A memória não consegue recordar
onde foi que li ou ouvi que “morre o homem e fica a obra”, e esse ano começou
com três mortes de personalidade das artes que admirava muito, Maria Della
Costa, Vanja Orico e Odete Lara.
No caso da Maria Della Costa
falecida no dia 24 de janeiro aos 89 anos vítima de edema pulmonar agudo
gostava especialmente pela atuação no filme ‘Moral em Concordata’ de ano de
1959, sob direção do Fernando de Barros baseado na peça homônima do Abílio
Pereira de Almeida. Sua interpretação e beleza nesse filme foi de surpreender.
Vanja Orico conheci desde um dia
do longínquo ano de 1992 quando vi o filme ‘O Cangaceiro’ de 1953, direção do
lendário Lima Barreto. Esse filme foi a porta de entrada para a paixão pelo
cinema brasileiro. Desde então assisti vários filmes brasileiros, li livros,
revistas, me interessei pelos seus personagens, passei a frequentar a
Cinemateca, Museu da Imagem e Som, Centros Culturais, etc. Tive o prazer de
conhecer alguns desses personagens de perto, tais como Mário Audrá, produtor e
criador da Cinematográfica Maristela, Carlos Coimbra diretor de cinema, a atriz
Vera Nunes e tantos outros inclusive a atriz e cantora Vanja Orico. O encontro
ocorreu no ano de 1996 quando ocorreu o lançamento do CD Vanja Orico com
participação especial do Quinteto Violado. Junto ao lançamento o MIS-SP fez uma
homenagem expondo fotos, revistas e apresentando os filmes que a atriz trabalhou.
Assistir ao filme ‘O Cangaceiro’ na tela
grande e com a atriz principal na plateia foi algo único. Mas a surpresa maior
não foi essa aconteceu quando apresentaram o filme do diretor Carlos Coimbra ‘Independência
ou Morte’, que ao assistir no telão senti um cheiro bom ao virar era a atriz
que estava atrás de mim em pé sorrindo. Durante o intervalo conversamos e ela
ficou impressionada que eu sendo tão jovem gostava de filmes antigos.
Praticamente na mesma semana indo
para o curso de pós-graduação de farmácia clínica, vi na televisão que há no
metrô que a estrela Odete Lara falecera aos 85 anos, vítima de infarto quando
dormia. Cheguei não acreditar no que lia, liguei meu aparelho celular e acessei
a internet em busca de notícias e estava lá a notícia da morte da grande atriz.
Recordei de seus filmes e suas biografias. Li os quatros livros em que conta a sua
vida, ‘Eu Nua’, ‘Minha Jornada Interior’, ‘Meus Passos em Busca
da Paz’ e 'Vazios e Plenitudes- Reflexões e Memórias' e senti um certo aperto no peito como se perdesse uma amiga de longa
data.
Felizmente a obra dessas grandes
atrizes ficaram para a posteridade para aqueles como eu gosta de ver e rever
trabalhos que independente do tempo e espaço continua a admirar pela qualidade
de suas interpretes e demais qualidade.
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