Procurando algumas livros encontrei um que havia lido a muito tempo atrás, "Ozualdo Candeias - Pedras e Sonhos no Cineboca", de Moura Reis. Já havia assistido a quase todos filmes desse diretor e quando a Imprensa Oficial lançou a Coleção Aplauso Cinema Brasil para resgatar a memória destes personagens que fizeram a história das artes no Brasil, li diversos livros e este ficou jogado a um canto. E dias desses procurando dois livros do Fernando Sabino encontrei esse do Ozualdo Candeias e ao folhear encontrei uma anotação a lápis que havia feito na época que tinha lido o livro.
Anotação avulsa
Marizete era baixinha, cabelos ruim, igual a seu gênio como diziam, sempre que apontavam para ela era com um risinho no canto da boca: - Ela têm o capeta no corpo.
O que lhe falta em altura sobra em braveza. E por aí à fora não faltava comentários.
Os colegas de trabalho da Marizete resolveram 'armar um churras' na casa de uma colega, a Valnete, branca como leite, dona de um par de coxas que mal cabia no par de calças do uniforme. Todos sabiam que Valnete fazia milagre para acondicionar tudo o que tinha em tão pouco pano.
O 'churras' estava animado e todos entornando suas 'brejas' goela abaixo e o pagode comendo solto.
Pagode de pobre termina invariavelmente em convulsão, pancadaria e vez ou outra no departamento de polícia. No animado balança-esqueleto não fugiu à regra, lá pelas tantas todos com o cu cheio de cachaça começa a troça geral e uma das vítimas foi exatamente 'o pequeno demônio'. Marizete não leva desaforo pra casa e desce do salto e a mão na cara de uma das popozudas de plantão, a Raimunda.
Confusão armada, Raimunda que já havia se encrencado com Marizete em outros tempos por causa de um motoboy que prestava serviço na empresa, não deixou por menos, agarrou pelos cabelos que Marizete levara horas alisando, entre tapas, arranhões e unhadas as duas rolaram pelo chão.
Ninguém se metia na confusão das duas colegas, homens presentes não se atrevia a separar as duas e as mulheres gritavam, também nada fazendo. O pequeno capiroto cresceu e mostrou suas garras, lanhando a cara da Raimunda e dando sopapos orelhas a torto e a direito.
Enquanto o tempo fechava, Valdete não perdeu tempo e se atracou com o marido da pequena Marizete num quartinho insalubre e fez o serviço completo não economizado nada. barba-cabelo-bigode e pentelhos.
Mais algumas palavras escritas de forma ilegível e fim. Não recordo de ter escrito isso, mesmo sendo a minha letra, e também não recordo qual parte do livro ou qualquer episódio tenha me inspirado a escrever isso.
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