Powered By Blogger

sexta-feira, 1 de março de 2013

Leilão de enganos


Chego da faculdade ligo a televisão enquanto janto e vejo um programa reprisado, perguntas e respostas são feitas e dadas enquanto dou minhas garfadas, presto mais atenção ao que vejo e escuto do que vai à boca.
Uma garota catarinense de pouco mais de vinte anos que participara de um programa sobre virgens e que no final participou de um leilão de sua virgindade. A catarinense em questão é de Ingrid Migliorini, moça bonita e inteligente, citou alguns filósofos, falou bem sem gírias, com boa postura, sem vulgaridade, mostrou imaturidade em algumas perguntas e despreparo para algumas respostas. Ao ser interpelada sobre o porquê não considerava como prostituição leiloar a virgindade a catarinense saiu com comparações infelizes que nada dizia. Comparar o uso de minissaia, Leila Diniz grávida tomar banho de sol em uma praia na década de setenta com o fato de vender a virgindade foi um tanto retórico.
Infelizmente a pobre moça confundiu exibições com prostituição, ambas as palavras podem andar juntas às vezes, mas uma não é sinônima da outra.
Depois disso meu interesse pela entrevista perdeu-se, terminei de jantar fui escovar os dentes e dormir. Teria terminado aí a entrevista da garota se não ficasse martelando a comparação de leiloar a virgindade com o fato do exibicionismo, tentei o dia inteiro relacionar um fato a outro e não cheguei a um denominador comum.
Pensando e pensando no que vi na entrevista vi que ela perdeu um grande discurso perante a entrevistadora que a décadas faz esse trabalho e sabe como ninguém provocar com as melhores perguntas e com os olhos brilhantes com respostas inteligentes.
Uma resposta inteligente a pergunta provocadora que muitos estavam ávidos para ver respondida era o fato de a prostituição ser algo crônico, que se pratica constantemente visando somente o ganho e que o fato de leiloar não era por si um fato crônico e sim agudo, podendo ser considerado um ato de prostituição, não com isso fazendo dela uma prostituta, sendo que outras mulheres e homens em determinado ponto de suas vidas se prostituiram por necessidades ou por oportunismo e no caso dela o segundo caso e ser ou não prostituta seria uma escolha de cada um. Se desse uma resposta assim poderia citar Dercy Gonçalves, Rita Cadillac, Marilyn Monroe e outras tantas personalidades que utilizaram de atos de prostituição e que, portanto não são consideradas putas. Ou mesmo de carcerários masculinos que são obrigados a atos homossexuais e não são gays.
A garota perdeu uma oportunidade de mostrar como é perigoso usar um termo indiscriminadamente, prostituição e ato de prostituição são coisas diferentes, mesmo tendo um único fim, o sexo por dinheiro.
de quina pra fama

Nenhum comentário:

Postar um comentário