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sábado, 31 de dezembro de 2016

Do Fim ao Começo...

Próximo de mais um ano que vai escorrendo nas areias do tempo me encontro em um sofá perdido e com um vazio que daria para colocar todo o Universo e sobraria espaço para o Espaço.
Felizmente não tenho do que reclamar, depois de um furacão que quase me devorou pude aproveitar momentos agradáveis num pequeno paraíso e para presente de 38 verões recebi a melhor notícias que alguém possa ter. Como a satisfação não é minha companheira de berço fico querendo mais e padeço do grande mal.
Um ano conturbado e que passei por todas as dificuldades sem esmorecer e com garra. Superei os momentos mais tumultuados e o saldo foi positivo e no entanto não consigo me livrar desse garrote, padecendo aos poucos.
Talvez Fernando Pessoa tenha escrito o que sinto:
"Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime". 

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Inicio e final do dia

Indo trabalhar notei dois rapazes conversando nulidades, coisas de trabalho, pessoas, esportes, etc. Quando chegou na estação de desembarque passei perto dos dois rapazes e ouvi um falar: "- Aquele viadinho do esporte..." e o outro completou "Hypólito, Diego Hypólito...", saí do vagão do metrô e achei graça do jeito do brasileiro, a pessoa pode ser ótimo profissional, mas se algo chamar atenção vira rótulo. E a vida do rapaz só diz a respeito a ele mesmo.

Assistindo a alguns jogos chego a torcer contra os atletas do Brasil, não por não ser patriótico ou por predileção em especial a algum outro time. O fato que faz torcer contra são os benditos comentaristas, tais como Walter Casagrande, Hortência Marcari, Daiane dos Santos e tantos outros palpiteiros de plantão. 

E hoje infelizmente perdemos a melhor medalha de ouro do Brasil, a icônica Elke Maravilha, essa grande artista dispensa comentários. E assim terminei o meu dia que foi cheio de situações e pessoas de dar nojo. Também pelo maneira como começou... 

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Extremismo

Não sei se estou numa fase de Síndrome de Hard Har Har ou talvez esteja somente desesperançado com tudo que vejo dia a dia no jornal. A cada dia que ligo a televisão ou leio jornal ou uma revista de grande circulação chego sentir uma tristeza profunda n'alma. Tanto que neste último final de semana me recusei a assistir televisão, preferindo ficar alheio a todos os noticiários. Para evitar qualquer contato com a realidade liguei a televisão no canal do Youtube e fiquei assistindo a antiga novela do autor Sílvio de Abreu, "Sassaricando", valendo boas risadas com tamanha leveza e me fazendo retornar o tempo de infância quando a novela era reprisada.
Depois de assistir pelo menos 30 capítulos no sábado fui dormir e no domingo ainda estava querendo me abster de qualquer problemas e resolvi assistir aos filmes do grande cineasta Charles Chaplin lançado pelo jornal Folha de São Paulo - 'Coleção Folha Charles Chaplin', composto por 20 volumes. Assisti alguns curtas do início da carreira desse grande ator, diversos dos anos 1910. Vários do ano 1914, a precisos 102 atrás e fiquei olhando as peripécias e percebi que o mundo desde que é mundo sempre ouve seus espertinhos, ladrões, covardes, etc etc etc. O que era pra fazer rir, só me fez ficar ainda mais desesperançado. Claro, é um filme de comédia pastelão, e sei que não sou tão inocente em acreditar que um filme é espelho da realidade, também sei que a arte imita a vida e se naquele tempo já existia os espertinhos de todo tipo e mais de cem anos depois estamos da mesma maneira apesar de tantos avanços, fui dormir e deixar isso pra lá. Acordei e nada fez com que dissipasse o mau humor e pensamentos soturnos me acompanhou durante o trajeto de casa até o trabalho. Fiquei indagando comigo mesmo qual seria o caminho a seguir, ou largamos tudo pra lá e vivemos como um autômato ou partimos para a luta armada e seguimos o exemplo dos extremistas do Velho Mundo e Oriente Médio.
De repente senti um olhar furar o bloqueio a que estava envolto e parei de pensar e olhei quem me olhava e me deparei com uma criança de apenas 'uns quatros' anos de idade que me olhava e sorria como se pudesse ler em meu rosto toda a minha preocupação. Era tão angelical que dissipou todas as nuvens negras que pairavam em minha cabeça. Deixou-me desarmado e com vergonha de pensar em tudo ou nada e volvei novamente minha alma e percebi que um milagre ocorreu, já não estava tão pesado e segui para o trabalho mais leve.
Um olhar e inocente sorriso foi o suficiente para melhorar o meu dia. Talvez isso seja a eterna esperança. 

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Só um Convite...



As vezes, só as vezes, sinto um desejo incontrolável de apenas um convite. 
Um convite apenas...
massa,
peixe ao molho de alcaparra,
vinho, 
conversa fiada,
depois debruçar na varanda do terraço,
na noite escura.
Sentir o vento frio tinir no peito magro e o mormaço do vinho nas têmporas embebe.
Deixar a língua solta, tal qual imberbe 
alma incontestes
Um convite apenas...
Balsamo nessa tormenta de navio, conservando o romântico n'alma uma velha canção francesa a completar o som da solidão de um convite.
Se o tempo em um breve hiato poderia alegrar o cristalino com celuloide e 
cochilar em quadros e diálogos.
Um convite apenas...
Não pelo saudosismo ou resgate do que não foi,
apenas de um convite a quem se quer bem.
...
Escrevendo declino do convite infecundo 
que não natimorto ao menos
A necessidade esvanece.
Resignação,
desesperança,
aceitação,
conformismo, não, nada, somente a premente de um convite.
Um convite apenas...


domingo, 12 de junho de 2016

Namastê - O amor não acontece

Lendo um pequeno livro sobre mitologia e autoconhecimento fico encantado como o autor casa os dois universos e faz com que um não se sobrepõe ao outro. O mito de Zéfiro e Clóris, o poder do amor e sua transformação me faz refletir.
Não estou preocupado com o amor, nunca estive, gosto de estar sozinho e a solidão não me faz mal, gosto de viver livre, leve e solto, sem eira nem beira, nem ramo de figueira. 
As vezes deixo fluir e saio do meu posto de observador e deixo me atingir por essa energia e talvez pela falta de familiaridade em lidar com tais sentimentos acaba morrendo sem antes de acontecer.
Os ventos que passam ainda destrói as flores nos campos, mudando as trilhas e cursos dos rios, sem que ainda possa fazer nada para mudar seu poder ou transformar em um recomeço.
Nesse dia dos namorados percebo o desespero de algumas pessoas por estar sozinha e as piadas que muitos fazem disso: 'no dia do índio não passo com índio, árvore, finados e etc.
Certa vez disseram que eu era uma pessoa com ideais românticos,  na época protestei dizendo que de romântico não  tinha nada, hoje passado alguns anos vejo que sim tenho ideais românticos sem ser romântico, porque sei que não temos o poder de mudar ninguém  e que a vida deve acontecer naturalmente, não sou do tipo afobado.
A última tentativa posso definir com uma saudação: - "Namastê" e algumas mensagens trocadas e total falta de interesse de insistir que algo pudesse acontecer.
Boa conversa, risadas e idéias e nada mais, talvez esse seja o grande mal, tudo perfeito até demais.

Tragédia

Tem algumas coisas que não tem explicação, simplesmente acontecem.
Algumas tragédias deixam todos consternados e procuramos de alguma maneira aliviar a carga que se abate sobre as pessoas em vã tentativa. Não será com perícia ou um simples abaixo-assinado que não chegou acontecer vai tirar a dor e deixar as pessoas mais felizes.
Acompanhando pela televisão e jornal a tragédia que se abateu com os universitários na Mogi-Bertioga, alguns questionamentos vem à mente.
Primeiro as condições físicas do transporte, as condições da estrada e do tempo, uma vez que é uma região bem característica  pela neblina. Assisti a várias reportagens e todas pontuadas pelo sentimento de perda e dor pelas vítimas e também de revolta e em alguns casos de culpa, ou melhor, de achar um culpado pela tragédia.
Um dos parentes de uma vítima apontou o condutor como sendo imprudente e logo em seguida foi divulgado um 'abaixo-assinado' para tirar o motorista da linha. O documento ainda estava em branco e não possuía o nome do motorista. Entrevista dizem que alguns alunos não gostava do motorista e que desejava que ele não ficasse mais fazendo esse trajeto.
Durante o velório de uma das vítimas seu irmão foi entrevistado por uma emissora de televisão e disse que sua irmã havia discutido com o motorista só porque queria descer em determinado lugar e o motorista não havia concordado, ponderando que só poderia deixá-la em certo lugar.
Não defendendo o motorista, uma vez que não estava lá e muito menos conhecia os autores da contenda, mas das coisas que mais desestabiliza um profissional é discussão.
Meu pai ganhou o sustento da família atrás de um volante e não gostava de trabalhar em linha urbana porque o abuso dos passageiros eram alarmantes. Preferindo fazer viagens rodoviárias sendo que o respeito dos passageiros era maior.
Por crescer vendo essa realidade e com a entrevista do parente de uma das vítimas é até natural que além das dificuldades natural da estrada e algum possível problema mecânico o lado psicológico possa também ter influenciado no acidente.
O parente ainda disse que a tal vítima havia dito antes que não teria ido a faculdade dois dias antes para não morrer na estrada e que naquele fatídico dia teria que ir para entregar o trabalho final.
Isso me faz lembrar um fato estranho que aconteceu comigo quando estuda, certa vez estava voltando do curso de química e um rapaz que estava próximo da porta de saída do ônibus, sem querer encostou a mão na minha cabeça, de repente senti um sono profundo, tão pesado que minhas pálpebras não conseguia se levantar, uma energia poderosa havia me subjugado. O rapaz ainda pediu desculpas e descemos quando o ônibus parou no ponto e praticamente juntos atravessamos a avenida.
Um carro grande passou por nós e ficou olhando feio, entrou na próxima rua e quando descíamos uma rua paralela esse carro parou e saiu alguns homens armados e mandou o rapaz parar, revistando-o e jogando-o dentro do carro e saindo em disparada.
Fiquei branco e andei rápido sem olhar para trás e comentei o ocorrido em casa. Nunca tinha passado por tal experiência e até aquele momento não acreditava que a energia negativa de uma pessoa poderia me atingir do jeito que me senti e o que aconteceu logo a seguir só comprovou que o rapaz trazia consigo essa energia negativa. Outros fatos posteriores fez-me crer que existe sim energia e que podemos ser influenciados por elas.




sábado, 11 de junho de 2016

Escândalo e Infantilidade

Onde está o senso de humor das pessoas. O que está acontecendo com o sério e com o idiota, onde começa um e termina o outro, parece que perderam o 'jeito' para fazer a 'coisa' de maneira como era feito antes. Áureos tempos do jornal "Notícias Populares" que fazia isso de maneira profissional, agora temos um bando de amadores metidos a sabichões e que ainda por cima colocam uma aura de seriedade a uma série de notícias idiotas que não passariam de roda pé de pasquim de péssima qualidade.
Usar horário nobre para discutir o caso do cantor MC Biel e uma jornalista ou mesmo co-relacionar as idiotices que esse cantorzinho falou para a jornalista com o grave problema que é o abuso sexual sofrido pelas mulheres é de uma ignorância tão grande e sem sentido. Uma vez que as letras cantadas por grande parte desses MCs é de uma baixaria da pior espécie.
A opinião desse cantor não difere em nada das letras dos funks proibidos que eles  ouvem ou cantam e menos novidades para a tal jornalista, que pelas perguntinhas que havia feito estava longe de uma profissional preocupada em saber como era a criação e qual a importância desse segmento no cancioneiro popular e sua influência na juventude que terá acesso a esse tipo de música. Pelo contrário estava mais preocupada em querer saber da fama sexual do cantor e quando ouviu impropérios ficou ofendida.
Não acredito que ela seja tão boba que não sabia o universo a qual participa esses jovens cantores e suas letras tão depreciativas, sobretudo com as mulheres. Caso ela não conhecesse, caberia fazer o que muitos chamam de lição de casa, estudar antes. Nada justifica a grosseria do rapaz e também o papel de vítima da jornalista. 
Não seria prudente entrevistar alguém se não conhecemos o mínimo do que ele é e faz e antes de mais nada a história do próprio jornalismo.
Sem ser saudosista tenho saudades dos bons e velhos tempos que podíamos ler o velho jornal "Notícias Populares" e dar risada, onde sabíamos separar o sério do não sério. Infelizmente o brasileiro perdeu o que mostrar e como mostrar, separar uma notícia séria de qualquer idiotice.
Entrevistar um cantorzinho de funk é pedir para ouvir idiotices e impropérios. Querer levar isso como algo sério é muito infantil.