Não recordo se foi a Clarice Lispector quem disse que escrever dói, ou talvez viver dói, não recordo, o fato é que os dois doem.
Há vários dias não escrevo nada, somente observo e nada consigo escrever, tudo que faço é pela força que rege o mundo, deixo o muno me conduzir, o instinto me conduz, não penso, somente sinto, nesses dias tive vontade de beber formicida com guaraná como li certa vez.
Escrevo para existir, a cada linha digitada é um pedaço de mim que passa a ter vida própria, se torna independente, sendo de interpretação diversa da que concebi.
A cada texto publicado tenho a sensação que nunca será lido, ficará perdido no espaço sem função nenhuma.
Escrever é um ato de vaidade, é querer que as pessoas compreendam a vida através dos nossos olhos, façam parte da nossa vida, mesmo que indiretamente. Tamanha é minha vaidade que sempre olhos as estatísticas de quem visualizou minha página e qual foi o público e tenho a grata surpresa de alguém na Alemanha, Estados Unidos, Portugal e outros países terem acessado a minha página, não sei se dão ao trabalho da leitura, escrevo em português e nunca há comentários, se são leitores não comentam o que escrevo, positivamente e negativamente, fico sem saber a opinião de quem leu, então creio que não tenho leitores e sim visitadores de páginas, que já é um presente, tenho sempre visitas.
A única pessoa que lê minhas publicações é minha irmã caçula, lê e comenta algumas publicações, fico com vergonha, porque coloco impressões das minhas observações, podem estar totalmente equivocas, fico tranquilo são só impressões.
Nenhum dos meus amigos nunca comentaram a respeito do que publico, não lêem ou se o façam não comenta a respeito, para não dizer que nunca houve comentário, houve um único de textos que erroneamente foram imputados a mim, textos que não escrevi, minha inventibilidade não chega a tal ponto, sempre fui tímido e minha experiência de vida não se pode dizer tão abrangente como nos tais textos.
Infelizmente para minha vaidade tive textos comentados e não eram os meus, vou ter que me contentar com os comentários da minha irmã, pelo menos é uma opinião de quem realmente lê textos meus e de forma sempre carinhosa.
Depois dos textos que não me pertence fiquei com medo de publicar qualquer coisa, descobri da forma mais cruel que escrever dói, principalmente quando não escrevemos nada.
Como dizem os populares: “periquito come milho e papagaio leva a fama”!