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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Norma Bengell - a estrela de outrora

Entro no salão e sou prontamente atendido, perguntam-me se tenho alguma preferência, aponto e digo que vou esperar.
Pensando bem a senhora que me atendeu foi simpática, dirijo-me a ela e pergunto se pode me atender e ela prontamente o faz.
Já sentado em minha poltrona a deixo me servir, enquanto isto presto atenção ao que está passando na televisão que está ligada em um programa popular.
De repente, há uma chamada para uma estrela do cinema que está na miséria e pede ajuda, fico de “orelhas em pé” para saber quem a desafortuna estrela que agora presa a uma cadeira de rodas necessita de ajuda. Por instantes lembro-me de já ter visto semelhante cena, a Wilza Carla teve igual desfecho, estrela de outrora e que terminou seus dias entrevada em uma cadeira de rodas. Vem a mente algumas cenas do filme “O que terá acontecido a Baby Jane?” com Bette Davis e Joan Crawford, onde uma estrela de outrora que na idade madura fica presa a uma cadeira de rodas.
Findo o comercial, volta a chamada da infeliz estrela do cinema e o mistério e desfeito, e para minha surpresa vejo a atriz Norma Bengell chorando e dizendo que está passando por dificuldade e volta para o apresentador anunciando outras reportagens para daqui a pouco.
Chego em casa correndo e ligo a televisão para ver a reportagem da estrela Norma Bengell e para minha infelicidade o programa já havia passado, minha curiosidade só aumentou.
Ligo o computador em busca de noticias para esclarecer o porque da grande Norma Bengell se encontrar em dificuldades, entro no site do jornal “O Globo”: http://oglobo.globo.com/cultura/presa-dividas-uma-cadeira-de-rodas-sem-trabalho-norma-bengell-quer-voltar-ao-cinema-2801410, e sacio minha curiosidade.
Passo o resto da tarde a pensar, como a vida é algo misterioso, por vezes nos faz crer que somos fortes e que podemos tudo e por motivos torpes nos mostra como somos fracos. Uma queda derrubou uma estrela, se não for a maior do cinema nacional de certo uma delas ainda viva.
Já assisti muitos filmes com a atriz Norma Bengell e alguns me impressionou, não pude esquecer como foi brilhante no “Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte,“Noite Vazia”, do Walter Hugo Khouri, sua interpretação de Brigitte Bardot, no “Homem do Sputnik, de Carlos Manga. Sem dizer a direção primorosa do filme “O Guarani”.
Foi constrangedor ver a cena de uma senhora sentada numa cadeira de rodas se esvaindo em lágrimas, principalmente em se tratando de uma grande estrela.
Norma Bengell com certeza vai se recuperar e continuar sendo uma das grandes estrelas do nosso grandioso cinema brasileiro.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Homens de Branco

Ligo a televisão, começo a sapear, para num canal vejo um pouco o que está passando e sigo adiante. De repente vejo uma multidão de homens vestindo roupa branca, de cima a baixo e falando como uns condenados.
Presto atenção no que estão falando, ou melhor, no que está ao centro diz, fala sobre religião, passe, descarrego. A principio pensei que fosse um programa kardecista, depois pareceu ser candomblé e por fim pude perceber que era uma pregação de uma entidade evangélica, que por sinal trava uma guerra ferrenha  contra qualquer atividade religiosa diferente do que acreditam.
Fiquei bestificado, com o perdão do trocadilho, ao ver quem antes expulsa demônios, fala mal de macumba, não acredita em reencarnação, seguindo uma doutrina onde devemos tomar passe para descarregar as más energias vindas de “olho gordo”, inveja, etc.
Santo Deus, daqui a pouco teremos uma nova religião no Brasil, a “Mistureba”, onde todos podem ministrar passes, expulsar demônios, fazer macumba, rezar, orar, enfim ser o que quiser desde que a contribuição no final de cada culto seja depositada.
Na praia a sessão de passe será de graça, na igreja em dias específicos também, pelo visto a concorrência para os espíritas, kardecistas e do candomblé está aumentando.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Estagiotários

Cursar Farmácia implica em uma série de dificuldades, matérias difíceis, tempo escasso, salário baixo, sem contar que para melhorar o currículo os cursos extras são muito caro. Muito diferente do que muitos pensam, para ser farmacêutico tem que estudar muito. Infelizmente muitos confundem o farmacêutico com o atendente do balcão de drogarias, duas classes totalmente distintas, um só precisa saber ler e escrever e o outro têm que ter um diploma universitário, a diferença é só essa.
E se não bastasse só à grade curricular o estudante de farmácia tem que estagiar nas áreas de indústria, drogaria ou farmácia.
E para alegria geral dos donos de drogarias e farmácias esses estágios geralmente não são renumerados, simplesmente o aluno deve cumprir uma quantidade de horas gratuitas trabalhando e sendo avaliado por um profissional, caso essa avaliação não seja a das melhores o aluno não consegue validar o estágio.
Senti náuseas ao ouvir a coordenadora de estágio dizer com a maior tranqüilidade que a maioria das drogarias e farmácias não paga pelos estágios, como se fosse normal trabalhar de graça.
Sou a favor da filantropia, trabalhar por uma causa nobre é bonito e digno de quem o faz, mas daí trabalhar de graça para dono de drogarias e farmácias é fazer do estudante um idiota completo, uma verdadeira “pilantropia”.
Curso de saúde é caro e alunos andam sempre sem dinheiro e trabalhar de graça é uma cretinice sem tamanho, sinto vergonha do CRF, que ao invés de fazer algo de útil simplesmente acha tudo normal e deixa essa bandalheira acontecer naturalmente.
É importante o futuro profissional estar atuando na área, mas de graça é uma falta de respeito por quem paga tão caro no curso.
Infelizmente somos vítimas do desleixo de um órgão que deveria buscar o melhor para os profissionais a ele ligados.
Não vejo cursos para capacitar os futuros farmacêuticos sendo distribuídos gratuitamente nas instituições de ensino, todos são religiosamente cobrados e bem cobrados, e se quiserem realmente ajudar os futuros profissionais, então comecem pelo salário decente e cursos de qualificação mais acessível.
Aprender atender no balcão o Farmacêutico terá a vida inteira para isso.