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domingo, 8 de fevereiro de 2015

Abílio Pereira de Almeida Em Moral


Há praticamente cinco anos escrevi uma crônica a respeito do autor e advogado Abílio Pereira de Almeida e citava que conhecia quase nada a respeito dele. Um dia andando pelo centro de São Paulo entrei na livraria da Imprensa Oficial e encontrei um livro que me fez abrir um sorriso e orelha à orelha como diz em casa. Era uma compilação de três obras do Abílio Pereira de Almeida e com introdução de Ceiça Campos e sua filha Maiza, filha e sobrinha faz um breve relato da vida e obra desse grande e esquecido autor. Fiquei feliz em poder ler três de suas peças, ‘Paiol Velho’, ‘Santa Marta Fabril S/A’ e ‘...Em Moeda Corrente do País’ e como já havia escrito o mote da moral está vivamente presente em todas.

Já havia comprado esse livro a algum tempo e deixado aguardando um momento para poder lê-lo e com a morte da atriz Maria Della Costa lembrei do filme que ela trabalhou ‘Moral em Concordata’ baseado nos escritos do Abílio e resolvi ler o livro. E com a morte da atriz Odete Lara assisti o filmes que tenho em DVD ‘Dona Violante Mirante’, ‘Sonhando com Milhões’ e ‘Terra é Sempre Terra’ todos baseado na obra do Abílio Pereira de Almeida.

Apesar desse livro lançado e dos filmes as obras desse escritor ainda sofre uma redescoberta, talvez sofre de novos lançamentos de suas peças para que novos leitores possa ter contato e novas adaptações possam ocorrer, enquanto isso vou ler e reler ‘O teatro de Abílio Pereira de Almeida’, da Coleção Aplauso Teatro Brasil da Imprensa Oficial e assistir aos filmes baseados em suas peças.

 

 

ODETE LARA


Escrever qualquer coisa sobre a atriz Odete Lara chega a ser redundância, falar de suas qualidades de atriz, escritora não é novidade para ninguém. Há muito tempo que admiro os filmes que ela atuou e os livros que escreveu, li as biografias, ‘Eu Nua’, ‘Minha Jornada Interior’, ‘Meus Passos em Busca da Paz’ e 'Vazios e Plenitudes - Reflexões e Memórias', cada uma de maneira particular.

De todos os filmes que atuou sempre fiquei admirado com sua participação no filme ‘Arara Vermelha’, de 1957 sob direção de Tom Payne.  É um dos primeiros da sua extensa filmografia e por algum motivo qualquer quase nunca citado, mas a presença de Odete Lara e Anselmo Duarte cria uma certa aura sofisticada ao filme. Os filmes ‘Noite Vazia’ e ‘Boca de Ouro’ dispensam comentários, já nasceram ótimos e sua interpretação em ambos condiz com tudo que já conhecemos. Há também outros filmes que atuou que também admiro como o filme ‘Câncer’ do Glauber Rocha ou ‘O Princípio do Prazer’ do Luiz Carlos Lacerda, mais pela estética do filme que sua participação em ambos.

As biografias cada uma me vez vê-la de maneira diferente, a primeira de todas ‘Eu Nua’ me pareceu estar lendo mais o diário de uma pessoa desconhecida do que propriamente uma biografia de uma artista conhecida. Já no segundo livro ‘Minha Jornada Interior’ ficou mais focado nas descobertas e benefícios do Budismo em sua vida, já senti uma certa leveza na escrita. 'Meus Passos em Busca da Paz' uma continuação do anterior só que de maneira suave, percebe-se que a atriz alcançou o ponto de equilíbrio. E por fim o derradeiro livro 'Vazios e Plenitudes - Reflexões e Memórias’, senti uma certa tristeza ao analisar o que passa na cabeça e corpo de uma senhora de 80 anos.

 Foi uma leitura rápido e fácil, mas de grande profundidade, fazendo lembrar os escritos da grande escritora Clarice Lispector. Despir a alma sem medo e de maneira como está no livro chega a ser desesperador ver uma pessoa forte mostrar as preocupações que passa na cabeça e alma e as limitações do corpo de quem já não é mais jovem.

Ao ver a notícia da morte da atriz senti a mesma tristeza ao saber da morte de um parente próximo mesmo sem nunca tê-la visto pessoalmente, conhecendo-a somente através de sua obra.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Vanja Orico, Odete Lara e Maria Della Costa


A memória não consegue recordar onde foi que li ou ouvi que “morre o homem e fica a obra”, e esse ano começou com três mortes de personalidade das artes que admirava muito, Maria Della Costa, Vanja Orico e Odete Lara.

No caso da Maria Della Costa falecida no dia 24 de janeiro aos 89 anos vítima de edema pulmonar agudo gostava especialmente pela atuação no filme ‘Moral em Concordata’ de ano de 1959, sob direção do Fernando de Barros baseado na peça homônima do Abílio Pereira de Almeida. Sua interpretação e beleza nesse filme foi de surpreender.

Vanja Orico conheci desde um dia do longínquo ano de 1992 quando vi o filme ‘O Cangaceiro’ de 1953, direção do lendário Lima Barreto. Esse filme foi a porta de entrada para a paixão pelo cinema brasileiro. Desde então assisti vários filmes brasileiros, li livros, revistas, me interessei pelos seus personagens, passei a frequentar a Cinemateca, Museu da Imagem e Som, Centros Culturais, etc. Tive o prazer de conhecer alguns desses personagens de perto, tais como Mário Audrá, produtor e criador da Cinematográfica Maristela, Carlos Coimbra diretor de cinema, a atriz Vera Nunes e tantos outros inclusive a atriz e cantora Vanja Orico. O encontro ocorreu no ano de 1996 quando ocorreu o lançamento do CD Vanja Orico com participação especial do Quinteto Violado. Junto ao lançamento o MIS-SP fez uma homenagem expondo fotos, revistas e apresentando os filmes que a atriz trabalhou.  Assistir ao filme ‘O Cangaceiro’ na tela grande e com a atriz principal na plateia foi algo único. Mas a surpresa maior não foi essa aconteceu quando apresentaram o filme do diretor Carlos Coimbra ‘Independência ou Morte’, que ao assistir no telão senti um cheiro bom ao virar era a atriz que estava atrás de mim em pé sorrindo. Durante o intervalo conversamos e ela ficou impressionada que eu sendo tão jovem gostava de filmes antigos.

Praticamente na mesma semana indo para o curso de pós-graduação de farmácia clínica, vi na televisão que há no metrô que a estrela Odete Lara falecera aos 85 anos, vítima de infarto quando dormia. Cheguei não acreditar no que lia, liguei meu aparelho celular e acessei a internet em busca de notícias e estava lá a notícia da morte da grande atriz. Recordei de seus filmes e suas biografias. Li os quatros livros em que conta a sua vida, ‘Eu Nua’, ‘Minha Jornada Interior’, ‘Meus Passos em Busca da Paz’ e 'Vazios e Plenitudes- Reflexões e Memórias' e senti um certo aperto no peito como se perdesse uma amiga de longa data.

Felizmente a obra dessas grandes atrizes ficaram para a posteridade para aqueles como eu gosta de ver e rever trabalhos que independente do tempo e espaço continua a admirar pela qualidade de suas interpretes e demais qualidade.