sábado, 30 de julho de 2011
Lesma na Salada
Tenho hábitos por vezes tido como medievais, gosto de viver dentro da minha concha, sem muita alterações, o cotidiano não me deixa desanimado em nada. Como bom capricorniano que sou alterações no meu cotidiano é de vez em quando e mesmo assim,a rotina geralmente é a mesma.
Escrevendo assim pareço um velho recalcitrante, teimoso que não gosta de mudança, mas sendo contraditório, gosto muito de mudanças. Afinal água parada apodrece e como somos feitos de água e proteinas se não mudarmos apodrecemos.
A mudança deve ser feita no tempo certo, ou seja, aos poucos. Não sou a favor de pessoas afobadas e apressadas, geralmente esses se começam não terminam ou fazem porcamente o serviço.
Quando vieram com uma novidade que não seria mais permitido almoçar na empresa, teríamos que fazer do uso do vale-refeição e procurar um restaurante barato para fazer as refeições, fui um dos contra.
Não por simples teimosia, os motivos foram vários para não gostar da idéia tão brilhante que o RH da Empresa apresentava.
Meus alimentos foge um pouco o padrão da grande maioria, não sou um consumidor de carnes vermelhas, de porco e uma infinidades de iguarias. Também sei como é feita a comida em casa, e modestia à parte, a senhora minha mãe cozinha muito bem obrigado e sabe das minhas preferências culinárias, sem contar a higiene como são manipulados os alimentos em casa.
A pouco tempo atrás uma das colegas de trabalho encontrou um fio de cabelo na comida de um restaurante próximo, e para piorar a situação o fio nem escovado estava. A história se espalhou como plumas aos ventos, mas como acidentes acontece não deixei de frequentar o estabelecimento.
Nesse tempo que almoço nesse lugar ouço várias histórias, por certa teimosia faço ouvidos mouco.
Outra pessoa do serviço pediu um marmitex no bendito restaurante e para surpresa veio um brinde na salada - uma lesma!
Nada contra as lesmas, mas na salada acho que é um pouco demais! Talvez o pedido deve ter vindo errado, acredito que seja um prato francês ou coisa assim. Perguntei a tal moça se pelo menos estava bem temperada, com azeite e sal. Não tive resposta, quase me fizeram ingulir a salada com lesma e tudo.
Não adianta chorar pelo leite derramado ou pela lesma na salada, quiseram mudar para facilitar a vida, carregar marmita é sempre tido como algo não de bom tom, preferivel receber salada com surpresa.
Claro que generalizar os restaurante que servem comida barato é uma calhordice, muitas vezes vemos em reportagens que esses estabelecimento além de servir refeição barata, vem a própria barata nadando no feijão.
Como bons brasileiros repetimos "o que não mata engorda".
O que são umas baratinhas e lesminhas perto da comodidade de pagar barato e não carregar uma marmita na bolsa.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Melhor Presente
Presentear é uma arte. Não errar no gosto, tamanho, cor e estilo de quem vai ganhar o presente é uma tarefa para quem tem dons sobrenaturais ou pelo menos conhece muito a pessoa que vai ser presenteada.
Já ganhei coisas que não gostei e alguns pitorescos que guardo com todo carinho do mundo.
Geralmente dos familiares ganho roupa e fico muito feliz, eles sabem o meu gosto para isso e acertam, nunca me deram um 'elefante branco'.
Dos presentes pitorescos, tenho um dente-de-leite que ganhei do irmão de um amigo, o Fábio Rodrigues de Oliveira, quando o Fernandinho veio passar uma semana em casa ele me deu um dente que havia extraído, gostei tanto do presente que guardo comigo até hoje.
Na época do serviço militar, um soldado que não me recordo o nome, somente tenho o rosto dele em minha lembrança, havia cometido alguma falta que o deixou detido no quartel e como era final de semana e eu estava de plantão fiquei conversando com ele e durante o meu plantão no alojamento ele enquanto conversava ia tecendo com algumas linhas, branca e preta, o meu nome, e no final da conversa ele tinha feito uma pulseira com meu nome ao centro e me presenteou, tenho comigo guardada junto com dente.
Dias destes um amigo sobrevoou a cidade de helicóptero e quando avistou o edifício antigo edifício Joelma, hoje Bandeira, tirou algumas fotos para me dar de presente, sabendo ele que me interesso pela história trágica do acidente ocorrido em 1974 e gosto muito do filme e da história da Volquimar.
Outro que classifico como também pitoresco é o casal de galináceos garnisé que ganhei da minha tia quando tinha seis anos de idade. Na época quando vi o olho de um frango achei incrível tudo, a cor laranja, preto, branca, ser redondo. Tamanho encanto que fiquei com o frango, quando estava indo embora ganhei meus melhores amigos de estimação, a Titita e o Chiquinho e depois desses dois ganhei outros que recebiam sempre o mesmo nome.
No final do ano passado ao saber que gosto de um perfume que não tem mais no Brasil sendo possível adquirir somente por encomenda a sites e lojas especializadas, me prometeu trazer de presente. Depois de muito rodar por Paris, Inglaterra, foi somente em Istambul que encontrou o tal perfume, 'Elements da Hugo Boss. Fui xingado por ter feito andar, andar e andar e somente no último dia ter encontrado e junto com o presente fui obrigado a ouvir: - outra dessa nunca mais!
Sempre tive sorte para ganhar presentes, foram raras as vezes que não gostei do que ganhei. Mas sem dúvida alguma, os melhores foram os mais pitorescos.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Melhores Amigos
Em um dos textos do ator Charlie Chaplin ele cita que não pode escolher quem o trouxe ao mundo , mas pode escolher seus amigos.
As vezes nossos amigos também não são escolhas pessoais, para fazer um amigo depende de uma série de fatores e outras vezes não depende de nada, simplesmente acontece e quando percebemos temos um amigo para o resto da vida, mesmo que nunca mais os vemos, fica guardado aquela sensação boa e sempre que ocorre um reencontro era como se fosse ontem que o vimos partir.
Fiz bons amigos, alguns à tempos que não os vejo outros encontro sempre. Com o passar do tempo fiquei mais seletivo e mesmo assim não imponho um currículo para as pessoas serem meus amigos.
Deveras amigo não precisa ser convocado, se apresenta como voluntário e quando menos esperamos é nessa hora que nos surpreende com um sorriso e olhar de confiança.
Na época do colégio meus melhores amigos Fábio de Araújo Silva e Fábio Rodrigues de Oliveira não os vejo a muito tempo e quando revi o primeiro Fábio alguns anos atrás foi uma imensa alegria de ambas as partes. Esses amigos que não vejo foi companheiros de estudo e aprendizados num momento crucial da vida adolescente.
Já no primeiro emprego uma pessoa que considero minha primeira amiga mulher foi a Roseli Dantas Duarte, além de ser uma pessoa generosa foi quem no momento de grande dificuldade estendeu braços amigos e me amparou, ensinando o essencial de um bom profissional. Não esqueço do dia em que perguntei como fazia para resolver um problema e ela sem se perturbar disse que não havia lido e que deveria voltar e ler com atenção, só depois de muito tentar fui e tirei a dúvida, no que ela prontamente tirou minha dúvida, e ainda me ensinou que ao invés de fazer perguntas, tenho que tentar fazer primeiro e perguntar somente para esclarecer minhas dúvidas.
Alguns amigos da família tem meu carinho especial, como a Ana Maria e a saudosa Berenice, entre outros.
Nos tempos atuais tenho dois amigos que sempre que posso me encontro com eles, um é o Tenente Rondon e a outra é a Sandrinha, duas pessoas incríveis, sei que sou suspeito para falar deles.
Mas cada um tem sua particularidade, o Tenente é do tipo bugalu – amigo grandão – ele é todo coração e já fez muito por mim, toda vez que solicitei alguma ajuda ele sempre prontamente me escuta e faz o que está em suas possibilidades, sendo muitas vezes um pai. Já a Sandrinha não, é uma pessoa boa, carinhosa, um encanto e que sabe coisas que nem o meu travesseiro sabe, um verdadeiro ombro amigo, do tipo que consola nos momentos de angustias e ri as gargalhadas pelas minhas faltas cometidas. É uma amiga tão boa que discutimos a relação como todo bom casal.
Em se tratando de amigo não posso deixar de citar outros grandes amigos, um deles o Seu Pedro, um senhor que quando vinha do colégio parava no portão da casa dele e ficava conversando até retornar para casa e que anos depois descobri que ele e sua esposa não sabia meu nome e achava que me chamada Félix. No Exército, o Valmir, o Elói e tantos outros companheiros de infortúnio e felicidades serão sempre meus amigos mesmo ainda sem vê-los.
Seja por escolha ou não, sei que todas essas pessoas influenciaram minha vida positivamente e deixaram um salto de satisfação e saudade e os que convive comigo só acrescenta mais e mais.
Cine Brasil
Desde que vi o filme “O Cangaceiro” de Lima Barreto na TV Cultura, no inicio dos anos 90, nunca mais deixei de assistir a filmes brasileiro.
Já vi de tudo, de Xuxa aos explícitos de outras décadas. Nada que estivesse ao meu alcance deixava de ver, não tinha seleção para nada, tudo era visto por esses olhos famintos por imagens brasileiras. Vi filmes mudos em cinematecas e outros tantos na tv, em fita VHS e agora em DVD.
Nesses anos tenho minha seleção de filmes nacionais dos melhores e piores. Cada julgamento não é feito em comparação com os filmes estrangeiros, cada um tem sua realidade e história. Em um filme norte-americano gasta o equivalente para fazer pelo menos dez filmes brasileiro da melhor qualidade e ainda sobra um trocado para tomar cerveja.
Assisti mudos, chanchadas, vera cruz, maristela, mazzaropi, cinema novo, pornochanchadas, trapalhões, Xuxa, retomada do cinema, sem falar dos filmes que de alguma maneira ou outra não se classificaram em nenhuma categoria.
Um deles me impressionou quando vi pela primeira vez, tudo foi feito com uma perfeição, acima da média dos filmes que havia assistido. Quando vi pela primeira vez “O Pagador de Promessas”, fui tomado de súbito pela paixão, cada imagem era única e realmente aquilo que assistia mesmo na Tv era cinema e dos melhores, emoção só senti ao ver o filme do Lima Barreto, que tempos depois tive o prazer de ver no telão do Instituto Cultural Itaú a mesma cena da entrada dos cangaceiros na vila.
Voltando ao filme do Anselmo Duarte, cada cena e diálogo me fascinou e continua me causando fascinação, o que não ocorreu com a minissérie da Rede Globo, que não se compara ao brilhantismo da adaptação que foi feita para o cinema.
Houve despeito pelo sucesso da fita e o prêmio que ganhou em Cannes, como foi relatado nas biografias do Anselmo Duarte por ele. Chegaram até a dizer que o Brasil só ganhou a Palma, porque tinha outros filmes brilhantes e para não ser injustos com eles preferiram ser imparcial e dar o prêmio a um diretor desconhecido e outras maldades também foram ditas. Seja lá verdade ou não, o fato é que o filme ainda existe e quem quiser pode assistir e ver o como ainda é um filme bonito e forte, que não sucumbiu com o tempo.
Vendo ao filme Viridina de Buñuel em DVD, também ganhador do maior prêmio em Cannes, A Palma de Ouro em 1961, fica evidente como o filme não é de todo o mal, fala de instituição como o casamento, fé, caridade e seres humanos. Contando a história de uma ex-freira que é amolestada pelo marido de sua tia e após a morte dele, faz caridade colocando na mansão vários moradores de rua onde o cômico e o trágico se misturam.
No filme brasileiro a igreja católica também é o centro da história, só que desta vez um pagador de promessas é tido como o novo Cristo que prega a revolução. Além da fé, vemos como o jornalismo sensacionalista deturpa as notícias para vender jornais e a intolerância da igreja. O povo representado pelo Zé do Burro e os demais populachos mostra como são diferentes, uns matreiros e outros aparvalhados.
Pode parecer bairrismo da minha parte, considero o filme do Anselmo Duarte bem melhor que o do Buñuel, o assunto abrangido pelo brasileiro foi muito mais além do que a fé e a instituição religiosa, no caso do Pagador aborda assunto em voga como a reforma agrária.
Sem falar é claro dos belos takes das imagens emblemáticas, da macumba, jogo de capoeira e a bela imagens do Zé do burro acompanhando a Santa em cima do andador.
Na terceira edição da revista Bravo!, de 100 Filmes Essenciais da História do Cinema, Viridiana fica classificado em 29 e os filmes do Brasil só entra na classificação 40 e depois 80 e 84 e o Pagador não é nem citado apesar de ser o único filme brasileiro ganhador da Palma de Ouro em Cannes e de tantas qualidades que já escrevi. Infelizmente outro que também ficou de fora foi o emblemático Limite, de Mário Peixoto, talvez porque não fi lançado comercialmente ou na melhor das hipóteses quem editou a revista nunca tenha visto ou ouvido falar de tal filme.
Já vi de tudo, de Xuxa aos explícitos de outras décadas. Nada que estivesse ao meu alcance deixava de ver, não tinha seleção para nada, tudo era visto por esses olhos famintos por imagens brasileiras. Vi filmes mudos em cinematecas e outros tantos na tv, em fita VHS e agora em DVD.
Nesses anos tenho minha seleção de filmes nacionais dos melhores e piores. Cada julgamento não é feito em comparação com os filmes estrangeiros, cada um tem sua realidade e história. Em um filme norte-americano gasta o equivalente para fazer pelo menos dez filmes brasileiro da melhor qualidade e ainda sobra um trocado para tomar cerveja.
Assisti mudos, chanchadas, vera cruz, maristela, mazzaropi, cinema novo, pornochanchadas, trapalhões, Xuxa, retomada do cinema, sem falar dos filmes que de alguma maneira ou outra não se classificaram em nenhuma categoria.
Um deles me impressionou quando vi pela primeira vez, tudo foi feito com uma perfeição, acima da média dos filmes que havia assistido. Quando vi pela primeira vez “O Pagador de Promessas”, fui tomado de súbito pela paixão, cada imagem era única e realmente aquilo que assistia mesmo na Tv era cinema e dos melhores, emoção só senti ao ver o filme do Lima Barreto, que tempos depois tive o prazer de ver no telão do Instituto Cultural Itaú a mesma cena da entrada dos cangaceiros na vila.
Voltando ao filme do Anselmo Duarte, cada cena e diálogo me fascinou e continua me causando fascinação, o que não ocorreu com a minissérie da Rede Globo, que não se compara ao brilhantismo da adaptação que foi feita para o cinema.
Houve despeito pelo sucesso da fita e o prêmio que ganhou em Cannes, como foi relatado nas biografias do Anselmo Duarte por ele. Chegaram até a dizer que o Brasil só ganhou a Palma, porque tinha outros filmes brilhantes e para não ser injustos com eles preferiram ser imparcial e dar o prêmio a um diretor desconhecido e outras maldades também foram ditas. Seja lá verdade ou não, o fato é que o filme ainda existe e quem quiser pode assistir e ver o como ainda é um filme bonito e forte, que não sucumbiu com o tempo.
Vendo ao filme Viridina de Buñuel em DVD, também ganhador do maior prêmio em Cannes, A Palma de Ouro em 1961, fica evidente como o filme não é de todo o mal, fala de instituição como o casamento, fé, caridade e seres humanos. Contando a história de uma ex-freira que é amolestada pelo marido de sua tia e após a morte dele, faz caridade colocando na mansão vários moradores de rua onde o cômico e o trágico se misturam.
No filme brasileiro a igreja católica também é o centro da história, só que desta vez um pagador de promessas é tido como o novo Cristo que prega a revolução. Além da fé, vemos como o jornalismo sensacionalista deturpa as notícias para vender jornais e a intolerância da igreja. O povo representado pelo Zé do Burro e os demais populachos mostra como são diferentes, uns matreiros e outros aparvalhados.
Pode parecer bairrismo da minha parte, considero o filme do Anselmo Duarte bem melhor que o do Buñuel, o assunto abrangido pelo brasileiro foi muito mais além do que a fé e a instituição religiosa, no caso do Pagador aborda assunto em voga como a reforma agrária.
Sem falar é claro dos belos takes das imagens emblemáticas, da macumba, jogo de capoeira e a bela imagens do Zé do burro acompanhando a Santa em cima do andador.
Na terceira edição da revista Bravo!, de 100 Filmes Essenciais da História do Cinema, Viridiana fica classificado em 29 e os filmes do Brasil só entra na classificação 40 e depois 80 e 84 e o Pagador não é nem citado apesar de ser o único filme brasileiro ganhador da Palma de Ouro em Cannes e de tantas qualidades que já escrevi. Infelizmente outro que também ficou de fora foi o emblemático Limite, de Mário Peixoto, talvez porque não fi lançado comercialmente ou na melhor das hipóteses quem editou a revista nunca tenha visto ou ouvido falar de tal filme.
domingo, 24 de julho de 2011
Nossa Senhora do Crack
Algumas notícias olhos com certa curiosidade, muitas não tem a importância que lhes dão, sendo que outras passam despercebidas.
O caso da “Nossa Senhora do Crack” é uma dessas notícias que vem a mídia a troco de nada, talvez para dar enfase a um problema que todos estão cientes e que que ninguém faz nada.
O uso de drogas ilícitas não é novidades para ninguém, tanto que vez ou outra faz-se marcha para legalizar algumas delas.
De resto jogamos a culpa para o governo que não faz nada a respeito, e fingimos que não é do nosso problema o que está acontecendo. Talvez o problema seja de quem convive diretamente com os usuários de alguma droga, familiares ou os que tem o desprazer de tê-los na porta de sua residência.
Hoje as tais “Cracolândia” não se restringe somente no centro velho de São Paulo, está em várias capitais e diversos bairros.
O artista plástico Zarelha Neto ao colocar uma imagem de Nossa Senhora, para chamar a atenção de problema tão grave como os dependentes de substância química, foi um erro grande.
Não é correto fazer bonito com o chapéu alheio, usar uma imagem religiosa para chamar atenção de um problema é uma falta de consciência muito grande, como se a igreja fosse de alguma forma culpada pelos desmandos dos usuários.
Alguns religiosos (católicos, evangélicos, espiritas e outros) fazem trabalhos assistenciais com esses dependentes, então não tinha o porque da imagem, querer um ser superior para protegê-los é tão surreal como culpar alguém pela dependência deles.
Vendo-os na televisão criticando a imagem que foi colocada e com o nome que lhe foi dado, fica fácil de ver como ainda são seres humanos e tem consciência do que está fazendo, respeitam ainda alguma instituição, sabem classificar o bem do mal.
Fica difícil engolir a explicação de chamar a atenção para um problema que todos já sabem de sua existência.
Pouco tempo atrás a prefeitura do Rio de Janeiro internou alguns dependentes à força, tirando os da rua. E por esse gesto muitos criticaram. Infelizmente poucos tem contato com os usuários. Para quem tropeça com eles na calçada de casa ou indo pra o trabalho não vê nada de errado em tirá-los da rua, isso ajuda a mantê-los longe dos traficantes e restabelece a segurança nas ruas que são tomadas pelos usuários.
Talvez daqui alguns anos vamos ter o transito parado por alguns fazendo uma marcha para legalizar o uso do crack, já que usar não pode ser considerado crime, somente só quem trafica, mesmo para que usar é necessário ser receptador de mercadoria ilegal, o que já deveria ser considerado crime, como receptador de mercadoria de mercadoria roubada.
Creio que por enquanto a marcha vai demorar um pouco, já que um ícone da música morreu em decorrência do vício em substância química, uma delas o crack, onde muitos viram um vídeo da Amy Winehouse fumando as pedras.
Santas, cantoras e população todos de alguma maneira estão a disposição dessa substância que acaba com a vida de quem entra em contato com ela, mas não devemos ser infantis em achar que acaba com a consciência dos usuários, a reportagem mostrou que não é bem assim, respeito pelo que consideram certo e bom ainda eles tem apesar de serem viciados.
O Antigo Mundo do Zé do Caixão
Final de semana e muitas coisas para fazer, desde andar à toa a partir para o trabalho doméstico. Decido por uma paixão antiga - ver filmes, escolho uma seleção do Zé do Caixão. Não tenho nenhuma preferencia pelos filmes do José Mojica Marins, já assisti alguns em outros tempos, no Centro Cultural São paulo e em fita VHS. Há algum tempo foram lançados alguns títulos em DVD, adquiri os títulos que encontrei. De fato são filmes bastantes originais, alguns beirando ao experimentalismo total.
No famoso “A meia-noite levarei a sua alma”, somos apresentado ao dono de uma funerária que se considera o homem perfeito a busca da mulher perfeita para fazer o filho perfeito. Se não for o primeiro terror brasileiro é um deles, muito interessante, em “Esta noite encarnarei no teu Cadáver”, nada de novo acontece nessa continuação, a mesma busca, cenas, nada difere do anterior.
Outro filme que foge um pouco dos dois anteriores “Ritual dos Sádicos/ O despertar da Besta é o mais interessante dos títulos lançados em DVD, três histórias que expõem muito mais as condições humanas do que as outras histórias fantásticas. Em “O Estranho mundo do Zé do Caixão”, três histórias que se perdem, desperdiçando um bom argumento.
Nenhum deles se perde tanto como “Delírios de um Anormal”, o argumento do filme é muito interessante, um psiquiatra famoso perturbado em sonho pelo Zé do Caixão, perdendo o interesse por ser uma colcha de retalho.
Em todos eles faltam de uma organização geral, efeitos especiais sempre deixando a desejar, aranhas, cobras, sapos e imagens de santos de macumba compõem o mundo fantástico do Zé.
Ao contrário do se já escreveram o terrir não foi criado pelo diretor Ivan Cardoso e sim pelo José Mojica Marins, seus filmes na verdade não são terror é a mais pura comédia. É impossível deixar de rir em cenas banais, como mulheres hipnotizadas, apanhando ou gritando de terror por causa de aranhas que passeiam pelo seu corpo.
O personagem Zé do Caixão não gosta de mulher, todas são maltratadas e descartadas como seres inferiores. Os homens que aparecem nos filmes sofrem menos do elas, todos filmes elas apanham do malvado Zé do Caixão e seu sonho de ter o filho perfeito não é concretizado.
José Mojica Marins é um gênio sem dúvida, tal como foi Ed Wood, seu brilhantismo reside na originalidade e na falta dela também, os filmes de ambos nos fazem sentir superiores a que estamos vendo, fazendo com que apontamos erros e como deveria ser feita a cena para que ficasse boa.
Do primeiro filme do Zé do Caixão aos dias atuais muitas mudanças ocorreram, efeitos especiais, montagem, fotografia e roteiro.
De lá para cá a mulher evoluiu e se em um filme atual a mulher for tão maltratada como foram nos filmes anteriores nunca há de achar a mulher perfeita, hoje elas exstem, trabalham, sabem o que quer, não pedem licença. Tudo aquilo que o Zé do Caixão não admitiria, pois se considera o ser superior.
Em sua essência os filmes do Zé do Caixão, desperta em nós a paixão pelo cinema na sua mais pueril forma, a de um menino apaixonado por filme.
sábado, 23 de julho de 2011
Fliperama
Muitas coisas dos anos 90 deixaram de existir, amizades ficaram no passado e mudanças fisiológicas ocorreram. Pessoas queridas se foram para sempre e sonhos foram desfeitos.
Eram tempos difíceis, não tinha a experiência que hoje possuo e acreditava mais na vida e nas pessoas.
Vivia uma espécie de sonho dourado, como toda juventude. Não tinha nada de bonito naquela época, fazia parte de uma família pequeno burguesa muito boa e com os defeitos comuns .
Minha vida era regida por um pai severo e uma mãe com um senso de justiça muito aguçado e irmãos crescidos também pela mesma égide.
Vez ou outra aprontava alguma para fugir da monotonia, fazia amizades com pessoas mais improváveis e quando podia lia o jornal Notícias Populares escondido, já que espremendo saia sangue, ia até o parque do Ibirapuera e ficava a vagar olhado as pessoas ou nos sábados de curso circulava pelo centro da cidade.
Algumas vezes, quando tinha dinheiro ia até um fliperama, que ficava no final do viaduto Santa Efigênia e jogava um dos meus jogos favoritos, o Golden Axe ou o Street Fighter II. O primeiro era o meu preferido, podíamos jogar duas pessoas na mesma máquina sem precisar um ser contra o outro, poderíamos jogar contra a máquina o contrário de outros jogos, que podíamos jogar contra a máquina ou outro adversário externo.
Antes de começar a trabalhar, estudando ainda no período da tarde, depois da aula ou as vezes antes , ia até um fliperama com alguns amigos da escola e jogava algum tipo de jogo, sendo a preferencia deles era futebol e Street Fighter II, jogando somente o meu preferido quando não tínhamos muito dinheiro.
A última vez que fui a um fliperama paguei com uma moeda com a efígie de Tiradentes, era de 5000 cruzeiros, que logo saiu de circulação e que por causa desse episódio tenho dois exemplares delas por recordação daquele período.
Depois caiu em desuso ir a fliperama de rua, salas em Shopping-center apresentava jogos melhores e mais divertidos. E com o advento do plano Real muitos compraram seu primeiro vídeo-game e pouco tempo depois deixaram de existir como as vídeos locadoras, entre outros modismos dos anos 90.
Tudo que citei nesse texto deixaram de existir, comportamento foram ficando no passado, melhorou em alguns aspectos e as necessidades cotinuaram as mesmas, com novas tecnologias, mas as mesmas.
Eram tempos difíceis, não tinha a experiência que hoje possuo e acreditava mais na vida e nas pessoas.
Vivia uma espécie de sonho dourado, como toda juventude. Não tinha nada de bonito naquela época, fazia parte de uma família pequeno burguesa muito boa e com os defeitos comuns .
Minha vida era regida por um pai severo e uma mãe com um senso de justiça muito aguçado e irmãos crescidos também pela mesma égide.
Vez ou outra aprontava alguma para fugir da monotonia, fazia amizades com pessoas mais improváveis e quando podia lia o jornal Notícias Populares escondido, já que espremendo saia sangue, ia até o parque do Ibirapuera e ficava a vagar olhado as pessoas ou nos sábados de curso circulava pelo centro da cidade.
Algumas vezes, quando tinha dinheiro ia até um fliperama, que ficava no final do viaduto Santa Efigênia e jogava um dos meus jogos favoritos, o Golden Axe ou o Street Fighter II. O primeiro era o meu preferido, podíamos jogar duas pessoas na mesma máquina sem precisar um ser contra o outro, poderíamos jogar contra a máquina o contrário de outros jogos, que podíamos jogar contra a máquina ou outro adversário externo.
Antes de começar a trabalhar, estudando ainda no período da tarde, depois da aula ou as vezes antes , ia até um fliperama com alguns amigos da escola e jogava algum tipo de jogo, sendo a preferencia deles era futebol e Street Fighter II, jogando somente o meu preferido quando não tínhamos muito dinheiro.
A última vez que fui a um fliperama paguei com uma moeda com a efígie de Tiradentes, era de 5000 cruzeiros, que logo saiu de circulação e que por causa desse episódio tenho dois exemplares delas por recordação daquele período.
Depois caiu em desuso ir a fliperama de rua, salas em Shopping-center apresentava jogos melhores e mais divertidos. E com o advento do plano Real muitos compraram seu primeiro vídeo-game e pouco tempo depois deixaram de existir como as vídeos locadoras, entre outros modismos dos anos 90.
Tudo que citei nesse texto deixaram de existir, comportamento foram ficando no passado, melhorou em alguns aspectos e as necessidades cotinuaram as mesmas, com novas tecnologias, mas as mesmas.
sábado, 16 de julho de 2011
Religião ou Ato de fé
Religião, li em um dos livros do Paulo Coelho como sendo religar a algo e pecado como pé torto, onde devemos nos conectar com Deus através dos ensinamentos dele e o pé sendo torto não conseguiremos chegar rápido ao nosso objetivo.
Nem tenho uma religião, sou católico de pia e não me considero um ateu e muito menos um pecador. Não acredito fielmente na Bíblia, ao longo da história e de várias traduções foram modificados muitas coisas. É um livro belo e importante, toda a nossa cultura se baseia nela, nosso modo de vida está intimamente ligado a esse livro.
Não costumo faltar com respeito a nenhuma crendice, todas tem seu encanto e serve de conforto para almas cansadas.
Tenho interesse por tudo de uma maneira geral, cada ensinamento tem o mesmo objetivo, não sendo melhor nem pior que o outro.
Fui criado respeitando os ensinamento cristão, quando criança meus pais faziam questão que fossemos a missa domingo de manhã, primeira comunhão e rezar antes de dormir e se possível ao acordar. Ainda alguns desses costumes ainda pratico de vez em quando, se sentir necessidade, no mais deixo minha vida transcorrer naturalmente.
Não me sinto menos filho de Deus por isso, quando preciso falo diretamente com ele, meu Anjo da Guarda e meus protetores Ogum e Oxóssi, sem falar de São Cosme e São Damião, São Lázaro e a Nossa Senhora. Sem preconceitos vivo sob a proteção de todos eles.
Desde criança nunca tive pudor de me benzer, ter meus amuletos para dar sorte e ser supersticioso, ler signos e ainda por cima ser cético.
Quando alguém pergunta minha religião respondo que não tenho, se tivesse venderia ou exibia na televisão omo muitos religiosos fazem. A única coisa que realmente tenho é minha fé, que está dentro de mim e que existe independente de Bíblia e templos de pedras.
Cada pessoa vive em uma sintonia, muitos precisam de receita para encontrar a felicidade, sejam nos textos sagrados ou em livros de auto-ajuda, encontrando um ponto de coesão e vivendo sua vida resignadamente.
Parece coincidência, no último final de semana assisti o filme Dúvida, sobre um padre e uma madre intransigente, que busca a verdade que ela acredita ser verdadeira e que no final nem ela acredita realmente ser a verdade. O filme é uma metáfora aos religiosos de plantão, todos acreditam na sua verdade e lutam até o fim para fazerem as pessoas crer que estão certas, chegando a mentir e omitir os fatos que ocorrem.
Não ganho em nada em participar de uma religião, sei o que é certo e errado e tenho senso de justiça e honestidade herdados dos meus pais, não preciso de ensinamentos de “pastores”. Não sou uma ovelha e o único pastor que tive na vida foi um cachorro que morreu a muito tempo.
Acredito em Deus sim e não me preocupo com ele, sei que Ele sabe o que faz.
Filhos de Chico Xavier
Lendo o livro 'Filhos Voltando', psicografado pelo Chico Xavier, um dos espíritos diz: “Palavra é som, e o pensamento é luz. E a luz chega antes. Pelos pensamentos estamos mais unidos do que nunca”.E no mesmo livro outro explica “Aqui, vivemos segundo o que pensamos e pensamos conforme a substância de nossa personalidade, nas faixas espirituais da vida”.
O pensamento e a palavra tem poder, tudo que dizemos ou pensamos é mais importante do que podemos supor. Cada palavra proferida pode lançar nos a lugares de paz e amor e também aos tormentos e infelicidades.
Uma das maiores dificuldades que temos é esvaziar a cabeça e a boca, deixar a vida acontecer naturalmente, aproveitando cada segundo de vida como uma dádiva a ser aproveitada na seara do bem.
O que nos faz fracassar é a cabeça cheia de pensamentos negativos e palavras de desencorajamento que enfraquecem o moral e faz nos sucumbir diante das adversidades , palavras que nem sempre são proferidas por pessoas alheias, muitas vezes nos sabotamos criando um mar de dificuldades sem ao menos tentar e ver no que dá.
Mesmo não chegando ao objetivo desejado, as dificuldades enfrentadas se transformam em experiências e estás um tônico para enfrentar novas provas da vida.
Diversos livros já citaram de alguma forma como o pensamento é decisivo para a qualidade de vida. Sem o pensamento positivo tudo será um fardo impossível de suportar e o aprendizado vai ser deficiente e o sentimento de auto piedade vai imperar.
Em um ditado popular diz que “o otimista espera o vento mudar, o pessimista reclama da direção do vento e o realista controla as velas aproveitando o sentido do vento”.
O senso de realidade não excluiu o pensamento positivo ou negativo, sempre que o pensamento for positivo o trabalho será menos árduo e o pensando negativamente o trabalho também será feito, e a cada tarefa cumprida o prazer não será o mesmo.
O livro do Chico Xavier não é exatamente sobre palavra e pensamento, é um livro de dois rapazes que desencarnaram ainda jovens e suas psicografias devolveram um pouco a paz e alegria que havia partido com eles para os seus genitores.
Sei que livros espiritas pode conter vários chavões não sendo muito diferente dos de auto-ajuda, muitos consideram ambos como receita de bolo para a felicidade, seja lá o que for, importante é a percepção da importância de mantermos o pensamento sempre positivo é fremente e fazer com que vejamos cada dificuldade como lição de eterno aprendizado.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Conversando a gente se entende!
Conversando a gente se entende, certo?
Talvez sim, talvez não. Tudo vai depender do envolvimento emocional presente na argumentação.
De certo será sim, se houver lágrimas e se a portadora das palavras for uma mulher, senhora é claro, ninguém resiste a lágrimas de mulher, tem que ter cara de mãezona, para amolecer o coração de outras mulheres, homens são fáceis, caem em qualquer pranto, de mulher nova, velha, o importante é ser mulher, basta chorar para amolecer o coração, e como no dito popular “o que você não me pede chorando que eu te faço sorrindo”, lágrimas comovem e o fato de poder amparar alguém que sofre faz com que nos tornamos superiores de alguma maneira sobre quem está sofrendo, proteger e confortar faz bem para a auto-estima de quem pratica e de quem recebe.
Agora posso respirar, escrevi tudo que estava na minha cabeça e se não o fizesse o mais rápido possível de certo esqueceria e perderia o momento para registrar o momento único.
Fico observando uma mulher a frente de todos justificando algo que de certo não saiu a contento, do ponto de vista do que esperava.
Começa a reunião com explicações o porque gostaria de fazer alguns ajustes e logo em seguida explica as dificuldades como o modelo antigo estava obsoleto, fazendo todos de certa maneira perderem. Em cada nova explicação os olhos se enchem de lágrimas, a voz fica embargada com tom maternal, alternando o discurso com repreendas severas, beirando a ameaça que logo se torna um conselho.
A cada afirmativa pergunta se todos estão entendendo, como se fosse a coisa mais complicada do mundo, muitos não entenderam o recado subliminar de tudo que foi dito, prestando atenção no lado emotivo da cena. De minha parte tive que me segurar para não dar risadas e chamar atenção, não valia mesmo à pena, contrariar as espectativas de alguém confiante é criar a terceira guerra mundial à toa, o melhor é fazer cara de paisagem e fingir que não entendi o essencial, somente o ideal.
Sempre nesses momentos tem alguém que se manifesta, falando por todos, não o que todos gostaria de falar por falta de coragem, fala e não diz nada, perdendo a oportunidade de ficar de boca fechada e deixar de usar as vozes que se calaram por não poder ser inconveniente.
Alguns momentos cheguei a me sentir ofendido, com afirmações sem nexo, como uma minoria (24,13%) poderia achar ruim se a maioria (75,87%) havia não aprovado o que achou de direito.
Depois da conversa amigável, de mãe para filho caçula, foi decidido dessa vez por uma porcentagem que não deixou dúvida para ninguém – a favor (86,21%) e contra (13,79%), e a minoria não ficou ofendida por ter perdido, afinal de contas “manda quem pode e obedece quem tem juízo”.
No final da reunião foi advertido que não seria de bom tom comentar pelos cantos o ocorrido, é uma conduta intolerável e todos saem perdendo com esse comportamento.
Todos respeitaram o conselho, mas não deixaram de notar como as pessoas mudam de opinião muito rápido. Afinal de contas, conversando a gente se entende!
No pé d'ouvido
Acordo no meio da noite e não consigo voltar a dormir, isso nunca me acontece, fico preocupado, sei que amanhã terei um dia daqueles, sexta-feira, o dia mais tumultuado para mim.
Rolo de um lado para outro da cama. Minha cabeça em turbilhão, por mais que eu tento nada acontece, minha mente funcionando melhor do que nunca. Fatos e fotos aparecem e desaparecem num átimo e o sono que é bom nada.
Recordo velhas histórias, e tendo entender a importância delas em minha vida, o que passou, passou.
Lembro das aulas de um advogado, da voz dele dizendo “matar talvez, roubar jamais” e explicando que matar pode ser por legítima defesa, num ímpeto de raiva, acidente ou para defender alguém, mas roubar nada justificava.
A voz dele faz eco em minha cabeça “ladrão tem que levar uns tapas no pé d'ouvido de policiais, já que não levou em casa”. Acho graça dessa lembrança e meu sono mais uma vez se afasta de mim.
Sento na cama, pego meu netbook e começo a digitar para ver se assim o sono se restabeleça.
O advogado era um dos melhores professores do curso, sempre agitado e falando muito rápido fazia com que todos dessem risadas das suas frases. Hoje insone essas frases me vem a cabeça sem motivo aparente e ainda acho graça e concordo com o ponto de vista dele. Matar alguém sempre causa repulsa só de pensar, se ocorrer num acidente ou se for para legítima defesa própria ou de outrem se torna coerente e aceitável, já roubar realmente nada justifica. Roubar é falta de caráter, não tem justificativa que explica tamanha falta. Quando o sujeito é pego em plena atividade do roubo sempre tem uma justificativa, das mais fuleiras, apelam para a compaixão alheia, dizendo que roubava para dar de comida aos filhos ou que nunca teve quando criança ou se o cinismo for maior, se declara doente – cleptomaníaco.
Muitos dizem que ladrão rico é cleptomaníaco e pobre é sem vergonha mesmo, independente da classe socioeconômica de cada um precisa de uma avaliação de um profissional para atestar se a pessoa sofre de algum transtorno ou não.
Conheço quem já viu o sol nascer quadrado, por roubo, levou uns bons “pés d'ouvido” e que não foi falta de ensinamento dentro de casa, sempre teve os melhores exemplos e toda vez que fazia algo de errado era corrigido. A experiência fica e a desconfiança também, pois quem foi rei nunca perde a majestade.
Escrevendo vem à mente o refrão de uma música “me bate, me xinga, me chama de bandido, direita, esquerda no pé do meu ouvido”, bem é por aí que vemos a opinião geral, “dói, um tapinha não dói, só um tapinha...”.
Deve ser a tara de alguns levar um esfregaço de policial, bem no pé d'ouvido.
E ainda sem sono...
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Nathalia ou Ditadura da Beleza
Afinal de contas o que é a tal ditadura da Beleza?
Ser magra, pele bem cuidada, alimentação saudável, praticar exercícios, não fumar, ter uma vida com qualidade. Não creio que nada disso seja padrão de estética, as pessoas de uma maneira geral estão se cuidando mais, querem envelhecer com qualidade de vida.
Beleza é fundamental, já dizia o poeta Vinícius de Moraes, no poema “Receita de Mulher”, que deveria ser leitura obrigatória para toda menina, do berçário ao asilo.
Na Era Clássicas, as histórias mitológicas já exaltava a beleza, na Guerra de Tróia, a beleza de Helena foi a causa da contenda, Narciso encantado com tamanha beleza que via refletida na água tenta pegar tal beleza e morre afogado.
Mário de Andrade no conto “Frederico Paciência”, relata a beleza não como sendo algo trivial e sim como vitória sobre os demais.
Já trabalhei onde o contingente era exclusivamente masculino, no Exército Brasileiro, tinha pessoas bonitas, como no conto do Mário de Andrade, e hoje trabalho onde a maioria são mulheres e não tem como notar a beleza de cada uma delas e também as desprovidas de beleza.
Uma em especial, a Nathália, é simplesmente linda, perfeita de rosto, corpo e caráter, o sonho de todo homem, e o que é natural já é casada.
No poema “Receita de Mulher”, não prega somente a beleza, de ter se nascido bonita, diz muito além disso, fala da feminilidade, de saber ser mulher, com todas as delicias e desgraças.
Infelizmente algumas não passaram da pré-história, ficando presas a idade da pedra lascada, porque além de serem feias, são grosseiras, tem péssimos hábitos, voz de taquara rachada, parecendo a “Linda” da música do comediante Ary Toledo. Se a beleza não foi uma dádiva dos céus deveria pelo menos ser simpática, educada ou pelo menos ter noção do ridículo.
Sei que sou como todo homem - “a tentação entra pelos olhos”, diferente das mulheres que entra pelos ouvidos.
Gosto de pessoas bonitas e me sinto bem ao lado delas, faz bem para alma admirar quem é bela, e não consigo ficar a vontade ao lado de pessoas feias, perco a paciência, parecendo o personagem do Chico Anísio – o Tavares, que é casado com mulher feia e tem raiva de feriado.
Tenho sorte, as mulheres da família são bonitas e os homens estão acima da média geral. Mas, como diz a fábula da Coruja e a Águia - “Quem ama o feio, bonito lhe parece”.
domingo, 10 de julho de 2011
Encontro Inesperado II
Inicio dos anos 90, fazia um curso de eletrônica, no centro de São Paulo, na rua Florêncio de Abreu, próximo ao Mosteiro de São Bento. Sempre ao final do curso passava pela igreja e rezava, antes de voltar para casa.
Fazia o curso por imposição de meu pai, muitas vezes não chegava a ir para a sala de aula, ficava zanzando pelo centro, vendo fachadas de edifício, pessoas e o que tivesse para ser olhado.
Em cada volta pelo centro ficava encantado com tudo e todos, era o velho ao lado do novo, sujo e limpo, alegria e tristeza se encontrava na mesma calçada.
Diversas vezes fui assaltados pelos trombadinhas ali existentes e uma dessas vezes foi marcante, não pelo assalto em si, mas por tudo como ocorrerá.
Não recordo ao certo se era 1992 ou 1993, era um sábado, tipico paulistano, com céu cinza e nuvens carregadas, a garoa não parava, ficando naquele chove e não molha.
Como das outras vezes não fui ao curso, fiquei o tempo da aula na igreja de São Bento rezando e admirando sua arquitetura. Já próximo ao fim da aula aula saí pela rua Líbero Badaró até o Vale do Anhangabaú em sentido ao ponto de ônibus, para ir para minha casa.
Em pleno Vale dois trombadinhas mais alto e encorpados do que eu se aproximou de mim, um deles colocou o braço ao redor do meu pescoço e o outro passou o braço ao redor da minha cintura. Em tom de ameaça pediu meu dinheiro, apontei para o meu bolso, onde estava o vale-transporte, que eles de pronto retiraram e foram embora.
Fiquei atordoado, sai andando ao ermo, dando volta maior e desnecessária, sendo que só bastaria caminhar em linha reta para chegar ao ponto de ônibus. Dei uma volta maior, atravessei duas faixas da rua, esperando o semáforo abrir, onde hoje existe uma passarela, até chegar ao ponto de ônibus.
Ao chegar ao ponto de ônibus estava preocupado como iria voltar para casa, sem dinheiro e com muita vergonha de ter que pedir carona para o motorista ou ter que passar por debaixo da catraca. Além da vergonha que estava sentindo me atormentava a alma a falta que havia cometido, ao deixar de frequentar as aulas, preferindo ver edifícios, pessoas ou ir à igreja, tudo passava pela minha cabeça como um turbilhão, fazendo-me mais culpado ainda.
Não havia notado a presença de um rapaz próximo a mim, tamanho jogo de consciência estava a me tormentar. Só dei pela presença dele quando perguntou se eu havia sido assaltado, no que respondi afirmativamente e sem pensar disse que haviam roubado meu único vale-transporte.
Ele disse que havia visto tudo e abriu a carteira e pediu para que eu tirasse um bilhete, fiquei totalmente sem ação, então ele mesmo retirou um e colocou em minhas mãos.
Fiquei muito agradecido pela gentileza e confiança em abrir a carteira e deixá-la a minha disposição. Consegui agradecer tamanha gentileza, ele sorriu e foi se embora, pude notar que se vestia com calça jeans, camiseta e tênis e tinha os cabelos claros e compridos acima dos ombros.
Minha vontade na hora era perguntar lhe o nome, fiquei morrendo de vergonha de fazê-lo e só sei que foi uma alma boa que Deus enviou em meu auxilio num momento em que estava me sentindo só e abandonado, infelizmente nunca saberei o nome dessa pessoa especial. Graças a ele vi que existem pessoas boas ainda por aí.
Final de semana, aproveito para limpar minha caixa de e-mails, deletar algumas mensagens pessoais e alguns lixos eletrônicos, em cada e-mail abro e vejo o que é e se for interessante guardo numa pasta e se for corrente ou mensagens desinteressantes.
Em um desses me deparo com um que recebi a quase cinco anos atrás, era de uma psicologa que criticava um filme pelas cenas fortes e palavras de baixo calão' e a má influência que poderia ser para as crianças brasileiras. Realmente o filme não é um dos melhores que já vi e também não é um dos mais forte que já assisti, é somente um filme.
Na época enviei uma mensagem para quem me havia mandado o e-mail, recebi logo em seguida uma nova mensagem criticando minha postura, sendo que deveria concordar plenamente com a opinião que estava sendo enviada de graça para minha caixa de mensagens.
Relendo as mensagens de resposta, vi que minha opinião nada mudou, continuo achando que o filme em questão não é para criança assistir e os pais devem ter controle sobre os que ainda estão sob sua responsabilidade e controlar o que deve ou não ver, ler e ouvir, a educação escolhida é de responsável de cada família.
Em uma parte da mensagem enviada por mim, escrevo em uma parte “cada um procura aquilo que quer ver”, ainda continuo também acreditando nisso. Os opostos ao contrário que dizem não se atrai, os iguais é que se atraem, só procuramos o que nos atrai de alguma maneira, para o bem ou para o mal.
Querer modular o que as pessoas adultas irão assistir ou ler é colocar uma venda nos olhos do aprendizado, tolher o direito de escolha e discernimento de cada um. No caso de uma criança sou a favor pelo controle conforme pela faixa etária, muita informação na época errada pode ocorrer algum desvio, já que essa fase da vida é de formação.
Verdade seja dita, a psicologa queria fazer bonito com o chapéu alheio. Quem assisti os telejornais ou lê revista ou jornais em circulação não vai encontrar nada de mais fraco que o filme.
Mostrar um personagem transgressor que leva uma vida exagerada e colhe o fruto do descontrole a que estava submetido, não é exemplo para ninguém não seguir, depois dele outros tantos fizeram e continuam fazendo o mesmo ou até pior. Tudo é conseqüência da escolha de cada um, independente da educação recebida.
Hoje tudo é água passada, a pessoa em questão voltou a enviar algumas mensagens, não como antes, e de certo não deve mais lembrar da antiga contenda eletrônica que teve comigo. De certo já deve ter visto na tela da televisão fatos mais graves do que o filme e não usou o controle para tirar dos olhos dos filhos as cenas ou palavras que é um circo dos horrores da vida real.
sábado, 9 de julho de 2011
9 de Julho ou Feriado de quê?
Sábado de feriado, conversa com amigos e a pergunta que não quer calar, Feriado de quê, mesmo?
Um olha par o outro e ninguém sabe dizer.
Dou uma risadinha e começo a falar sobre a Revolução Constitucionalista de 32, que São Paulo em defesa de uma Constituição, perdeu mas saiu ganhando, uma nova Constituição foi promulgada e os ânimos foram acalmados.
Tudo isso faz parte do passado, matéria da sexta série do colégio, que muitos decoram para passar nas provas e nunca mais se interessam, ou pelo menos, o interesse só é pelo feriado, um dia a mais de descanso.
Conheço alguns professores de História e quase todos tem aversão a história do Brasil, a maioria gosta mesmo é da Era Clássica – Egípcia, Grega ou Romana, e alguns a Revolução Industrial. Quando a história é a História do Brasil muitos torcem o nariz, falam mal e sempre é apontado as mazelas e o lado pouco glorioso da nossa história.
Livros de História Escolar, não coloca toda realidade em suas páginas, o que são passados para os alunos é o lado mais glorioso de cada época.
Quando fala-se do Brasil, os professores não poupam em dizer o que lhes vem a cabeça, dependendo do professor podemos ver um relato apaixonado ou odioso.
Tive a sorte de ter uma professora que não era apaixonada por essa parte ou outra da História, ela simplesmente gostava de História e ministrar aula. E foi com ela que me apaixonei por essa matéria, que infelizmente por alguns motivos não segui essa profissão.
Além das aulas de história ministradas em sala de aula, tinha que ir a bibliotecas pesquisar alguns fatos históricos que deveriam ser entregue como trabalho, não era fácil, demandava tempo e muita leitura em livros e muita transcrição para o caderno e depois de resumido para folha de papel almaço. Hoje isso já é história, os alunos não necessitam frequentar com muita as bibliotecas, fazendo as pesquisas pela internet, e escrever não é mais necessário, basta o tão famoso “copiar-colar” e tudo está resolvido, muitos chegam a pachorra de não ler o que está pesquisando, o terror de todo professor.
Pode parecer que estou querendo comparar o antes com o agora e por tabela criticar a facilidade com que os alunos tem hoje em dia e pela falta de comprometimento com as aulas de história, nada disso, os colegas com quem conversava é da mesma faixa de idade e alguns mais velhos, ou seja, a culpa não é da internet e seus “copiar e colar”.
Apaixonei por história graças a professora Ana Maria Zacarelli de Andrade, excelente profissional, apaixonada pela profissão que abraçou e conseguia transferir essa paixão em cada aula ministrada.
A culpa da má educação não é do professor, do material didático e muito menos da facilidade da pesquisa sim pela falta de comprometimento de todos com o que está estudando ou fazendo...
domingo, 3 de julho de 2011
Amigo Personagem II
Meus amigos personagens não provém somente de livros, acontece vez ou outra surgir através de um conto, crônica e filmes.
Um dos personagens que sem explicação fiquei amigo dela foi a Lucimar do filme Joelma, 23º Andar, de 1979.
No ano de 1998, aluguei este filme em VHS, assisti uma vez, achei um filme água com açúcar, estilo sessão da tarde. Não sei porque cargas d'água assisti outra vez e ainda não contente assisti pela terceira vez, no final das contas gostei muito do filme.
Baseado na psicografia de uma personagem vítima do incêndio no edifício Joelma, que faz parte do livro “Somos Seis”, do Chico Xavier.
A personagem Lucimar é sensata e inteligente, gosta da vida e sabe conduzir a sua sem exageros e mentiras. Essa personagem despertou-me a curiosidade para ler a psicografia de Volquimar Carvalho dos Santos para seus entes queridos.
Após a leitura do livro gostei muito da forma como ela se dirige a mãe, simples, firme e objetiva, sem o sentimentalismo que geralmente acontece em algumas psicografias.
No último dia primeiro Volquimar iria completar quase meio seis décadas de vida, porém o destino a ceifou a vida em plena juventude. Isso não foi o suficiente para matá-la, ela continua mais viva do que nunca, em busca rápida pela internet sempre encontramos matérias ou a psicografias dela, o filme ajudou a imortalizá-la e divulgar o espiritismo.
Hoje sei, através das psicografias de Chico Xavier, que a vida continua, ela só se transforma e que pelos pensamentos estamos mais unidos do que nunca, o túmulo não é o fim.
E, os que partem não está a beira da libertação para o mundo e sim a margem da vida espiritual.
Feliz aniversário, minha amiga personagem.
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