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sábado, 6 de outubro de 2012

Câncer ou O Fim do Amor

Começo um curso de extensão universitária: “Bases Moleculares do Câncer: da Transformação Maligna à Terapêutica”, ministrado pelo doutor J.A.B.S entre outros, no inicio do curso o doutor apresenta o tema de uma maneira diferente que deixaria muitas pessoas de cabelo em pé, colocando a beleza como é o desenvolvimento do câncer em termo biológico, só que não conseguimos ver tamanha beleza por causa do valor sentimental que colocamos em quem tem câncer.
A célula para se desenvolver precisa das quatro etapas: Prófase, Metáfase, Anáfase e Telófase e tem um tempo correto para acontecer, ao longo dos anos a tendência das células de se reproduzir se torna mais devagar. Durante a divisão celular ocorre processo de reparo quando algo não ocorre devidamente. Nas fases do ciclo celular M, G1, S e G2 se ocorrer descontrole pode gerar câncer.
O câncer pode ser gerado através de caráter genético e físico (externos). A célula adquire um autoestímulo e começa a dar estímulo a células ao redor.
Nas células ocorrem mortes programadas e essas mortes nas células cancerígenas ocorrem de maneira mais lenta porque regula apoptose e também protege a mitocôndria evitando que a célula seja destruída. Outro fato das células cancerígenas serem mais evoluídas que as outras células é poderem migrar de um tecido a outro (metástase), coisa que não ocorre com uma célula sadia que precisa estar justaposta senão acaba morrendo, a célula cancerígena produz fator de estroma (autoalimentação) e por isso consegue migrar de um tecido a outro.
Um fato interessante frisado pelo doutor foi o fato de que a célula cancerígena não é só simplesmente crescimento desordenado, pelo contrário tem todas as fases de uma célula normal e não pode se diferenciar muito das células que estão próximas, se diferenciar demais acaba morrendo e a intenção da célula tumoral não é matar e sim viver no organismo em que está.
Os antineoplásicos atuam nas células que se reproduzem rapidamente por isso o fato do cabelo cair e infertilidade, uma vez que as células que mais se reproduz são as do cabelo e células reprodutoras.
O primeiro dia de curso foi muito interessante, acabei por fazer uma revisão geral de todo o curso universitário em um dia de curso sobre o câncer, embarcou fisiologia, patologia, genética, bioquímica, enfim tudo. Fiquei feliz ao ver se cada aula me deu suporte para conseguir entender o curso, mesmo não recordando aos detalhes cada parte das matérias que tive, mas consegui ter uma base forte e entender o curso.
No final do dia sai com uma sensação de que a evolução do câncer é o fim do amor.
Ao sermos concebidos ocorre divisão celular, recebemos células oriundas do pai e da mãe, somos constantemente divisão celular e o câncer também é uma divisão celular mais rápida e melhor adaptada, talvez num futuro as células do corpo se reproduzam tanto que seremos capazes de gerar outro ser sem precisarmos das células do pai e da mãe, seremos serem produzidos por fissão binária, mutantes capazes de geramos filhos sem precisar amar.
Durante o curso viajei no tempo e lembrei-me da minha professora de história Ana Maria Zacarelli de Andrade, que ensinava a evolução humana pela lente de Darwin evitando até mesmo falar Antes e Depois de Cristo, preferindo Antes e Depois do Calendário, evitava citar qualquer referencia a religião durante as aulas. Isso me intrigava, não porque sou uma pessoa religiosa, mas pela maneira de explicar como o homem surgiu, antes tudo era oceano e durante a evolução atingimos a terra e depois fomos evoluindo até nos transformarmos em seres inteligentes. Durante o curso me fez recuar no tempo e ver como o homem ainda continua a marcha da evolução silenciosa se reprogramando constantemente.

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