Canto pelos quatro ventos os
amores que tive, cada um deixou sua marca e cada marca uma cicatriz profunda .
Um dos casos mais tórridos
aconteceu num lugar com ruas, não uma rua qualquer. A rua em questão ficava do lado
baixo do bairro onde às vezes chovia torrencialmente, as águas não diziam
muito, a verdade nada dizia muito, tudo me parecia água de cima a baixo e de
baixo a cima. Lembranças com água amores. Nada poderia ser melhor vendo as
neves caírem pela janela do meu prédio em um dia de agosto.
Os amores vão e vem cada dia um e
cada um foi um dia que se perdeu nas águas neve de dias quentes como no Saara
em dia de tempestade de areia com granizo.
Cada amor foi um dia a felicidade
de um tempo que talvez tenha passado antes de ter passado em dias quentes de
inverno.
Todos lembram um pranto quente
frio morno gelado esquecido numa mesa de bar de esquina com São João e Ouvidor
ao som distante de lágrimas secas em rosto molhado.
Cabelos caídos em noite de luar
querendo resplandecer como um eclipse de noite clara de sol forte a cegar a
quem não vê nada além dos amores do passado.
Som de máquina a zunir
estremecendo raiz de árvores plantadas
em solo duro que doem em dias de chuva
com vento onde os pensamentos se
confunde com ontem que ainda não passou.
Não disse, mas canto aos quatros
ventos os amores que tive...
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