Chego da faculdade ligo a
televisão enquanto janto e vejo um programa reprisado, perguntas e respostas
são feitas e dadas enquanto dou minhas garfadas, presto mais atenção ao que
vejo e escuto do que vai à boca.
Uma garota catarinense de pouco
mais de vinte anos que participara de um programa sobre virgens e que no final
participou de um leilão de sua virgindade. A catarinense em questão é de Ingrid
Migliorini, moça bonita e inteligente, citou alguns filósofos, falou bem sem
gírias, com boa postura, sem vulgaridade, mostrou imaturidade em algumas
perguntas e despreparo para algumas respostas. Ao ser interpelada sobre o
porquê não considerava como prostituição leiloar a virgindade a catarinense
saiu com comparações infelizes que nada dizia. Comparar o uso de minissaia,
Leila Diniz grávida tomar banho de sol em uma praia na década de setenta com o
fato de vender a virgindade foi um tanto retórico.
Infelizmente a pobre moça
confundiu exibições com prostituição, ambas as palavras podem andar juntas às
vezes, mas uma não é sinônima da outra.
Depois disso meu interesse pela
entrevista perdeu-se, terminei de jantar fui escovar os dentes e dormir. Teria
terminado aí a entrevista da garota se não ficasse martelando a comparação de
leiloar a virgindade com o fato do exibicionismo, tentei o dia inteiro
relacionar um fato a outro e não cheguei a um denominador comum.
Pensando e pensando no que vi na
entrevista vi que ela perdeu um grande discurso perante a entrevistadora que a
décadas faz esse trabalho e sabe como ninguém provocar com as melhores
perguntas e com os olhos brilhantes com respostas inteligentes.
Uma resposta inteligente a
pergunta provocadora que muitos estavam ávidos para ver respondida era o fato
de a prostituição ser algo crônico, que se pratica constantemente visando
somente o ganho e que o fato de leiloar não era por si um fato crônico e sim
agudo, podendo ser considerado um ato de prostituição, não com isso fazendo
dela uma prostituta, sendo que outras mulheres e homens em determinado ponto de
suas vidas se prostituiram por necessidades ou por oportunismo e no caso dela o
segundo caso e ser ou não prostituta seria uma escolha de cada um. Se desse uma
resposta assim poderia citar Dercy Gonçalves, Rita Cadillac, Marilyn Monroe e
outras tantas personalidades que utilizaram de atos de prostituição e que,
portanto não são consideradas putas. Ou mesmo de carcerários masculinos que são
obrigados a atos homossexuais e não são gays.
A garota perdeu uma oportunidade
de mostrar como é perigoso usar um termo indiscriminadamente, prostituição e
ato de prostituição são coisas diferentes, mesmo tendo um único fim, o sexo por
dinheiro.
de quina pra fama |
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