.
Libertar você de mim.
Matar seu mundo vagabundo que insiste em me matar.
Fazer as mesmas coisas que todos.
Casar, ter filhos, pagar contas e esquecer você.
Não consigo nada.
Você é a coisa mais sem sentido que conheço.
Enquanto não me encontro te procuro.
No inferno nos achamos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sucesso Relativo


Quero a fórmula mágica capaz de curar todos os males da alma e do corpo, a panaceia capaz de devolver a juventude e fazer do ser mais idiota o mais sábio.
Todo dom e inspiração só acontece depois de muitos anos de estudo e trabalho, nada acontece da noite para o dia.
Os gênios antes mesmo de sê-los estudam bastante para entende todo o mecanismo de ação de um processo. Muito suor transcorre em noites insones, dedicação aos antigos estudos para produzir novos e ser reconhecidos como tais.
Em países desenvolvidos sucesso é sinonimo de muitas conquistas no campo pessoal e profissional, contrário de países em desenvolvimento onde vencer significa trapacear alguém, no caso de homem e mulher tem que ter dado para alguém influente.
Tom Jobim já dizia “que sucesso no Brasil é ofensa pessoal”, mexe com o brio de muitas pessoas, e todo esforço para conseguir atingir um objetivo é invalidado pelo tão famoso 'dom' que nascemos com ele, fazendo com que cada dificuldade vencida seja somente um acaso de sorte na seara do destino.
Esforço pessoal e muita luta para vencer é tarefa ingrata, que muitos não trilham e detratam os que seguem os caminhos das pedras.
Vencer pela malandragens, levar vantagens em tudo é o mote para os oportunistas de plantão. Muitos são parasitas que vivem as custas do trabalho alheio a base de chantagem emocional.
Sucesso na verdade é algo como a felicidade, não passa de conceitos relativos, cada um tem o seu!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Paz Mundial


Levanto, me arrasto até o chuveiro, deixo a água cair e levar meu sono ralo a baixo.
Engulo um café preto e saio rápido, muito rápido para não perder a condução, cheia, cheia não - lotada.
Tropeço num pombo morto, com a asa quebrada, sangue espalhado pelo esfalto gasto, penas espalhadas, tudo se espalha dentro de mim também.
Símbolo de paz mundial está agora destruida, numa manhã fria e cinzenta.
Não posso mais acreditar na pacificação das favelas do Rio de Janeiro, na paz na Líbia, na África, no Mundo.
Uma pomba jaz aos meus pés e eu atrasado não paro para rezar pela sua alma de paz, ando mais rápido e desvio da asa arrancada para não sujar meu sapato que gosto muito.

sábado, 20 de agosto de 2011

Acúmulo ou o cúmulo


Correria para todos os lados, a cidade não para, todos de um lado para outro. Dias, meses, anos se vão nessa loucura, vidas dedicadas a trabalhos são muitas vezes diluídas em busca de salários para pagar as contas e ter uma vida digna.
Não é normal viver sob pressão o tempo todo, ou trabalhar até o limite do esgotamento. Nada justifica perder a saúde em busca de dinheiro para depois gastar o dinheiro em busca de saúde.
Trabalhar de mais não é mérito para ninguém, o trabalho não dignifica o homem, o que dignifica é a consciência de cumprido a missão da melhor maneira possível.
Excesso de trabalho significa que alguma coisa não está conforme, ou está faltando funcionários ou há má distribuição de função.
Há setores mais complicados que outros e funcionários sem competência para exercer um cargo. Dificuldades sempre será vencidas pelos funcionários capacitados, o que não ocorre para funcionários incompetente.
Muitos são peso morto, não produzem o que devem, e acaba sobrecarregando o colega ao lado.
Reclamar não adianta muita coisa, matar o bendito colega não vale a pena, se matar está fora de questão, seguir adiante e continuar pagando as contas é o que sobra no final das contas.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

aborto de uma oportunidade

Desistir antes mesmo de ter se dado a chance de lutar para que o sonho se concretizasse, abortar ideias, chances, amizades, um filho. Infelizmente muitas pessoas que conhecemos se encontra nessa situação, deixando esmorecer-se pelo desanimo e vivendo a sombra do que poderia ter sido.
Na faculdade, trabalho e outros lugares que frequento pessoas vão deixando obras abandonadas, perdendo tempo, dinheiro e adquirindo decepções e rancores por não ter conseguido superar as dificuldade, que no entanto, não eram tão dificéis assim.
Antes mesmo de desistir devemos tentar superar todas barreiras e só assim aprender com a experiência

domingo, 14 de agosto de 2011

Dias dos Pais ou Má Criação


Já vi algumas cenas que embrulhou meu estomago, algumas realmente me deixou enojado com tamanha crueldade da situação.
Era final de semana, próximo da avenida 9 de julho, vi um morador de rua retirar de dentro de um saco de lixo macarrão e transferir para outro saco para depois comer.
Fiquei ao mesmo tempo sem ação e com o coração partido. Outras vezes ocorreu o mesmo sentimento, só que acompanhado de indignação.
Quase todos filhos em algum momento da vida já se sentiu revoltado com os pais, mas nada que não seja passageiro e a vida continua. Alguns casos de divergências entre pais e filhos vão parar nas páginas policiais, independente da classe social.
Trabalhei com um rapaz que tinha vergonha do pai que tinha, só porque era feirante e certa vez chegou a maltratar o pobre senhor só porque foi levar o alimento que o lazarento havia esquecido em casa. Hoje, alguns anos depois deparo desta vez com uma garota que sempre que pode maltrata a mãe por telefone, lembrando-me as velhas histórias dos filmes do Mazzaropi.
A atriz Bette Davis disse “Se você nunca foi odiado por seu filho, então você nunca foi pai”, ser pai não é ser amigo e a responsabilidade que eles carregam para nos direcionar no caminho certo é um fardo pesado.
Já tive raiva dos meus genitores e mesmo tendo minha diferença não costumo tratá-los mal na frente de estranhos ou conhecidos, posso ser imprudente muitas vezes com eles, perdendo a paciência e fazendo tudo o que eles não ensinaram e de certo desaprovam.
Talvez no berçário quando nascemos nossos pais recebem uma cartilha com indicações de como ser pais e infernizar a vida dos filhos, aprontando tudo o que os pobres infantes não aprovam, mesmo sendo para o próprio bem e a maneira de irritar-nos. Afinal, conheço os meus pais a tanto tempo que sei que tudo o que eles fazem e aprontam são pensando alguma coisa, menos em mim, brincadeira.
De certo seremos no futuro como nossos pais com as mesmas qualidades e defeitos como já cantava Elias Regina.
Criamos a ilusão que nossos pais são os super heróis capazes de resolver todos os problemas e que estão imunes aos maus comuns que todos somos sujeitos.
Nada poderá fazer para nos proteger pela vida toda, cada um de nós tem a responsabilidade de seguir o caminho ou o destino como muitos acreditam existir, sem medo de errar e com a convicção de cada ensinamento foi nos concedido para sermos melhores sempre e parte fundamental do que somos é legado para nós por essas pessoas especiais que são nossos pais.
Tive a sorte de não ter uma mãe, ter várias e não ter um só pai, ter outros que me trataram e continuam tratando como um verdadeiro filho, muitas vezes como filho caçula, coisa que nunca fui.
À todos os pais que participaram da educação dos teus filhos e dos filhos dos outros também, Feliz Dias dos Pais!!!
PS: E aos pais que não dedicaram nenhum tempo aos filhos, vão para o inferno!!!






















sábado, 13 de agosto de 2011

Churrascaria


Tilintar de talheres e risos acompanhados de olhares discretos, que no entanto se revelam indiscretos. O que o outro come e a quantidade, um exercício silencioso de conhecer os hábitos alheios sem invadir a privacidade. Um mundo paralelo acontece dentro de um restaurante, alguns olhares se cruzam, e falam sem precisar de palavras.
Todo ambiente irradia uma atmosfera de concessão, o prazer em poder apreciar um bom alimento, tendo ao lado pessoas bonitas e bem vestida, despreocupadas .
Entro pela primeira vez numa churrascaria e não como nenhum pedaço de carne vermelha. Ataco o setor de salada e comida japonesa, tudo isso acompanhado de uma boa e brasileira caipirinha.
Uso o indicador de mesa como descanso para o copo de caipirinha, começam a oferecer todo tipo de carne. Fico sem entender nada, com minha cara de espanto, sou logo advertido que não se trata de um descanso de copo e sim um sinalizador para os garçons.
Gafes à parte, me divirto em uma churrascaria comendo comida japonesa e salada.
Vou embora com uma sensação de missão cumprida, finalmente estive numa churrascaria e não coloquei nenhum pedacinho de carne vermelha na boca.
As vacas puderam dormir em paz, diferente dos vegetais e peixes, nenhum passou por mim despercebidos.



Cabelo de Cacatua



Metrô, horário de pico, um único banco vazio, de repente acontece a dança das cadeiras, um rapazola com cabelo de cacatua foi mais agiu e deixou uma menina a ver navios.
Sem nenhuma dor na consciência fez a viagem inteira sentado, sem olhar para os lado e tão pouco se preocupou em segurar a bolsa da pobre moça.
O vagão fica mais e mais cheio e a moça olha os bancos com um certo desalento, sabendo que ficará em pé até chegar a estação que terá que descer.
A viagem transcorreu normalmente, estação por estação. Sendo anunciada no alto-falante - estação Sé, alguns começaram a levantar-se dos bancos e começaram se dirigir para a porta de desembarque, alguns lugares ficaram vagos e alguns sendo ocupados por quem estava de pé, a moça preterida pelo rapazola com cabelo estilo Neimar ficara em pé ignorando um banco próximo dela.
Já na estação Sé as portas do vagão se abre e as pessoas começam a descer, o rapazola levanta tão agiu como antes e sai sem olhar para trás.
A moça ignorando outros bancos vazios se acomoda no lugar vago pelo rapazola,com um sorriso satisfeito no rosto, alisa a bolsa e não vejo mais nada, saio rápido do vagão, as portas vão fechar, me viro e a composição já em movimento leva a moça para o seu destino.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cidade de DEM ou Sem Limites


A tempos perdi o costume de ver filmes na televisão e vez ou outra assisto um trecho e se muito algumas partes.
Domingo à noite, depois do Fantástico, começa o filme brasileiro “Cidade de Deus”, já havia assistido antes, alguns anos atrás. Sabia que era um filme barra pesada, sangue e violência para todo lado, fazendo com que o filme “Pixote – a Lei do Mais Fraco parecesse com filme infantil.
Quando vi pela primeira vez o filme do Hector Babenco fiquei impressionado com tamanha crueldade como crianças eram lançadas ao mar de lama da criminalidade.
Com o filme do Fernando Meirelles todos os outros parecem filmes sobre criança feito para criança se assustar e deixar de fazer besteiras.
A crueldade explode em cada cena, não existe momento algum do filme onde tem poesia, em cada cena que descortina em nossos olhos ficam uma sensação de angústia de saber que outros tantos na realidade seguem as sendas do crime.
Paulo Lins e José Louzeiro escreveram grandes obras, que mostra com toda crueldade a realidade de muitas crianças jogadas as margens da vida.
Entre os anos de 1981 e 2002, a violência aumentou assustadoramente, os filmes são um reflexo da mudança no contexto politico, sócio-cultural do país.
Coisas boas aconteceram também, no início da década de 90, houve a criação da ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, que serviu para direcionar como as crianças devem ser tratadas, assegurando mais dignidade a quem muitas vezes não são amparadas como devem.
Quando era criança e algumas vezes pude acompanhar meu pai ao centro da cidade, via garotos que eram denominados de “trombadinha” - davam trombadas (encostavam) nas pessoas e levavam a carteira ou o relógio e saim correndo, para comprar ou trocar por drogas. Drogas essas que ainda não era o tão famoso crack de hoje, e sim cola de sapateiro ou esmalte, que ficavam inalando em plena luz do dia. Via essas imagens e ficava curioso o que era que eles estavam fazendo e para que serviam aquilo.
O tempo foi passando e durante toda a década de 90 essas crianças foram sumindo da rua, que foi logo ocupadas por “trombadões” que roubavam qualquer um a luz do dia. Não se via mais aquelas crianças inalando cola ou esmalte em sacolas próximas da boca e nariz, e andando feitos zumbis pelo centro velho.
A ECA foi um grande avanço para a cidadania dessas crianças, mesmo ainda termos problemas. Nessas décadas pude perceber uma melhora considerável e mesmo assim muito tem que ser feito ainda.

Pode parecer absurdo e realmente é, a Justiça do Rio de Janeiro proibir a exibição de um filme sérvio, só porque um partido político, DEM, viu apologia a pedofilia e outras barbaridades.
Ainda Não vi o conteúdo do filme do diretor Srdjan Spasojevic, mas na primeira oportunidade espero assistir, e também espero que o filme “A Siberian Film – terror sem limites”, seja mais forte que o nosso genuíno “Cidade de Deus” e que assuste mais que as imagens que os usuários de crack nos presenteiam nas ruas.
Talvez se os Democratas parassem de perder tempo com ficção e prestassem atenção a realidade as cidades teriam menos casos de violência e todos viveriam em paz e obras assim não representaria perigo para ninguém, talvez nunca venha a representar, somente para as mentes sujas.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sangue em gotas


Não recordo a primeira vez que tive vontade de doar sangue, lembro que tinha por volta dos dez anos e já tinha vontade de fazer tal ação. Comentava-se na época que quem doava sangue ficava com o sangue grosso e teria que ser doador para o resto da vida.
Mesmo assim não ficava preocupado em ter que doar sangue para o resto de minha vida. Quando completei dezoitos anos pude então doar sangue pela primeira vez. Estava no Exercito e tinha que tirar sangue para exames e não consegui doar sangue, ocorrendo minha primeira doação meses depois.
No dia 28 de outubro de 1997, estava no Exército, foi pedido voluntários para doar sangue para a mãe de um Cabo que estava precisando de sangue por causa de uma cirurgia. Levantei a mão e peguei uma ficha e escolhi o Hospital das Clínicas, como muitos disseram só escolhi esse Hospital pelo nome da onde ele se localiza, Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, o que em parte foi verdade.
Quando cheguei a porta do hospital perguntei a um segurançazinho que estava parado como dois de paus, com cara de paisagem, onde ficava o ambulatório de doação de sangue, o cretino me olhou de cima a baixo e disse que eu não iria aguentar pois era muito magro. Tremi todo e mantive a coragem, tinha alguém precisando do meu sangue e não era um imbecil como aquele que iria atrapalhar uma vontade que tinha desde criança. Entrei, doei e a única coisa que me incomodou foi furar o dedo para exame, o resto normal, indolor e nada mais
Muitos mililitros de sangues nesses anos foram doados a pessoas que nunca poderei saber quem os recebeu, pode ser rico, pobre, seja lá quem for, o importante que receberam, seja em forma de sangue, plaqueta ou de outras maneiras.
Para que essas pessoas necessitadas recebam o tão precioso líquido, o doador muitas vezes tem que passar por uma odisséia para deixar 450ml nos bancos de sangue espalhados em diversos hospitais. Muitas vezes é feito de uma forma legal, ao contrário de outras. Algumas vezes quase saí correndo dos ambulatórios, não pelo medo das agulhas, pelas atendentes e suas perguntas cretinas.
Não vejo tanta necessidade para tais perguntas, já que não existe mais 'grupo de risco' e sim comportamento de risco. As benditas perguntas só classificam as pessoas em determinado comportamento. Não me importo com as tais perguntas, desde que a entrevistadora não seja como foi a da última vez que fui doar sangue. Arrogante, sem educação e sem um pingo de sensibilidade para fazer perguntas como aquelas. Infelizmente no Hospital das Clínicas não foi uma vez que profissional de tipo fez de uma entrevista investigativa um ato de grosseria.
Gosto de fazer perguntas também, saber o destino da bolsa de sangue, qual o processo até chegar o destino final, a utilização das plaquetas, para que serve e por aí.
Hoje não doou tanto sangue como doava no inicio, já não tenho paciência para aguentar as mesmas perguntas sem fundamento, principalmente por ser um doador com mais de 50 doações voluntárias. Sei o que pode e não para ser um doador, e cada vez mais vejo como é preconceituosa as perguntas e a arrogância do entrevistador.
Não vou ser canalha em ficar repetindo a falta de profissionalismo de alguns, existem os bons profissionais que faz a entrevista ser menos penosa possível, e é por pessoas assim que ainda não desisti de continuar doando sangue.