Começo um curso de extensão
universitária: “Bases Moleculares do Câncer: da Transformação Maligna à
Terapêutica”, ministrado pelo doutor J.A.B.S entre outros,
no inicio do curso o doutor apresenta o tema de uma maneira diferente que deixaria
muitas pessoas de cabelo em pé, colocando a beleza como é o desenvolvimento do
câncer em termo biológico, só que não conseguimos ver tamanha beleza por causa
do valor sentimental que colocamos em quem tem câncer.
A célula para se desenvolver
precisa das quatro etapas: Prófase, Metáfase, Anáfase e Telófase e tem um tempo
correto para acontecer, ao longo dos anos a tendência das células de se
reproduzir se torna mais devagar. Durante a divisão celular ocorre processo de
reparo quando algo não ocorre devidamente. Nas fases do ciclo celular M, G1, S
e G2 se ocorrer descontrole pode gerar câncer.
O câncer pode ser gerado através
de caráter genético e físico (externos). A célula adquire um autoestímulo e
começa a dar estímulo a células ao redor.
Nas células ocorrem mortes
programadas e essas mortes nas células cancerígenas ocorrem de maneira mais
lenta porque regula apoptose e também protege a mitocôndria evitando que a
célula seja destruída. Outro fato das células cancerígenas serem mais evoluídas
que as outras células é poderem migrar de um tecido a outro (metástase), coisa
que não ocorre com uma célula sadia que precisa estar justaposta senão acaba
morrendo, a célula cancerígena produz fator de estroma (autoalimentação) e por
isso consegue migrar de um tecido a outro.
Um fato interessante frisado pelo
doutor foi o fato de que a célula cancerígena não é só simplesmente crescimento
desordenado, pelo contrário tem todas as fases de uma célula normal e não pode
se diferenciar muito das células que estão próximas, se diferenciar demais
acaba morrendo e a intenção da célula tumoral não é matar e sim viver no
organismo em que está.
Os antineoplásicos atuam nas
células que se reproduzem rapidamente por isso o fato do cabelo cair e
infertilidade, uma vez que as células que mais se reproduz são as do cabelo e
células reprodutoras.
O primeiro dia de curso foi muito
interessante, acabei por fazer uma revisão geral de todo o curso universitário
em um dia de curso sobre o câncer, embarcou fisiologia, patologia, genética, bioquímica,
enfim tudo. Fiquei feliz ao ver se cada aula me deu suporte para conseguir
entender o curso, mesmo não recordando aos detalhes cada parte das matérias que
tive, mas consegui ter uma base forte e entender o curso.
No final do dia sai com uma
sensação de que a evolução do câncer é o fim do amor.
Ao sermos concebidos ocorre
divisão celular, recebemos células oriundas do pai e da mãe, somos constantemente
divisão celular e o câncer também é uma divisão celular mais rápida e melhor
adaptada, talvez num futuro as células do corpo se reproduzam tanto que seremos
capazes de gerar outro ser sem precisarmos das células do pai e da mãe, seremos
serem produzidos por fissão binária, mutantes capazes de geramos filhos sem
precisar amar.
Durante o curso viajei no tempo e
lembrei-me da minha professora de história Ana Maria Zacarelli de Andrade, que
ensinava a evolução humana pela lente de Darwin evitando até mesmo falar Antes e
Depois de Cristo, preferindo Antes e Depois do Calendário, evitava citar
qualquer referencia a religião durante as aulas. Isso me intrigava, não porque
sou uma pessoa religiosa, mas pela maneira de explicar como o homem surgiu,
antes tudo era oceano e durante a evolução atingimos a terra e depois fomos
evoluindo até nos transformarmos em seres inteligentes. Durante o curso me fez
recuar no tempo e ver como o homem ainda continua a marcha da evolução
silenciosa se reprogramando constantemente.