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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Certas propagandas...





Certas chamadas publicitárias de tão engraçadas que não deveriam ser levadas a sério, um caso clássico disso é a imagem da casca da banana para conscientizar o uso da ligeira afim de evitar acidentes, mas alguém anda escorregando em cascas de bananas. Pelo menos não conheço ninguém que teve essa sorte. Este tipo de propaganda de tão ridículo chega a ser engraçado.
Há maneiras mais inteligente de conscientizar a população de ter educação e jogar lixo nas lixeiras. 

Amolecendo Corações - II

Domingo sem nada para fazer, um calor que mais lembra a antessala do inferno de tão quente, procuro algo para ocupar o tempo, ligo o computador e em seguida coloco um CD de música popular brasileira e deixo rolar, vez ou outra mudo de música e volto ao computador.
O calor cada vez mais e minha paciência cada vez menor, desligo tudo.
Recomeço novamente, procuro material de estudo e tento organizar abandonando a tarefa logo em seguida. Mas parece que as formigas nas calças não me deixam sossegado e procuro mais alguma coisa para fazer, decido pegar um filme e ligar o aparelho de DVD, escolho sem convicção um filme que comprei em um dos meus arroubos de consumista.
Comprei o filme mais pela indicação de prêmios que contém na capa e não pela sinopse, que não me lembro de ter lido. O filme em questão é “A minha versão do Amor”(Barney’s version), com Paul Giamatti, um ator que não tenho nenhuma simpatia e que toda vez que vejo que está em um filme acabo não assistindo. Dessa vez acabei comprando e assistindo, sem muita convicção a princípio. No decorrer do filme meu interesse foi aumentando e na metade da história estava totalmente preso e o ponto alto que me conquistou de vez foi o momento que a música “Dance me to the end  of Love”, Leonard Cohen.

Tal qual o filme “Bonequinha de Luxo” (Breakfast at Tiffany’s), com Audrey Hepburn, fui pego de surpresa e levado à lona, acabei quase chorando, não que o filme fosse um dramalhão, só que algo me deixou desestabilizado, talvez seja a música...

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Há 20 anos...

Há exatos 20 anos comecei a trabalhar, na época tinha 15 de idade. Não foi um dia memorável, acabou ficando registrado na memória como um verdadeiro inferno em minha vida. Ouvi os piores desaforos, fui tratado mal e meu salário era o pior do lugar. E não trabalhava menos que ninguém, fazia trabalho de adulto, tanto que três anos mais tarde ao fazer o Serviço Militar foi uma porta de saída da qual sonhava há muito tempo. Durante os três anos não foram somente lágrimas também tive momentos bons, aprendi a conviver em sociedade, a ser mais flexível, a trabalhar e a partir disso pude vivenciar momentos que antes não tinha tido oportunidade. Era um caminho sem volta.
Antes de começar a trabalhar na contabilidade Exata, propriedade do Senhor Antonio de Almeida Ferreira, minha rotina era de casa a escola e da escola para casa e quando saia era com a família, não conhecia o mundo fora desse eixo. E de repente no dia 01 de fevereiro de 1994 tudo isso iria ruir desestabilizando tudo que conhecia.
Foi um período de grandes incertezas em minha vida e como autodefesa eu fiquei mais arisco do que de costume e isso ficou evidente logo de saída. Em contrapartida meu irmão que sempre teve o gênio mais fácil acabou se tornando um dos queridinhos do dono. Tanto que o registro em carteira dele aconteceu dois meses antes do meu, e o meu registro somente ocorreu porque perguntei se iriam me registrar ou me dispensar. Isso aconteceu no final do mês de julho daquele ano. E acabou acontecendo no dia 1 de agosto, sete meses depois de começar a trabalhar.
Antes de continuar a contar esse período que infelizmente me trás recordações não tão boas devo lembrar que esse emprego eu não consegui por mérito próprio. Foi um acordo de família, o que muitos chamam de ‘tartaruga de poste’, estava lá porque colocaram uma vez que não iria conseguir um sozinho, devido minha timidez.
A esposa do Senhor Antonio, Ana Maria Ferreira de Paula era uma cliente de minha mãe, que prestava serviços de costureira e que indicou o nome do meu irmão e o meu para trabalhar no escritório.
Antes mesmo de começarmos no escritório ouve um ardil para ver qual de nós dois era o melhor para trabalhar no escritório. Fomos convidados para passar alguns dias no chalé que ele tinha próximo de Paraná, nesses dias pediam tudo que é tipo de favores. Meu irmão e eu fazíamos tudo de bom grado. Meu irmão se destacou, trabalhava mais e era espontâneo e eu o contrário disso.
Quando retornamos para casa a Ana Maria conversou com minha mãe perguntando qual ela preferia que trabalhasse no escritório. Minha mãe preferia que fosse eu, não por favoritismo e sim por conhecer minha dificuldade pelo excesso de timidez, sabia que dificilmente conseguiria um emprego sozinho.
Houve empate, então ficaram com os dois, um por favoritismo e o outro por pena. A partir daí minha vida foi um inferno, o Senhor Antonio fez o que pode para que eu desistisse do emprego, não poupou esforços, e eu por minha parte resisti bravamente, mais por medo do que por bravura, pois sabia se perdesse o emprego meus pais iriam me matar e não conseguiria outro com facilidade. Aguentei muitas humilhações, salário mais baixo e insultos de todos os tipos. Nessa época ouvia o Senhor Antônio gritar a todo pulmão que era um incompetente, burro ou sei lá o quê, a que estava trabalhando lá, por favor, aos meus pais.
Certa vez fui proibido de executar o meu trabalho, o arquivo. Ficava a maior parte do tempo de braços cruzados e quando o Senhor Antônio não estava no escritório pedia para ajudar os demais e vez ou outra era flagrado. Numa dessas ajudas pedi para ser auxiliar da Roseli, que penalizada com minha situação resolveu me ensinar o serviço de escriturário.
Depois desse período fiquei trabalhando sob a responsabilidade da Roseli e minha vida começou a ter um rumo e para minha alegria o serviço militar obrigatório bateu em minha porta e lá fui eu voluntário. Quando fui convocado para prestar o serviço militar foi a maior alegria e definitivamente estava livre do Senhor Antonio.
Hoje, vinte anos depois não tenho saudades daquele lugar, infelizmente tenho mais péssimas recordações do que boas. Sei da importância em minha vida desse primeiro, da experiência, do amadurecimento e infelizmente recordo perfeitamente das humilhações que lá passei.
Vinte anos depois ainda consigo me lembrar do gosto amargo de algumas palavras...