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sábado, 31 de dezembro de 2011

Promessa de Ano Velho

Escrever nunca foi uma das minhas melhores coisas, comecei por acaso, o faço como passa tempo, por isso a falta de rigor em tudo que escrevo, não tenho uma disciplina em escrever periodicamente e ter um português esmerado, faço como se estivesse andando.

Tinha uma ideia em escrever pelo menos cem textos, curtos, médios ou grandes no ano que acabou, ficou só no projeto, estava perto disso, até uma grande decepção em escrever. Escrevi textos que nunca havia escrito, de um momento para outro passei a ser dono de textos que não eram meus e isso causou um mal estar em mim que fiquei desgostoso em escrever qualquer coisa, passado algum tempo voltei a publicar algumas coisas e mesmo assim o fiz como uma criança faz quando toma um medicamento, coloca na boca e engole fazendo careta se o gosto for amargo e esse era.

Naufaguei na minha tentativa de terminar o ano com cem textos publicados, fiquei somente com a vontade de parar, nunca mais escrever nada, poupar a internet de mais um que escreve bobagens, superei essa fase.

Vez ou outra escrevo alguma coisa, as vezes escrevo muita coisa ao mesmo tempo e vou publicando aos poucos, ficando tempos inativos, sem ao menos entrar no site e ver como está minha criação, deixando meu filhote abandonado.

Dessa vez não vou criar meta, promessas ou nada do gênero, o que vier é lucro, se conseguir escrever bem e se não conseguir amém, possa ser que acabe ficando inativado por falta de uso ou acabe ultrapassando a marca dos cem.

Enquanto isso vou recolher os cacos que sobraram do ano passado e seguir minha vida, escrevendo ou não!

Velhas Novas Músicas

Final de semana, nada de novo para fazer, então faço o que é velho mesmo. Último dia do ano e com o espírito embalado pelo livro que estou a ler, pego um CD que comprei e começo a escutar as músicas dele, são músicas que não tocam mais nas rádios e poucos atualmente tem o previlégio de escutar, são músicas da década de 30 e 40, a maioria sambas, choros e marchas, todas gravadas por Carmen Miranda e cantores da época. Algumas não chego na metade, outras ouço até o fim. Algumas dessas músicas seria impossível de ser regravadas nos dias atuais, alguns termos causariam mal estar a muitos e outros seriam de uma inocência ímpar sem igual, sem contar algumas expressões que há muito deixaram de ser usadas, teríamos que ter um dicionário de expressão popular às mãos para poder entender o que estão dizendo.


Infelizmente as cantoras e cantores sempre fazem as mesmas “homenagens” cantando o que todos cantam mudando somente a voz, nada mais.

Muito das músicas que ouvi seria muito bem adaptadas ao estilo mais intimista como ouvi uma versão de “Teus Olhos”, com Aurora Miranda e arranjo moderno do Diego Souto, ou um toque de Jazz ou Blues a algumas das canções calhariam muito bem e pronto teríamos um monte de novas velhas músicas.

Seria um retrô ou melhor um som vintage, já que seriam dadas algumas modificações na interpretação das músicas e atualização das canções, evitando o caracteristico da época. Vi algo parecido no filme “A meia-noite me Paris”, onde um ator vivendo Cole Porter canta “Let’s do it” ao piano e procurando pela seara da internet encontrei várias versões para esse clássico, da interpretação da Ella Fitzgerald a uma versão do Chico Buarque com Elza Soares, “Façamos”, todas elas muito interessante.

Também já encontrei versões que literalmente estragaram a música ou pelo menos não ficara adequadamente bem adaptada, exemplos são “Codinome Beija-Flor”, do Cazuza, que certa feita escutei numa versão forró, péssimo. “Menino Bonito”, dos Mutantes que fora gravado pela cantora Wanderléia na década de 80 e se tornou datado, sendo que a gravação dos Mutantes continua moderna apesar de ser bem mais antiga. A versão da Wanderléia é boa, só que tem todos os elementos da década de 80.

Acontece o contrário, de uma música na versão original não ficar tão bem e outro cantor dar um toque todo especial a interpretação, isso fica claro ao ouvir a gravação de uma música do Tom Jobim “Canta, Canta Mais” que na voz da Vânia Bastos foi uma das mais lindas que ouvi até hoje.

Portanto, nossos cantores deveriam deixar de lado os “homenageados” de sempre e vasculhar o baú das velhas canções e desenterrar velhas canções e buscar novos estilos de interpretação sem medo de errar, esquecendo por um momento o popular, senão daqui a pouco estarão todos gemendo baboseiras como “Ai, aí se eu te pego, ai ai..” Somos muito mais do que essas besteiras auditivas.



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Diga-me

Diga-me uma palavra, ou faça um comentário a respeito de alguém que advinharei o que passa pela sua alma, saberei muito mais de você do que possa imaginar.


Afinal de contas ouvi em uma novela na Globo, “É o costume da sala que se leva a praça”, as pessoas somente expressa o que sente ou tem vontade, outra expressão que ouvi certa vez dizia que “cada um só pensa no que gosta”.

Então não há mágica nenhuma em conhecer uma pessoa através de suas opiniões ou do tipo de palavra que usa no dia-a-dia, cada um é o pensa e como age. O corpo fala a todo instante.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Rita Cadillac, cinema e outros Enganos


Cinema Ipiranga, um dos grandes templos do cinema de outrora, cheguei a frequentar sua sala espetacularmente grande, com seu cheiro de mofo e cadeiras que rangiam a todo momento, mas isso fazia parte da graça em estar num cinema velho e mal cuidado como aquele.

Seus últimos anos passavam filmes do circuito comercial, só que a preço bem popular, dava para ver toda a programação em cartaz sem gastar muito e por incrível que pareça sua sala nunca ficava cheia, talvez o cheiro de mofo e as cadeiras cantantes incomodasse deveras o povão de uma maneira geral. Vi em sua tela muitos filmes antes que baixasse a porta e não me arrependi, hoje acho graça da má conservação de maravilha que era aquele local tão bonito.

Um dos filmes que fui assistir lá foi o grande sucesso do Hector Babenco, “Carandiru”, sobre a penitênciária de mesmo nome e que tinha uma cena interessante, Rita Cadillac cantando “É bom para o Moral”, que não ouvi como tal, durante a cena percebi algo estranho - Rita dançando na boquinha da garrafa, dança que seria somente inventada após 1996, e como o filme se passa no ano de 1992 quando ocorreu o massacre dos presos, seria uma incompatibilidade historica, Rita teria inventado a tal dança? Não, no filme biográfico “Rita Cadillac – a lady do povo”, fica claro que era uma invenção do diretor ficando fora o contexto historico do filme. Mas não foi a dancinha da garrafa que chamou minha atenção, foi a letra da música, eu havia entendido que era algo sobre o exame Papanicolau, achei legal uma artista como a Cadillac alertar as mulheres da importância do tal exame preventivo, apesar de não ver contexto para ela cantar tal música numa cadeia. Cheguei em casa todo empolgado, falei com todos que a Rita tinha uma música que falava da importância para as mulheres fazerem o exame papanicolau, ninguém acreditou.
- Como a Rita Cadillac???

Pela falta de fé geral pesquisei a música na internet e descobri que não tinha nada com o Exame feminino, todos estavam certos, a música é muito divertida e respeita a língua portuguesa, usa corretamente – o moral.

A sonoplastia inaldíveis dos filmes não era exclusividade do cinema Ipiranga, anos antes no cinema Astor na avenida Paulista não entendi nada do que dizia os atores do filme “Eu, Tu, Eles”, um filme com atores cariocas vivendo personagens nordestinos, só escutava chiadeira com resmungo, as imagens eram belas, infelizmente até hoje não sei o que diziam.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Carmen por Ruy Castro

Passei o semestre inteiro louco para que passasse logo nas provas e ficasse livre o quanto antes, não que desgosto de estudar, pelo contrário, gosto dos desafios e aprendizados, mas o fato de querer que o semestre chegasse ao fim estava realcionado com um desejo acalentado algum tempo, desde que comprara o livro-biografia da cantora Carmen Miranda, escrito pelo grande Ruy Castro. Dele já havia lido a biografia do escritor Nelson Rodrigues .

Poderia começar ler o livro a qualquer momento, mas deixei para fazê-lo em momento oportuno, onde poderei ler cada paragráfo com tranquilidade e aproveitar cada momento do livro, sem ter a preocupação de ter que parar a leitura para ter que estudar para uma prova ou coisa e tal.

Estou gostando muito do livro, não é um dos melhores do Ruy Castro, certas partes do livro Ele se comporta como um fã e não como um escritor isento do amor de seu fã pelo ídolo. É difícil ficar indiferente a explosão que é a cantora Carmen, outros contextos ficaram nbebulosose mal explicados, alguns trechos parecem que foram suprimidos para não causar mal estar ou derrubar o mito criado. Pode ser apenas impressão, as vezes sinto um toque de “A estrela Sobe”, de Marques Rebello.

O que me impressiona no livro como a década de 30 foi profícua em criação musical e muitas dessas músicas resistiram ao tempo chegando intactas até os dias atuais, outras de alguma maneira foram postas de lado, não por serem ultrapassadas, mas por falta de releituras.



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Coeficiência da Ignorância

Cheguei a uma conclusão, ignorância é proporcional a força do jovem e a idade do velho.

A ignorância dos mais novos está relacionada com a força que tem e na pessoa mais velha a quantidade de anos vividos. Ambos são ignorantes,só que cada um na sua natureza.

Todos os dias lido com pessoas ignorantes, e cada um deles podem ser classificados em níveis, vai do ignorante iletrado ao com diploma na mão. Como já dizia o jornalista Aparício Torelli, o Barão de Itararé, 'diploma não encurta orelha de ninguém'.

O diploma só dá um certo status a orelha do individuo, quanto mais anos de estudo eleva ao quadrado e multiplica ao cubo a soberba ignorante do indivíduo.

Escrever a ignorância alheia categoricamente é se achar de uma inteligencia excepcional, nada disso. Compreende-se ignorância não o fato de não saber, mas o não querer saber ou saber mais.

Muitos profissionais padecem do mal da soberba ignorante, achando que o que sabe é o suficiente para conquistar o mundo, deixa seus conhecimentos acima de todos, como algo imutável, imponderável, acima do bem e do mal.

Conhecimento é uma rede de informações que tecemos continuamente, que além de agregar conhecimentos novos tem que relembrar os mais antigos para não cair no esquecimento.

Algumas pessoas comuns e detentores de diplomas se contentam com pouco, acreditando que o que sabem é suficiente para fazer um mundo melhor, mais tranquilo e feliz.

Não existe fórmula mágica para resolver todos os problemas, desde os primórdios até os dias atuais, o que impera é a troca de informações e os pontos de vista revisto. Ignorar a realidade em busca da pílula de ouro é o erro de muitos, por mais dura que seja a realidade é o caminho mais seguro para se trilhar.

Ignorância está ligada intimamente com a soberba, todos, com diploma ou não, tem orgulho da ignorância que tem!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Essa Natureza incontida!


Quer me insultar continue me elogiando da maneira como tens costume fazer.
Toda vez que me escarra na cara uma crítica amarga e mordaz sinto toda a felicidade do mundo, estão embutidos aí os melhores elogios que meus ouvidos tem o prazer de captar, soam como música, deixando claro o quanto divertido e falsos os elogios e verdadeiras as críticas.
Nada que dizem a meu respeito é novidade para mim, conheço bem os meus defeitos e também minhas qualidades. Por isso mesmo não concordo com o que pensas ao meu respeito, sou muito mais do que um mero elogio ou uma velhaca crítica, não costumo me definir para não me limitar.
Não sou bom e nem ruim, sou filho do tempo, regido por momentos e inconstante por natureza.
Me limito a minha natureza que ainda contida, se esparrama e devasta os incautos ao redor.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Vez ou outra

Vez ou outra escuto a mesma música várias vezes até não poder mais, leio o mesmo poema até perder o encanto, o faço consciênte de como irrito as pessoas ao redor, repito várias vezes o mesmo gesto até cansar o membro exercitado, fico estuporado, sem força.
Não sei o que se passa, desde algum dia que não sei qual estou com vontade de escutar uma velha música, 'Só pro meu prazer', do Leoni. Baixei num desses sites e estou a dois dias escutando a mesma música sem parar, repete, repete e repete, escrevo essas linhas ao som da tal música e pelo visto não vou parar tão cedo, afinal "noite e dia se completam e eu faço a cena que quiser"

sábado, 3 de dezembro de 2011

Síndrome de Coca-Cola

Não é novidade que gosto muito do escritor Nelson Rodrigues, um dos melhores e mais modernos. Seus textos são datados, muitos das preocupações de seus personagens deixaram de ter importância no mundo atual, mas como tudo em Nelson Rodrigues é contraditório, ele continua mais atualissímo do que nunca.
O que mais gosto em sua leitura são as frases de efeitos, sejam elas nos textos ou que foi proferidas por ele.
Entre tantas uma das que mais me chama atenção é "Toda unanimidade é burra!".
O conceito continua o mesmo, o velho chavão que a 'voz do povo é a voz de Deus' é ir para o caminho mais fácil, é esteriotipar pessoas e situações.
Nem todo homem é igual e muito menos as loiras são burras. Desinteligente e preguiçoso é que acredita nessas asneiras.
Rotular tudo é descartar o cerne, é incutir no erro de que somos uns iguais aos outros, infelizmente somos parecidos e totalmente diferentes, temos algumas caracteristicas parecidas e é só.
Como diz a professora de Bromatologia, comemos e bebemos marketing, o importante não é o que está sendo ingerido e sim a propaganda envolvida. A síndrome de Coca-Cola é o caminho mais fácil para lidar com os problemas sem nos preocuparmos em ir ao cerne, ficando apenas na superficialidade.
Igualando à todos como se fosse uma massa homogênea, fácil de entender.