-->
Hoje foi
o velório do meu tio-avô João Correa Nunes, no Cemitério São Luiz, e passeando pelo
cemitério, vendo fotos na parte onde há o ossário, eu e minha irmã
caçula vimos um grupo olhando uma parede onde havia várias fotos
perdida que ali foram colocadas, mais adiante vimos um senhor
alisando uma foto e chorando, no que minha irmã comentou que o
senhor havia achada algum parente dele. Esse senhor vendo que
estávamos vendo-o, se dirigiu para nós dois e começou a conversar.
Contou que o rapaz da foto era filho dele que falecera vítima de
epilepsia depois de ter almoçado, contou ainda do desespero quando
soube da notícia. Em suas palavras, em teu olhar vimos uma emoção
viva, um sentimento latejante que ultrapassa o racional.
Fiquei
impressionado com a história e tristeza do tal senhor, bebi cada
palavra, do filho que falecera aos 27 anos, no neto de 19 anos filho
do rapaz, da neta que viu a foto do tio junto à tantas outras. O senhor tinha uma energia muito boa, fiquei com vontade de ficar lá conversando com ele durante horas, mas tínhamos a nos esperar cadáveres, eu o meu tio-avô e ele uma prima distante, também fiquei com vontade de visitar a prima morta, fiquei sem coragem e não fui e também não perguntei o nome dele ou do filho, infelizmente somente outra coincidência seria capaz de matar minha curiosidade.
Outra
coincidência que aconteceu foi com meu irmão, ao andar pelo
cemitério vendo túmulos encontrou um com o nome praticamente igual
ao meu, diferenciando somente a letra i do Enéias, que no do
falecido não tem. E depois coincidência não existe, contando
parece história de pescador, mas é pura verdade, tanto que
fotografei e pela foto quem quiser pode ir lá e vai encontrar o
túmulo e para quem ainda não acreditar procure a administração e
pede para ver o livro de sepultamento e verá o nome do falecido lá
registrado.
Histórias
que não deveria se perder na bruma do esquecimento, uma por ter me
conquistado pela sua simplicidade e beleza apesar de ser uma tragédia
com um rapaz e a outra pelo túmulo com um homônimo meu, tudo
entrelaçado com a perda de um tio-avô.
Nenhum comentário:
Postar um comentário